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  • 🌿˖ ՚ 𝑆𝑖𝑐.𝐷𝑎𝑟𝑘𝑜— 𔘓

    . Joska, é um petiz de 10 anos que após um terrível e acidental infausto, encontra-se sobrevivendo por conta própria em meio aos horrípilos eventos tétricos e fúnebres da segunda guerra mundial. Sozinho então, Joska, um menino taciturno de comportamento nômade cujo o nome nem sequer nos é apresentado a primeiro modo, explora o leste Europeu se deparando com as mais infelizes atrocidades humanas, que infelizmente, acabam o inevitavelmente encontrando em seu triste e preocupante andarilho.

    . Ao decorrer da extensa película, nos tornamos testemunhas vivas do que o pequeno Joska passa durante sua imparável odisseia, que para nós, a princípio, não parecia haver um findo tão cedo, ou muito menos profícuo. Pássaro Pintado, é um longa metragem atroz com 2h de duração que nos mostra de uma forma áspera e dolorosa como a humanidade pode ser, ou apenas se tornar perversa e criminosa, mesmo que com pobres e inocentes crianças perdidas pelo mundo em ruínas.

    . Vislumbramos justapostos a uma inerme criança, a maldade e o sofrimento nas mais distintas e discrepantes formas, mesmo que não envolva diretamente o nosso protagonista. Muitas coisas que nos são apresentadas, são supostas "metáforas" a um preconceito, a uma indiferença que reside em nossa sociedade. O preconceito incompreensível de uma raça, contra ela mesma, que não suporta as discrepâncias triviais da vida (o pássaro morto pela própria espécie...)

    . Baseado no período em que a trama de "O Pássaro Pintado" se passa continuamente, seu entitulado não é de forma alguma alheio ou incoerente, lhe cai muito bem, envolvendo ele um assunto sociológico e um fato e evento histórico deprimente que aconteceu no passado. Se pintarmos as penas de um passarinho de uma cor que o destaque, e logo após, o oferecer-lhe a alforria diante aos outros de sua mesma espécie, como o que se faz discrepante do habitual, é tratado ?

    . O diretor Václav Marhoul não mantém seu foco realmente nos confrontos, mas sim, no ponto de vista de um petiz que é espectador (e alvo) de uma guerra funesta, que vaga imparável até encontrar seu autêntico lar. Václav, poderia de fato ter adotado a ótica de alguém que estava diretamente envolvido no confronto, entretanto, ele não o fizera. Utilizando a visão álgida e "imparcial" de uma simples criança, não fornece, de forma alguma, uma análise ou opinião sobre as ideologias apresentadas no filme.

    . O que se sucede nesse trabalho de Marhoul (O Pássaro Pintado), têm como foco principal as experiências vivenciadas pelo menino Joska em sua morosa e aflita odisseia, no qual ela, é fragmentada em forma de episódios com saltos atemporais onde não sabemos quanto tempo de fato passou-se. O entitulado de cada "fábula", a primeiro modo pode parecer estranho, mas depois entendemos que o nome que aparece, é na verdade pertencente a cada pessoa que acolheu o menino em sua jornada.

    . Além de se deparar com o exício humano provocado pela guerra e suas consequências, além de passar por açoites e o mais puro desdém das pessoas que ele cruza; ele é abusado sexualmente por homem, mulher, também é enterrado até a cabeça e deixado para ser consumido pelos corvos, ainda vivo. O corolário de todas essas desventuras mórbidas, é a perda inevitável da inocência dessa criança em questão, e a mudança fortuita na forma que ele se comporta e enxerga a vida. É dessa forma, que traumas psicológicos são formados e consolidados.

    . Quando a feição do pequeno Joska, Interpretado por Petr Kotlár entra em planos fechados ou na atenção total da câmera, podemos prestigiar o quão seu olhar é parado, atro e indecifrável, muitas vezes uma feição de apatia ou paisagem, quase empedernida eu acho. E ao mesmo tempo, assemelha-se a uma amálgama de ódio e repúdio. A ausência de sons provindo dele na maioria das vezes, é assustadoramente incômodo em muitos momentos. Talvez isso de alguma forma, sirva como artifício narrativo, entretanto, infelizmente não sei dizer de que forma.

