Pra mim, o maior nível do cinema é esse: uma grande, massiva e visceral obra de arte. Ele choca, espanta, incomoda, provoca reflexão, e apela pra coisas que estão no nosso âmago. Sensacional.
Eu gostei do filme, mas precisei relevar muita coisa.
Primeiro que a temática central que o filme tenta abordar com a última explicação em tela destoa completamente do resto do filme, mostrando que talvez o diretor não tenha conseguido captar em tela todas as intenções que ele teve ao fazer ele.
A fotografia ajuda e muito na história a ser contada, assim como a trilha sonora, que passam muito bem a impressão desse lugar inóspito, gelado e silencioso. As atuações são boas, e não ficam pra trás nos momentos em que a tensão aumenta, especialmente pro Jeremy Renner que é quem recebe um foco maior, se comparado a Elizabeth Olsen.
Entretanto, o roteiro falha ao não conseguir criar um clímax pra história, apressando bastante algo que deveria ser o grande ápice do filme. Também existe toda uma questão moral mal trabalhada com o Cory, que hora se mostra uma pessoa que conseguiu superar todos os acontecimentos passados, e assim joga todo o peso de crescimento pessoal para a Jane, que por sua vez fica em uma inconstância de momento muitos ingênuos e momentos de clareza ímpar, para no fim não ter uma grande contribuição pra história como um todo.
O filme tem alguns diálogos muito tocantes, que sem essa grande mensagem a ser passada, dá uma impressão de vazio que talvez seja proposital no fim das contas. Se o roteiro tivesse sido melhor trabalhado um pouco mais, acredito que a experiência teria sido melhor.
O casamento perfeito entre drama, ciência, sobrenaturalidade e uma pitada de suspense permitem esse filme ser transcendental e agridoce. Um filme obtêm êxito em seu objetivo quando o espectador se prende e se envolve profundamente com os personagens. Quem não sofreu com os dramas pessoais e que não se vibrou de queixo caído diante de uma descoberta científica que mudaria a humanidade pra sempre? É toda uma experiência. Com um final mais que impressionante e imprevisível, as 1:47h de filme passam tão despercebidas que fica aquela sensação de "mas já?". Diálogos incrivelmente tocantes, profundos e por vezes filosóficos fazem desse filme incrivelmente tocante, mas sem apelar para o clichê ou frases soltas. Tudo está conectado. Nada é aleatório.
As pessoas tentam analisar esse filme sem levar em consideração que é uma ficção científica com uma outra abordagem, um outro lado da inteligência artificial: aquele não-clichê, a princípio. Ultimamente o cinema se voltou para as pequenas produções de ficção científica (em vez de franquias grandiosas), utilizando uma abordagem menor e mais humanizada. Esse filme e Her são frutos da mesma nova safra: aquela que, diferente da anterior, que dizia que a inteligência artificial iria crescer tanto a ponto de entrar em guerra contra humanidade.
Blue Jasmine é, basicamente, uma super exposição individual sob o ponto de vista (complexado) do Woody Allen durante a crise imobiliária que atingiu os EUA anos atrás. Particularmente, passei a achar fantástico depois que entendi que essa contextualização. A trilha sonora toda em Jazz e a fotografia com ar oldschool tornam o filme muito delicioso de se ver.
Nele você tem Cate Blanchett (com o oscar merecidíssimo) e Sally Hawkins perfeitas, dando um show com personagens super complexadas, neuróticas, cheias de defeitos e sem noção como só o Woody Allen sabe fazer. E os homens? Ah, são todos uns porcos! Tudo isso no meio dentro de uma escala que vai entre luxo, uma tragédia anunciada e decadência.
É um filme onde pessoas "normais" não existem (e talvez não existam mesmo), mas com um ponto fraquíssimo, que o filme começa em lugar nenhum e vai pra lugar nenhum, intencionalmente. E esse intencionalmente te deixa com vontade de ter mais uma vez essa imersão no mundo da Jasmine, por mais quebrado e defeituoso que ele fosse.
Maldito Woody Allen e seus personagens interessantes.
12 anos de escravidão começou tendo que superar um grande obstáculo chamado Django Livre. Ele não é tão experimental quanto, a trilha sonora não é tão boa quanto e a fotografia não é tão boa quanto. De certo, não temos aqui uma grande história de amor e o filme não tem um grande clímax ou até momentos grandiosos. Não temos um personagem principal de ferro que move céus e terra por vingança. Só o que temos aqui é uma pessoa que sofreu uma enorme injustiça e teve sentimentos humanos o tempo inteiro. O filme toca com sensibilidade em pontos-chave. Em outros, nem tanto. Mas como eu disse, sem grandes momentos. A imersão que o filme dá é a de você querer que a violência a acabe, que os negros parem de sofrer e sejam livres, mas você não tem aquela imersão de sentir na pele o que o Solomon sente por mais que alguns instantes que podem ser contados em uma mão. O filme também é contextualizado de forma excelente, devido ao fato de ser baseado em fatos reais. Com ótimas atuações, temos Fassbender fantástico demonstrando uma demência excelente, mas que não deve ganhar por concorrer na mesma categoria que o Jared Leto. Chiwetel Ejiofor, infelizmente não fez algo digno do Oscar de melhor ator, talvez por culpa do próprio roteiro em si. Lupita Nyong'o sim é de grande destaque no filme, que acabou virando a minha aposta pra melhor atriz coadjuvante. No mais, temos os excelentes Brad Pitt, Sarah Paulson e Benedict Cumberbatch sendo as grandes estrelas que são. Fechando a conta, 12 Anos de Escravidão é com certeza um bom filme, cumpre o que promete, é bem direto e nem de longe é tedioso. Mas passa a impressão de que falta algo, impressão essa que eu to sentindo até agora.
