Um roteiro simples, mas que, pelo conjunto, se torna uma obra-prima. As sequências, uma a uma, todas muito bem feitas, a câmera tremida e o tempo todo desfocada não passa despercebida, aliás, posso até estar sendo precipitado, mas ela tem mais destaque que os atores. haha
Ainda estou sem palavras para a sequência em que o Albert Duponel desfigura um homem para defender o Vincent Cassel, o que foi aquilo? E claro, a sequência do estupro com a talentosíssima Mônica Bellucci. O mais impressionante é que esta cena foi feita toda em um só momento, sem cortes. Se qualquer cena de sexo em filmes já costuma ser algo tão complicado, imagina uma tão complexa e tórrida assim.
Gaspar Noé está de parabéns. A propaganda que foi feita da violência para Irréversible realmente é exagerada, mas o Noé constrói cada sequência com tanta competência e focado em ser real somando com as câmeras que elevam o medo e os cenários sujos e pobres, o filme se torna agonizante.
O filme tem uma ideia ótima, mas os roteiristas ão tiveram competência suficiente para explorar o melhor dela, tornando-o um típico clichê. Mas destacando as ótimas atuações de Romain Duris e Vanessa Paradis, a belíssima fotografia e um humor contagiante, L'Arnacoeur não é totalmente ruim.
Durante os primeiros 60 minutos o filme é excelente, mas isso não é bastante, já que o filme dura mais de três horas. Depois de um certo tempo, Fincher enrola, enrola e enrola com um roteiro que não se sustenta por tanto tempo. Destaque para como o diretor utilizou a mídia que era a grande formadora do opinião e induz as pessoas a acreditarem em qualquer coisa que é publicado. Os atores e toda a equipe da direção de arte também estão de parabéns, cenários belíssimos e muito bem escolhidos.
"pra provar que jennifer aniston não é só comédiazinha romântica!"
É justamente isso que o filme prova. A Jennifer não conseguiu sustentar o papel, ela estava insegura, praticamente com a mesma expressão durante o filme todo.
Com este plot, você dificilmente pode esperar um Chinatown, um Repulsion, um Rosemary's Baby ou um Pianist. Mas mesmo não sendo do nível de "gigantes", Polanski consegue ainda assim fazer um filme acima da média, um suspense como poucos. Aqui Polanski usa toda a sua perspicácia para criar a atmosfera angustiante, de tédio e forçada. Muitos acham isso ruim, mas esse era o objetivo do filme. O ghost writer se mostra desde o início extremamente desconfortável com a ideia de escrever a biografia de Adam Lang e, é com esse desconforto que o filme é dirgido do início ao fim. Excelente atuação de Ewan McGregor e como o Aurélio já comentou, mesmo achando o Pierce Brosnan um ator péssimo e caricato, em The Ghost Writer ele não errou, nada brilhante, mas não compromete a qualidade da obra.
Só a cena do banquete final, ao som de O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, com vinho paga o ingresso. [2]
Ainda estou processando na mente aquela cena. Beauvois foca a câmera em um por um dos monges e ali, nem precisa de mais palavras. Todos já conseguimos sentir quais são suas decisões. Des Hommes et des Dieux é uma obra-prima, talvez o melhor filme de 2010 (ainda que eu tenha visto só agora). Tudo muito bem feito desde o início ao fim, desde a fotografia - com tons enclarecidos-amarelos retratando muito bem a vivência simples, comum e pobre do local - ao fim - com Beauvois humanizando os monges, impondo a eles personalidades inesperadas, mas que realmente existem.
Todos vão ver Funny Games esperando muito sangue, mortes e brigas, mas o filme na verdade traz uma discussão bem interessante: até onde vai a sua diversão pela violência? O espectador se sente tão envolvido pela "interatividade" do horror de Haneke, que acaba se tornando cúmplce de Paul e Peter. Funny Games é uma sátira aos demais filmes do gênero, onde os vilões, por mais vulneráveis que estejam, ficam sempre no controle da situação (isto é explorado muito bem na cena do controle remoto). Não se pode comentar desse filme também, sem mencionar suas exigentes atuações. Susanne Lothar arrebentou nas cenas psicóticas como a Anna, Ulrich Mühe como um homem destruído ao se ver com a perna quebrado e não poder ajudar a família e é claro, o psicopata Arno Frisch que constrói o papel mais importante do filme. Frank Giering, embora esteja aquém do resto do elenco, não pode ser chamado de ruim.
