Roteiro muito bem feito e personagens complexos. Sinto que esse filme é uma jornada terapêutica, de alguma forma. Uma construção psicológica muito forte, uma vibe hippie. Tem tudo que eu gosto, inclusive o Michael Cera.
Interessante pelo contexto social que traz e pela denúncia que faz. Tem cenas visualmente bem feitas. Mas também tem cenas exageradamente longas e que, como comentaram por aqui, causam um tédio gigantesco. O roteiro começa interessante, mas acaba caindo sempre em lugares muito óbvios. As pessoas começam a cantar de repente, simplesmente falando "OLHA SÓ" e começando a cantar, e nesse sentido, muitos elementos são aleatórios e não se conectam verdadeiramente com a história. Os personagens são pouco aprofundados e com pouca personalidade (com exceção do Alê, que parece o único bem trabalhado). Até mesmo a denúncia que faz, apesar de muito boa, fica no superficial. É um filme que tem coisas interessantes, mas que deixa a desejar no desenrolar do roteiro.
Roteiro chato, arrastado e previsível. Monólogo insuportável? Claramente não souberam utilizar desse recurso. É tudo muito distante e artificial, o que faz com que a gente não consiga se conectar com nada. Claro, a Mia Goth é uma atriz incrível e faz uma performance MUITO BOA, e acho que é por isso que ganhou tanto hype. Mas o filme em si é bem medíocre.
Documentário lindo e sensível sobre tradição, gerações e principalmente a influência do sistema patriarcal na vida das mulheres. É triste de ver a opressão tão enraizada na cultura, mas é ao mesmo tempo inspirador ver como a mãe da diretora encontra formas de não perder a si mesma, quem ela é e seus sentimentos. Fiquei muito encantada, chorei muito.
Uma obra-prima! Um verdadeiro retrato da Sociedade do Cansaço que explora e faz com que os próprios indivíduos se explorem na tentativa de uma sobrevivência, e mais do que isso, na tentativa de uma vida melhor. Ritmo intenso e que deixa a gente agoniar com a protagonista. Perfeito.
Que filme horrível, eu gostaria muito de desver. É tudo muito óbvio, mas é TÃO óbvio que você meio que espera que seja algo completamente diferente e que vai supreender. Não é. Além disso, tem INÚMEROS furos, cenas forçadíssimas que no final não somam a absolutamente nada no filme – justamente elas que deixam furos sem sentido.
E vamos combinar que a atuação da garota é terrível de ver (de verdade, eu fiquei agoniada de tão ruim que tive que ver as cenas em uma velocidade mais rápida pra poder chegar ao fim do filme). Ficar respirando loucamente em todas as cenas não é atuar, por favor. A única coisa que salva é a Sarah Paulson, e o único motivo de eu realmente ter insistido o longa pra começo de conversa.
Sentar na poltrona do cinema para assistir a Bacurau é trazer a si uma monta-russa de emoções: os corpos estirados ao chão logo na primeira cena, a ambientação ruralista contraposta à tecnologia capitalista, o senso de comunidade e justiça, a luta pela sobrevivência em um sistema opressor. À primeira instância, o filme provoca estranheza: dentro do atual cenário do cinema nacional, ele corre na contramão das produções em gênero, ritmo, estética, trama e narrativa. No entanto, é justamente essa óbvia distinção que faz do longa algo único, contemporâneo e necessário. Em uma alegoria política coberta pela naturalidade em que a história perpassa, Bacurau é muito mais do que uma denúncia: é o grito dos oprimidos, um levante da resistência.
Em uma pequena cidade do interior marginalizada ao resto da sociedade, a síntese do Brasil periférico se faz presente. Ali, vivem em cumplicidade figuras que se divergem inteiramente entre si, mas que encontram-se no mais genuíno desejo de viver – médicos, travestis, estudantes, prostitutas, traficantes. É na simplicidade rotineira dos habitantes que os diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles captam toda a essência do filme, apontando falhas dentro do sistema político, de saneamento e estrutura, muito embora aparatos tecnológicos estejam constantemente presentes.