Existem atores que com suas atuações impecáveis conseguem levar um filme inteiro nas costas. Bem, esse não é o caso. Totalmente despretensioso, Dallas Buyers Club é um filme feito de grandes atuações. Matthew McConaughey, Jared Leto se destacam por se entregarem de corpo e alma aos personagens, que por sinal foram muito bem construídos. Além das atuações, o que chama a atenção é temática: o obscuro início da epidemia da ADIS.
Por ser um filme baseado em uma história real, ele é assustadoramente bem contextualizado, e assistindo ele nos deparamos com uma história de superação, perseverança e sobrevivência, sem apelar para clichês ou pra qualquer tipo de sentimentalismo barato.
Nele nós podemos acompanhar a transformação de um alcoólatra, drogado, homofóbico com uma vidinha medíocre e vazia, encontrando em um travesti que abandonado pelos pais, força pra lidar com uma doença tão autodestrutiva quanto ele, transformando isso em força, e se tornando uma das pessoas que mais fizeram pela causa.
Desenvolvido sem qualquer pressa, ele é bastante reflexivo e emocionante em vários aspectos, principalmente sobre como a realidade da época era completamente assustadora, uma vez que quando a AIDS foi descoberta sabia-se pouco sobre a doença, e milhares de pessoas estavam morrendo enquanto as grandes corporações se aproveitavam com remédios altamente tóxicos e caros e a FDA tomava o controle de médicos, remédios, hospitais, tudo.
O final do filme não poderia ser outro: majestoso. Cumpriu com méritos o que prometeu, e em vários pontos do filme você tem que parar, juntar os pedaços do seu coração, colar e voltar assistir, porque não tem como sentir nada diante de uma história de vida dessas.
Maioria das pessoas critica esse filme por sequer não conseguir assimilar o significado dele. Transcendental é o que o define. Então eu creio que quem diz que ele é cansativo, chato, ruim, longo, etc, é um péssimo espectador, e não o filme que é péssimo.
Antes de tudo o filme é uma crítica não só à nossa sociedade como a cada um de nós individualmente. Quando foi que nos tornamos tão dependente de ficar online? Quando foi que começamos a usar as redes sociais como tapa buracos das relações pessoais? Porque nós agimos como inconsequentes quando estamos na frente de um computador ou até mesmo de um celular? Quando foi que nos tornamos outras pessoas online e outras pessoalmente? Todos esses são questionamentos frequentes que o filme nos proporciona.
O título do filme é um trocadilho sutil: ele sugere que devido ao tempo que ficamos online, esquecemos de se conectar de verdade com outras pessoas, desconectados. Conta a história de 3 núcleos: de um menino sem amigos na escola que infelizmente é enganado por um perfil falso de outras duas crianças, um casal que perdeu todo o dinheiro devido à um ataque hacker, e de uma jornalista que começa a visitar um site de webcams ao vivo em busca de uma matéria e acaba achando bem mais que isso.
São dramas de pessoas reais bem desenvolvidos, com uma intensidade ímpar das relações pessoais. Pessoalmente, acredito que o filme retrata um pouco também sobre o quão doentio pode ser essa dependência por tecnologia. A criação das redes sociais tornou todas as relações humanas complicadas, mudou toda a dinâmica de viver e se relacionar, e isso nem sempre é uma coisa boa.
O que matou esse filme foram os diálogos bobos e a composição dos personagens. Os diálogos bobos irritam profundamente, o que me fez acabar desistindo do filme depois que eu vi aquele diálogo de Top Gun sobre o piloto ser irresponsável, e colocar a vida dos outros em perigo sendo reproduzido sem nenhum pudor. Revoltante! O que foi lindo foram as referências a Evangelion, porém, a pretensão foi grande demais e isso acabou criando grandes expectativas sobre um live action de mechas, uma vez que Evangelion foi a obra mais consagrada do gênero, e acabou meio que marcando o fim das superproduções de sucesso. Obviamente, outra coisa que irrita no filme são os cenários escuros e a lentidão das próprias cenas de ação, mas isso é justificável.
Ele é um filme ótimo, como eu suspeito que qualquer filme adaptado de um livro do Tolkien seria, roteiro não é nem de longe um problema. Existem apenas dois grandes problemas: a história se centrar muito no Thorin quando deveria ser mais centrada no Bilbo, e a falta de ritmo no final do filme. Acho que o que foi uma tentativa de deixar o espectador com gosto de quero mais não deu muito certo e tirou todo o propósito do filme. O filme acaba e a pessoa fica: mas já? Mas né, esperando o próximo desde já...
Firefly talvez seja a série de ficção científica mais injustiçada da história.
Do mesmo criador de Buffy (Joss Whedon), a história de Firefly, que teve apenas 11 episódios exibidos, se passa em um universo futurístico em que a população da Terra se tornou exagerada para o planeta e a raça humana teve que achar outro sistema solar com vários planetas e luas, para começar um processo de adaptação dos mesmos e dar condições parecidas coma da Terra, processo conhecido como "terramorfismo".
