Tyler, a princípio é alguém que se vê vítima do sistema, apático com a vida e infeliz com seu trabalho (semelhança?). Uma pessoa que buscava um significado maior para a vida porém não tinha forças pra perseguir o que queria, e algumas vezes nem sabia o que queria, e tal coisa até então se manifestava na vida dele em forma de insônia... até conhecer Marla, como ele mesmo diz, que era alguém cuja filosofia de vida imediatista que dizia que ela "poderia morrer a qualquer momento, só não acontecia", o que fez com que ele libertasse todos os seus anseios e repressões acumuladas de uma vez só, sob a forma de uma outra personalidade que beirava um pouco uma manifestação do subconsciente. O fato de que ele sempre foi doente, de que o Tyler sempre esteve lá são as primeiras cenas, em que aparecem vislumbres dele.
Em suma, clube da luta passa, mesmo que sob métodos questionáveis e um pouco extremistas, a ideia de viver seus sonhos, se livrar da alienação e questionar tudo o que achar questionável. É na verdade um ponto de vista trágico sobre o quão doente podemos ficar se ficarmos em silêncio constante. É um forte sentido de revolução intelectual, com uma reviravolta excelente, mantido sob um ritmo muito forte, com atuações incríveis e uma base psicológica muito boa também. Dei 5 estrelas sem nenhuma hesitação.
"E eu nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo"
Se você acha que aquela coisa de se sentir sozinho no meio de milhões é papo pra boi dormir, não perca seu tempo vendo este filme, você vai achar ele tedioso e sem nenhum valor. Há quem diga que o individualismo é o mal do dessa década, e que falta é empatia no mundo. Empatia, e não essa coisa visivelmente falsa que a gente se depara a quase todo segundo. Mas... como ensinar as pessoas a não serem individualistas? Como ensinar empatia? Ensinar... é sobre isso que esse filme trata, sobre o que acontece quando alguém decide trabalhar com educação só porque apareceu, ou só porque era o que tinha pra fazer. Quando alguém decide não fazer a diferença na vida de crianças que se vêem perdidas e precisam de uma espécie de orientação. A trama gira em torno de Henry Barthes, um professor substituto que tem uma incrível habilidade de sentir os problemas alheios. Alguém que tem no passado fantasmas que são mais como uma pedra gigante que lhe impedem de sentir por alguma coisa por si mesmo. Esse é o ponto em que o ser humano é moldado por suas experiências vividas, da mesma forma como é o ponto em que faz diferença ser a diferença na vida de alguém. O filme também tem uma crítica ao sistema de educação, composto por pessoas que não se importam em educar, mas sim em "dar o cronograma" (semelhança?). E outra crítica aos pais, que jogam a responsabilidade de ser pais pra cima da escola. "Deveria existir um pré-requisito para ser pais, antes que as pessoas tentassem ser", já dizia ele. Com diálogos marcantes, a todo tempo você se vê pegando uma coisa do passado ou questionando uma convicção, acreditando no que o personagem diz, porque faz sentido. Detachment é um daqueles filmes que te faz ficar acordado à noite por simplesmente não conseguir controlar o fluxo de coisas que se passa pelo teu cérebro. Indico e ainda assino no final.
A expectativa que foi criada sobre esse filme foi, no mínimo, desnecessária. Ele não se aprofunda na questão dos aliens (apesar de conter esse elemento scifi), e ainda deixa muitas pontas soltas que se aproveitadas só alongariam mais o filme em um ponto que não era a intenção (creio eu) do diretor. Idéia fantástica a de juntar uma história centrada no velho oeste, com um personagem enigmático, e mais alguns eixos que não deveriam pertencer a uma história de faroeste. A fórmula deu certo, cumpriu o que prometeu, poderia ter sido melhor? poderia sim, mas esse é o problema com expectativas: elas nem sempre são satisfatórias.
