Talvez a mitologia grega esteja tão viva como esteve há dois mil anos! Os deuses, seja qual for o motivo, condenam Sísifo a carregar uma gigantesca pedra morro acima, para que no topo, a pedra desça rolando. De todo esse trabalho em vão, não há outra escolha para Sísifo se não retornar aos pés da montanha e traçar todo o caminho novamente. A tarefa é repetida incessantemente, uma verdadeira ilustração do absurdo. Neste contexto, no filme Em O Homem Que Não Estava Lá, o papel de Sísifo é substituído pelo barbeiro Ed Crane. Este acorda apenas para repetir o que havia feito antes de dormir. Ele acorda, toma seu rumo a barbearia, corta, toma seu rumo para casa, dorme. Acorda, corta, dorme. Ele acorda, corta e dorme, até que surge a oportunidade de investir em um negócio de lavagem a seco. Uma oportunidade que promete mudar sua vida. Seria uma oportunidade de enganar aos deuses! Para isto, basta conseguir 10 mil dólares. A busca pelo dinheiro vai desencadear uma série de eventos determinísticos. Isto é, para cada escolha de Ed Crane há uma consequência bem determinada. Talvez destino seja uma ilusão, talvez a própria ideia de ter escolha seja uma ilusão. O filme permite que nos questionemos do começo ao fim! A fotografia e toda a produção de cenário são esplêndidas! Não preciso comentar que a direção é muito bem feita, pois a reputação dos Coens os precede. Vale muito a pena assistir! Recomendadíssimo.
Muitos criticam o século XXI, dizem que o nosso século não possui filmes que se equiparem aos grandes clássicos do século XX. Corra! mostra que essa afirmação não passa de uma mentira! Grande candidato à clássico. História intrigante e no mínimo criativa. A fotografia é excepcional. O direto Jordan Peele me surpreendeu, vi em seu trabalho o excelente uso de perspectiva, que é muito característico do Kubrick. Sem contar da gisgantesca presença de simetra, que dessa vez, é um artíficio muito utilizado por Wes Anderson. Recomendadíssimo!
O filme é uma história existencialista. Um filósofo chamado Heidegger um dia disse que "nós devemos passar mais tempo com túmulos". Por essa frase, ele estava querendo nos mostrar que a vida segue em direção a morte. E a sabedoria reside no fato de reconhecer esse caminho. Devemos passar mais tempo com túmulos refletindo em como lideramos nossa vida até hoje e o que faremos no amanhã. O filme, trata muito dessa ideia, quando Ove, personagem princiapal da trama, vai todos os dias ao cemitério visitar a lapide de sua esposa, e por vezes, reflete em fatos do passado e do futuro. Não há só a presença das idéias heideggerianas, como também as de Sartre. Jean Paul Sartre, outro filósofo existencialista, foi um grande defensor do absurdo que existe em nosso universo. Isto é, neste exato momento que digito esse texto, há muito provavelmente esquilos na Dinamarca acasalando. Novamente, essa ideia se retrata nos momento em que o personagem principal tenta se suicidar. Sempre que ele tenta dar fim em sua vida, há alguma coisa, absurdamente aleatória que o impede. Dado essas duas reflexões filosóficas, não posso deixar de falar das minha partes favoritas, sendo uma delas a narração! O filme é todo narrado pelo Ove, então nos sentimos mais próximos de suar dor. Sentimos da compaixão de Sonja, falecida esposa, quando ele a traduz como uma santa. Sentimos de sua personalidade sistemática toda vez que ele repete "idiota". Em relação aos aspectos técnicos, o filme não deixar a desejar. A fotografia é sensacional. Os cenários colaboram para uma atmosfera ora triste ora alegre. E, as atuações sao super convincente, o mesmo vale para o roteiro.
Paterson é um filme absurdamente sensível, no sentido de retratar o cotidiano como um poema. Todos pequenos detalhes que passam abatidos no nosso dia-a-dia são tratados com a ingenuidade de uma criança, isto é, uma paisagem que vemos frequentemente e ignoramos se revigora. Os personagens do filme são bem construídos, temos a esposa, grande sonhadora e fascinada por preto e branco. Temos o louco apaixonado, ou melhor o bobo apaixonado, um ator que para provar seu amor tenta suicídio com uma arma de brinquedo. E há Paterson, o motorista de ônibus que na repetição de sua rotina sempre encontra algo novo. Tudo o que falei até aqui foi bem abordado pelo diretor Jim Jarmusch. O cenário de periferia foi muito bem trabalhado pela fotografia. Entretanto, a linearidade dos sentimentos no filme, o torna um tanto cansativo. Caso esteja interessado em assistir Paterson, tenha paciência!