A série e filme tem características peculiares que não são vistas em filmes e séries de ficção científicas normais. O primeiro ponto que se destaca é o fato de que é uma ficção científica estilo faroeste, coisa que é notória na série devido ao estilo de armas e tudo mais. Enquanto os Jedis de Star Wars usam sabres de luz e em Battlestar Galactica existem batalhas no espaço a todo instante, no universo de Firefly são usadas pistolas normais e maioria das batalhas são travadas em terra firme. Com um ambiente na maioria das vezes entre o muito sombrio e cômico, conta a história dos 9 tripulantes da nave Serenity, cada um com uma personalidades, peculiaridades e formas diferentes de cativar o telespectador.
No mesmo universo futurístico, fica claro que apenas dois países continuaram existindo depois de uma guerra civil: Estados Unidos e China. A série começa com o término da guerra e a jornada dos personagens de "acharem o caminho de volta" em um mundo totalmente desolador, passando por cima de injustiças e barbáries cometidas pela Aliança, entidade governamental predominante (mas claro, existem os que lutam contra o sistema). Com isso, a cultura se tornou difundida e tudo o que existia vira uma completa bagunça. O idioma vira um misto de Inglês incorporando várias expressões chinesas, e religião, música, tudo vira uma bagunça.
Fato peculiar é que nesse universo, a profissão mais antiga do mundo é uma profissão regulamentada e que é bem vista na sociedade, colocando a personagem que é "acompanhante" (como ela gosta de ser chamada) várias vezes como personagem que impõe sua presença e as pessoas aceitam isso. Ao meu ver, o diferencial da série e consequentemente do filme que deu um final a ela, tá na forma humana que ele nos dá. É um mundo em que os meios não justificam os fins e os humanos são imperfeitos por natureza, o que acaba fazendo do universo miserável e cruel. Com excelentes atuações e roteiro, Serenity acaba sendo uma boa pedida pra quem quer ver um bom filme de ficção científica sem muita dramatização e com boas tiradas, com uma linha sombria e mística, o que dá todo uma "cor" diferente à história.
Filmes que retratam relações paternas sempre me deixam muito perplexo. C.R.A.Z.Y. consegue bem, do começo até o fim, contar uma história comum que poderia acontecer com você, com o seu vizinho ou algum parente seu, explorando elementos figurativos e abusando as vezes de uma imaginação perfeitamente encaixada dentro dos padrões normais, com uma narrativa que com toda a certeza, foi aproveitada 5 anos depois em Toast.
É um filme sobre pessoas reais, e como todo mundo, um dia Zachary se perdeu na busca por uma aceitação paterna que mais na frente causou danos à família inteira. É tudo sobre o poder da influência. O pai do Zachary influenciava os filhos como queria, com o ar autoritário e o lado amável, o que vez Zachary, no futuro, viver boa parte da vida em negação em busca desse lado que segundo a própria visão dele, tinha-se ido há um bom tempo, influenciando dessa forma, todos os outros ao seu redor, em doses sutis mas certeiras.
Se encaixando aos moldes culturais da época, o filme retrata uma adolescência como ela realmente é, cheia de altos e baixos, muitos hormônios e pensamentos confusos, sempre com a música como forma de expressão. Todos eram adolescentes e seguiam alguma tendência em alta na época, seja Elvis, David Bowie, Pink Floyd, ou até mesmo os Rolling Stones, todos os personagens do filme sofreram uma estereotipação óbvia, por representar a adolescência.
"O problema de se perder, é que um dia você se encontra" define bem o desenvolvimento do filme. Foi necessário primeiro o Zachary viajar pra Jerusalém e sofrer bastante para se aceitar, e em seguida buscar a aceitação do pai, que aprendeu da forma mais dolorosa possível que a aceitar a opção sexual de um filho é melhor que viver com o luto de perder um.
Com um final que não deixou nada a desejar, fica claro que os personagens em foco precisam de redenção, coisa que foi tratada com um sentimentalismo necessário, sem momento algum soar clichê ou superficial. No fim das contas, C.R.A.Z.Y é um filme que conseguiu dar um sentido mais profundo pra uma fase da vida em que nós somos sempre fúteis e superficiais. Maravilhoso!
Superestimação é o nome que eu dou pras 11 indicações ao Oscar que esse filme recebeu (talvez nem tanto porque ele tem uma fotografia excelente). Um filme do início ao fim sobre metáforas de auto-ajuda e conhecimento interior e contato com a divindade superior, dando um cunho religioso óbvio com o sentido de atrair as massas, mas que devem despertar o carisma do espectador pela história de superação do Pi. É um filme bom, mas só isso. Não merecia as 11 indicações. The Tree of Life só teve uma ou duas indicações no Oscar do ano passado, se não me engano, e abordava todos esses temas de uma forma bem mais tocante e interior, e com atuações impecáveis. Mas né, quem disse que Oscar é sobre justiça?
