A impopularidade do Terence Davies ainda me impressiona, não porque ele já provou ser um anti-acadêmico (esse filme mesmo, é como se fosse uma subversão do um Stephen Daldry faria, por exemplo), mas mais porque o que ele faz seria facilmente tachado de acadêmico. Lembrei logo dos filmes do Chabrol na década de 60, com todas aquelas cores fortes já tirada dos melodramas americanos 40-50s ampliando-os com tons de fumaça, para além de mostrar uma vida "fake", mostrar aquilo como uma espécie de sonho, ou ilusão, ou que a mulher está realmente a sós com o pensamento.
É acima de tudo, um melodrama bem cínico mesmo. Todo o sofrimento e angústia da personagem da Weisz nunca esconde que eles só existem para dar algum senso a mise-en-scene. Belo uso da música também (os 9 primeiros minutos são de outro mundo, é estranho como aqui até o silêncio forma algum som) e atuação monumental da Rachel Weisz.
Revendo a série agora, toda a "paixão" por São Paulo que o Ainouz mostra todo instante as vezes parece artificial demais, em algumas passagens funciona, em outras parece uma propaganda. De vez em quando parece meio deslocado (Johnny Araujo) também, se fosse centrado só no Machado/Ainouz isso provavelmente não aconteceria. Mas enfim, é uma série competente sim, como dificilmente se faz no Brasil. Lembra muito Millenium Mambo, do Hou Hsiao-hsien e com as mesma ideias de encontro-luta/auge-decadência que depois foram reaproveitadas em Bruna Surfistinha.
Meio decepcionante, vindo de quem dirigiu Deixa Ela Entrar. Não sei dizer ao certo se o problema é comigo ou com o filme. Eu fui ver ligado demais na estória, que é tratada da maneira mais tímida e frágil possível, talvez seja pq ele tenha uma certa dependência do livro (que eu não li). Mas é tudo tão bem filmado que chega a irritar. Dve melhorar numa revisão.
Achei parecido com o último Indiana Jones pelo tom clássico (e as vezes até saudosista) da narrativa, embora nesse Cavalo de Guerra o Spielberg não tenha um décimo do controle. Dá pra dizer que é um espécie de união entre os seus melhores filmes de aventura infantis e os melodramas lotados de cenas-espetáculo que sufocam, trilha tosca do John Williams e cenas que tentam emocionar a todo custo. É bem interessante...
a meia-hora inicial é tudo muito perdido, depois o doc. se dedica a basicamente mistificar a imagem da banda (wtf pro enorme destaque que dão pra história deles com a ticketmaster e do grammy), ao invés de tentar explorar mais sobre os discos, contar curiosidades, etc. decepcionante.
Parece mais uma tentativa desesperada do Sam Mendes de sair da sombra de Beleza Americana (sendo quase uma cópia do mesmo!!!), emulando quase todo e qualquer elemento que o cinema americano recente vem comprado. Roteiro simplista demais; tudo fluindo muito artificialmente; não busca tratar de um determinado assunto, só enfeitá-lo, no pior estilo de um Jason Reitman da vida. O pior é que o próprio filme acredita tanto que está fazendo algo realmente relevante, que é capaz de enganar facilmente quem assiste.
P.S.: Incrível como esses tais filmes que criticam o "american way of life" estão se tornando a melhor definição de "filme pra americano ver", mais até que aquelas estorinhas de superação baratas no meio do esporte. P.S.: Faz muito tempo que eu vi Beleza Americana, mas a lembrança que eu tenho é que tudo tinha o porquê de acontecer e nada era tão estereotipado/generelazido como em Revolutionary Road.
Obra-prima mesmo, se não é tão "grandioso" quanto Heat é só por conta de mínimos detalhes (aqui não tem nenhum De Niro ou Pacino e a construção do roteiro é simples demais), mas quando compara o essencial mesmo, que é a habilidade do Mann, é tão bom quanto o outro. Legal também ver como era a visão dele do cinema, do homem, da sociedade etc na década de 80, que depois ensaiaria uma mudança em O Último dos Moicanos e seria totalmente extinta no próprio Heat.
Interessante o olhar de Brooks sobre o seus personagens, sempre atento as tantas diferenças entre eles, mas sempre afirmando também como essas diferenças podem conviver juntas. Ao reafirmar a possibilidade desse encontro surgir nas situações mais improváveis, com um(s) casal(is) improvável(is), ele se revela uma fabulador humano, atento aos detalhes de ser, respeitoso à diferença, tolerante, generoso. Pra cada clichê de comédia romântica, tem um texto incrível. Pra cada plano médio de campo-contracampo típico de série americana, uma cena bem coreografada, uma direção óbvia, mas correta. Brooks foi de superestimado a subestimado.