Marie Curie
3.1 4Infelizmente, o filme se perde muito nos relacionamentos que Curie teve, o que acaba turvando sua extraordinária carreira científica.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraTalvez a mitologia grega esteja tão viva como esteve há dois mil anos! Os deuses, seja qual for o motivo, condenam Sísifo a carregar uma gigantesca pedra morro acima, para que no topo, a pedra desça rolando. De todo esse trabalho em vão, não há outra escolha para Sísifo se não retornar aos pés da montanha e traçar todo o caminho novamente. A tarefa é repetida incessantemente, uma verdadeira ilustração do absurdo.
Neste contexto, no filme Em O Homem Que Não Estava Lá, o papel de Sísifo é substituído pelo barbeiro Ed Crane. Este acorda apenas para repetir o que havia feito antes de dormir. Ele acorda, toma seu rumo a barbearia, corta, toma seu rumo para casa, dorme. Acorda, corta, dorme. Ele acorda, corta e dorme, até que surge a oportunidade de investir em um negócio de lavagem a seco. Uma oportunidade que promete mudar sua vida. Seria uma oportunidade de enganar aos deuses! Para isto, basta conseguir 10 mil dólares.
A busca pelo dinheiro vai desencadear uma série de eventos determinísticos. Isto é, para cada escolha de Ed Crane há uma consequência bem determinada. Talvez destino seja uma ilusão, talvez a própria ideia de ter escolha seja uma ilusão. O filme permite que nos questionemos do começo ao fim!
A fotografia e toda a produção de cenário são esplêndidas! Não preciso comentar que a direção é muito bem feita, pois a reputação dos Coens os precede. Vale muito a pena assistir! Recomendadíssimo.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraMuitos criticam o século XXI, dizem que o nosso século não possui filmes que se equiparem aos grandes clássicos do século XX. Corra! mostra que essa afirmação não passa de uma mentira! Grande candidato à clássico. História intrigante e no mínimo criativa. A fotografia é excepcional. O direto Jordan Peele me surpreendeu, vi em seu trabalho o excelente uso de perspectiva, que é muito característico do Kubrick. Sem contar da gisgantesca presença de simetra, que dessa vez, é um artíficio muito utilizado por Wes Anderson. Recomendadíssimo!
Um Homem Chamado Ove
4.2 382 Assista AgoraO filme é uma história existencialista. Um filósofo chamado Heidegger um dia disse que "nós devemos passar mais tempo com túmulos". Por essa frase, ele estava querendo nos mostrar que a vida segue em direção a morte. E a sabedoria reside no fato de reconhecer esse caminho. Devemos passar mais tempo com túmulos refletindo em como lideramos nossa vida até hoje e o que faremos no amanhã. O filme, trata muito dessa ideia, quando Ove, personagem princiapal da trama, vai todos os dias ao cemitério visitar a lapide de sua esposa, e por vezes, reflete em fatos do passado e do futuro. Não há só a presença das idéias heideggerianas, como também as de Sartre. Jean Paul Sartre, outro filósofo existencialista, foi um grande defensor do absurdo que existe em nosso universo. Isto é, neste exato momento que digito esse texto, há muito provavelmente esquilos na Dinamarca acasalando. Novamente, essa ideia se retrata nos momento em que o personagem principal tenta se suicidar. Sempre que ele tenta dar fim em sua vida, há alguma coisa, absurdamente aleatória que o impede. Dado essas duas reflexões filosóficas, não posso deixar de falar das minha partes favoritas, sendo uma delas a narração! O filme é todo narrado pelo Ove, então nos sentimos mais próximos de suar dor. Sentimos da compaixão de Sonja, falecida esposa, quando ele a traduz como uma santa. Sentimos de sua personalidade sistemática toda vez que ele repete "idiota". Em relação aos aspectos técnicos, o filme não deixar a desejar. A fotografia é sensacional. Os cenários colaboram para uma atmosfera ora triste ora alegre. E, as atuações sao super convincente, o mesmo vale para o roteiro.
Paterson
3.9 353 Assista AgoraPaterson é um filme absurdamente sensível, no sentido de retratar o cotidiano como um poema. Todos pequenos detalhes que passam abatidos no nosso dia-a-dia são tratados com a ingenuidade de uma criança, isto é, uma paisagem que vemos frequentemente e ignoramos se revigora. Os personagens do filme são bem construídos, temos a esposa, grande sonhadora e fascinada por preto e branco. Temos o louco apaixonado, ou melhor o bobo apaixonado, um ator que para provar seu amor tenta suicídio com uma arma de brinquedo. E há Paterson, o motorista de ônibus que na repetição de sua rotina sempre encontra algo novo. Tudo o que falei até aqui foi bem abordado pelo diretor Jim Jarmusch. O cenário de periferia foi muito bem trabalhado pela fotografia. Entretanto, a linearidade dos sentimentos no filme, o torna um tanto cansativo. Caso esteja interessado em assistir Paterson, tenha paciência!
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