Hugo Azi

No final do filme, me perguntei: "Como um filme com um tigre e um menino pode ser tão bom assim?". Hoje já consigo responder, Ang Lee da um show de criatividade e direção (como de costume), a parte técnica do filme é perfeita e faz com que um filme feito em um estúdio de fundo verde se torne uma verdadeira obra de arte! Um roteiro digno de um bom livro, Pí consegue chamar intimamente as emoções e o senso de realidade do público para o fantasioso: Richard Parker, Suco de laranja, será que eles existiram e estavam na balsa? Não importa,o tigre Richard Parker me ensinou que há momentos em que temos que mostrar a fera escondida dentro de nós, o nosso instinto selvagem de sobrevivência, a parte "ruim" de nosso ser! As Aventuras de Pí me mostrou como minha emoção aflorada na pele pode me levar a acreditar na fantasia, ao divino, na primeira história contada.

Indomável Sonhadora mostra como um filme barato e fantasioso pode ser agradável para os mais variados públicos. Com um roteiro enxuto (mas que contém momentos de penumbra durante o filme) e um grande talento da direção de Benh Zeitlin, Indomável Sonhadora seria um filme mediano nos cinemas de sua cidade, sem alcançar grandes proporções... Porém, me deslumbrei com Quvenzhané Wallis e seu talento monstruoso me fez torcer para que Hushpuppy ganhasse o Oscar de melhor atriz! A menina conseguiu carregar o filme nas costas e condicionar o sucesso do longa ao sucesso de sua atuação.

Com o roteiro, como sempre, impecável de Tarantino e a fotografia , também, muito bem feita, Django chega como um filme "western" moderno e carregado de "Tarantinisses" em seus detalhes. Como um fan de Tarantino, só tenho a agradecer por ele presentear seu público com um filme coeso e coerente (como sempre espero, mas dificilmente um filme atinge esses pontos) que faz com que a excelente atuação de Christoph Waltz ganhe bônus e sirva de alicerce para momentos de comédia e ação no decorrer da trama