Assisti só por causa da Megan Fox. Mesmo não sendo uma boa atriz tenho um carinho por ela que faz querer assistir qualquer filme em que ela esteja. Mas esse aqui, sinceramente, que zona! Nem sei se consigo detalhar bem todos os seus pontos negativos, mas o que, pra mim, mais se destaca são personagens péssimos, o ritmo exaustivo, a história zoneada, a confusão cronológica (a única amostra de passagem de tempo é o crescimento da filha da Megan) e um protagonista praticamente impossível de se simpatizar. Chegou uma hora em que eu tava torcendo pra terminar logo
Quando a mitologia do Homem Mariposa começa a ser explorada fica interessante, pois há uma boa construção de mistério, mas isso não impede o filme de se tornar chato e cansativo durante seu desenrolar. Toda a narrativa é bem lenta, as vezes até repetitiva, mostrando com uma montagem frenética e brega (estilo anos 2000 mesmo) um monte de coisas que ou já ficaram subentendidas ou poderiam ser mostradas de forma mais direta. Os personagens são bem blazés, assim como seus dramas, então pra mim foi difícil me importar com algum deles.
Aprecio o método clássico de contar histórias, focando mais em longos diálogos e construção de personagens. Esse filme é um ótimo exemplar disso. Fora, claro, a excelente performance de Bette Davis. Que atriz foda, mds!
Começa como um típico filme de mansão mal assombrada (aqui no caso é um castelo) com todos os clichês possíveis, mas imersivo graças ao design de produção foda e dos atores carismáticos. Agora da metade para o final o filme destrambelha total e vira uma bobalheira sobrenatural tão estúpida e infantil que chega a nos fazer revirar os olhos, com fantasminhas camaradas voando por aí e um CGI horrível pra piorar. Não há uma única cena minimamente tensa, nem assustadora, nem interessante. É só bobo e entediante mesmo.
Tobe Hooper dirigiu meu filme de terror favorito, então eu meio que tinha expectativas para esse... Que não foram atendidas. Acho que o maior ponto negativo são os personagens. Como na maioria dos slashers, eles são inconsequentes, chatos e sem noção, isso dificulta que eu goste ou me importe com eles, o que pra qualquer filme é um problema. Fora que algumas chances de criar cenas legais são desperdiçadas e acabam virando mais do mesmo. No mais, gostei da justificativa para eles serem caçados pelos assassinos, da ambientação do parque de diversões, que é bem legal e por mais que os personagens sejam ruins a narrativa é divertida.
Um elenco foda em uma trama que explora a despedida a um ente querido de maneira efetiva. Conflitos familiares, revelações, dramas reais, tudo tratado com seriedade e um pouquinho de acidez que dá um sabor ímpar à história. Eu adorei!
Um terror comédia em que só um gênero funciona. O terror, no caso, ou melhor, slasher. As cenas de gore são ótimas, bem brutais, cheias de sangue, do jeitinho que ser. Agora a comédia não funciona nenhum pouco. Todas as piadas são óbvias e batidas, que outros filmes com essa mesma premissa de troca de corpos já fizeram antes, e de maneira melhor. Achei forçado o fato de que os trejeitos femininos da protagonista se intensificam quando ela está no corpo do assassino. Como se um homem mais afeminado fosse parte do "humor". Mas algo que eu gostei muito foi a performance da Kathryn Newton. Ela manda muito bem em suas duas facetas; de garota tímida e desengonçada e de uma assassina fria e impiedosa. Foi, pra mim, o que fez o filme funcionar.
Diferentes concepções sobre justiça, certo e errado e poder entram em combate através de personagens interessantes que usam sua inteligência com maior arma. Um anime complexo e cheio de reviravoltas do início ao fim. Além de um entretenimento de qualidade também é uma ótima fonte de reflexões e questionamentos.
Tem números musicais ótimos, personagens femininas cativantes com interações divertidas, um humor que funciona e uma trama gostosinha de acompanhar, mesmo que clichê em alguns momentos... O que mais um gay pode querer de um filme? hahaha
Filme mais mamão com açúcar que eu já vi. Basicamente é uma sequência de sustinhos previsíveis que não levam a lugar algum. As personagens nunca ficam em perigo de verdade, mesmo depois de presenciarem eventos sobrenaturais continuam na casa como se nada tivesse acontecendo, o que só ressalta a burrice delas. Engraçado que inicialmente elas são até bem estabelecidas, não são completos esteriótipos de adolescentes, mas isso pouco importa porque suas atitudes são estúpidas. Até tem algumas boas ideias aqui, mas são desperdiçadas numa trama rasa e inofensiva. E pra piorar o final é digno de um filme infantil, chega a dar vergonha. Eu achava Annabelle uma personagem promissora no início mas agora acho só uma boneca feia qualquer com filmes meia boca.
