O filme é tão lindo, tão deslumbrante, tão envolvente, que eu perdoo tudo. Incluindo uma certa obviedade no roteiro. A parte em que os dois protagonistas estão no quarto de hotel, o colar de diamantes de Frances sendo a única coisa se destacando no escuro, a promessa de uma beleza infinita, foi uma das cenas mais lindas que já vi no cinema.
Muitas camadas de rosa e de ironia. Barbie é um produto completo do pós-modernismo, que sabe rir de si mesmo com elegância e sensibilidade. Quando vemos a protagonista falando sobre a sua condição de boneca esteriotipada, vemos uma dupla camada: a do esforço da personagem em encarar essa limitação, e a da estrutura da metalinguagem, que se percebe enquanto meta e que mais uma vez ironiza nesse formato. É um filme inteligente, bonito, com atuações excelentes e edição na medida. Hype merecedíssimo. A maior prova de que ele funciona é que gerou reações apaixonadas, como perfeito produto de nossa época. É quase tocante ver gente reclamando que queria um musical fofinho. Bem, as versões infantis da personagem estão aí, quase tão numerosas quanto as versões da boneca. Esse é um filme para adultos, e os adultos do século XXI estão embriagados de sarcasmo e nostalgia. Estranhamente ou não, acho que os executivos da Mattel ficaram um pouco plásticos demais, senti um leve cansaço nas cenas com eles. Mas a cena em que o Ken descobre o patriarcado do mundo real é simplesmente fabulosa. Foi uma experiência muito boa estar numa sala do cinema lotada, risadas por todo o lado, aplausos depois do filme. Cinema irreverente como deve ser.
Um dos finais mais vergonha alheia que já vi na minha vida. Não é porque é um filme de entretenimento que precisa esbanjar tanta pobreza narrativa. Eu só fiquei pensando no tanto de dinheiro gasto pra fazer todos os efeitos especiais e figurinos, realmente, é a pior versão de branca de neve de todas!
Este filme é um prato cheio para discutir o cafona. Porque se você não insere ele no contexto do que veio depois, sem considerar que ele foi pressuposto dessa estética glamourizada de Manhattan e dos anos 80 em geral, fica parecendo que ele esta repetindo uma formula manjada, e não e nada disso. Comecei me segurando para não rir da "seduzência" toda, mas depois me dei conta da metáfora riquíssima que ele faz da submissão da arte as leis do mercado, que tem uma virada crítica justamente nos anos 80 (pra quem quiser saber do que estou falando, recomendo o doc Hypernormalisation), e aí o filme ganhou outra proporção. Creio que em alguma medida a produção também estava ciente dessa metáfora, ou não teria inserido a cena da vernissage da maneira que o fez. Gostaria que algumas cenas tivessem sido mais longas, teria sido melhor para trabalhar algumas coisas. A parte disso, uma vez que não se romantize a historia, como creio que a escolha do final sugere, e as cenas de abuso ficam bem mais compreensíveis no enredo. Cafona pra caralho, e bem sexy também.
Gente, que bagunça maravilhosa! Acho que Anna Biller ambicionou bastante, fez um jogo arriscado, e que no fim deu bastante certo. Combinar as atuações exageradas e os diálogos repletos de chavões com a estética retrô e cenários coloridos criou uma atmosfera bem particular. Uma sátira perfeita de todos os clichês sobre a sexualidade feminina, sem ignorar a perversidade inerente à figura do guru religioso. Eu amei tudo, desde a elevação da femme fatale até o inverosímel, passando pelos silêncios e vazios das cenas e as cores saturadas . Para mim não sobrou nada, as cenas arrastadas tem um propósito muito bem calculado. Gostei muito da maneira que a Elaine percebeu que a sua arte é a grande bruxaria, subvertendo completamente o motivo de estar sempre em busca de um grande amor. Em resposta a superficialidade do artista em busca das musas, do guru em busca de um harém e da instituição policial em busca da eliminação de um mundo atravessado pelo mágico ou obscuro, Elaine oferece uma narrativa que também é autocentrada e egoica, mas bem mais atraente.
Não dá para saber como se sentir no filme, ele deixa algumas coisas soltas, porque o começo dá a entender que a questão dos remédios vai ser mais discutida, e além disso sempre me incomoda a musiquinha emocionante no momento emocionante, acho que é inevitável nesse tipo de filme. Mas acho que os personagens fluíram bem e gostei muito da
Delicado e único, a aura desse filme me passa uma sensação de limpeza, assim como Luhli e Lucina descrevem seu retorno da fazenda após sete anos de retiro. Um documentário importante para trazer relevo a essas duas mulheres fantásticas da música nacional. Embora seja um pouco longo, acredito que foi muito feliz no uso das músicas e na construção da narrativa. Lucina é melodia, Luhli é letra, e as duas fundem-se magicamente como mães da música, ou, nas palavras de Lucina(fantásticas durante todo o documentário)irradiam-se de si mesmas. Assistido: 1/6/2016 - Cine Bancários, Porto Alegre.
