João Bicalho

Woddy Allen encontrou o ator perfeito para os seus diálogos neuróticos! Boris Yelnikoff, interpretado por Larry David, é um hilário misantropo que tem o seu mundo invadido pela ingênua Melody (Evan Rachel Wood surpreendendo a platéia). As consequências dessa relação na vida dos que estão à volta do casal são um capítulo à parte. Lembra muito "Melhor é Impossível", é leve e divertido.

A trama é clichê e o filme como um todo é raso. A única explicação pra ter sido rodado é que o diretor (estreante) é filho do Ridley Scott e, logo, sobrinho do Tony Scott (in memorian). Ok, eles não são gênios do cinema, mas têm no currículo Blade Runner, Alien - o 8o passageiro e Amor à Queima Roupa...podiam dar umas dicas pro rapaz, já que produziram o filme. Ainda assim vale a pena ver Tony Soprano, digo, James Gandolfini e Melissa Leo acertando em cheio. A boa notícia é que a moça do Crepúsculo pode, quem diria, vir a tornar-se uma atriz em breve.

Como sempre, os melhores diálogos do cinema atual. Não tem o fascínio de Meia Noite em Paris, mas ainda sim é ótimo. Roberto Benigni, Ellen Page e o próprio W.A. (com a neurose habitual) em atuações honestas. Tem o mesmo clima de um dos últimos trabalhos do diretor, Wathever Works. Recomendo!