Júnior

Talvez eu vá muito na contramão de muitas opiniões aqui, porém eu absolutamente AMEI o filme. Vou relatar também o que gostei e o que não gostei na produção. Não sou crítico, nem faço crítica por hobby. Tudo o que escrever aqui é pela visão de um consumidor leigo.

Eu não acho que necessariamente um filme de ficção deve explicar o monstro ou se proposito naquele lugar. Temos inúmeros filmes modernos em que o mostro não é explicado e ainda assim não faz com que gostemos menos deles.
Eu confesso que quando assisti Ameaça Profunda imediatamente eu lembrei da trilogia Cloverfield 10, por todo esse aspecto de fazer mais perguntas que responder que o filmes possuem.
Eu também acho incrível isso de explorar o fundo do mar sem envolver tubarões, o que quase ficou um clichê chato e que a gente sempre acaba sabendo para onde o enredo irá nós levar mesmo nos primeiros minutos de filme.
Acho que esse aspecto mais dramático que temos em dois momento desse filme condiz muito com o todo, porém, acho que não foi a melhor decisão uma vez que muitas coisas nesse filme ficam meio que pela metade.
Eu simplesmente odeio essa iluminação obscura que faz com que a gente não enxergue nada que esta acontecendo na cena.
Devo admitir também que a quantidade de personagens para o filme foi um erro porque não temos mortes suficientes, não temos o mostro por sí só o suficiente e o filme meio que se torna um drama dentro da ficção científica com uma pitada de terror. Acredito que o diretor quis fazer muitas abordagens em um único filme de 1h30 de duração.

Esse tipo de temática seria ideal para no mínimo dois filmes, ou até mesmo uma trilogia, onde há espaço de desenvolver personagens, ambientes e vilão.

PS: A Kristen está fantástica nesse filme, eu amei sua atuação. Para quem curte ela, mesmo com muita gente odiando, indico um filme de drama em que ela está chamado Clouds of Sils Maria

É um filme que talvez mate dois coelhos com uma paulada só. Ele constrói toda a identidade da Cléo ao mesmo tempo que contextualiza o México de 70 com suas tensões políticas e acidentes naturais.
É um incrível filme, um dos melhores do ano. Extremamente sensível e vulnerável do jeito que Cuaron sabe bem fazer.
Talvez a coisa que mais me tenha deixado incomodado foi o fato que há elementos claros ali que foram postos para que o filme se tornasse uma obra cult e ganhasse reconhecimento.

Ontem revi esse filme pelo simples fato de que não lembrava bem dele, pois tinha assistido uma única vez lá em 2006/2007, pouco tempo depois de ter chegado aos DVDs. Esse filme é uma experiência bem dolorosa, sabe? Em diversos aspectos. Seja pela o que o Ennis perdeu (e nós tivemos noção do quão era real) ou pelo fato deles terem vivido sempre à sombra, o que pode ser ainda mais triste uma vez que te obriga a ser quem você não é. Para mim, quando o Ennis vai visitar a casa dele e encontra a camisa é o ápice do drama.