Achei a premissa boba e até confusa em alguns momentos, como no ato final por exemplo, mas no geral o filme é bem divertido, começando pela ambientação nos anos 80, com figurinos coloridos e atmosfera empolgante. As cenas de ação são ótimas também apesar de não serem tão constantes como gostaríamos. A Mulher Leopardo rouba a cena sempre que aparece mas a própria Diana não fica atrás, sua personalidade como heroína implacável e mulher solitária são mais desenvolvidos aqui e sua relação com Steve é o coração dessa história. Esse foi o primeiro filme que assisti no cinemas depois de um bom tempo e valeu muito a pena.
Achei interessante a representação familiar de uma forma menos convencional. São pessoas sem nenhuma ligação sanguínea, em situação de extrema pobreza, unidas e cooperando mutuamente para garantir sua sobrevivência e criando laços afetivos. Isso nos traz alguns questionamentos do que significa ser uma família. Do que acreditamos ser com base na nossa criação e realidade. E é importante reavaliar nossas opiniões, sair da nossa zona de conforto e pensar sobre diversos temas a partir de outras perspectivas. Nesse ponto, o filme serve como uma boa base de reflexão. Porém acaba sendo uma experiência cansativa por causa da lentidão em que tudo é mostrado. Entendo que a proposta seria criar uma imersão do público naquele ambiente, mas são cenas longas que não acrescentam muita coisa, ou se acrescentam, são repetitivas e poderiam ter sido mais rápidas. Fora que os personagens tem atitudes egoístas e mesquinhas várias vezes e não dá pra justifica-las só pela situação difícil que vivem, pois é questão de caráter e bom senso acima de tudo. Isso acaba diminuindo a empatia que sentimos por eles. Assunto de Família é desnecessariamente inchado e monótono, com personagens complicados também, mas válido pelo que propõem.
Com bastante violência, batalhas sangrentas e um vilão impiedoso, essa animação consegue criar muito bem a atmosfera de fim do tempos que a história necessita. Vemos uma tropa de super-heróis - que são sinônimos de salvação e justiça - sendo trucidados um a um sem dó nem piedade. E com isso, o colapso do mundo se inicia. O que resta aos poucos que sobreviveram é carregar com si a culpa pelo massacre de seus companheiros, e numa ultima esperança, juntar suas forças e tentar derrotar Darkseid. É uma conclusão brutal e sombria para o ciclo da Liga da Justiça.
Duas inimigas da vida real exorcizando seus demônios numa trama tensa e angustiante sobre rivalidade, ódio, problemas familiares e frustrações. Sim! É tão bom quanto parece. (Bette Davis, aquele óscar era pra ter sido seu).
Uma paródia divertida e simpática de comédias românticas. Satiriza um por um todos os clichês desse gênero com um timing cômico que funciona na maior parte do tempo. Há umas sacadas bem legais que me tiraram um risinho, já outras são do tipo que só o roteirista achou engraçado. Acaba sendo previsível em vários momentos justamente por seguir a fórmula, mesmo trazendo mensagens de amor próprio e autossuficiência que não comuns nesse tipo de história. Mas Rebel Wilson, que aqui interpreta ela mesma mais uma vez, eleva o filme com seu carisma e jeitinho desbocado.
Quando nos deparamos com histórias semelhantes a essas em outros filmes, principalmente hollywoodianos, elas são retratadas de forma melodramática e emocionalmente apelativa, numa tentativa de emocionar o público com recursos baratos, porém A Despedida segue o caminho contrário. A roteirista e diretora Lulu Wang constrói seu filme com muita sensibilidade e honestidade retratando as dinâmicas familiares perante uma situação desoladora. Como alguém que já passou por isso em sua vida pessoal, ela conhece de perto as angustias de ver alguém que ama com uma doença possivelmente terminal e não poder fazer nada a respeito a não ser fingir que está tudo bem e guardar tudo para si. Inclusive, a abordagem dessa cultura chinesa é um dos grandes destaques. Acompanhamos esse difícil processo de adeus por uma perspectiva totalmente diferente. De primeira, podemos ter uma certa aversão a ideia de mentir para alguém que, em nossa opinião, merece saber a verdade sobre sua situação, mas conforme vamos nos adentrando naquela família e entendo suas relações, seus laços, suas convicções e as filosofias para tal atitude, percebemos que isso é, no fim das contas, um sacrifício coletivo para o bem de alguém especial. Algo que, aliás, todos nós entendemos muito bem, pois independente de nacionalidade, cultura, raça, religião e afins, todos passamos por algumas situações em nossas vidas em que temos que suportar dores e sofrimentos por pessoas que amamos. Com isso em mente, fica claro que apesar de todas as diferenças que nos separam, são atitudes altruístas como essa que nos tornam iguais como indivíduos. É um filme emocionante mas sem ser meloso. Fofo sem ser infantil. Divertido sem ser bobo. Profundo sem ser pretensioso. E que deixa um calor de aquecer o coração. A Despedida é maravilhoso
Enquanto a direção de arte cria uma estética deslumbrante com a fotografia, a paleta de cores saturadas, os cenários, figurinos e enquadramentos, o roteiro deixa a desejar em vários aspetos. A proposta aqui seria recontar o conto clássico com uma abordagem atual, dando maior ênfase na Maria e na Bruxa, e mostrando uma visão mais "feminista" de suas posições na sociedade daquela época, porém isso é trabalhado bem superficialmente. Nunca temos um direcionamento firme e direto sobre os temas que o filme quer abordar, apenas alguns diálogos aqui e ali com um pouco de criticismo. Os novos detalhes que são adicionados não mudam muita coisa na história, só tornam ela mais enrolada, e entediante principalmente, pois o ritmo do filme é bem lento (pra não dizer arrastado). Mas lento não do tipo que cria uma atmosfera ou clima de suspense, mas sim, chato mesmo. Tanto que a duração do filme é de pouco menos de uma hora e meia, mas a impressão que dá é de umas duas horas ou mais. Maria tem um personalidade apagada e sem ânimo, João pior ainda, então quem mais se destaca aqui é a Bruxa, interpretada por Alice Krige, que compõe várias camadas para sua personagem. Ela tem um ar acolhedor, gentil e simpático em alguns momentos, intimidador e assustador em outros, mas sempre com uma calmaria desconfortável e misteriosa ao seu redor, até, infelizmente, o roteiro boicotar ela no final com um plot twist desnecessário e estragar o pouco que havia sido construído até então.