Vamos falar de Tarantino. Mas não o Tarantino de Pulp Fiction, Reservoir Dogs, Jackie Brown, Death Proof ou Kill Bill. Vamos falar do Tarantino na sua nova fase, a fase pós Bastardos Inglórios. Porque foi isso que Django Livre foi, mais um filme de época dessa nova fase do Tarantino. Sem dúvida alguma ele não perdeu suas características que fizeram dele um dos diretores mais amados do cinema, como a de fazer uma morte se tornar bagunçada e também divertida a ponto de fazer as pessoas rirem no cinema mesmo com partes do corpo voando em várias direções. Django é um filme bem humorado, sem poucos dramas ou melancolias e com muitas sacadas inteligentes. As atuações excelentes do Christoph Waltz, Jamie Foxx, Samuel L. Jackson e do Leonardo DiCaprio fizeram a magia do filme, fazendo com que não se tratasse de apenas um filme de faroeste. E sim, por mais difícil que seja, Django Livre é um filme de faroeste e por isso teve várias limitações, fazendo com que por várias vezes eu me perguntasse "é só isso?" quando o ritmo do filme diminuía. Sem nenhum antagonista, Django Livre é um péssimo filme para quem gosta de sentir que não seja tudo fácil para o protagonista, ou para quem goste de relacionamentos bem trabalhados. Apesar de sermos capazes de entender os personagens, as relações no filme são muito superficiais e a falta de um vilão de verdade fica bem clara ao longo do filme. Com muito sangue e direito até a explosões gigantescas, o filme nos faz soltar um “nossa!” uma ou duas vezes, mas em momento algum é intrigante ou imprevisível, como alguns outros filmes do diretor. Como alguém me disse, talvez o erro do Tarantino nesse filme tenha sido tentar deixar as coisas grandiosas demais, isso fez com que ele perdesse um pouco do estilo que ele tinha. Não é um filme ruim, mas para padrões Tarantino, é apenas mais um filme.
Um dos maiores perigos sobre filmes de viagens no tempo são o quão complicados eles podem ser, e quando não, o quão previsíveis eles podem ficar. Mas esse não é o caso de Looper, um filme que não mente nesse aspecto, como um bom filme de ficção científica deve ser. Looper traz uma visão interessante sobre um mundo futurista, mostrando alguns aspectos interessantes sobre a sociedade futurista, como a ausência do governo, o controle de uma máfia e a "evolução humana" banalizada. Com atuações boas, parte pelo Bruce Willis (o que já era de se esperar) e parte por um Joseh Gordon-Levitt com vários trejeitos do Bruce Willis, criando um clima interessante entre o protagonista e ele mesmo 30 anos depois, o seu antagonista. Mas também, para por aí. Looper a princípio introduziu uma proposta grande e pretensiosa, e depois se focou em uma história menor, deixando a desejar muitas explicações que tenho certeza que todos os espectadores tiveram. Perto do fim, ele mantém o ritmo, o que pode dar a impressão de se tornar previsível, se tornando um exagerado também nas cenas de ação. É um filme bom, sem dúvida alguma, mas não chega a ser um De Volta Para o Futuro, Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças e muito menos um Akira como disseram por aí.
Que os americanos levam a sério estereótipos não é novidade pra ninguém, tampouco que eles se aproveitam da compaixão humana para com os fracos e oprimidos pra fazerem filmes. As vantagens de ser invisível é sobre isso, começa como sendo apenas mais um filmezinho sobre pessoas deslocadas e como a vida dessas pessoas pode ser interessante, mas acaba se desenrolando nos dramas não tão leves assim do personagem principal. Com a Emma Watson e um elenco muito bom, o filme é um ótimo pedido pra quem gosta de uma boa história adolescente como deve ser contada, sem vitimismos, melosidades ou exageros. Com direito a frases marcantes ainda como "todos nós recebemos o amor que achamos que merecemos" que pra mim é o melhor quote do filme.
Eu digo a vocês que o problema desse filme foi apenas um: Stanley Kubrick. O filme é um ótimo relato da Síndrome da Cabana (e assim como maioria das obras do Stephen King tem bastante material psicológico e social), com excelentes atuações, fotografia impecável, mas só tem um problema que é um dos piores do Kubrick, o ritmo. Ele pode deixar muito a desejar quando se trata de trilha sonora, e um exemplo disso é a música clássica desnecessária em Laranja Mecânica. Nesse filme ele colocou uma trilha sonora horripilante/assustadora até para momentos insignificantes como o escovar de dentes. Como se a pasta de dente fosse ganhar vida, ficar maligna e matar 95% da população mundial né? Não. E devido a esse fato, o filme ficou um pouco sem ritmo. Houveram momentos em que eu esperei tomar aquele susto, por causa da trilha sonora que te dá o sinal de que algo vai acontecer, mas não acontecia nada... no fim das contas ficou meio chato e irritante isso.
O terror psicológico ficou meio superficial, muita história não ficou clara e só no fim ficou claro que a família toda estava enlouquecendo e não só o Jack. E por não ter lido o livro, não ficou muito claro o porque o Tony disse "Dany não está mais aqui" e depois sem explicação nenhuma a personalidade Dany volta e as coisas acontecem naturalmente como se ele sempre estivesse estado lá. E outra, o que afinal de contas era o Jack? Um fantasma, alguém reencarnado? Eu achei sacanagem não fechar essa ponta solta, porque eu tenho certeza que quem leu o livro sabe disso.
Mas apesar de ter deixado a desejar em vários pontos, continua sendo um ótimo filme... só poderia ter sido melhor com um diretor que trabalhasse o ritmo melhor.
Ingrid Vai Para o Oeste
3.3 234 Assista AgoraA ideia do filme é poderosa, mas ele passa uma mensagem tão errada...
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraPra mim, o maior nível do cinema é esse: uma grande, massiva e visceral obra de arte. Ele choca, espanta, incomoda, provoca reflexão, e apela pra coisas que estão no nosso âmago. Sensacional.
Terra Selvagem
3.8 592 Assista AgoraEu gostei do filme, mas precisei relevar muita coisa.