Assim como em I'm Not There - eu sei que este foi feito quase dez anos após, mas como eu vi Velvet Goldmine depois, o comentário é compreensível - Todd Haynes cria um universo particular, uma obra que se identifica com apenas os fãs do glam rock. Quem não conhece ou não gosta, provavelmente vai deixar passar batido vários elementos importantes do filme.
Velvet Goldmine é um filme muito rico, cheio de informações, quase uma matéria de jornal extendida por duas horas. Aqui nós encontramos um belo retrato da década de 70: muito glitter, experimentações sexuais, muita maquiagem, muitos personagens dentro de personagens... E claro, todos esses exageros estão refletidos na belíssima e extravagante fotografia. Cores é o que não faltam!
A trilha sonora, como já era de se esperar, é excelente. Por mais que não tenha nenhuma música de David Bowie, conta com artistas de primeira linha como Lou Reed, Stooges, T. Rex, Placebo e Roxy Music, Thom Yorke dublando Jonathan Rhys Meyers e a surpresa: Ewan McGregor dando a voz á todos os seus números.
Haynes também coloca bastante em Velvet Goldmine o como era o universo sexual dos jovens naquele período. "O mundo é bissexual" - frase repetida várias vezes durante o filme que define bem o que eu estou falando, haha. Inclusive, aqui também é misturado realidade com ficção. Por exemplo, a relação entre Bowie e Iggy Pop, nunca foi confirmada. Outra discussão com bastante enfoque são os alter-egos criados por Bowie, o mais famoso deles, Ziggy Stardust, aqui é retratado como Maxwell Demon. Tanto que, Curt Wild enquanto conversa com Arthur, comenta que um artista consegue crescer muito mais quando cria elementos diferentes de sua vida habitual.
As atuações também são excelentes. Por mais que o Jonathan Rhys Meyers não tenha muito da aparência jovem de David Bowie, ele incorpora tão bem os seus trejeitos, suas façanhas, sua presença no palco que você até esquece de reparar nisso. O mesmo vale para o Ewan McGregor, que mais parecia o Kurt Cobain do que o Iggy Pop hahaha. Christian Bale também merece o seu destaque na pele de Arthur, nos flashbacks de sua adolescência, o espectador sente junto com ele o como é ter um ídolo.
O roteiro é confuso, o filme flerta com o drama e com a comédia nas mesmas cenas, alguns diálogos pseudo-intelectuais te dão AQUELE déjà vu mas os mais divertidos e desprentensiosos são bem interessantes. Principalmente quando Romain Duris e Louis Garrel brincam de marido-e-mulher, pai-e-filho, amantes... haha. Somando este lado brincalhão do roteiro mais a belíssima fotografia, as ótimas atuações e a sempre boa direção do Honoré, Dans Paris passa longe de ser ruim, só ficou devendo bastante.
Em The Elephant Man, Lynch deixa de lado a complexidade e ambiguidade presente em Eraseheard e constrói uma trama clara, simples, objetiva e acessível. Mas não menos genial. Aqui é seguido a risca os moldes do cinema clássico, com direito a ótima fotografia em preto & branco e tudo.
Quando John ainda está no circo, parece aceitar a condição de que é um aberração, cedido aos maus tratos daqueles que se consideram normais. Quando ele já está com Frederick e acessível aos demais, parece estar mais confiante, ainda que sempre com aquele pé atrás na felicidade e confiança. Quando ele está no teatro, no final, parece se sentir um ser humano de verdade.
O filme retrata muito bem a sua evolução de sentimentos, o como John se aceita e como os outros passam a aceitar ele. Lynch conta também com excelentes atuações de John Hurt (ainda que seu rosto quase desapareça em meio a tantos efeitos), Anthony Hopkins e Anne Bancroft.