The Lodge é um terror psicológico embasado em traumas, revolta, medo e desconfiança. Assim como outros filmes dessa nova leva, ele descarta convenções do gênero e aposta em uma trama mais lenta, trabalhando os conflitos de personagens que se veem confinados em um chalé durante fortes nevascas tendo que lidar com o clima de isolamento, com a inimizade entre eles e com uma série de acontecimentos estranhos que se desencadeiam. O roteiro constrói bem a ambiguidade da trama, dando pequenas pistas de que alguém pode ser o responsável por tudo aquilo ou que pode haver fatores sobrenaturais envolvidos, pelo menos até o final em que alguns plot twists são revelados e o filme abre mão de outros encaminhamentos mais interessantes que poderia tomar. Os cenários, a fotografia, os enquadramentos de câmera, a montagem e a trilha sonora são trabalhados com muita atenção e cuidado para dar ao filme uma estética marcante e torna-lo, no quesito técnico, excepcional. Porém, o grande destaque aqui é a atuação de Riley Keough. Sua personagem é uma mulher misteriosa, que de inicio se mostra doce e gentil, mas com o desenrolar da história nos deixa na dúvida sobre sua real natureza e o que pode estar escondido por trás de seus sorrisos simpáticos e olhar sereno. Riley desempenha seu papel com muita naturalidade e leveza, seja nos momentos mais calmos quanto nas cenas mais tensas. Ela simplesmente carrega o filme nas costas.
Nesse novo O Grito, o diretor une os principais elementos da franquia com os elementos do terror mainstream, numa tentativa de de fazer algo que respeite o material original e conquiste o publico mais jovem. Porém, ao seguir a fórmula de contar várias histórias não-lineares simultaneamente, ele acaba não desenvolvendo os personagens o suficiente para que nós nos afeiçoemos a eles. Isso também era o problema nos filmes anteriores, mas aqui é bem mais grave. São muitos personagens, muitas subtramas e pouquíssimo destaque para cada uma. O que é uma pena porque algumas são até interessantes, como a do casal inter-racial de idosos e a do casal de corretores imobiliários à espera do primeiro filho. Se o filme focasse em apenas uma, ou até mesmo duas, e trabalhasse bem cima delas, talvez pudéssemos nos envolver mais com o que está sendo apresentado. E pra piorar, a adição de jump scares mega previsíveis e clichês broxantes só tornam a narrativa ainda mais cansativa e genérica. Por outro lado, há algumas coisas boas. As cenas de gore são intensas, até dão aquele choque de desconforto. Há algumas sequências relativamente tensas, e o elenco se esforça em dar o melhor de si mesmo com o material limitado. Seguindo a sina dos remakes de terror e provando ainda mais a falta de criatividade de Hollywood, esse filme desperdiça não apenas o talento dos profissionais envolvidos mas também a chance de trazer algo novo e produtivo para a franquia
Apesar da premissa ser boa, a vontade do diretor de fazer deste filme o mais brutal possível acaba sendo o grande problema, pois ele pesa a mão em diversos momentos e acaba tornando o que deveria ser chocante em exagerado. Principalmente no que diz respeito ao assassino. Pelos depoimentos, os detetives e investigadores tentam pinta-lo como alguém extremamente inteligente, manipulando as autoridades e sempre com uma carta na manga, mas na prática ele é só um assassino amador impulsivo que se safa toda vez por conta da incompetência da polícia. Agora, em seus momentos de inspiração, o diretor consegue criar cenas bem tensas, como, por exemplo, a do primeiro assassinato e as cenas de tortura das vitimas. A junção de documentário com found footage é bem balanceada, nos fazendo ter visões bem distintas da história, e a edição, apesar de lenta em algumas partes, ajuda nisso. Vale ressaltar também algumas atuações muitos boas do elenco que mostram a total dedicação deles ao projeto. Não tinha muitas expectativas pra esse filme, mas mesmo assim senti um pouco de desapontamento, pois tinha potencial para ser bem melhor do que acabou sendo.
