Helena Pamponet

Ao adaptar uma história de um personagem que não tinha antes brilhado nas telonas ou em outros projetos em live action deu à DC uma grande liberdade, pois os riscos eram bem menores do que adaptar um personagem que é conhecido e amado por um grande público. O longa tira referências bastante fortes à "Homem Aranha" e "Homem de Ferro", mas tem em seu núcleo familiar um diferencial que encanta.

Desse núcleo é de onde a trama também tira suas questões sociais: os Reyes estão passando por dificuldade financeira devido ao loteamento e saboteamento da comunidade latina em Palmera City. "Besouro Azul" vai também fundo no estereótipo da importância que a família tem em comunidades latinas, que não deixa de ser verdade.

Apesar dos pesares, Besouro Azul ainda é um bom filme para a franquia da DC e representa um passo na direção certa: A de produzir filmes menores, focados em um personagem só em vez de tentar desenvolver um grande universo compartilhado antes de desenvolver pequenos núcleos. A companhia sempre foi melhor no aspecto de retratar o lado humano nos heróis do que o inverso, e é nisso que a DC deveria focar daqui para frente.

Por trás da inicial propaganda militar dos estados Unidos, Operação Lioness é pesada no tema da tragédia. Ela é movida pelo sentimento de revanchismo do governo americano e a mensagem final é de que, no final das contas, nada que essa equipe fez vai mudar muita coisa. Eles só trouxeram tragédia, dor e luto para todos ao seu redor, não só aos seus alvos.

Cara, que série maravilhosa. A ação é muito bem coreografada, realista e bem letal. Senti que por vezes tinham muitos personagens a serem seguidos, e imagino que isso vá desenrolar melhor caso haja uma segunda temporada, que é bem possível.

O relacionamento entre Cruz e Aalyiah é destinado à tragédia desde o início e a performance de Laysla de Oliveira e Stephanie Nur é simplesmente brilhante. A última principalmente, é um dos núcleos emocionais da série que mais machuca.

Zoe Saldaña está FANTÁSTICA, a dicotomia de sua personagem entre estar em casa e no trabalho é impressionante, e gostaria muito de ver esses dois mundos se chocando.

Terminei a série durante a madrugada e não consegui dormir depois, a cabeça cheia de pensamentos!

Os três primeiros episódios são meio arrastados, mas os últimos 5 minutos salvam a série. Depois deles, a jornada de Hacks é uma montanha russa, e enquanto um episódio te faz rir de doer a barriga, o próximo te faz se pegar lacrimejando com um nó na garganta. Roteiro maravilhoso, performances brilhantes. Os personagens são brilhantemente falhos, e nos pegam de surpresa.