Filmes ridículos costumam se auto-satirizar, mas Saw com suas entediantes sequências, ainda tenta subestimar o espectador com seus jogos inteligentíssimos. hahaha
Em La Belle Personne, Honoré trata de um tema já batido há pelo menos umas três décadas, mas colocando todo o seu talento e habilidade como diretor e roteirista, é claro que seria algo muito além do que um simples clichê. Começando pela magnífica fotografia, que rapidamente nos remete a Nouvelle Vague, pela forma como Paris é mostrada. Aliás, essa fotografia, inspirada em Laurent Brunet, é de longe o que tem demais bonito no filme. Esses tons cinzentos, que dão aquela sensação de frio... ai, ai. Mas as referências não são apenas na estética, Léa Seydoux lembra bastante a grande musa de Godard, Anna Karina, não só pela sua atípica beleza, mas também pela sua forma de atuar. No elenco, Honoré conta mais uma vez com o carismático Louis Garrel, sempre com aquele seu olhar depressivo mas que expressa muito bem qualquer sentimento que seus papéis pedem. Aqui também é discutido a atual duração dos relacionamentos, colocado nos superficiais e rápidos envolvimentos dos personagens. Somando tudo isso com a excelente trilha sonora (é Nick Drake, né? haha), dá pra dizer que é o melhor filme do Christophe Honoré.
Suspense de primeira com diálogos muito bem arquitetados, direção competente, boa fotografia e a atuação do Jeremy Irons que, por sinal, é o grande chamativo de Dead Ringers. Ele se "desdobra" literalmente falando para executar com sucesso ambos os papéis de Bervely e Elliot. Isto sem contar na decadência que o Beverly vai sofrendo, seja com suas falas ou com seus atos.
Só pela cena inicial, com Charlotte e Dafoe tomando banho, fotografia em preto & branco, aquela musica gregoriana e a câmera lenta, Von Trier já mostra que pode responder com sucesso toda a pretensão que lhe foi colocada com a polêmica gerada em torno do filme. É mais um daqueles filmes que nos envolve tanto pelos seus diálogos e suas atuações psicóticas, que esquecemos completamente que tem uma parte técnica. Antichrist, como qualquer filme de Lars von Trier, é nu, é cru, é repleto de contradições e tem excesso de simbolismos e, eu gosto disso. Eu vi gente falando mal das atuações, é sério isso? Ambos os personagens são extremamente complexos, Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe merecem total crédito só por aceitarem participar disto e eles desenvolvem seus papéis com muita competência.
O plot é ótimo, uma idéia tão boa ainda mais na mãos do Honoré... sinceramente, esperava muito mais. O roteiro é mal arquitetado, as atuações não convencem, o filme é todo mal conduzido. Resumindo: entediante.
Gosto de ver o Honoré despretensioso desse jeito, não que seus outros filmes sejam ruins, mas um filme mais "leve" como Les Chansons d'amour faz um bem danado. Aliás, é daí que se tira o melhor momento do filme: os três juntos na cama, cada um lendo seu livro, uma forma de satirizar os clássicos filmes da Nouvelle Vague que sempre mostram a arte de intelectualizar uma relação. haha
Ainda que seja um musical, o filme também brinca com os próprios musicais ao destoar o roteiro com suas letras bobinhas. Mas não que isso seja ruim. Os atores (principalmente o Garrel) interpretaram as canções super bem, fazendo delas um complemento essencial (mas nada além disso, já que outros musicais utilizam canções para criar o fundamento da estória).
Ênfase nas atuações do Louis Garrel e da Chiara Mastroianni, embora todo o elenco esteja ótimo.
Genial essa idéia de colocar realidade dentro de realidade. Jonze e Kaufman trataram de assunto bem clichê, que é o universo hollywoodiano e a pressão em cima de suas estrelas, de uma maneira complexa mas divertida ao mesmo tempo. Adaptation é um festival de informações que consegue não ficar entediante por nenhum momento.