Assuntos relacionados a ufologia e terror são duas das minhas maiores paixões. Ambos em um filme filme só? Melhor ainda. E foi justamente por isso que me interessei por esse filme. Como todo bom filme de terror ele prepara bem o terreno com bastante suspense e um clima de mistério crescente até que a história comece a se desenrolar. Aqui temos um inimigo extraterrestre sem uma forma física definida que vai sugando as energias (ou cores) do local onde se instalou e modifica toda a vida ao seu redor, e uma vez que isso acontece, uma série de bizarrices e gore vão tomando conta. E nesse ponto o filme me conquistou. Me peguei super apreensivo sobre o que poderia acontecer em cada cena, e mais ainda, quando alguma mutação ou criatura nojenta aparecia. No fundo eu sabia como tudo aquilo iria acabar mais isso não me impediu de torcer pela protagonista e temer pelo seu fim. Já os demais personagens são chatos e pouco cativantes, mesmo que haja um certo um desenvolvimento para cada um. Outra coisa que me incomodou foi a estética; as cores e luzes que representam o alien são bonitas, dão um charme original ao filme e tal, mas a partir de certo ponto se tornam cansativas. Gostaria de ter visto mais do que aquele inimigo poderia fazer e menos extravagância de luzes. Faltou um pouco de dosagem nos elementos apresentados ou, no quesito humor, alterações, pois comigo não funcionou nenhum pouco. No mais, essa junção interessante, digo, "terror cósmico", tem um resultado satisfatório o suficiente para você dar uma chance.
Mesclando diferentes gêneros como comédia, drama e suspense em torno de uma história cuidadosamente elaborada, o filme fisga nosso interesse cada vez mais a cada ponto de virada da trama, e o que de início parecia ser algo simples vai ganhando contornos muito inteligentes. Mesmo que apreciado de forma superficial como um entretenimento passageiro, já é interessante e cativante por si só, agora quando paramos para refletir sobre os temas que ele aborda, passa a ser um incrível retrato de problemas universais. E o mais interessante é que isso é trabalhado de forma consciente, sem apontar o dedo para quem são os vilões ou mocinhos da história. Cada família parasita na outra de alguma forma; a pobre usando sua lábia para enganar os patrões e usufruir de uma vida mais confortável, e a rica usando seu status social e privilégios para usufruir egoistamente dos esforços de pessoas de classe baixa. Esse cenário pode ser visto em qualquer sociedade de qualquer lugar do mundo, porém de forma mais explicita em alguns, como aqui no Brasil, onde a desigualdade é o principal pilar social que impede nosso desenvolvimento e propaga a pobreza da grande massa. Parasita, pra mim, é o melhor filme de 2019 e um dos melhores da década.
Sou apaixonado pelo método do estúdio Ghibli e do Miyazaki de contar histórias. Suas narrativas são construídas de forma calma, contemplativa, dando destaque para acontecimentos comuns que ajudam a criar uma atmosfera convidativa. Com desenrolares imprevisíveis que te mantém atento a cada movimento, cada fala. A criação de mundo e personagens é ótima, a trilha sonora também. E é nítido toda a bagagem cultural de lendas e contos japoneses em cada filme, fora a rica criatividade dos artistas responsáveis. Princesa Mononoke é mais uma grande grande obra do estúdio. Possui todas as virtudes de seu catálogo de animes porém executadas de forma distinta. O que me chamou a atenção de imediato foram as cenas de violência explícita. Não é algo que eu esperava mas gostei, combinou com a proposta do filme e deu a ele um ar mais sério. A vilã não é unidimensional. Ela faz coisas ruins e tem ideologias cruéis mas também tem o seu lado bom ao acolher pessoas em situações difíceis e dar a elas um lar, ocupações, um chance de uma vida mais digna. Gosto quando antagonistas são assim. Mas o grande acerto do filme são as mensagens que ele passa. Uma critica a ganância do ser humano, sua sede inesgotável de poder e progresso que o torna capaz de atos horríveis, contra seus semelhantes e/ou, principalmente, contra a natureza. No fim das contas, destruição, morte e perdas insubstituíveis são a única garantia que temos ao trilhar esse caminho. Uma animação sensacional em todos os quesitos. Já é um dos meus favoritos.
Uma doce e emocionante história sobre o amor entre quatro irmãs e os diferentes rumos que suas vidas tomam ao decorrer dos anos. Grande elenco (com destaque para Saoirse Ronan e Florence Pugh) e grande direção de Greta Gerwig, que sabe conduzir a narrativa com toda a calma, delicadeza e cuidado necessários para nos envolver com a história e torcer pelas personagens e seus sonhos. Assim como o título, é um filme adorável.
Zeroville - A Vida em Hollywood
2.4 17 Assista AgoraAssisti só por causa da Megan Fox. Mesmo não sendo uma boa atriz tenho um carinho por ela que faz querer assistir qualquer filme em que ela esteja. Mas esse aqui, sinceramente, que zona! Nem sei se consigo detalhar bem todos os seus pontos negativos, mas o que, pra mim, mais se destaca são personagens péssimos, o ritmo exaustivo, a história zoneada, a confusão cronológica (a única amostra de passagem de tempo é o crescimento da filha da Megan) e um protagonista praticamente impossível de se simpatizar.