Os movimentos de câmera tremidos, por incrível que pareça, estavam ruins. Aliás, talvez a única coisa que tenha me incomodado de verdade no filme e foi também uma surpresa, ainda mais vindo do von Trier que domina essa técnica. Pra se ter uma ideia, dificilmente era possível sentir alguma conexão entre os personagens, pq ele simplesmente se recusava a filmá-los juntos. Mas tirando isso, é muito bom mesmo. A introdução é uma das experiências mais belas que eu tive o prazer de ver em 2011. O fim, igualmente: a morte poucas vezes foi tão presente em sensação (ao menos pra mim), de modo tão sublime (e aterrorizante). Como todo filme do LVT também envolve simbologias e metáforas e, isso ao mesmo tempo em que é uma qualidade, também se transforma num demérito quando eu percebo que ele depende quase unicamente daquilo pra funcionar, durante um tempo fica distante demais para um filme que quer causar tantas sensações no espectador.
Fausto
3.4 220muito, muito estiloso. dava uma boa grife
Anatomia do Inferno
2.8 67"sem propósito"
Um Verão Escaldante
3.0 121O nome aqui ficou Um Verão Escaldante, chega dia 1 de junho.
Amor Profundo
3.2 180 Assista AgoraA impopularidade do Terence Davies ainda me impressiona, não porque ele já provou ser um anti-acadêmico (esse filme mesmo, é como se fosse uma subversão do um Stephen Daldry faria, por exemplo), mas mais porque o que ele faz seria facilmente tachado de acadêmico. Lembrei logo dos filmes do Chabrol na década de 60, com todas aquelas cores fortes já tirada dos melodramas americanos 40-50s ampliando-os com tons de fumaça, para além de mostrar uma vida "fake", mostrar aquilo como uma espécie de sonho, ou ilusão, ou que a mulher está realmente a sós com o pensamento.
É acima de tudo, um melodrama bem cínico mesmo. Todo o sofrimento e angústia da personagem da Weisz nunca esconde que eles só existem para dar algum senso a mise-en-scene. Belo uso da música também (os 9 primeiros minutos são de outro mundo, é estranho como aqui até o silêncio forma algum som) e atuação monumental da Rachel Weisz.
O Diabo É Meu Sócio
3.7 14 Assista AgoraPeter Cook gênio.
Tá pelo menos entre as 5 grandes comédias do cinema.
A Cidade é uma Só
3.9 27Lindo demais. E o plano final esmaga qualquer possibilidade de filme político recente.
Tudo Começou no Sábado
3.8 25last night what we talked about, it made so much sense; but now that the haze has ascended, it don’t make no sense anymore
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraMcQueen todo descontrolado, excesso de estilo, sem foco algum. Nem parece do mesmo diretor do ótimo Hunger.
Alice (1ª Temporada)
4.3 55Revendo a série agora, toda a "paixão" por São Paulo que o Ainouz mostra todo instante as vezes parece artificial demais, em algumas passagens funciona, em outras parece uma propaganda. De vez em quando parece meio deslocado (Johnny Araujo) também, se fosse centrado só no Machado/Ainouz isso provavelmente não aconteceria. Mas enfim, é uma série competente sim, como dificilmente se faz no Brasil. Lembra muito Millenium Mambo, do Hou Hsiao-hsien e com as mesma ideias de encontro-luta/auge-decadência que depois foram reaproveitadas em Bruna Surfistinha.
Paixão de Bravo
4.0 10 Assista AgoraNão é um filme menor, até pq eu nunca vi um filme do Ray tão grande quanto esse.
Luck (1ª Temporada)
3.8 19 Assista AgoraDo criador de Deadwood e com episódio dirigido pelo Michael Mann? Pô...
O Buraco
2.5 445Joe Dante em grande forma, ainda. Quase uma revisão geral de todo o seu legado pro cinema.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraA diretora sabota todo filme em prol de um estilo que nem sequer existe. É só muita irritação e afetação. Pelo menos a Tilda Swinton existe.
O Espião que Sabia Demais
3.4 744 Assista AgoraMeio decepcionante, vindo de quem dirigiu Deixa Ela Entrar. Não sei dizer ao certo se o problema é comigo ou com o filme. Eu fui ver ligado demais na estória, que é tratada da maneira mais tímida e frágil possível, talvez seja pq ele tenha uma certa dependência do livro (que eu não li). Mas é tudo tão bem filmado que chega a irritar. Dve melhorar numa revisão.