O filme é melancólico, engraçado, tenso, direto... mas é claro, tudo isso nos seus devidos momentos. A montagem é muito boa, talvez uma das melhores que eu já vi, deve ter dado um trabalh e tanto, hein? O roteirode Kaufman é brilhante, ele trata com sucesso quando o assunto é adaptação. Seja adaptação de um texto, adaptação das espécies ou seja quando nos temos que lidar com adaptações inesperadas. haha
Nicolas Cage estava ótimo na pele de Kaufman. Ás vezes eu me pergunto como ele perde uma vida fazendo tantos filmes ridículos de ruim, que deixam seu talento totalmente implícito.
É doentio, é incompreensivel, é incomum, é Lynch. Eraserhead começa e termina com uma série de incógnitas, cabe a você decidir qual é o desfecho (isto deveria ser o que mais me irrita nos filmes de Lynch mas, de um certo modo, é o que mais me instiga a vê-los). Destaque para a performance de Jack Nance como o malucão Jack Nance
Puta que pariu, esse é um filme para se ver mil vezes na vida. O pior é que a cada sessão parece que ele melhora mais um pouco. As metáforas construídas por Kiarostami são incríveis. O melhor é que você fica intrigado, nunca sabe o que é verdade ou o que é mentira, o que é encenação ou o que é realidade. Diálogos excelentes - assim como as atuações - entre Juliette Binoche e William Shimell.
Irreversível
4.0 1,8KUm roteiro simples, mas que, pelo conjunto, se torna uma obra-prima. As sequências, uma a uma, todas muito bem feitas, a câmera tremida e o tempo todo desfocada não passa despercebida, aliás, posso até estar sendo precipitado, mas ela tem mais destaque que os atores. haha
Ainda estou sem palavras para a sequência em que o Albert Duponel desfigura um homem para defender o Vincent Cassel, o que foi aquilo? E claro, a sequência do estupro com a talentosíssima Mônica Bellucci. O mais impressionante é que esta cena foi feita toda em um só momento, sem cortes. Se qualquer cena de sexo em filmes já costuma ser algo tão complicado, imagina uma tão complexa e tórrida assim.
Gaspar Noé está de parabéns. A propaganda que foi feita da violência para Irréversible realmente é exagerada, mas o Noé constrói cada sequência com tanta competência e focado em ser real somando com as câmeras que elevam o medo e os cenários sujos e pobres, o filme se torna agonizante.
Como Arrasar um Coração
3.4 228 Assista AgoraO filme tem uma ideia ótima, mas os roteiristas ão tiveram competência suficiente para explorar o melhor dela, tornando-o um típico clichê. Mas destacando as ótimas atuações de Romain Duris e Vanessa Paradis, a belíssima fotografia e um humor contagiante, L'Arnacoeur não é totalmente ruim.
Zodíaco
3.7 1,3K Assista AgoraDurante os primeiros 60 minutos o filme é excelente, mas isso não é bastante, já que o filme dura mais de três horas. Depois de um certo tempo, Fincher enrola, enrola e enrola com um roteiro que não se sustenta por tanto tempo. Destaque para como o diretor utilizou a mídia que era a grande formadora do opinião e induz as pessoas a acreditarem em qualquer coisa que é publicado. Os atores e toda a equipe da direção de arte também estão de parabéns, cenários belíssimos e muito bem escolhidos.
Fora de Rumo
3.5 408"pra provar que jennifer aniston não é só comédiazinha romântica!"
É justamente isso que o filme prova. A Jennifer não conseguiu sustentar o papel, ela estava insegura, praticamente com a mesma expressão durante o filme todo.
Isso sem contar na cena da sua morte. Um show de vergonha alheia.
Mas Delaired vale só porque não é todo dia que a gente vê RZA em um filme e ainda tem o Vincent Cassel mito.
Violência Gratuita
3.4 1,3KAinda prefiro o original, justamente por ser 'o original', mas esse remake aqui não fica devendo em nada. Inclusive nas atuações.