Chegou uma hora em que eu tava torcendo pra terminar logo
A Última Profecia
3.2 164 Assista AgoraQuando a mitologia do Homem Mariposa começa a ser explorada fica interessante, pois há uma boa construção de mistério, mas isso não impede o filme de se tornar chato e cansativo durante seu desenrolar. Toda a narrativa é bem lenta, as vezes até repetitiva, mostrando com uma montagem frenética e brega (estilo anos 2000 mesmo) um monte de coisas que ou já ficaram subentendidas ou poderiam ser mostradas de forma mais direta. Os personagens são bem blazés, assim como seus dramas, então pra mim foi difícil me importar com algum deles.
A Malvada
4.4 660 Assista AgoraAprecio o método clássico de contar histórias, focando mais em longos diálogos e construção de personagens. Esse filme é um ótimo exemplar disso. Fora, claro, a excelente performance de Bette Davis. Que atriz foda, mds!
A Casa Amaldiçoada
2.7 321 Assista AgoraComeça como um típico filme de mansão mal assombrada (aqui no caso é um castelo) com todos os clichês possíveis, mas imersivo graças ao design de produção foda e dos atores carismáticos. Agora da metade para o final o filme destrambelha total e vira uma bobalheira sobrenatural tão estúpida e infantil que chega a nos fazer revirar os olhos, com fantasminhas camaradas voando por aí e um CGI horrível pra piorar. Não há uma única cena minimamente tensa, nem assustadora, nem interessante. É só bobo e entediante mesmo.
Pague Para Entrar, Reze Para Sair
3.1 345Tobe Hooper dirigiu meu filme de terror favorito, então eu meio que tinha expectativas para esse... Que não foram atendidas. Acho que o maior ponto negativo são os personagens. Como na maioria dos slashers, eles são inconsequentes, chatos e sem noção, isso dificulta que eu goste ou me importe com eles, o que pra qualquer filme é um problema. Fora que algumas chances de criar cenas legais são desperdiçadas e acabam virando mais do mesmo. No mais, gostei da justificativa para eles serem caçados pelos assassinos, da ambientação do parque de diversões, que é bem legal e por mais que os personagens sejam ruins a narrativa é divertida.
A Despedida
3.4 33 Assista AgoraUm elenco foda em uma trama que explora a despedida a um ente querido de maneira efetiva. Conflitos familiares, revelações, dramas reais, tudo tratado com seriedade e um pouquinho de acidez que dá um sabor ímpar à história. Eu adorei!
Freaky: No Corpo de um Assassino
3.2 464Um terror comédia em que só um gênero funciona. O terror, no caso, ou melhor, slasher. As cenas de gore são ótimas, bem brutais, cheias de sangue, do jeitinho que ser. Agora a comédia não funciona nenhum pouco. Todas as piadas são óbvias e batidas, que outros filmes com essa mesma premissa de troca de corpos já fizeram antes, e de maneira melhor. Achei forçado o fato de que os trejeitos femininos da protagonista se intensificam quando ela está no corpo do assassino. Como se um homem mais afeminado fosse parte do "humor". Mas algo que eu gostei muito foi a performance da Kathryn Newton. Ela manda muito bem em suas duas facetas; de garota tímida e desengonçada e de uma assassina fria e impiedosa. Foi, pra mim, o que fez o filme funcionar.
Death Note (1ª Temporada)
4.6 780 Assista AgoraDiferentes concepções sobre justiça, certo e errado e poder entram em combate através de personagens interessantes que usam sua inteligência com maior arma. Um anime complexo e cheio de reviravoltas do início ao fim. Além de um entretenimento de qualidade também é uma ótima fonte de reflexões e questionamentos.
A Escolha Perfeita
3.8 1,6K Assista AgoraTem números musicais ótimos, personagens femininas cativantes com interações divertidas, um humor que funciona e uma trama gostosinha de acompanhar, mesmo que clichê em alguns momentos... O que mais um gay pode querer de um filme? hahaha
Annabelle 3: De Volta Para Casa
2.8 680 Assista AgoraFilme mais mamão com açúcar que eu já vi. Basicamente é uma sequência de sustinhos previsíveis que não levam a lugar algum. As personagens nunca ficam em perigo de verdade, mesmo depois de presenciarem eventos sobrenaturais continuam na casa como se nada tivesse acontecendo, o que só ressalta a burrice delas. Engraçado que inicialmente elas são até bem estabelecidas, não são completos esteriótipos de adolescentes, mas isso pouco importa porque suas atitudes são estúpidas.
Até tem algumas boas ideias aqui, mas são desperdiçadas numa trama rasa e inofensiva.
E pra piorar o final é digno de um filme infantil, chega a dar vergonha.