Primeiro que a temática central que o filme tenta abordar com a última explicação em tela destoa completamente do resto do filme, mostrando que talvez o diretor não tenha conseguido captar em tela todas as intenções que ele teve ao fazer ele.
A fotografia ajuda e muito na história a ser contada, assim como a trilha sonora, que passam muito bem a impressão desse lugar inóspito, gelado e silencioso. As atuações são boas, e não ficam pra trás nos momentos em que a tensão aumenta, especialmente pro Jeremy Renner que é quem recebe um foco maior, se comparado a Elizabeth Olsen.
Entretanto, o roteiro falha ao não conseguir criar um clímax pra história, apressando bastante algo que deveria ser o grande ápice do filme. Também existe toda uma questão moral mal trabalhada com o Cory, que hora se mostra uma pessoa que conseguiu superar todos os acontecimentos passados, e assim joga todo o peso de crescimento pessoal para a Jane, que por sua vez fica em uma inconstância de momento muitos ingênuos e momentos de clareza ímpar, para no fim não ter uma grande contribuição pra história como um todo.
O filme tem alguns diálogos muito tocantes, que sem essa grande mensagem a ser passada, dá uma impressão de vazio que talvez seja proposital no fim das contas. Se o roteiro tivesse sido melhor trabalhado um pouco mais, acredito que a experiência teria sido melhor.
Tomates Verdes Fritos
4.2 1,3K Assista AgoraTOWANDA!
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraEu amo tanto esse filme que não cabe em mim <3
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraDivertidamente? Melhor que boyhood.
O Universo No Olhar
4.2 1,3KO casamento perfeito entre drama, ciência, sobrenaturalidade e uma pitada de suspense permitem esse filme ser transcendental e agridoce. Um filme obtêm êxito em seu objetivo quando o espectador se prende e se envolve profundamente com os personagens. Quem não sofreu com os dramas pessoais e que não se vibrou de queixo caído diante de uma descoberta científica que mudaria a humanidade pra sempre? É toda uma experiência. Com um final mais que impressionante e imprevisível, as 1:47h de filme passam tão despercebidas que fica aquela sensação de "mas já?". Diálogos incrivelmente tocantes, profundos e por vezes filosóficos fazem desse filme incrivelmente tocante, mas sem apelar para o clichê ou frases soltas. Tudo está conectado. Nada é aleatório.
Transcendence: A Revolução
3.2 1,1K Assista AgoraAs pessoas tentam analisar esse filme sem levar em consideração que é uma ficção científica com uma outra abordagem, um outro lado da inteligência artificial: aquele não-clichê, a princípio. Ultimamente o cinema se voltou para as pequenas produções de ficção científica (em vez de franquias grandiosas), utilizando uma abordagem menor e mais humanizada. Esse filme e Her são frutos da mesma nova safra: aquela que, diferente da anterior, que dizia que a inteligência artificial iria crescer tanto a ponto de entrar em guerra contra humanidade.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraBlue Jasmine é, basicamente, uma super exposição individual sob o ponto de vista (complexado) do Woody Allen durante a crise imobiliária que atingiu os EUA anos atrás. Particularmente, passei a achar fantástico depois que entendi que essa contextualização. A trilha sonora toda em Jazz e a fotografia com ar oldschool tornam o filme muito delicioso de se ver.
Nele você tem Cate Blanchett (com o oscar merecidíssimo) e Sally Hawkins perfeitas, dando um show com personagens super complexadas, neuróticas, cheias de defeitos e sem noção como só o Woody Allen sabe fazer. E os homens? Ah, são todos uns porcos! Tudo isso no meio dentro de uma escala que vai entre luxo, uma tragédia anunciada e decadência.
É um filme onde pessoas "normais" não existem (e talvez não existam mesmo), mas com um ponto fraquíssimo, que o filme começa em lugar nenhum e vai pra lugar nenhum, intencionalmente. E esse intencionalmente te deixa com vontade de ter mais uma vez essa imersão no mundo da Jasmine, por mais quebrado e defeituoso que ele fosse.
Maldito Woody Allen e seus personagens interessantes.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0K12 anos de escravidão começou tendo que superar um grande obstáculo chamado Django Livre. Ele não é tão experimental quanto, a trilha sonora não é tão boa quanto e a fotografia não é tão boa quanto. De certo, não temos aqui uma grande história de amor e o filme não tem um grande clímax ou até momentos grandiosos. Não temos um personagem principal de ferro que move céus e terra por vingança. Só o que temos aqui é uma pessoa que sofreu uma enorme injustiça e teve sentimentos humanos o tempo inteiro. O filme toca com sensibilidade em pontos-chave. Em outros, nem tanto. Mas como eu disse, sem grandes momentos. A imersão que o filme dá é a de você querer que a violência a acabe, que os negros parem de sofrer e sejam livres, mas você não tem aquela imersão de sentir na pele o que o Solomon sente por mais que alguns instantes que podem ser contados em uma mão. O filme também é contextualizado de forma excelente, devido ao fato de ser baseado em fatos reais. Com ótimas atuações, temos Fassbender fantástico demonstrando uma demência excelente, mas que não deve ganhar por concorrer na mesma categoria que o Jared Leto. Chiwetel Ejiofor, infelizmente não fez algo digno do Oscar de melhor ator, talvez por culpa do próprio roteiro em si. Lupita Nyong'o sim é de grande destaque no filme, que acabou virando a minha aposta pra melhor atriz coadjuvante. No mais, temos os excelentes Brad Pitt, Sarah Paulson e Benedict Cumberbatch sendo as grandes estrelas que são. Fechando a conta, 12 Anos de Escravidão é com certeza um bom filme, cumpre o que promete, é bem direto e nem de longe é tedioso. Mas passa a impressão de que falta algo, impressão essa que eu to sentindo até agora.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraExistem atores que com suas atuações impecáveis conseguem levar um filme inteiro nas costas. Bem, esse não é o caso. Totalmente despretensioso, Dallas Buyers Club é um filme feito de grandes atuações. Matthew McConaughey, Jared Leto se destacam por se entregarem de corpo e alma aos personagens, que por sinal foram muito bem construídos. Além das atuações, o que chama a atenção é temática: o obscuro início da epidemia da ADIS.