    . O Pássaro Pintado é um filme baseado no romance de Jerzy Kosinski que foi publicado no ano de 1965, até onde o trabalho cinematográfico se faz fiel ao literário eu não sei de fato declarar, entretanto, O Pássaro Pintado não é o melhor exemplo de retratação de eventos históricos fúnebres como o holocausto, já que, como já dito anteriormente, este não é seu foco primordial (pelo menos no filme), porém, digo que vale seu tempo o procurar e assistir, acompanhar a odisseia de uma criança perdida lutando autonomamente para voltar para sua casa.

    . A direção de filmagem de Václav Marhoul e a de fotografia de Vladimír Smutný criam um cenário monocromático característico extremamente elegante e venusto, com uma viva natureza presente na locação da película. O trabalho do cineasta Václav é algo interessante e cuidadoso que deve-se apreciar com calma, pois é sua condução deixa o filme muito bonito visualmente de assistir, e com certeza satisfatório. Recomendo a todos essa lastimável e certamente deprimente experiência.

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  • 🌿˖ ՚ 𝑆𝑖𝑐.𝐷𝑎𝑟𝑘𝑜— 𔘓

    . O remake Americano consegue ser muito fiel na ambientação, que é muito bom, já que isso também é importante para a película, de certa forma. A versão de 2007 é a de mais fácil acesso, já que encontra-se no YouTube.
    . 97 claramente têm uma fotografia muito mais quente e clara. (Eu acho) — Enquanto o remake, é consideravelmente mais esmaecido em tons justaposto ao de 2007.

    . Tenho Funny Games (Violência Gratuita) de Michael Haneke como referência em como um plano/enquadramento é muito importante para um filme, e como isso, quando bem usado claro, pode conversar com o espectador (indiretamente). Quem sabe até, mudar sua percepção sobre o trabalho. Pode ser uma péssima referência de fato, mas foi o primeiro trabalho que "consegui" ler, de fato algumas vezes, a intenção de algum plano em específico.
    . Haneke implica o ideia da intimidade com os abusadores justamente por meio de planos, geralmente mais fechados, como esse em questão, sendo o PP (primeiro plano), ou até mesmo o próprio plano fechado.
    . Primeiro plano, anulando com um desfoque muito mais bruto e perceptível no de 1997. O desfoque é uma tentativa de redirecionar sua atenção para outro ponto em questão na cena. Nesse grau do clássico, é quase forçando o espectador a perder a atenção no único ponto de agitação considerável que ocorre aos fundos.

    . Grande parte dos enquadramentos, ângulos e planos, têm seus "significados". Explorar bem estes com uma fotografia mais esmaecida pra mim, é atraente.

    Um exemplo (estranho) disso, é algumas cenas de A Serbian Film, que em alguns momentos, eu gostei muito da ambientação interna e da fotografia.

    *Citação a clássica cena do rastejo da loira**

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  • 🌿˖ ՚ 𝑆𝑖𝑐.𝐷𝑎𝑟𝑘𝑜— 𔘓

    Uma película brutal e atroz de se consumir, não falando no quesito gráfico, e sim, psicológico; com uma condução álgida e mais que impiedosa, certamente uma experiência para poucos, já que explora não apenas o testemunho como uma certa "compactuação" na violência que é, incansavelmente abordada nessa obra de maneiras curiosas.
    Entretanto o que se sucede nesse filme, não é como nos convencionais ao me pífio ponto de vista, é de uma forma inteligente e muito interessante, com a visível e significativa ausência de litros desnecessários de um sangue rubro e vibrante cujo é acompanhado ao mais puro sadismo e truculência, no  qual é cuspido em nossas tela para sanar, ou apaziguar um desejo sórdido.

    Haneke, por meio de determinados planos e enquadramentos —geralmente aqueles que implicam uma certa proximidade maior com os personagens; sendo por exemplo o primeiríssimo primeiro plano, ou apenas primeiro plano— e com diálogos descarados justapostos a troca de olhares furtivos ou de soslaio. É desta forma que o cineasta estabelece um certo tipo de relação direta e inegávelmente curiosa com o espectador.
    No qual ela, existe um considerável grau de cumplicidade. Michael, é mais que provocativo e cirúrgico neste trabalho, suscitando por várias e várias vezes o desconforto daquele que assiste  apenas pelo método da sonoplastia e do desvio de foco, do interesse do público em observar o seu mais aventalhado e perturbado prazer: a violência. Uma escolha interessante de trabalhar,  pra mim.

