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Últimas opiniões enviadas

  • Kalinca

    Que filme! Eu amei cada segundo, da abertura ate o ultimo frame. A diretora/roteirista fez um excelente trabalho em contar essa história que toca em um assunto tão polemico e delicado, sem usar clichês. Seria muito fácil cair em armadilhas e dramatizar demais a situação (cof cof Unpregnant). Também gostei que o ponto de vista fica bem claro, mas sem muita pregação. O filme me tocou muito, pela simplicidade do roteiro - sem muito diálogo - e o realismo das situações e procedimentos. As atrizes também arrasaram, atuações orgânicas e condizentes com a idade das personagens, as atrizes passaram uma amplitude extraordinária de emoções com pouquíssimo dialogo, perfeitas!
    As cenas na clínica - todas elas - são tão naturais que pareciam saídas de um documentário. A amizade entre as primas também me emocionou muito, apesar do pouco dialogo deu pra ver que elas tem uma relação muito próxima e especial. A lealdade da Skyler, que ficou e enfrentou cada obstáculos com a Autumn sem nunca exigir nada em troca ou jogar na cara. Ela foi muito compreensiva, com tudo que a prima estava lidando, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Sem a Autumn pedir, ela ajudou a conseguir dinheiro, fazer as malas, arranjar uma desculpa para as famílias e ainda a acompanhou durante todo o procedimento.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Quando a Autumn manda a Skyler fuck-off e ela some por alguns minutos e depois elas se encontram no banheiro e ta tudo bem entre elas… Ai, que cena linda, um retrato verdadeiro da amizade feminina. Depois quando a Skyler desaparece com o rapaz do ônibus deixando a Autumn sozinha com a mala, eu fiquei apavorada de acontecer o pior! Ainda bem que a roteirista não optou pela tragédia - a jornada já estava sendo difícil por sí só.
    Quero comentar também sobre o papel dos homens na história, a presença masculina no filme me impactou muito pois, como mulher, a atmosfera de hostilidade presente no filme é extremamente familiar. Todas as figuras masculinas foram retratadas de forma realista, desde os meninos da escola, ao supervisor do trabalho e o pai (toda mulher conhece pelo menos um homem que se comporta como os do filme). Apesar disso não existe um vilão na história, um antagonista tentando sabotar a jornada das meninas por um abordo seguro. Mas a partir do momento que elas chegam a NY tudo é muito tenso, mesmo sem conflitos e agressões diretas. O menino do ônibus me preocupou muito, é um exemplo clássico de como os homens não tem noção nenhuma do quão assustadores eles podem parecer, mesmo quando a intenção pode ser boa. A gente nunca tem certeza, é sempre um risco dar abertura.
    Me quebrou o coração que elas precisaram recorrer a ele para conseguir dinheiro para ir embora. Torci para que elas ligassem pra casa ou para a assistente social, mas enfim... A cena que elas seguram as mãos no pilar da rodoviária me emocionou muito, fora o alívio de ver que a Skyler não tinha sido morta e estuprada.


    Tudo que a diretora/roteirista optou por não expandir é o que justamente trás a sensação de que o filme poderia ser um documentário… A cena final delas voltando pra casa, sugere que a vida continua e que essas pessoas realmente existem em algum lugar.

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  • Kalinca

    Fiquei muito desconfortável, mas também ri e chorei. Concordo que pode ser perturbador visualmente em algumas cenas, mas pra mim, é mais perturbador saber que retrata a realidade. Eu não vi maldade no filme e sai dele satisfeita com a conclusão que ele chegou.

    Existe uma exploração dos corpos femininos, e ainda na infância nós meninas percebemos que existe uma atenção desproporcional sobre nosso corpo, mas pela pouca idade, informação e comunicação, temos dificuldade de entender os limites que precisam existir para preservarmos nossa segurança e autonomia sobre ele. Essa ingenuidade, coloca meninas em algumas situações complicadas e muitas vezes perigosas. O filme não toma o rumo mais perigoso e trágico que poderia, no lugar ele decide refletir como tudo isso pode influenciar na vida de uma garota.

