amei a maneira como os planos de cena foram progressivamente se fechando pra dar essa ideia de refinamento das situações cotidianas e repetitivas do enredo...
particularmente, eu acho que a dimensão científica foi bastante subutilizada no filme... dá até pra ver eles medindo, esquentando coisas, calculando, macerando, etc,
eu amei a cena em que ela explica pra outra mulher o que seria a radioatividade com a analogia da uva e do vinho
acho que algumas cenas ficaram desnecessariamente dramáticas, embora tenha que reconhecer a atuação da rosamund tá incrível! também adorei a maneira como foi demonstrado o impacto do uso da radioatividade até os dias de hoje
acho super válido o filme, não como uma biografia - menos ainda como documentário - mas é importante reconhecer a visibilidade que o filme traz à história da marie curie
a história não é lá muito original, de uma maneira geral, mas a forma como o roteiro foi construído é bastante interessante: o fato da casa mal assombrada e as bonecas não serem entidades sobrenaturais por si só (alô anabelle e chuck), a ambientação da casa, a iluminação, os vários easter eggs espalhados pelo filme e, por fim, aquele plot twist no meio do filme (eu realmente não esperava por aquilo). eu senti falta de um maior desenvolvimento da "bruxa" e do "ogro" e também acho que talvez uma hora e meia tenha sido pouco tempo pra esse filme.
dito isso, acho que o filme tem algumas problemáticas.
sobre as acusações de misoginia: acho que ninguém vai discordar que algumas cenas com as garotas são extremamente desconfortáveis e algumas pessoas inclusive podem argumentar que em alguns momentos realmente passou do limite. essa "temática" da violência e abuso contra mulheres já foi muito explorada no cinema, não só no gênero do terror, inclusive. acho importantíssima a discussão de que, até que ponto essas cenas de extrema violência devem ser toleradas (ou ainda, continuamente incorporadas em qualquer tipo de filme) e esse filme, na minha opinião, não apresentou nenhuma perspectiva crítica sobre isso. pra mim, a única justificativa pra tanta violência nesse filme é demonstrar que as personagens ficaram extremamente traumatizadas. no entanto, é óbvio perceber que qualquer pessoa, mulher ou não, já ficaria extremamente traumatizada nesse contexto onde alguém invade sua casa, tortura sua família e mata sua mãe e, por isso, algumas cenas violentas do filme me pareceram um tanto quanto desnecessárias. existe algum motivo real do "ogro" abusar das meninas caracterizadas como bonecas? de ele dar preferência à irmã que não estava menstruada? é algum tipo de comentário ao abuso de corpos feminilizados? ou só uma maneira forçada - às custas do sofrimento feminino - de encontrar até onde vai a resistência de quem tá assistindo o filme?
eu não entendi o propósito da "mulher do caminhão de doces", como é creditado o ator kevin power, e o filme não deixa claro se ela/ele é uma mulher trans ou um homem crossdresser. com uma personagem tão pouco desenvolvida e tão rasa (no sentido de que: quem é ela/ele? de onde ela/ele veio? quais são as razões que a/o levam a fazer tudo aquilo? qual sua história?), não entendi a posição do diretor em pontuar que *especificamente* essa personagem é desviante de gênero. esse fato não agrega absolutamente nada de relevante ao filme; nada mudaria na história se a personagem fosse uma mulher ou homem cis. na verdade, isso pode até acabar corroborando com a ideia de que identidades crossdresser e pessoas trans são perigosas, pervertidas ou vilanizáveis (em especial para as pessoas que previamente já tinham essa visão).
é claro que vilões podem ser homens, mulheres, cis, trans, não binários, or whatever; não é esse o ponto. mas acho um pouco irresponsável da parte do diretor em retratar uma personagem assim, sem qualquer tipo de contexto. existe algo implícito nessa escolha? ele estava tentando provar alguma coisa ou levantar algum tipo de questão sobre isso?
só uma rápida comparação: é muito claro em Psicose, por exemplo, que o fato do norman bates (um homem cis) se transvestir (portanto, uma identidade crossdresser) está intimamente relacionado às questões que ele tinha com a mãe. esse é um tipo de construção de personagem que deixa bem claro que pessoas com algum tipo de desvio de gênero ou de sexualidade não são indivíduos bidimensionais, mas sim complexos. pra entender o que eu tô querendo dizer, basta rolar mais um pouco os comentários dessa página mesmo e encontrar umas pérolas como "uma drag queen sósia do steve tyler", pra descrever a personagem da "bruxa", por exemplo.