Um clichê proposital. O filme mostra, a princípio, o que pessoas normais fariam se ganhassem super poderes, até atingir outro nível de complexidade. A ascensão e queda de um garoto que nunca teve nada e de repente tem tudo o que quer: um super poder e popularidade, abordando temas como bullying e violência doméstica, entre outros. Tem semelhanças com Blair Witch Project e Paranormal Activity, um como primeira pessoa e o segundo como documentário, Chronicle fica em um paralelo entre os dois. Não chega a ser um filme com roteiro excelente e muito bem trabalhado, mas é o suficiente pra eu dizer que não gastei dinheiro em vão no cinema.
Um filme que me realmente conquistou. A princípio, estranhei o Jim Carrey fora da comédia, mas ele é um ator excelente que deu conta do recado perfeitamente. Sem contar na referência a Alexander Pope, que acabou virando um trecho que mesmo depois de anos depois de ter assistido ao filme, ainda tá bem guardado aqui. Maioria dos erros ao tratar de situações temporais é, na maioria das vezes, não fazer sentido ou achar que os espectadores não vão se importar com isso, remendando o buraco com algo simplório e as vezes sem sentido. Já o Brilho Eterno de uma Mente Sem lembranças, foge a essa regra. O roteiro é simplesmente impecável, desde diálogos as pontas soltas que se percebe no começo e no fim do filme. Acabou por ser uma coisa bem concentrada e intensa, e de certa forma maluca, mas quem se atreve a me dizer que o amor não é?
Certamente um filme apaixonante, como de se esperar do Woody Allen. Roteiro muitíssimo trabalhado, com referências profundas e pessoalmente, acho que ele não poderia acertar mais em relação ao Hemingway. Woddy é alguém que sabe fazer referências profundas e ao mesmo tempo introduzir clichêzinhos de forma bonita e apresentável. Paris deve ser uma cidade apaixonante, e o filme só deixou isso mais nítido, sem contar no mal que acomete o Woddy sobre escritores e seus dramas. Lembro de ele fazer isso, de forma diferente e também genial, em Deconstructing Harry. O único pesar que fica é o de que o filme acabou cedo demais.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraInteressante as questões psicossociais que o filme aborda.
Tyler, a princípio é alguém que se vê vítima do sistema, apático com a vida e infeliz com seu trabalho (semelhança?). Uma pessoa que buscava um significado maior para a vida porém não tinha forças pra perseguir o que queria, e algumas vezes nem sabia o que queria, e tal coisa até então se manifestava na vida dele em forma de insônia... até conhecer Marla, como ele mesmo diz, que era alguém cuja filosofia de vida imediatista que dizia que ela "poderia morrer a qualquer momento, só não acontecia", o que fez com que ele libertasse todos os seus anseios e repressões acumuladas de uma vez só, sob a forma de uma outra personalidade que beirava um pouco uma manifestação do subconsciente. O fato de que ele sempre foi doente, de que o Tyler sempre esteve lá são as primeiras cenas, em que aparecem vislumbres dele.