    No caso da Amy, que vêm de uma cultura afro-muçulmana - onde a mulher deve total obediência e servitude ao marido, mas esta crescendo e florescendo na França do século 21 - com a crescente onda feminista e emancipação sexual feminina. O corpo dela esta sendo co-optado por essas duas narrativas opostas, mas igualmente opressoras.

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    A familia e a religião dizem que ela só existe para servir ao homem. E ela tem um exemplo claro dessa realidade na mãe, e em tudo que ela esta tendo que engolir para se enquadrar nesse ideal feminino de servitude. Por isso é compreensível que a narrativa oposta, da liberdade através da música e da dança e a atenção que essas coisas trasem, seja desesperadamente atrativa pra ela nesse momento. E eu acho que muitas das meninas que decidem por si mesmas a se exporem dessa forma, partem de lugares comuns como esse - fugindo de uma opressão caem em outra igualmente perigosa para autonomia de seus corpos.

    Mas no final, pra mim, ficou claro que a obsessão com as colegas e a competição era mais uma válvula de escape, a experiência que ela precisava vivenciar pra compreender que não existem apenas duas possibilidades de existir. Ela percebeu ali no meio do palco que nada daquilo, que ela passou o filme todo correndo atrás, era o que preencheria o vazio q ela estava sentindo pela situação em casa. E a cena final, da mãe defendendo-a da tia, acordou a Amy desse transe desesperado em que ela estava, e mostrou que ela não precisa decidir nada agora, que a mãe dela esta do lado dela, e que no fim vai ficar tudo bem!

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  • Kalinca

    Confusão é a melhor palavra pra descrever como me senti assistindo esse filme.
    Com certeza ele referencia coisas que vão além do meu repertório e por tanto talvez eu jamais o entenda completamente.
    Alguns dos temas que eu identifiquei no filme foram: arrependimento - tudo aquilo que podia ter sido e não foi; o tempo, o envelhecimento e a inevitabilidade da morte. Mas o tema que me pegou de surpresa e me tirou o fôlego por cair muito proximo de algo que ja me passou pela cabeça: Nós absorvemos tudo que consumimos, e essas coisas se tornam parte de quem somos, a ponto de influenciar nossa percepção da realidade. Uma fala do filme que sumariza bem: 'A maioria das pessoas são outras pessoas. Seus pensamentos são as opiniões de outra pessoa. Suas vidas são um mimetismo. Suas paixões são uma citação.'
    Como a gente sabe quem a gente realmente é, quando a gente vive no limiar entre a realidade e a fantasia?

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    Quando a Lucy entra no quarto de infância do Jake, com montanhas de livros e filmes que fazem referencia a varias conversas que rolaram ao longo do filme, pra mim ficou a impressão de que o Jake é a personificação de tudo isso. Ele viveu uma vida inteira nesse limiar, projetando uma vida fantasiosa em vez de experienciar a realidade e tomar atitudes para concretizar seus sonhos e vontades. Ele chegou na velhice deslocado, inseguro e insuficiente, e provavelmente morreu naquele carro, arrependido de não ter aproveitado melhor a vida.


    Enfim, esses foram os primeiros pensamentos que tive durante e após assistir ao filme uma única vez.
    Sobre o Kaufman, eu não tenho muito a dizer, dos filmes dele como diretor esse é o primeiro que eu assisto, como roteirista esse é o terceiro (Adaptação + Brilho Eterno). Acho que ele tem muitos méritos, justamente por ter uma linguagem e visão completamente única e reconhecidamente pessoal. Não acho justo alguém dizer que o trabalho dele é ruim, porque claramente esta longe de ser mal pensando ou executado. Apenas acho que seja para poucos, para aqueles que não tem preguiça de ficar horas pensando no que assistiu ou pesquisar e consumir material adicional para entender as nuances das narrativas que ele constrói. Como pinturas do movimento surrealista, os filmes do Kaufman tem a mesma qualidade, são estranhos para quem vê de fora, mas lotados de simbolismos e significados, mas também podem ser espelhos que refletem o que o espectador quiser projetar.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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