O contraponto vem junto à chegada de um grupo de forasteiros: personagens gringos que compartilham do mesmo sentimento de superioridade – com exceção de dois brasileiros sulistas que, sem sucesso, tentam ser reconhecidos como parte de seus próprios opressores. A missão é simples: matar o maior número de moradores de Bacurau possível, simplesmente porque acreditam que podem, uma banalização completa das vidas consideradas inferiores a eles – fosse por raça, classe ou gênero. A violência escancarada parece gratuita, mas reflete uma realidade cruel estampada em capas de jornais. O que realmente difere é que, na ficção de Bacurau, o povo reagiu.
Com uma estética totalmente sanguinária e sem escrúpulos, o filme segue em narrativa extremamente sensível e bem-humorada – próximo do estilo tarantinesco, mas com um engajamento e profundidade sem igual. O que realmente dá vida a essa narrativa pesada, porém em um tom leve, são os personagens carismáticos traçados por atuações memoráveis, tais como a de Silvero Pereira e Sônia Braga, outrora inesquecível em uma das obras-primas de Kléber Mendonça, Aquarius (2016).
Dentro da história que a produção se propõe a apresentar, a trilha sonora desempenha um papel essencial – desde as notas sintetizadas de John Carpenter às faixas essencialmente brasileiras de Gal Costa e Sérgio Ricardo. Para fechar com chave de ouro, logo após a última cena do filme, é a canção Réquiem Para Matraga de Geraldo Vandré que diz para que Bacurau veio: “Tanta vida pra viver/Tanta vida a se acabar/Com tanto pra se fazer/Com tanto pra se salvar”. Terminar o longa e não se sentir impactado é uma missão praticamente impossível.
Depois de ter me decepcionado com O Sacrifício do Cervo Sagrado, esse longa do Yorgos realmente me surpreendeu. As atuações são impecáveis, ao ponto em que você sente empatia por absolutamente todos os personagens. A fotografia – como sempre se mostrou importante para o diretor – é maravilhosa. A trama é muito bem amarrada, com diálogos reflexivos e colocados de maneira certeira. Apesar de tratar de temáticas tensas, o diretor consegue tratar a história de maneira dinâmica, com toque sutil de comicidade que parece muito natural às cenas. Sem mais, é realmente uma obra de arte que precisa ser apreciada.
O elenco é ótimo, mas nem mesmo os atores conseguem salvar o filme. A trama vem com uma proposta que poderia ser boa se fosse melhor explorada, mas o que passa é uma confusão de acontecimentos cheio de pontas soltas, personagens antipáticos, relacionamentos desinteressantes e superficiais. Tem pontos muito básicos que não têm nenhuma explicação, por exemplo: como essa arte "maligna" se manifesta?
Tentei achar uma conexão entre as mortes, uma motivação ou como o "espírito" age, mas não tem nenhum sentido. O personagem principal, em determinado momento, aponta que a entidade vai atrás de quem quer explorar aquela arte. No entanto, o próprio já tinha se desfeito de tudo, e mesmo assim morreu - de uma maneira bem ridícula.
Não tenho nenhum ponto positivo para destacar nesse longa. Poderia ter sido bom, mas na execução falhou feio. Não entendi qual foi a proposta dessa produção, se não fazer a gente perder um tempo precioso da nossa vida – até porque o filme é longo demais para uma história tão rasa.