O Escritor Fantasma
3.6 582 Assista AgoraCom este plot, você dificilmente pode esperar um Chinatown, um Repulsion, um Rosemary's Baby ou um Pianist. Mas mesmo não sendo do nível de "gigantes", Polanski consegue ainda assim fazer um filme acima da média, um suspense como poucos. Aqui Polanski usa toda a sua perspicácia para criar a atmosfera angustiante, de tédio e forçada. Muitos acham isso ruim, mas esse era o objetivo do filme. O ghost writer se mostra desde o início extremamente desconfortável com a ideia de escrever a biografia de Adam Lang e, é com esse desconforto que o filme é dirgido do início ao fim. Excelente atuação de Ewan McGregor e como o Aurélio já comentou, mesmo achando o Pierce Brosnan um ator péssimo e caricato, em The Ghost Writer ele não errou, nada brilhante, mas não compromete a qualidade da obra.
Tamara
2.3 380hahaha isso daqui não merece nem nota.
Homens e Deuses
3.8 124Só a cena do banquete final, ao som de O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, com vinho paga o ingresso. [2]
Ainda estou processando na mente aquela cena. Beauvois foca a câmera em um por um dos monges e ali, nem precisa de mais palavras. Todos já conseguimos sentir quais são suas decisões. Des Hommes et des Dieux é uma obra-prima, talvez o melhor filme de 2010 (ainda que eu tenha visto só agora). Tudo muito bem feito desde o início ao fim, desde a fotografia - com tons enclarecidos-amarelos retratando muito bem a vivência simples, comum e pobre do local - ao fim - com Beauvois humanizando os monges, impondo a eles personalidades inesperadas, mas que realmente existem.
Violência Gratuita
3.8 740 Assista AgoraTodos vão ver Funny Games esperando muito sangue, mortes e brigas, mas o filme na verdade traz uma discussão bem interessante: até onde vai a sua diversão pela violência? O espectador se sente tão envolvido pela "interatividade" do horror de Haneke, que acaba se tornando cúmplce de Paul e Peter. Funny Games é uma sátira aos demais filmes do gênero, onde os vilões, por mais vulneráveis que estejam, ficam sempre no controle da situação (isto é explorado muito bem na cena do controle remoto). Não se pode comentar desse filme também, sem mencionar suas exigentes atuações. Susanne Lothar arrebentou nas cenas psicóticas como a Anna, Ulrich Mühe como um homem destruído ao se ver com a perna quebrado e não poder ajudar a família e é claro, o psicopata Arno Frisch que constrói o papel mais importante do filme. Frank Giering, embora esteja aquém do resto do elenco, não pode ser chamado de ruim.
Velvet Goldmine
3.9 333 Assista AgoraAssim como em I'm Not There - eu sei que este foi feito quase dez anos após, mas como eu vi Velvet Goldmine depois, o comentário é compreensível - Todd Haynes cria um universo particular, uma obra que se identifica com apenas os fãs do glam rock. Quem não conhece ou não gosta, provavelmente vai deixar passar batido vários elementos importantes do filme.
Velvet Goldmine é um filme muito rico, cheio de informações, quase uma matéria de jornal extendida por duas horas. Aqui nós encontramos um belo retrato da década de 70: muito glitter, experimentações sexuais, muita maquiagem, muitos personagens dentro de personagens... E claro, todos esses exageros estão refletidos na belíssima e extravagante fotografia. Cores é o que não faltam!
A trilha sonora, como já era de se esperar, é excelente. Por mais que não tenha nenhuma música de David Bowie, conta com artistas de primeira linha como Lou Reed, Stooges, T. Rex, Placebo e Roxy Music, Thom Yorke dublando Jonathan Rhys Meyers e a surpresa: Ewan McGregor dando a voz á todos os seus números.
Haynes também coloca bastante em Velvet Goldmine o como era o universo sexual dos jovens naquele período. "O mundo é bissexual" - frase repetida várias vezes durante o filme que define bem o que eu estou falando, haha. Inclusive, aqui também é misturado realidade com ficção. Por exemplo, a relação entre Bowie e Iggy Pop, nunca foi confirmada. Outra discussão com bastante enfoque são os alter-egos criados por Bowie, o mais famoso deles, Ziggy Stardust, aqui é retratado como Maxwell Demon. Tanto que, Curt Wild enquanto conversa com Arthur, comenta que um artista consegue crescer muito mais quando cria elementos diferentes de sua vida habitual.