Achei meio morno. Particularmente, esse é um dos meus livros preferidos da Christe, mas algumas questões no filme são tratadas de maneira muito rápida ou superficial. Achei bem interessante alterarem a nevasca que atingiu o trem (que isolou todo mundo no comboio, na versão do livro) por aquela avalanche, já que permitiu que as personagens saíssem do trem e gerassem algumas cenas exteriores com uma estética diferente.
Já a cena do McQueen correndo pra queimar as evidências do seu crime foi bem patética, primeiramente porque o Poirot nunca foi do tipo atlético ou heróico e também porque a cena claramente foi adicionada pra quebrar a monotonia depois das micro-entrevistas que o detetive faz (no livro, cada entrevista é de uma riqueza de detalhes, pistas escondidas e muita maquinação mental do Poirot).
Por algum motivo o Johnny Depp não me convenceu nada no papel do Ratchett.
Pra quem é fã de Agatha Christe, no entanto, acho que vale a pena assistir.
Achei bem mediano... O diretor acabou usando um mundaréu de artifício pra ir aumentando o terror e em algum ponto do meio pro final, o filme parecia pra mim um mexidão de fenômenos paranormais, uns jumpscares bem previsíveis
Que documentário incrível! Já conhecia o ACT UP, mas não tinha noção do tamanho que o movimento teve.
Acho que fez toda diferença ter assistido esse documentário na pandemia. Muitas questões a respeito da crise que a explosão dos casos de AIDS gerou nas décadas de 80 e 90 podem ser traçadas até a atual situação em que vivemos (a pressão pela aprovação de medicamentos - no nosso caso, a vacina -, o reconhecimento de como essas doenças atingem de maneira desigual diferentes grupos da sociedade, até a discussão sobre o lucro sobre as patentes das drogas).
O documentário também acaba abordando uma série de técnicas e estratégias de mobilização, resistência e protesto que podem ser vistas como táticas muito potentes de movimentos sociais, ainda nos dias de hoje
achei esse filme fantástico. uma premissa muito intrigante (vei?), simples (o filme todo é sustentado pelo diálogo entre as mesmas pessoas), mas que rende o suficiente pra gerar discussões importantíssimas e mais atuais do que nunca
recomendável especialmente para pessoas religiosas
não me surpreendeu muito, é um documentário bom, mas na minha perspectiva não é tão pioneiro como muita gente achou e inclusive hoje já existem discussões mais avançadas que as abordadas no filme.
pra quem tá muito por fora do assunto, no entanto, acho que ele se torna indispensável
Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
4.1 283 Assista Agoraum filme muito singelo!
amei a maneira como os planos de cena foram progressivamente se fechando pra dar essa ideia de refinamento das situações cotidianas e repetitivas do enredo...
a cena da rita observando de perto a madalena e o carlos brigando pelos pães, que divertido!
além disso, sonografia linda e fotografias mais lindas ainda!!!
Garota Sombria Caminha Pela Noite
3.7 343 Assista Agorafotografia lindíssima! e um roteiro beeem fora do comum, quase que uma pequena antologia sobre a noite da cidade iraniana
curti pra caramba
Radioactive
3.5 222particularmente, eu acho que a dimensão científica foi bastante subutilizada no filme... dá até pra ver eles medindo, esquentando coisas, calculando, macerando, etc,
mas acaba que nos 15 minutos iniciais do filme ela já descobriu o polônio (?)
eu amei a cena em que ela explica pra outra mulher o que seria a radioatividade com a analogia da uva e do vinho
acho que algumas cenas ficaram desnecessariamente dramáticas, embora tenha que reconhecer a atuação da rosamund tá incrível! também adorei a maneira como foi demonstrado o impacto do uso da radioatividade até os dias de hoje
acho super válido o filme, não como uma biografia - menos ainda como documentário - mas é importante reconhecer a visibilidade que o filme traz à história da marie curie
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agorarosamund carregou o filme todo nas costas, enfim, fatos
A Bruxa
3.6 3,4K Assista Agoraparticularmente, não me conquistou
é um bom filme, mas fui com as expectativas altas
Saint Maud
3.5 336 Assista Agoracomo um filme de terror: 5/10
como um filme de suspense: 7/10
como um estudo de personagem: 9/10
mas é com certeza um filme com muitas camadas! gostei bastante.