Extremamente forçado. Tenho que dizer, primeiramente, que a fotografia combinada com a trilha sonora é incrível, mas as qualidades do filme param por aí. Os diálogos são completamente sem sentido, e a maioria parece ter sido colocado aleatoriamente, porque de nada contribui na trama. As coisas simplesmente acontecem sem explicação e relevância. Os personagens parecem não ter sentimentos e nenhum vínculo entre si – e se trata de uma família. De vez em quando, eles surtam em uma onda de non sense que tenta forçar algum tipo de tensão. A única coisa que realmente causa a tensão no longa é a trilha. Tire a trilha, e quem sabe a fotografia no estilo Kubrick, e o que resta é só um roteiro mal escrito, com cenas, falas e ações aleatórias. Ainda li que, de alguma forma, a questão que o diretor queria alcançar era justamente a do "estranhamento". Ele consegue fazer isso de forma formidável em The Lobster, porém, neste longa, um monte de estranhamento abstrato sem nenhuma explicação e razão só faz o filme ser mais um pretensioso a cult que não soube manter o mínimo de construção da trama e personagens.
A discussão desse documentário não é sobre quem está certo ou quem está errado, é sobre o quão complexa as coisas são, e como os nossos julgamentos não podem ser feitos de forma superficiais. O sistema inteiro é complexo e falho desde o seu início, seja no penitenciário, na desigualdade social e na PM. Esse documentário é para nos fazer pensar e perceber a visão maior de tudo, porque se sempre nos atermos ao "bandido bom é bandido morto", nunca vamos conseguir criar um país onde a criminalidade pode ser, de fato, diminuída desde a sua raiz.
Sempre que um filme é a adaptação de algum livro eu tento me lembrar de que não vai ser como o que eu li, ainda mais nesse caso, quando é referencial a um livro de 1100 páginas. Embora tenha tido algumas mudanças no enredo, obviamente necessárias para que coubesse em um filme, o diretor conseguiu manter a essência dos personagens - que são incríveis, diga-se de passagem. As cenas mais marcantes do livro também conseguiram ser representadas muito bem, então nesse quesito não acho que o filme tenha deixado a desejar. É um filme bem divertido para um filme do gênero terror, e seria um filme bastante apelativo para crianças também, embora a classificação seja para maiores de dezesseis por abordar temas mais sérios, como o de Beverly Marsh. Tem uma pegada cômica bastante presente, trazida principalmente pelo personagem Richie Tozier (a alma do filme, basicamente). Meu único incômodo é que, analisando pelo terror, ele ficou muito apegado aos clichês do gênero. É o que faz muito filme de terror ficar repetitivo e sem graça. Os efeitos especiais foram absurdamente exagerados e acabavam te tirando de dentro da narrativa para recursos baratos de terror - que já deveriam ter sido muito repensados à esse ponto do cinema que estamos. Ainda assim, é um filme que vale a pena ser visto, principalmente pelo carisma dos seus personagens e pela história tão bem criada por Stephen King. Quem gostar do filme, recomendo fortemente o livro, que entra em detalhes que tiveram de ser deixados em segundo plano agora.
É um filme bom, com boas cenas. Não trata do assunto com tanta profundidade, mas você consegue entender o que ela vive. Senti falta do aprofundamento dos outros personagens que sofrem de outros distúrbios alimentares. Nem sempre um distúrbio alimentar vem sozinho. Quando citaram o tumblr, achei que iriam aprofundar um pouco mais nisso também, mas eu entendo que muita coisa não podia ser dita. Não acho que tenha refletido muito o cotidiano das pessoas que convivem com um distúrbio, justamente pelo caso da Elli já estar ao extremo. Mas achei as cenas tocantes. Alguém que passou ou passa por um distúrbio alimentar acaba se encontrando em algum ponto.
Eu amo a maneira que o Dolan faz as cenas se tornarem uma verdadeira poesia. É um filme que foca bastante na esfera familiar, e eu gostei muito disso. Os melhores do Xavier são esses, assim como Mommy e Eu Matei Minha Mãe. Mas esse aborda muito mais o abandono e o tempo perdido. A fotografia continua impecável como sempre, a trilha sonora É MARAVILHOSA e por mais que esse filme tenha recebido inúmeras críticas, eu não dou a mínima, porque ele realmente me tocou e eu sai do cinema chorando.
