Joao

São tantos equívocos aqui que eu nem sei por onde começar...
A começar pelo protagonista, não tem como simpatizar com ele depois de tudo q ele fez - e continua fazendo. Sério, se a tentativa é fazer um novo Dexter vcs já falharam.
A segunda temporada simplesmente repete a mesma formula da primeira, apenas mudando algumas coisas e personagens. Ou seja, se manter no seguro.

Se vc quer um bom exemplo de como não aproveitar o potencial de seus personagens, aqui está um ótimo exemplo. Forty, Ellie, Delilah... todas poderiam ter sido desenvolvidas ao máximo para deixar a trama mais original e não tão próxima da formula da primeira temporada, mas isso não acontece de forma alguma, sendo todos mal aproveitados. O Forty, por exemplo, só serve pra tampar os furos da narrativa e servi de um coringa para diversas situações. Nada mais que isso. E eu nem quero falar da Candace que é completamente desperdiçada ao ponto de não mudar nada na história e que toma decisões completamente burras que nem mesmo fazem sentido. Qual sentido de você decidir se vingar de alguém sem ter nem mesmo um plano pra enfrentar à ameaça? Oi???

E sabe, chega uma hora que ver Joe fazendo as mesmas coisas sem ser afetado de nenhuma forma por seus erros cansa. Sem falar que é muita "encheção de linguiça", sendo que toda a temporada podia ser resumida na metade dos eps já que ninguém se preocupa em desenvolver os personagens.

As irmãs Ellie e Delilah, conseguiram mais minha empatia e preocupação do que qualquer outro personagem.

Vamos lá...
O filme não tem como público alvo homens, claramente. (Apesar de ser uma ótima forma de apresentar aos próprios homens como uma mlher encara um relacionamento abusivo). De uma maneira brilhante o longa consegue desenvolver esse enfrentamento constante na vida de muitas mulheres - principalmente aqui no Brasil, com tantos Feminicídios. O pano de fundo - relacionamento abusivos e a posição da mulher em meio a violência conjugal - é desenvolvido de forma bastante orgânica. Todo o potencial narrativo de suspense já é apresentado na cena de abertura. Para um homem, ver Cecilia fugindo é apenas o início do filme, mas para uma mulher ao ver aquilo... não, é um começo já bastante angustiante de como se sentir ameaçada a todo instante.
É interessante ver como tudo é pautado aqui, desde o medo; o olhar diante da mulher como "louca", "histérica"; até a forma particular que um homem entrevista uma mulher para uma proposta de emprego; o isolamento da vítima de seus amigos e familiares; o sempre apoio multo de um homem por outro homem; o discurso de culpabilização da vitima, todos esses pontos são bem amarados pelo roteiro.

Sim, ele tem alguns furos de roteiro que podem incomodar, não tem como se negar isso

Em resumo, O Homem Invisível é um ótimo filme de suspense para se entender o verdadeiro horror de um relacionamento abusivo e do que ele pode se tornar.

P.S: A sacada com a câmera como forma de se apresentar como o agressor é bem legal.

Apaixonado por um roteiro!!