Por ser um filme baseado em uma história real, ele é assustadoramente bem contextualizado, e assistindo ele nos deparamos com uma história de superação, perseverança e sobrevivência, sem apelar para clichês ou pra qualquer tipo de sentimentalismo barato.
Nele nós podemos acompanhar a transformação de um alcoólatra, drogado, homofóbico com uma vidinha medíocre e vazia, encontrando em um travesti que abandonado pelos pais, força pra lidar com uma doença tão autodestrutiva quanto ele, transformando isso em força, e se tornando uma das pessoas que mais fizeram pela causa.
Desenvolvido sem qualquer pressa, ele é bastante reflexivo e emocionante em vários aspectos, principalmente sobre como a realidade da época era completamente assustadora, uma vez que quando a AIDS foi descoberta sabia-se pouco sobre a doença, e milhares de pessoas estavam morrendo enquanto as grandes corporações se aproveitavam com remédios altamente tóxicos e caros e a FDA tomava o controle de médicos, remédios, hospitais, tudo.
O final do filme não poderia ser outro: majestoso. Cumpriu com méritos o que prometeu, e em vários pontos do filme você tem que parar, juntar os pedaços do seu coração, colar e voltar assistir, porque não tem como sentir nada diante de uma história de vida dessas.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraMaioria das pessoas critica esse filme por sequer não conseguir assimilar o significado dele. Transcendental é o que o define. Então eu creio que quem diz que ele é cansativo, chato, ruim, longo, etc, é um péssimo espectador, e não o filme que é péssimo.
Os Desconectados
3.9 442 Assista AgoraAntes de tudo o filme é uma crítica não só à nossa sociedade como a cada um de nós individualmente. Quando foi que nos tornamos tão dependente de ficar online? Quando foi que começamos a usar as redes sociais como tapa buracos das relações pessoais? Porque nós agimos como inconsequentes quando estamos na frente de um computador ou até mesmo de um celular? Quando foi que nos tornamos outras pessoas online e outras pessoalmente? Todos esses são questionamentos frequentes que o filme nos proporciona.
O título do filme é um trocadilho sutil: ele sugere que devido ao tempo que ficamos online, esquecemos de se conectar de verdade com outras pessoas, desconectados. Conta a história de 3 núcleos: de um menino sem amigos na escola que infelizmente é enganado por um perfil falso de outras duas crianças, um casal que perdeu todo o dinheiro devido à um ataque hacker, e de uma jornalista que começa a visitar um site de webcams ao vivo em busca de uma matéria e acaba achando bem mais que isso.
São dramas de pessoas reais bem desenvolvidos, com uma intensidade ímpar das relações pessoais. Pessoalmente, acredito que o filme retrata um pouco também sobre o quão doentio pode ser essa dependência por tecnologia. A criação das redes sociais tornou todas as relações humanas complicadas, mudou toda a dinâmica de viver e se relacionar, e isso nem sempre é uma coisa boa.
A Centopéia Humana
2.6 1,8KCADE A OPÇÃO JA VI MAS NAO QUERIA TER VISTO?
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraO que matou esse filme foram os diálogos bobos e a composição dos personagens. Os diálogos bobos irritam profundamente, o que me fez acabar desistindo do filme depois que eu vi aquele diálogo de Top Gun sobre o piloto ser irresponsável, e colocar a vida dos outros em perigo sendo reproduzido sem nenhum pudor. Revoltante! O que foi lindo foram as referências a Evangelion, porém, a pretensão foi grande demais e isso acabou criando grandes expectativas sobre um live action de mechas, uma vez que Evangelion foi a obra mais consagrada do gênero, e acabou meio que marcando o fim das superproduções de sucesso. Obviamente, outra coisa que irrita no filme são os cenários escuros e a lentidão das próprias cenas de ação, mas isso é justificável.
Meu Namorado é um Zumbi
2.9 2,6K Assista AgoraEsse filme é tão ruim que é difícil não pensar que é proposital
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraEle é um filme ótimo, como eu suspeito que qualquer filme adaptado de um livro do Tolkien seria, roteiro não é nem de longe um problema. Existem apenas dois grandes problemas: a história se centrar muito no Thorin quando deveria ser mais centrada no Bilbo, e a falta de ritmo no final do filme. Acho que o que foi uma tentativa de deixar o espectador com gosto de quero mais não deu muito certo e tirou todo o propósito do filme. O filme acaba e a pessoa fica: mas já? Mas né, esperando o próximo desde já...
Serenity: A Luta pelo Amanhã
3.4 200 Assista AgoraFirefly talvez seja a série de ficção científica mais injustiçada da história.
