Lucas Vilas-Boas

Apesar de iniciar morna, a segunda metade da temporada torna ela uma das melhores da série, principalmente com o episódio 5 e os quatro últimos. O foco nas complicadas relações familiares foi um grande acerto.

A justificativa da trama para esse filme existir é bem furada, mas entrega diversão suficiente para que isso seja aceitável. A sequência inicial é uma das melhores da franquia com folga e tem algumas mortes exageradas bem criativas. Ver Tony Todd em seu último trabalho dá um ar diferente à coisa toda, e agora a saga investe mais um pouco no humor, o que acaba dando certo. Faltou fazer mais referências à saga, mas valeu muito pela diversão.

Tinha todo o potencial para estar no topo da franquia em questão de qualidade, mas parece que após o primeiro corte, pegaram uma tesoura e saíram cortando todas as partes que dão qualquer coerência ou profundidade ao filme. É uma reunião de clichês, montagens de treinamento, momentos engraçadinhos e algumas (poucas) lutas que conseguem manter o público totalmente alheio ao protagonista. Tirando seu trauma e sua mudança, não conhecemos quase nada dele, e pior ainda quando se trata do vilão, que aparece basicamente em somente quatro cenas antes do duelo final. Tudo é muito às pressas e jogado em tela, e apesar do potencial gigantesco das lutas do protagonista, que mostrou conhecimento de kung fu muito bem, vemos muito pouco e o roteiro ainda não sabe se ele é muito bom ou muito inexperiente, resolvendo tudo na canetada. Vale pela dinâmica mais óbvia que inverteu a posição de mestre e aluno entre Li e Victor, e as poucas lutas são bem vistosas, mas é um retorno decepcionante e desnecessário pra franquia. A participação no final foi com certeza a melhor coisa do filme.