Júlio César

Não tenho medo de dizer que Chernobyl foi a melhor série que assisti na vida, nada me tocou e me incomodou tanto, pesado levar um tapa na cara de uma realidade tão cruel vivida por essas pessoas. As mentiras, negligência e orgulho da tirania da antiga União Soviética poderiam ter causado o fim do continente europeu e muita outras milhares vidas. Não quero aqui analisar tecnicamente a série, que pra mim, é um esplendor em todos os sentidos e nem mesmo me aprofundar no quão bárbaro foi esse "acidente". Mas vale relembrar e fazer uma menção honrosa a todos guerreiros e guerreiras que lutaram e amenizaram os efeitos dessa catástrofe, deram suas vidas para salvar tantas outras, pensaram no próximo. Por fim meus camaradas a verdade prevalece e a mentira nunca, nunca vai triunfar.

Hanna me conquistou por sua simplicidade, é muito gostoso acompanhar o seu desenvolvimento e descoberta, que quebra toda frieza estimulada por sua projetada natureza anormal. Ela foi treinada e preparada para se tornar uma maquina mortal, para não se render aos prazeres da vida... como correr, dançar, comer, se relacionar e viver a vida como qualquer outra pessoa normal. Mas posso te adiantar que a Hanna é como eu e você, simplesmente não aceitando a realidade imposta, almejando a descoberta, a verdade, evoluindo e aprendendo com seus erros e acertos, com isso se tornando uma pessoa melhor. Veja bem, não existe normal ou anormal, somos diferentes.. cada um com sua peculáriedade, com seu fardo e sua história. A história da Hanna é dura e triste,mas não a impediu de seguir em frente, de ir em busca de respostas, de valorizar e ser grata por todos que cruzaram seu caminho e a ensinaram, de uma forma boa ou ruim, a se tornar uma pessoa melhor. A serie é incrível, equilibrada, bem produzida e com atores carismáticos e convincentes, Hanna pra mim foi uma grata surpresa!

É interessante ver de uma perspectiva diferente a trajetória de Bonnie e Clyde, sempre foram tratados como heróis em alguns contos e histórias. É como o Robin Hood "tirar dos ricos para dar aos pobres" mas sem justificar os meios para os seus fins. De qualquer forma encaramos a realidade e percebemos que nessa caçada não tem final feliz, todos saem perdendo. E confesso que fiquei chocado por ser tratar de uma historia real e me deparar com o fã clube desses dois assassinos, isso é surreal. Acredito que a Estrada Sem Lei cumpre com seu papel, Frank e Many são uma dupla que se completa, um frio e calculista e outro sentimental e arrependido por tudo que fizeram no passado. O drama é policial mas senti falta da dupla antagonista, algum dialogo talvez? Algo que justificasse toda aquela carnificina. O que despertou o lado primitivo que todos nós seres humanos temos? Todos temos justificativas para fazermos o que fazemos se é certo ou errado? não importa, devemos arcar com as consequências. A vida em um momento vai nos emboscar e cobrar por cada ato que cometemos. E ai ... "MANOS ARRIBA!"