Do mesmo criador de Buffy (Joss Whedon), a história de Firefly, que teve apenas 11 episódios exibidos, se passa em um universo futurístico em que a população da Terra se tornou exagerada para o planeta e a raça humana teve que achar outro sistema solar com vários planetas e luas, para começar um processo de adaptação dos mesmos e dar condições parecidas coma da Terra, processo conhecido como "terramorfismo".
A série e filme tem características peculiares que não são vistas em filmes e séries de ficção científicas normais. O primeiro ponto que se destaca é o fato de que é uma ficção científica estilo faroeste, coisa que é notória na série devido ao estilo de armas e tudo mais. Enquanto os Jedis de Star Wars usam sabres de luz e em Battlestar Galactica existem batalhas no espaço a todo instante, no universo de Firefly são usadas pistolas normais e maioria das batalhas são travadas em terra firme. Com um ambiente na maioria das vezes entre o muito sombrio e cômico, conta a história dos 9 tripulantes da nave Serenity, cada um com uma personalidades, peculiaridades e formas diferentes de cativar o telespectador.
No mesmo universo futurístico, fica claro que apenas dois países continuaram existindo depois de uma guerra civil: Estados Unidos e China. A série começa com o término da guerra e a jornada dos personagens de "acharem o caminho de volta" em um mundo totalmente desolador, passando por cima de injustiças e barbáries cometidas pela Aliança, entidade governamental predominante (mas claro, existem os que lutam contra o sistema). Com isso, a cultura se tornou difundida e tudo o que existia vira uma completa bagunça. O idioma vira um misto de Inglês incorporando várias expressões chinesas, e religião, música, tudo vira uma bagunça.
Fato peculiar é que nesse universo, a profissão mais antiga do mundo é uma profissão regulamentada e que é bem vista na sociedade, colocando a personagem que é "acompanhante" (como ela gosta de ser chamada) várias vezes como personagem que impõe sua presença e as pessoas aceitam isso. Ao meu ver, o diferencial da série e consequentemente do filme que deu um final a ela, tá na forma humana que ele nos dá. É um mundo em que os meios não justificam os fins e os humanos são imperfeitos por natureza, o que acaba fazendo do universo miserável e cruel. Com excelentes atuações e roteiro, Serenity acaba sendo uma boa pedida pra quem quer ver um bom filme de ficção científica sem muita dramatização e com boas tiradas, com uma linha sombria e mística, o que dá todo uma "cor" diferente à história.
"You can’t take the sky from me."
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
4.2 712Filmes que retratam relações paternas sempre me deixam muito perplexo. C.R.A.Z.Y. consegue bem, do começo até o fim, contar uma história comum que poderia acontecer com você, com o seu vizinho ou algum parente seu, explorando elementos figurativos e abusando as vezes de uma imaginação perfeitamente encaixada dentro dos padrões normais, com uma narrativa que com toda a certeza, foi aproveitada 5 anos depois em Toast.
É um filme sobre pessoas reais, e como todo mundo, um dia Zachary se perdeu na busca por uma aceitação paterna que mais na frente causou danos à família inteira. É tudo sobre o poder da influência. O pai do Zachary influenciava os filhos como queria, com o ar autoritário e o lado amável, o que vez Zachary, no futuro, viver boa parte da vida em negação em busca desse lado que segundo a própria visão dele, tinha-se ido há um bom tempo, influenciando dessa forma, todos os outros ao seu redor, em doses sutis mas certeiras.
Se encaixando aos moldes culturais da época, o filme retrata uma adolescência como ela realmente é, cheia de altos e baixos, muitos hormônios e pensamentos confusos, sempre com a música como forma de expressão. Todos eram adolescentes e seguiam alguma tendência em alta na época, seja Elvis, David Bowie, Pink Floyd, ou até mesmo os Rolling Stones, todos os personagens do filme sofreram uma estereotipação óbvia, por representar a adolescência.
"O problema de se perder, é que um dia você se encontra" define bem o desenvolvimento do filme. Foi necessário primeiro o Zachary viajar pra Jerusalém e sofrer bastante para se aceitar, e em seguida buscar a aceitação do pai, que aprendeu da forma mais dolorosa possível que a aceitar a opção sexual de um filho é melhor que viver com o luto de perder um.
Com um final que não deixou nada a desejar, fica claro que os personagens em foco precisam de redenção, coisa que foi tratada com um sentimentalismo necessário, sem momento algum soar clichê ou superficial. No fim das contas, C.R.A.Z.Y é um filme que conseguiu dar um sentido mais profundo pra uma fase da vida em que nós somos sempre fúteis e superficiais. Maravilhoso!
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KSuperestimação é o nome que eu dou pras 11 indicações ao Oscar que esse filme recebeu (talvez nem tanto porque ele tem uma fotografia excelente). Um filme do início ao fim sobre metáforas de auto-ajuda e conhecimento interior e contato com a divindade superior, dando um cunho religioso óbvio com o sentido de atrair as massas, mas que devem despertar o carisma do espectador pela história de superação do Pi. É um filme bom, mas só isso. Não merecia as 11 indicações. The Tree of Life só teve uma ou duas indicações no Oscar do ano passado, se não me engano, e abordava todos esses temas de uma forma bem mais tocante e interior, e com atuações impecáveis. Mas né, quem disse que Oscar é sobre justiça?
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraVamos falar de Tarantino. Mas não o Tarantino de Pulp Fiction, Reservoir Dogs, Jackie Brown, Death Proof ou Kill Bill. Vamos falar do Tarantino na sua nova fase, a fase pós Bastardos Inglórios. Porque foi isso que Django Livre foi, mais um filme de época dessa nova fase do Tarantino.