Eu achava Annabelle uma personagem promissora no início mas agora acho só uma boneca feia qualquer com filmes meia boca.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraAchei a premissa boba e até confusa em alguns momentos, como no ato final por exemplo, mas no geral o filme é bem divertido, começando pela ambientação nos anos 80, com figurinos coloridos e atmosfera empolgante. As cenas de ação são ótimas também apesar de não serem tão constantes como gostaríamos. A Mulher Leopardo rouba a cena sempre que aparece mas a própria Diana não fica atrás, sua personalidade como heroína implacável e mulher solitária são mais desenvolvidos aqui e sua relação com Steve é o coração dessa história.
Esse foi o primeiro filme que assisti no cinemas depois de um bom tempo e valeu muito a pena.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraAchei interessante a representação familiar de uma forma menos convencional. São pessoas sem nenhuma ligação sanguínea, em situação de extrema pobreza, unidas e cooperando mutuamente para garantir sua sobrevivência e criando laços afetivos. Isso nos traz alguns questionamentos do que significa ser uma família. Do que acreditamos ser com base na nossa criação e realidade. E é importante reavaliar nossas opiniões, sair da nossa zona de conforto e pensar sobre diversos temas a partir de outras perspectivas. Nesse ponto, o filme serve como uma boa base de reflexão. Porém acaba sendo uma experiência cansativa por causa da lentidão em que tudo é mostrado. Entendo que a proposta seria criar uma imersão do público naquele ambiente, mas são cenas longas que não acrescentam muita coisa, ou se acrescentam, são repetitivas e poderiam ter sido mais rápidas. Fora que os personagens tem atitudes egoístas e mesquinhas várias vezes e não dá pra justifica-las só pela situação difícil que vivem, pois é questão de caráter e bom senso acima de tudo. Isso acaba diminuindo a empatia que sentimos por eles.
Assunto de Família é desnecessariamente inchado e monótono, com personagens complicados também, mas válido pelo que propõem.
Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips
4.0 240 Assista AgoraCom bastante violência, batalhas sangrentas e um vilão impiedoso, essa animação consegue criar muito bem a atmosfera de fim do tempos que a história necessita. Vemos uma tropa de super-heróis - que são sinônimos de salvação e justiça - sendo trucidados um a um sem dó nem piedade. E com isso, o colapso do mundo se inicia. O que resta aos poucos que sobreviveram é carregar com si a culpa pelo massacre de seus companheiros, e numa ultima esperança, juntar suas forças e tentar derrotar Darkseid.
É uma conclusão brutal e sombria para o ciclo da Liga da Justiça.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraDuas inimigas da vida real exorcizando seus demônios numa trama tensa e angustiante sobre rivalidade, ódio, problemas familiares e frustrações. Sim! É tão bom quanto parece.
(Bette Davis, aquele óscar era pra ter sido seu).
Megarrromântico
3.1 565 Assista AgoraUma paródia divertida e simpática de comédias românticas. Satiriza um por um todos os clichês desse gênero com um timing cômico que funciona na maior parte do tempo. Há umas sacadas bem legais que me tiraram um risinho, já outras são do tipo que só o roteirista achou engraçado. Acaba sendo previsível em vários momentos justamente por seguir a fórmula, mesmo trazendo mensagens de amor próprio e autossuficiência que não comuns nesse tipo de história. Mas Rebel Wilson, que aqui interpreta ela mesma mais uma vez, eleva o filme com seu carisma e jeitinho desbocado.
A Despedida
4.0 298Quando nos deparamos com histórias semelhantes a essas em outros filmes, principalmente hollywoodianos, elas são retratadas de forma melodramática e emocionalmente apelativa, numa tentativa de emocionar o público com recursos baratos, porém A Despedida segue o caminho contrário. A roteirista e diretora Lulu Wang constrói seu filme com muita sensibilidade e honestidade retratando as dinâmicas familiares perante uma situação desoladora. Como alguém que já passou por isso em sua vida pessoal, ela conhece de perto as angustias de ver alguém que ama com uma doença possivelmente terminal e não poder fazer nada a respeito a não ser fingir que está tudo bem e guardar tudo para si. Inclusive, a abordagem dessa cultura chinesa é um dos grandes destaques. Acompanhamos esse difícil processo de adeus por uma perspectiva totalmente diferente. De primeira, podemos ter uma certa aversão a ideia de mentir para alguém que, em nossa opinião, merece saber a verdade sobre sua situação, mas conforme vamos nos adentrando naquela família e entendo suas relações, seus laços, suas convicções e as filosofias para tal atitude, percebemos que isso é, no fim das contas, um sacrifício coletivo para o bem de alguém especial. Algo que, aliás, todos nós entendemos muito bem, pois independente de nacionalidade, cultura, raça, religião e afins, todos passamos por algumas situações em nossas vidas em que temos que suportar dores e sofrimentos por pessoas que amamos. Com isso em mente, fica claro que apesar de todas as diferenças que nos separam, são atitudes altruístas como essa que nos tornam iguais como indivíduos.
É um filme emocionante mas sem ser meloso. Fofo sem ser infantil. Divertido sem ser bobo. Profundo sem ser pretensioso. E que deixa um calor de aquecer o coração.