As atuações também são excelentes. Por mais que o Jonathan Rhys Meyers não tenha muito da aparência jovem de David Bowie, ele incorpora tão bem os seus trejeitos, suas façanhas, sua presença no palco que você até esquece de reparar nisso. O mesmo vale para o Ewan McGregor, que mais parecia o Kurt Cobain do que o Iggy Pop hahaha. Christian Bale também merece o seu destaque na pele de Arthur, nos flashbacks de sua adolescência, o espectador sente junto com ele o como é ter um ídolo.
Em Paris
3.7 252O roteiro é confuso, o filme flerta com o drama e com a comédia nas mesmas cenas, alguns diálogos pseudo-intelectuais te dão AQUELE déjà vu mas os mais divertidos e desprentensiosos são bem interessantes. Principalmente quando Romain Duris e Louis Garrel brincam de marido-e-mulher, pai-e-filho, amantes... haha. Somando este lado brincalhão do roteiro mais a belíssima fotografia, as ótimas atuações e a sempre boa direção do Honoré, Dans Paris passa longe de ser ruim, só ficou devendo bastante.
O Homem Elefante
4.4 1,0K Assista AgoraEm The Elephant Man, Lynch deixa de lado a complexidade e ambiguidade presente em Eraseheard e constrói uma trama clara, simples, objetiva e acessível. Mas não menos genial. Aqui é seguido a risca os moldes do cinema clássico, com direito a ótima fotografia em preto & branco e tudo.
Quando John ainda está no circo, parece aceitar a condição de que é um aberração, cedido aos maus tratos daqueles que se consideram normais. Quando ele já está com Frederick e acessível aos demais, parece estar mais confiante, ainda que sempre com aquele pé atrás na felicidade e confiança. Quando ele está no teatro, no final, parece se sentir um ser humano de verdade.
O filme retrata muito bem a sua evolução de sentimentos, o como John se aceita e como os outros passam a aceitar ele. Lynch conta também com excelentes atuações de John Hurt (ainda que seu rosto quase desapareça em meio a tantos efeitos), Anthony Hopkins e Anne Bancroft.
Jogos Mortais 2
3.4 854 Assista AgoraFilmes ridículos costumam se auto-satirizar, mas Saw com suas entediantes sequências, ainda tenta subestimar o espectador com seus jogos inteligentíssimos. hahaha
A Bela Junie
3.7 825Em La Belle Personne, Honoré trata de um tema já batido há pelo menos umas três décadas, mas colocando todo o seu talento e habilidade como diretor e roteirista, é claro que seria algo muito além do que um simples clichê. Começando pela magnífica fotografia, que rapidamente nos remete a Nouvelle Vague, pela forma como Paris é mostrada. Aliás, essa fotografia, inspirada em Laurent Brunet, é de longe o que tem demais bonito no filme. Esses tons cinzentos, que dão aquela sensação de frio... ai, ai. Mas as referências não são apenas na estética, Léa Seydoux lembra bastante a grande musa de Godard, Anna Karina, não só pela sua atípica beleza, mas também pela sua forma de atuar. No elenco, Honoré conta mais uma vez com o carismático Louis Garrel, sempre com aquele seu olhar depressivo mas que expressa muito bem qualquer sentimento que seus papéis pedem. Aqui também é discutido a atual duração dos relacionamentos, colocado nos superficiais e rápidos envolvimentos dos personagens. Somando tudo isso com a excelente trilha sonora (é Nick Drake, né? haha), dá pra dizer que é o melhor filme do Christophe Honoré.
Gêmeos: Mórbida Semelhança
3.7 194Suspense de primeira com diálogos muito bem arquitetados, direção competente, boa fotografia e a atuação do Jeremy Irons que, por sinal, é o grande chamativo de Dead Ringers. Ele se "desdobra" literalmente falando para executar com sucesso ambos os papéis de Bervely e Elliot. Isto sem contar na decadência que o Beverly vai sofrendo, seja com suas falas ou com seus atos.