Sem dúvida alguma ele não perdeu suas características que fizeram dele um dos diretores mais amados do cinema, como a de fazer uma morte se tornar bagunçada e também divertida a ponto de fazer as pessoas rirem no cinema mesmo com partes do corpo voando em várias direções.
Django é um filme bem humorado, sem poucos dramas ou melancolias e com muitas sacadas inteligentes. As atuações excelentes do Christoph Waltz, Jamie Foxx, Samuel L. Jackson e do Leonardo DiCaprio fizeram a magia do filme, fazendo com que não se tratasse de apenas um filme de faroeste. E sim, por mais difícil que seja, Django Livre é um filme de faroeste e por isso teve várias limitações, fazendo com que por várias vezes eu me perguntasse "é só isso?" quando o ritmo do filme diminuía.
Sem nenhum antagonista, Django Livre é um péssimo filme para quem gosta de sentir que não seja tudo fácil para o protagonista, ou para quem goste de relacionamentos bem trabalhados. Apesar de sermos capazes de entender os personagens, as relações no filme são muito superficiais e a falta de um vilão de verdade fica bem clara ao longo do filme.
Com muito sangue e direito até a explosões gigantescas, o filme nos faz soltar um “nossa!” uma ou duas vezes, mas em momento algum é intrigante ou imprevisível, como alguns outros filmes do diretor. Como alguém me disse, talvez o erro do Tarantino nesse filme tenha sido tentar deixar as coisas grandiosas demais, isso fez com que ele perdesse um pouco do estilo que ele tinha. Não é um filme ruim, mas para padrões Tarantino, é apenas mais um filme.
Looper: Assassinos do Futuro
3.6 2,1KUm dos maiores perigos sobre filmes de viagens no tempo são o quão complicados eles podem ser, e quando não, o quão previsíveis eles podem ficar. Mas esse não é o caso de Looper, um filme que não mente nesse aspecto, como um bom filme de ficção científica deve ser. Looper traz uma visão interessante sobre um mundo futurista, mostrando alguns aspectos interessantes sobre a sociedade futurista, como a ausência do governo, o controle de uma máfia e a "evolução humana" banalizada. Com atuações boas, parte pelo Bruce Willis (o que já era de se esperar) e parte por um Joseh Gordon-Levitt com vários trejeitos do Bruce Willis, criando um clima interessante entre o protagonista e ele mesmo 30 anos depois, o seu antagonista. Mas também, para por aí. Looper a princípio introduziu uma proposta grande e pretensiosa, e depois se focou em uma história menor, deixando a desejar muitas explicações que tenho certeza que todos os espectadores tiveram. Perto do fim, ele mantém o ritmo, o que pode dar a impressão de se tornar previsível, se tornando um exagerado também nas cenas de ação. É um filme bom, sem dúvida alguma, mas não chega a ser um De Volta Para o Futuro, Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças e muito menos um Akira como disseram por aí.
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraQue os americanos levam a sério estereótipos não é novidade pra ninguém, tampouco que eles se aproveitam da compaixão humana para com os fracos e oprimidos pra fazerem filmes. As vantagens de ser invisível é sobre isso, começa como sendo apenas mais um filmezinho sobre pessoas deslocadas e como a vida dessas pessoas pode ser interessante, mas acaba se desenrolando nos dramas não tão leves assim do personagem principal. Com a Emma Watson e um elenco muito bom, o filme é um ótimo pedido pra quem gosta de uma boa história adolescente como deve ser contada, sem vitimismos, melosidades ou exageros. Com direito a frases marcantes ainda como "todos nós recebemos o amor que achamos que merecemos" que pra mim é o melhor quote do filme.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraEu digo a vocês que o problema desse filme foi apenas um: Stanley Kubrick. O filme é um ótimo relato da Síndrome da Cabana (e assim como maioria das obras do Stephen King tem bastante material psicológico e social), com excelentes atuações, fotografia impecável, mas só tem um problema que é um dos piores do Kubrick, o ritmo. Ele pode deixar muito a desejar quando se trata de trilha sonora, e um exemplo disso é a música clássica desnecessária em Laranja Mecânica. Nesse filme ele colocou uma trilha sonora horripilante/assustadora até para momentos insignificantes como o escovar de dentes. Como se a pasta de dente fosse ganhar vida, ficar maligna e matar 95% da população mundial né? Não. E devido a esse fato, o filme ficou um pouco sem ritmo. Houveram momentos em que eu esperei tomar aquele susto, por causa da trilha sonora que te dá o sinal de que algo vai acontecer, mas não acontecia nada... no fim das contas ficou meio chato e irritante isso.
O terror psicológico ficou meio superficial, muita história não ficou clara e só no fim ficou claro que a família toda estava enlouquecendo e não só o Jack. E por não ter lido o livro, não ficou muito claro o porque o Tony disse "Dany não está mais aqui" e depois sem explicação nenhuma a personalidade Dany volta e as coisas acontecem naturalmente como se ele sempre estivesse estado lá. E outra, o que afinal de contas era o Jack? Um fantasma, alguém reencarnado? Eu achei sacanagem não fechar essa ponta solta, porque eu tenho certeza que quem leu o livro sabe disso.
Mas apesar de ter deixado a desejar em vários pontos, continua sendo um ótimo filme... só poderia ter sido melhor com um diretor que trabalhasse o ritmo melhor.