A Despedida é maravilhoso
Maria e João: O Conto das Bruxas
2.6 528Enquanto a direção de arte cria uma estética deslumbrante com a fotografia, a paleta de cores saturadas, os cenários, figurinos e enquadramentos, o roteiro deixa a desejar em vários aspetos. A proposta aqui seria recontar o conto clássico com uma abordagem atual, dando maior ênfase na Maria e na Bruxa, e mostrando uma visão mais "feminista" de suas posições na sociedade daquela época, porém isso é trabalhado bem superficialmente. Nunca temos um direcionamento firme e direto sobre os temas que o filme quer abordar, apenas alguns diálogos aqui e ali com um pouco de criticismo. Os novos detalhes que são adicionados não mudam muita coisa na história, só tornam ela mais enrolada, e entediante principalmente, pois o ritmo do filme é bem lento (pra não dizer arrastado). Mas lento não do tipo que cria uma atmosfera ou clima de suspense, mas sim, chato mesmo. Tanto que a duração do filme é de pouco menos de uma hora e meia, mas a impressão que dá é de umas duas horas ou mais.
Maria tem um personalidade apagada e sem ânimo, João pior ainda, então quem mais se destaca aqui é a Bruxa, interpretada por Alice Krige, que compõe várias camadas para sua personagem. Ela tem um ar acolhedor, gentil e simpático em alguns momentos, intimidador e assustador em outros, mas sempre com uma calmaria desconfortável e misteriosa ao seu redor, até, infelizmente, o roteiro boicotar ela no final com um plot twist desnecessário e estragar o pouco que havia sido construído até então.
O Chalé
3.3 723 Assista AgoraThe Lodge é um terror psicológico embasado em traumas, revolta, medo e desconfiança.
Assim como outros filmes dessa nova leva, ele descarta convenções do gênero e aposta em uma trama mais lenta, trabalhando os conflitos de personagens que se veem confinados em um chalé durante fortes nevascas tendo que lidar com o clima de isolamento, com a inimizade entre eles e com uma série de acontecimentos estranhos que se desencadeiam.
O roteiro constrói bem a ambiguidade da trama, dando pequenas pistas de que alguém pode ser o responsável por tudo aquilo ou que pode haver fatores sobrenaturais envolvidos, pelo menos até o final em que alguns plot twists são revelados e o filme abre mão de outros encaminhamentos mais interessantes que poderia tomar.
Os cenários, a fotografia, os enquadramentos de câmera, a montagem e a trilha sonora são trabalhados com muita atenção e cuidado para dar ao filme uma estética marcante e torna-lo, no quesito técnico, excepcional.
Porém, o grande destaque aqui é a atuação de Riley Keough. Sua personagem é uma mulher misteriosa, que de inicio se mostra doce e gentil, mas com o desenrolar da história nos deixa na dúvida sobre sua real natureza e o que pode estar escondido por trás de seus sorrisos simpáticos e olhar sereno. Riley desempenha seu papel com muita naturalidade e leveza, seja nos momentos mais calmos quanto nas cenas mais tensas. Ela simplesmente carrega o filme nas costas.
O Grito
1.9 331 Assista AgoraNesse novo O Grito, o diretor une os principais elementos da franquia com os elementos do terror mainstream, numa tentativa de de fazer algo que respeite o material original e conquiste o publico mais jovem.
Porém, ao seguir a fórmula de contar várias histórias não-lineares simultaneamente, ele acaba não desenvolvendo os personagens o suficiente para que nós nos afeiçoemos a eles. Isso também era o problema nos filmes anteriores, mas aqui é bem mais grave.
São muitos personagens, muitas subtramas e pouquíssimo destaque para cada uma. O que é uma pena porque algumas são até interessantes, como a do casal inter-racial de idosos e a do casal de corretores imobiliários à espera do primeiro filho. Se o filme focasse em apenas uma, ou até mesmo duas, e trabalhasse bem cima delas, talvez pudéssemos nos envolver mais com o que está sendo apresentado.
E pra piorar, a adição de jump scares mega previsíveis e clichês broxantes só tornam a narrativa ainda mais cansativa e genérica.
Por outro lado, há algumas coisas boas. As cenas de gore são intensas, até dão aquele choque de desconforto. Há algumas sequências relativamente tensas, e o elenco se esforça em dar o melhor de si mesmo com o material limitado.
Seguindo a sina dos remakes de terror e provando ainda mais a falta de criatividade de Hollywood, esse filme desperdiça não apenas o talento dos profissionais envolvidos mas também a chance de trazer algo novo e produtivo para a franquia
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 372Apesar da premissa ser boa, a vontade do diretor de fazer deste filme o mais brutal possível acaba sendo o grande problema, pois ele pesa a mão em diversos momentos e acaba tornando o que deveria ser chocante em exagerado. Principalmente no que diz respeito ao assassino. Pelos depoimentos, os detetives e investigadores tentam pinta-lo como alguém extremamente inteligente, manipulando as autoridades e sempre com uma carta na manga, mas na prática ele é só um assassino amador impulsivo que se safa toda vez por conta da incompetência da polícia.