O Substituto
4.4 1,7K Assista Agora"E eu nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo"
Se você acha que aquela coisa de se sentir sozinho no meio de milhões é papo pra boi dormir, não perca seu tempo vendo este filme, você vai achar ele tedioso e sem nenhum valor. Há quem diga que o individualismo é o mal do dessa década, e que falta é empatia no mundo. Empatia, e não essa coisa visivelmente falsa que a gente se depara a quase todo segundo. Mas... como ensinar as pessoas a não serem individualistas? Como ensinar empatia? Ensinar... é sobre isso que esse filme trata, sobre o que acontece quando alguém decide trabalhar com educação só porque apareceu, ou só porque era o que tinha pra fazer. Quando alguém decide não fazer a diferença na vida de crianças que se vêem perdidas e precisam de uma espécie de orientação. A trama gira em torno de Henry Barthes, um professor substituto que tem uma incrível habilidade de sentir os problemas alheios. Alguém que tem no passado fantasmas que são mais como uma pedra gigante que lhe impedem de sentir por alguma coisa por si mesmo. Esse é o ponto em que o ser humano é moldado por suas experiências vividas, da mesma forma como é o ponto em que faz diferença ser a diferença na vida de alguém. O filme também tem uma crítica ao sistema de educação, composto por pessoas que não se importam em educar, mas sim em "dar o cronograma" (semelhança?). E outra crítica aos pais, que jogam a responsabilidade de ser pais pra cima da escola. "Deveria existir um pré-requisito para ser pais, antes que as pessoas tentassem ser", já dizia ele. Com diálogos marcantes, a todo tempo você se vê pegando uma coisa do passado ou questionando uma convicção, acreditando no que o personagem diz, porque faz sentido. Detachment é um daqueles filmes que te faz ficar acordado à noite por simplesmente não conseguir controlar o fluxo de coisas que se passa pelo teu cérebro. Indico e ainda assino no final.
Cowboys & Aliens
2.8 1,4K Assista AgoraA expectativa que foi criada sobre esse filme foi, no mínimo, desnecessária. Ele não se aprofunda na questão dos aliens (apesar de conter esse elemento scifi), e ainda deixa muitas pontas soltas que se aproveitadas só alongariam mais o filme em um ponto que não era a intenção (creio eu) do diretor. Idéia fantástica a de juntar uma história centrada no velho oeste, com um personagem enigmático, e mais alguns eixos que não deveriam pertencer a uma história de faroeste. A fórmula deu certo, cumpriu o que prometeu, poderia ter sido melhor? poderia sim, mas esse é o problema com expectativas: elas nem sempre são satisfatórias.
Poder Sem Limites
3.4 1,7K Assista AgoraUm clichê proposital. O filme mostra, a princípio, o que pessoas normais fariam se ganhassem super poderes, até atingir outro nível de complexidade. A ascensão e queda de um garoto que nunca teve nada e de repente tem tudo o que quer: um super poder e popularidade, abordando temas como bullying e violência doméstica, entre outros. Tem semelhanças com Blair Witch Project e Paranormal Activity, um como primeira pessoa e o segundo como documentário, Chronicle fica em um paralelo entre os dois. Não chega a ser um filme com roteiro excelente e muito bem trabalhado, mas é o suficiente pra eu dizer que não gastei dinheiro em vão no cinema.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraUm filme que me realmente conquistou. A princípio, estranhei o Jim Carrey fora da comédia, mas ele é um ator excelente que deu conta do recado perfeitamente. Sem contar na referência a Alexander Pope, que acabou virando um trecho que mesmo depois de anos depois de ter assistido ao filme, ainda tá bem guardado aqui. Maioria dos erros ao tratar de situações temporais é, na maioria das vezes, não fazer sentido ou achar que os espectadores não vão se importar com isso, remendando o buraco com algo simplório e as vezes sem sentido. Já o Brilho Eterno de uma Mente Sem lembranças, foge a essa regra. O roteiro é simplesmente impecável, desde diálogos as pontas soltas que se percebe no começo e no fim do filme. Acabou por ser uma coisa bem concentrada e intensa, e de certa forma maluca, mas quem se atreve a me dizer que o amor não é?
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraCertamente um filme apaixonante, como de se esperar do Woody Allen. Roteiro muitíssimo trabalhado, com referências profundas e pessoalmente, acho que ele não poderia acertar mais em relação ao Hemingway. Woddy é alguém que sabe fazer referências profundas e ao mesmo tempo introduzir clichêzinhos de forma bonita e apresentável. Paris deve ser uma cidade apaixonante, e o filme só deixou isso mais nítido, sem contar no mal que acomete o Woddy sobre escritores e seus dramas. Lembro de ele fazer isso, de forma diferente e também genial, em Deconstructing Harry. O único pesar que fica é o de que o filme acabou cedo demais.