    Assim, ocasionalmente concentrando a atenção da câmera em pontos cegos e relativamente distantes da agitabilidade que se ocorre fora do nosso campo de visão, uma câmera fixa. Eventualmente nos deixando apenas cogitar e devanear o que está de fato seguindo, enquanto visualizamos apenas um plano médio assustadoramente dramático e estático, entretanto possuído por um alarido horrípilo.
    Desta forma, ele alfineta aquele que presencia mas não pode, de forma alguma, realizar algo para atenuar ou arrostar o que se passa na cena. —ou essa pessoa apenas não quer— Com este artifício sendo utilizado determinadas vezes, muitas coisas acabam ficando subentendidas, e como sequela, a sútil especulação  daquele que, apenas pode ouvir os sons.

    Que convenhamos, aos meus cegos olhos, é realmente mais instigante idealizar uma atrocidade do que vê-la diretamente, passando em minha tela num frenesi tonteante. É algo delicado de se entrar em questão, e esse não é o foco. As divagações truculentas que assolam a mente de margens atro do ser humano, superam muitas vezes o que seria verdadeiramente proposto numa película, cujo no qual têm o foco de ser um conteúdo visceral e destruidor.
    Violência Gratuita, é um ótimo exemplar de como uma obra cinematográfica não necessita necessariamente mostrar o horrípilo e o desumano  diretamente ao espectador para provocá-lo a lástima e a tetricidade sobre uma cena ou temática. Esse trabalho de Haneke, transmite facilmente a falsa sensação de esperança em atingir a paz diversas vezes. Mesmo que elas, tenham sido fugazes; que é justamente o que ocorre próximo ao seu findo.

    Algumas cenas mais  extensas comparada a outras ocorrem em locações gravadas em planos médios, ou americanos. Geralmente estes são mais lôbregos e carregados de uma dor e angústia mais visível, em consequência causa uma considerável estranheza e desconforto até onde se estendem, pelo silêncio tristonho que ressoa e a seriedade que esses momentos da película, abrigam.
    A dupla nívea de sádicos, no qual é responsável pelas atrocidades da película, também funcionam como um tipo de personificação da violência naquele universo. Isso se faz um fato quando ao atingir o findo que tanto alvejavam, eles partem, sem titubeio para outra residência não tão longínqua causar mais tormento e dor para outra família inócua e inerme daquela região. Isso facilmente fala-se por si só.

    Interpretando o que nos é oferecido no filme desta forma, é assim que Haneke nos diz, que nunca, jamais estaremos verdadeiramente safos de sofrer de um infausto agourento ou de uma desventura drástica e lúgebre, mesmo que recônditos de tudo e todos, no conforto aprazível e afável de nossas residências, tudo de ruim pode vir ao nosso encontro, inclusive de quem menos aguardamos.
    O elenco é um show de veracidade. Suas atuações são 'autênticos', expressões tão críveis, cruas demais. Elas realmente incitam o sentimento de uma compaixão profunda, puramente direcionada ao espectador que se faz testemunha das crueldades que são acometidas contra essa família. É doloroso vislumbrar suas faces adornadas de pavor e medo encararem a tela como num último anelo. Faces sorumbática contaminadas pelo tácito.

    (Inclusive, o conceito da expressão "a escolha de Sofia" acaba ocorrendo perto do fim)

    Violência Gratuita (Funny Games) é uma adorável e adocicada crítica ao estado transgressor que a nossa sociedade deixou-se chegar conforme os anos foram se sucedendo. Vivenciando todos os dias, desventuras de todos os tipos e gravidades possíveis ao sair de casa para realizar algo... somos cúmplices e reféns de uma sociedade cujo hoje em dia banaliza e atenua a violência, faz dela um fetiche, um passatempo, um gosto pessoal.
    O cinema de hoje, aborda essa temática específica das mais variadas formas possíveis, sendo um grande exemplo, este filme que tanto gosto e tenho um carinho. Ele critica e alfineta, abrindo uma indagação ao seu prólogo de como nós, nos fizemos tão patéticamente apáticos e satisfeitos consumindo uma obra, —seja ela literária, cinematográfica ou algo real— que trata de forma tão insensível o exício humano das formas mais diferentes e sádicas possíveis.

    Em minha opinião, vale muito a pena você tirar um pouco de seu tempo para ter essa experiência cinematográfica, para desfrutar do conceito e da maestria de condução de Michael Haneke. Mas apenas você, decidirá se deve ou não conferir esta película, afinal de contas, seu livre arbítrio existe.

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