Canções de Amor
4.1 829 Assista AgoraAh, e o filme é tão, mas tão envolvente que eu nem lembrei haha: achei o roteiro um pouco fraco, apesar de terem vários diálogos ótimos...
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraSó pela cena inicial, com Charlotte e Dafoe tomando banho, fotografia em preto & branco, aquela musica gregoriana e a câmera lenta, Von Trier já mostra que pode responder com sucesso toda a pretensão que lhe foi colocada com a polêmica gerada em torno do filme. É mais um daqueles filmes que nos envolve tanto pelos seus diálogos e suas atuações psicóticas, que esquecemos completamente que tem uma parte técnica. Antichrist, como qualquer filme de Lars von Trier, é nu, é cru, é repleto de contradições e tem excesso de simbolismos e, eu gosto disso. Eu vi gente falando mal das atuações, é sério isso? Ambos os personagens são extremamente complexos, Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe merecem total crédito só por aceitarem participar disto e eles desenvolvem seus papéis com muita competência.
Todos Contra Léo
3.4 20O plot é ótimo, uma idéia tão boa ainda mais na mãos do Honoré... sinceramente, esperava muito mais. O roteiro é mal arquitetado, as atuações não convencem, o filme é todo mal conduzido. Resumindo: entediante.
Canções de Amor
4.1 829 Assista AgoraGosto de ver o Honoré despretensioso desse jeito, não que seus outros filmes sejam ruins, mas um filme mais "leve" como Les Chansons d'amour faz um bem danado. Aliás, é daí que se tira o melhor momento do filme: os três juntos na cama, cada um lendo seu livro, uma forma de satirizar os clássicos filmes da Nouvelle Vague que sempre mostram a arte de intelectualizar uma relação. haha
Ainda que seja um musical, o filme também brinca com os próprios musicais ao destoar o roteiro com suas letras bobinhas. Mas não que isso seja ruim. Os atores (principalmente o Garrel) interpretaram as canções super bem, fazendo delas um complemento essencial (mas nada além disso, já que outros musicais utilizam canções para criar o fundamento da estória).
Ênfase nas atuações do Louis Garrel e da Chiara Mastroianni, embora todo o elenco esteja ótimo.
O Vidente
3.0 656 Assista AgoraMais uma bomba atômica no mundo.
Adaptação.
3.9 707 Assista AgoraGenial essa idéia de colocar realidade dentro de realidade. Jonze e Kaufman trataram de assunto bem clichê, que é o universo hollywoodiano e a pressão em cima de suas estrelas, de uma maneira complexa mas divertida ao mesmo tempo. Adaptation é um festival de informações que consegue não ficar entediante por nenhum momento.
O filme é melancólico, engraçado, tenso, direto... mas é claro, tudo isso nos seus devidos momentos. A montagem é muito boa, talvez uma das melhores que eu já vi, deve ter dado um trabalh e tanto, hein? O roteirode Kaufman é brilhante, ele trata com sucesso quando o assunto é adaptação. Seja adaptação de um texto, adaptação das espécies ou seja quando nos temos que lidar com adaptações inesperadas. haha
Nicolas Cage estava ótimo na pele de Kaufman. Ás vezes eu me pergunto como ele perde uma vida fazendo tantos filmes ridículos de ruim, que deixam seu talento totalmente implícito.
Eraserhead
3.9 927 Assista AgoraÉ doentio, é incompreensivel, é incomum, é Lynch. Eraserhead começa e termina com uma série de incógnitas, cabe a você decidir qual é o desfecho (isto deveria ser o que mais me irrita nos filmes de Lynch mas, de um certo modo, é o que mais me instiga a vê-los). Destaque para a performance de Jack Nance como o malucão Jack Nance
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraJuro que não achei essa obra-prima toda.
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraPuta que pariu, esse é um filme para se ver mil vezes na vida. O pior é que a cada sessão parece que ele melhora mais um pouco. As metáforas construídas por Kiarostami são incríveis. O melhor é que você fica intrigado, nunca sabe o que é verdade ou o que é mentira, o que é encenação ou o que é realidade. Diálogos excelentes - assim como as atuações - entre Juliette Binoche e William Shimell.