A Casa do Medo: Incidente em Ghostland
3.5 752a história não é lá muito original, de uma maneira geral, mas a forma como o roteiro foi construído é bastante interessante: o fato da casa mal assombrada e as bonecas não serem entidades sobrenaturais por si só (alô anabelle e chuck), a ambientação da casa, a iluminação, os vários easter eggs espalhados pelo filme e, por fim, aquele plot twist no meio do filme (eu realmente não esperava por aquilo). eu senti falta de um maior desenvolvimento da "bruxa" e do "ogro" e também acho que talvez uma hora e meia tenha sido pouco tempo pra esse filme.
dito isso, acho que o filme tem algumas problemáticas.
sobre as acusações de misoginia: acho que ninguém vai discordar que algumas cenas com as garotas são extremamente desconfortáveis e algumas pessoas inclusive podem argumentar que em alguns momentos realmente passou do limite. essa "temática" da violência e abuso contra mulheres já foi muito explorada no cinema, não só no gênero do terror, inclusive. acho importantíssima a discussão de que, até que ponto essas cenas de extrema violência devem ser toleradas (ou ainda, continuamente incorporadas em qualquer tipo de filme) e esse filme, na minha opinião, não apresentou nenhuma perspectiva crítica sobre isso. pra mim, a única justificativa pra tanta violência nesse filme é demonstrar que as personagens ficaram extremamente traumatizadas. no entanto, é óbvio perceber que qualquer pessoa, mulher ou não, já ficaria extremamente traumatizada nesse contexto onde alguém invade sua casa, tortura sua família e mata sua mãe e, por isso, algumas cenas violentas do filme me pareceram um tanto quanto desnecessárias. existe algum motivo real do "ogro" abusar das meninas caracterizadas como bonecas? de ele dar preferência à irmã que não estava menstruada? é algum tipo de comentário ao abuso de corpos feminilizados? ou só uma maneira forçada - às custas do sofrimento feminino - de encontrar até onde vai a resistência de quem tá assistindo o filme?
eu não entendi o propósito da "mulher do caminhão de doces", como é creditado o ator kevin power, e o filme não deixa claro se ela/ele é uma mulher trans ou um homem crossdresser. com uma personagem tão pouco desenvolvida e tão rasa (no sentido de que: quem é ela/ele? de onde ela/ele veio? quais são as razões que a/o levam a fazer tudo aquilo? qual sua história?), não entendi a posição do diretor em pontuar que *especificamente* essa personagem é desviante de gênero. esse fato não agrega absolutamente nada de relevante ao filme; nada mudaria na história se a personagem fosse uma mulher ou homem cis. na verdade, isso pode até acabar corroborando com a ideia de que identidades crossdresser e pessoas trans são perigosas, pervertidas ou vilanizáveis (em especial para as pessoas que previamente já tinham essa visão).
é claro que vilões podem ser homens, mulheres, cis, trans, não binários, or whatever; não é esse o ponto. mas acho um pouco irresponsável da parte do diretor em retratar uma personagem assim, sem qualquer tipo de contexto. existe algo implícito nessa escolha? ele estava tentando provar alguma coisa ou levantar algum tipo de questão sobre isso?
só uma rápida comparação: é muito claro em Psicose, por exemplo, que o fato do norman bates (um homem cis) se transvestir (portanto, uma identidade crossdresser) está intimamente relacionado às questões que ele tinha com a mãe. esse é um tipo de construção de personagem que deixa bem claro que pessoas com algum tipo de desvio de gênero ou de sexualidade não são indivíduos bidimensionais, mas sim complexos. pra entender o que eu tô querendo dizer, basta rolar mais um pouco os comentários dessa página mesmo e encontrar umas pérolas como "uma drag queen sósia do steve tyler", pra descrever a personagem da "bruxa", por exemplo.