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KAchei parecido com o último Indiana Jones pelo tom clássico (e as vezes até saudosista) da narrativa, embora nesse Cavalo de Guerra o Spielberg não tenha um décimo do controle. Dá pra dizer que é um espécie de união entre os seus melhores filmes de aventura infantis e os melodramas lotados de cenas-espetáculo que sufocam, trilha tosca do John Williams e cenas que tentam emocionar a todo custo. É bem interessante...
Pearl Jam Twenty
4.6 188 Assista Agoraa meia-hora inicial é tudo muito perdido, depois o doc. se dedica a basicamente mistificar a imagem da banda (wtf pro enorme destaque que dão pra história deles com a ticketmaster e do grammy), ao invés de tentar explorar mais sobre os discos, contar curiosidades, etc. decepcionante.
O Garoto da Bicicleta
3.7 323Melhor filme do ano.
Foi Apenas um Sonho
3.6 1,3K Assista AgoraParece mais uma tentativa desesperada do Sam Mendes de sair da sombra de Beleza Americana (sendo quase uma cópia do mesmo!!!), emulando quase todo e qualquer elemento que o cinema americano recente vem comprado. Roteiro simplista demais; tudo fluindo muito artificialmente; não busca tratar de um determinado assunto, só enfeitá-lo, no pior estilo de um Jason Reitman da vida. O pior é que o próprio filme acredita tanto que está fazendo algo realmente relevante, que é capaz de enganar facilmente quem assiste.
P.S.: Incrível como esses tais filmes que criticam o "american way of life" estão se tornando a melhor definição de "filme pra americano ver", mais até que aquelas estorinhas de superação baratas no meio do esporte.
P.S.: Faz muito tempo que eu vi Beleza Americana, mas a lembrança que eu tenho é que tudo tinha o porquê de acontecer e nada era tão estereotipado/generelazido como em Revolutionary Road.
Os Tiras de Los Angeles
3.4 12Obra-prima mesmo, se não é tão "grandioso" quanto Heat é só por conta de mínimos detalhes (aqui não tem nenhum De Niro ou Pacino e a construção do roteiro é simples demais), mas quando compara o essencial mesmo, que é a habilidade do Mann, é tão bom quanto o outro. Legal também ver como era a visão dele do cinema, do homem, da sociedade etc na década de 80, que depois ensaiaria uma mudança em O Último dos Moicanos e seria totalmente extinta no próprio Heat.
O Signo do Caos
3.8 34"Temos que abrir a barriga do Brasil pra ver o que tem dentro."
O Vingador do Futuro
3.0 1,6K Assista AgoraO diretor é bom... Veremos.
Como Você Sabe
2.6 707 Assista AgoraInteressante o olhar de Brooks sobre o seus personagens, sempre atento as tantas diferenças entre eles, mas sempre afirmando também como essas diferenças podem conviver juntas. Ao reafirmar a possibilidade desse encontro surgir nas situações mais improváveis, com um(s) casal(is) improvável(is), ele se revela uma fabulador humano, atento aos detalhes de ser, respeitoso à diferença, tolerante, generoso. Pra cada clichê de comédia romântica, tem um texto incrível. Pra cada plano médio de campo-contracampo típico de série americana, uma cena bem coreografada, uma direção óbvia, mas correta. Brooks foi de superestimado a subestimado.
Lilian M: Relatório Confidencial
3.8 13União da chanchada, o cinema marginal e a nouvelle vague japonesa... Só pra quem sabe mesmo.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraOs movimentos de câmera tremidos, por incrível que pareça, estavam ruins. Aliás, talvez a única coisa que tenha me incomodado de verdade no filme e foi também uma surpresa, ainda mais vindo do von Trier que domina essa técnica. Pra se ter uma ideia, dificilmente era possível sentir alguma conexão entre os personagens, pq ele simplesmente se recusava a filmá-los juntos. Mas tirando isso, é muito bom mesmo. A introdução é uma das experiências mais belas que eu tive o prazer de ver em 2011. O fim, igualmente: a morte poucas vezes foi tão presente em sensação (ao menos pra mim), de modo tão sublime (e aterrorizante). Como todo filme do LVT também envolve simbologias e metáforas e, isso ao mesmo tempo em que é uma qualidade, também se transforma num demérito quando eu percebo que ele depende quase unicamente daquilo pra funcionar, durante um tempo fica distante demais para um filme que quer causar tantas sensações no espectador.