Agora, em seus momentos de inspiração, o diretor consegue criar cenas bem tensas, como, por exemplo, a do primeiro assassinato e as cenas de tortura das vitimas. A junção de documentário com found footage é bem balanceada, nos fazendo ter visões bem distintas da história, e a edição, apesar de lenta em algumas partes, ajuda nisso. Vale ressaltar também algumas atuações muitos boas do elenco que mostram a total dedicação deles ao projeto.
Não tinha muitas expectativas pra esse filme, mas mesmo assim senti um pouco de desapontamento, pois tinha potencial para ser bem melhor do que acabou sendo.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 348Assuntos relacionados a ufologia e terror são duas das minhas maiores paixões. Ambos em um filme filme só? Melhor ainda. E foi justamente por isso que me interessei por esse filme. Como todo bom filme de terror ele prepara bem o terreno com bastante suspense e um clima de mistério crescente até que a história comece a se desenrolar.
Aqui temos um inimigo extraterrestre sem uma forma física definida que vai sugando as energias (ou cores) do local onde se instalou e modifica toda a vida ao seu redor, e uma vez que isso acontece, uma série de bizarrices e gore vão tomando conta. E nesse ponto o filme me conquistou. Me peguei super apreensivo sobre o que poderia acontecer em cada cena, e mais ainda, quando alguma mutação ou criatura nojenta aparecia. No fundo eu sabia como tudo aquilo iria acabar mais isso não me impediu de torcer pela protagonista e temer pelo seu fim. Já os demais personagens são chatos e pouco cativantes, mesmo que haja um certo um desenvolvimento para cada um.
Outra coisa que me incomodou foi a estética; as cores e luzes que representam o alien são bonitas, dão um charme original ao filme e tal, mas a partir de certo ponto se tornam cansativas. Gostaria de ter visto mais do que aquele inimigo poderia fazer e menos extravagância de luzes. Faltou um pouco de dosagem nos elementos apresentados ou, no quesito humor, alterações, pois comigo não funcionou nenhum pouco.
No mais, essa junção interessante, digo, "terror cósmico", tem um resultado satisfatório o suficiente para você dar uma chance.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraMesclando diferentes gêneros como comédia, drama e suspense em torno de uma história cuidadosamente elaborada, o filme fisga nosso interesse cada vez mais a cada ponto de virada da trama, e o que de início parecia ser algo simples vai ganhando contornos muito inteligentes. Mesmo que apreciado de forma superficial como um entretenimento passageiro, já é interessante e cativante por si só, agora quando paramos para refletir sobre os temas que ele aborda, passa a ser um incrível retrato de problemas universais. E o mais interessante é que isso é trabalhado de forma consciente, sem apontar o dedo para quem são os vilões ou mocinhos da história.
Cada família parasita na outra de alguma forma; a pobre usando sua lábia para enganar os patrões e usufruir de uma vida mais confortável, e a rica usando seu status social e privilégios para usufruir egoistamente dos esforços de pessoas de classe baixa. Esse cenário pode ser visto em qualquer sociedade de qualquer lugar do mundo, porém de forma mais explicita em alguns, como aqui no Brasil, onde a desigualdade é o principal pilar social que impede nosso desenvolvimento e propaga a pobreza da grande massa.
Parasita, pra mim, é o melhor filme de 2019 e um dos melhores da década.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraSou apaixonado pelo método do estúdio Ghibli e do Miyazaki de contar histórias. Suas narrativas são construídas de forma calma, contemplativa, dando destaque para acontecimentos comuns que ajudam a criar uma atmosfera convidativa. Com desenrolares imprevisíveis que te mantém atento a cada movimento, cada fala. A criação de mundo e personagens é ótima, a trilha sonora também. E é nítido toda a bagagem cultural de lendas e contos japoneses em cada filme, fora a rica criatividade dos artistas responsáveis.
Princesa Mononoke é mais uma grande grande obra do estúdio. Possui todas as virtudes de seu catálogo de animes porém executadas de forma distinta. O que me chamou a atenção de imediato foram as cenas de violência explícita. Não é algo que eu esperava mas gostei, combinou com a proposta do filme e deu a ele um ar mais sério. A vilã não é unidimensional. Ela faz coisas ruins e tem ideologias cruéis mas também tem o seu lado bom ao acolher pessoas em situações difíceis e dar a elas um lar, ocupações, um chance de uma vida mais digna. Gosto quando antagonistas são assim.
Mas o grande acerto do filme são as mensagens que ele passa. Uma critica a ganância do ser humano, sua sede inesgotável de poder e progresso que o torna capaz de atos horríveis, contra seus semelhantes e/ou, principalmente, contra a natureza. No fim das contas, destruição, morte e perdas insubstituíveis são a única garantia que temos ao trilhar esse caminho.
Uma animação sensacional em todos os quesitos. Já é um dos meus favoritos.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraUma doce e emocionante história sobre o amor entre quatro irmãs e os diferentes rumos que suas vidas tomam ao decorrer dos anos. Grande elenco (com destaque para Saoirse Ronan e Florence Pugh) e grande direção de Greta Gerwig, que sabe conduzir a narrativa com toda a calma, delicadeza e cuidado necessários para nos envolver com a história e torcer pelas personagens e seus sonhos. Assim como o título, é um filme adorável.