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Ladrão de Casaca
3.7 259O filme é tão lindo, tão deslumbrante, tão envolvente, que eu perdoo tudo. Incluindo uma certa obviedade no roteiro. A parte em que os dois protagonistas estão no quarto de hotel, o colar de diamantes de Frances sendo a única coisa se destacando no escuro, a promessa de uma beleza infinita, foi uma das cenas mais lindas que já vi no cinema.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraMuitas camadas de rosa e de ironia. Barbie é um produto completo do pós-modernismo, que sabe rir de si mesmo com elegância e sensibilidade. Quando vemos a protagonista falando sobre a sua condição de boneca esteriotipada, vemos uma dupla camada: a do esforço da personagem em encarar essa limitação, e a da estrutura da metalinguagem, que se percebe enquanto meta e que mais uma vez ironiza nesse formato. É um filme inteligente, bonito, com atuações excelentes e edição na medida. Hype merecedíssimo. A maior prova de que ele funciona é que gerou reações apaixonadas, como perfeito produto de nossa época. É quase tocante ver gente reclamando que queria um musical fofinho. Bem, as versões infantis da personagem estão aí, quase tão numerosas quanto as versões da boneca. Esse é um filme para adultos, e os adultos do século XXI estão embriagados de sarcasmo e nostalgia. Estranhamente ou não, acho que os executivos da Mattel ficaram um pouco plásticos demais, senti um leve cansaço nas cenas com eles. Mas a cena em que o Ken descobre o patriarcado do mundo real é simplesmente fabulosa. Foi uma experiência muito boa estar numa sala do cinema lotada, risadas por todo o lado, aplausos depois do filme. Cinema irreverente como deve ser.
Espelho, Espelho Meu
2.8 1,8K Assista AgoraUm dos finais mais vergonha alheia que já vi na minha vida. Não é porque é um filme de entretenimento que precisa esbanjar tanta pobreza narrativa. Eu só fiquei pensando no tanto de dinheiro gasto pra fazer todos os efeitos especiais e figurinos, realmente, é a pior versão de branca de neve de todas!
9 1/2 Semanas de Amor
3.2 276 Assista AgoraEste filme é um prato cheio para discutir o cafona. Porque se você não insere ele no contexto do que veio depois, sem considerar que ele foi pressuposto dessa estética glamourizada de Manhattan e dos anos 80 em geral, fica parecendo que ele esta repetindo uma formula manjada, e não e nada disso. Comecei me segurando para não rir da "seduzência" toda, mas depois me dei conta da metáfora riquíssima que ele faz da submissão da arte as leis do mercado, que tem uma virada crítica justamente nos anos 80 (pra quem quiser saber do que estou falando, recomendo o doc Hypernormalisation), e aí o filme ganhou outra proporção. Creio que em alguma medida a produção também estava ciente dessa metáfora, ou não teria inserido a cena da vernissage da maneira que o fez. Gostaria que algumas cenas tivessem sido mais longas, teria sido melhor para trabalhar algumas coisas. A parte disso, uma vez que não se romantize a historia, como creio que a escolha do final sugere, e as cenas de abuso ficam bem mais compreensíveis no enredo. Cafona pra caralho, e bem sexy também.
A Bruxa do Amor
3.6 204 Assista AgoraGente, que bagunça maravilhosa! Acho que Anna Biller ambicionou bastante, fez um jogo arriscado, e que no fim deu bastante certo. Combinar as atuações exageradas e os diálogos repletos de chavões com a estética retrô e cenários coloridos criou uma atmosfera bem particular. Uma sátira perfeita de todos os clichês sobre a sexualidade feminina, sem ignorar a perversidade inerente à figura do guru religioso. Eu amei tudo, desde a elevação da femme fatale até o inverosímel, passando pelos silêncios e vazios das cenas e as cores saturadas . Para mim não sobrou nada, as cenas arrastadas tem um propósito muito bem calculado. Gostei muito da maneira que a Elaine percebeu que a sua arte é a grande bruxaria, subvertendo completamente o motivo de estar sempre em busca de um grande amor. Em resposta a superficialidade do artista em busca das musas, do guru em busca de um harém e da instituição policial em busca da eliminação de um mundo atravessado pelo mágico ou obscuro, Elaine oferece uma narrativa que também é autocentrada e egoica, mas bem mais atraente.
Amor e Outras Drogas
3.6 2,5K Assista AgoraNão dá para saber como se sentir no filme, ele deixa algumas coisas soltas, porque o começo dá a entender que a questão dos remédios vai ser mais discutida, e além disso sempre me incomoda a musiquinha emocionante no momento emocionante, acho que é inevitável nesse tipo de filme. Mas acho que os personagens fluíram bem e gostei muito da
fragilidade com que se declararam um para o outro, e em momentos diferentes.
Yorimatã
4.2 14Delicado e único, a aura desse filme me passa uma sensação de limpeza, assim como Luhli e Lucina descrevem seu retorno da fazenda após sete anos de retiro. Um documentário importante para trazer relevo a essas duas mulheres fantásticas da música nacional. Embora seja um pouco longo, acredito que foi muito feliz no uso das músicas e na construção da narrativa. Lucina é melodia, Luhli é letra, e as duas fundem-se magicamente como mães da música, ou, nas palavras de Lucina(fantásticas durante todo o documentário)irradiam-se de si mesmas. Assistido: 1/6/2016 - Cine Bancários, Porto Alegre.