Assassinato no Expresso do Oriente
3.4 938 Assista AgoraAchei meio morno. Particularmente, esse é um dos meus livros preferidos da Christe, mas algumas questões no filme são tratadas de maneira muito rápida ou superficial. Achei bem interessante alterarem a nevasca que atingiu o trem (que isolou todo mundo no comboio, na versão do livro) por aquela avalanche, já que permitiu que as personagens saíssem do trem e gerassem algumas cenas exteriores com uma estética diferente.
Já a cena do McQueen correndo pra queimar as evidências do seu crime foi bem patética, primeiramente porque o Poirot nunca foi do tipo atlético ou heróico e também porque a cena claramente foi adicionada pra quebrar a monotonia depois das micro-entrevistas que o detetive faz (no livro, cada entrevista é de uma riqueza de detalhes, pistas escondidas e muita maquinação mental do Poirot).
Por algum motivo o Johnny Depp não me convenceu nada no papel do Ratchett.
Pra quem é fã de Agatha Christe, no entanto, acho que vale a pena assistir.
A Sétima Vítima
2.9 188esse filme me surpreendeu bastante! a atuação do ian glen tá incrível, adoro ele em papéis que exigem tanta expressão corporal assim.
tem umas cenas muito boas (adorei o balanço das câmeras e a cena que
o pai pula atrás da regina e começa a bater na porta
o filme me passou um quê de o iluminado, bem de leve
Last Shift
3.0 205Achei bem mediano... O diretor acabou usando um mundaréu de artifício pra ir aumentando o terror e em algum ponto do meio pro final, o filme parecia pra mim um mexidão de fenômenos paranormais, uns jumpscares bem previsíveis
(a cena da lanterna na cela foi bem construída, mas o aquele susto no final foi bem brochante)
United in Anger: A History of ACT UP
4.4 2Que documentário incrível! Já conhecia o ACT UP, mas não tinha noção do tamanho que o movimento teve.
Acho que fez toda diferença ter assistido esse documentário na pandemia. Muitas questões a respeito da crise que a explosão dos casos de AIDS gerou nas décadas de 80 e 90 podem ser traçadas até a atual situação em que vivemos (a pressão pela aprovação de medicamentos - no nosso caso, a vacina -, o reconhecimento de como essas doenças atingem de maneira desigual diferentes grupos da sociedade, até a discussão sobre o lucro sobre as patentes das drogas).
O documentário também acaba abordando uma série de técnicas e estratégias de mobilização, resistência e protesto que podem ser vistas como táticas muito potentes de movimentos sociais, ainda nos dias de hoje
O Homem da Terra
4.0 454 Assista Agoraachei esse filme fantástico. uma premissa muito intrigante (vei?), simples (o filme todo é sustentado pelo diálogo entre as mesmas pessoas), mas que rende o suficiente pra gerar discussões importantíssimas e mais atuais do que nunca
recomendável especialmente para pessoas religiosas
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista Agoranão me surpreendeu muito, é um documentário bom, mas na minha perspectiva não é tão pioneiro como muita gente achou e inclusive hoje já existem discussões mais avançadas que as abordadas no filme.
pra quem tá muito por fora do assunto, no entanto, acho que ele se torna indispensável
Noroi: A Lenda de Kagutaba
3.3 161acho que o filme vale a pena pra quem curte explorar outras estéticas de terror, a cena
da kana no santuário na floresta com os vermes bebês ao redor
Caso 39
3.1 1,9K Assista Agorasinceramente, achei que seria melhor :/
as cenas jodelle são muito boas, no entanto
A Possessão de Deborah Logan
3.0 369 Assista Agoragostei do filme, acho que tá acima da média no geral e ainda traz uma discussão super importante sobre alzheimer e passagem do tempo
destaque pra atuação da jill larson
Contos do Dia das Bruxas
3.3 558 Assista Agoraum filme bem leve, descompromissado, tem umas histórias que tem plot twists bem interessantes nos finais, enfim, cumpriu o que devia
acho que pra gostar do filme tem que entender isso
super indicado pra quem não curte terror pesadão