Achei bem ruim. A história em si é bem interessante, ou pelo menos poderia ser. O filme tem um monte de coisa jogada, um monte de ponto aberto e desnecessário, diálogos péssimos que chega a fazer você revirar os olhos pra não dormir. A melhor atuação, sem brincadeira, é do menino de doze anos. É um filme que fala de muita coisa, mas não foca em nada. Eu tinha uma expectativa muita alta da Anna Muylaert, ainda mais depois de Que Horas Ela Volta.
Eu chorei em tantos pontos que não sei nem como descrever... É um documentário que explica tudo aquilo sobre meu corpo que nunca me explicaram e finalmente fez com que eu não me sentisse anormal fisicamente por ser mulher.
Ah sinceramente, só vale a pena por causa dos atores mesmo, porque o filme em si continua a mesma coisa de todos os outros X-Mens. Vilão fraquíssimo e cenas bem previsíveis, só faltava eu dormir na cadeira do cinema. Não foi de todo ruim, tenho que admitir que a cena do Peter é sempre muito carismática, mas é triste ver que essa é a melhor parte de todo o filme (que sequer contribui para a trama).
Eu me surpreendi demais, porque esperava por um simples filme de terror (ou seja, não esperava muito) e encontrei algo bem mais profundo por trás de tudo isso. No começo, realmente parece que vai ser uma história comum, mas depois de um certo desenrolar da trama fica bem visível a metáfora que o Babadook traz. Se você assiste esse filme como um mero espectador sem tentar entender nada, há boas chances de não gostar dele. Mas vamos às explicações:
Desde o começo você percebe que o filme é inteiramente psicológico, assim como o próprio monstro Babadook. Ele é uma metáfora para a dificuldade da mãe em superar a perda do marido e de poder seguir em frente com seu filho. O filme trata desse enfrentamento. Há algumas partes que isso fica fortemente claro, como quando Babadook se transforma no próprio marido, quando o livro diz que "quanto mais ela negar, mais forte ele ficará", quando ela finalmente se põe em situação de confronto com o Babadook e coloca seu amor pelo filho acima de seus medos e até mesmo no fim. O trauma não sumiu, mas ela o contém a cada dia.
Sinceramente... eu achei genial. É um filme que te deixa pensando sobre por horas e horas depois que você termina de assistir e é ainda mais perturbador saber que tudo aconteceu de verdade. Também não posso deixar de falar do elenco. Eu gosto muito de todos os atores, então pra mim foi espetacular. Não tenho nem o que comentar de Ezra Miller.
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Crystal Fairy e o Cactus Mágico
3.4 59 Assista AgoraRoteiro muito bem feito e personagens complexos. Sinto que esse filme é uma jornada terapêutica, de alguma forma. Uma construção psicológica muito forte, uma vibe hippie. Tem tudo que eu gosto, inclusive o Michael Cera.
Noites Alienígenas
3.4 56Interessante pelo contexto social que traz e pela denúncia que faz. Tem cenas visualmente bem feitas. Mas também tem cenas exageradamente longas e que, como comentaram por aqui, causam um tédio gigantesco. O roteiro começa interessante, mas acaba caindo sempre em lugares muito óbvios. As pessoas começam a cantar de repente, simplesmente falando "OLHA SÓ" e começando a cantar, e nesse sentido, muitos elementos são aleatórios e não se conectam verdadeiramente com a história. Os personagens são pouco aprofundados e com pouca personalidade (com exceção do Alê, que parece o único bem trabalhado). Até mesmo a denúncia que faz, apesar de muito boa, fica no superficial. É um filme que tem coisas interessantes, mas que deixa a desejar no desenrolar do roteiro.
Pearl
3.9 988Roteiro chato, arrastado e previsível. Monólogo insuportável? Claramente não souberam utilizar desse recurso. É tudo muito distante e artificial, o que faz com que a gente não consiga se conectar com nada. Claro, a Mia Goth é uma atriz incrível e faz uma performance MUITO BOA, e acho que é por isso que ganhou tanto hype. Mas o filme em si é bem medíocre.
About Love
3.8 2Documentário lindo e sensível sobre tradição, gerações e principalmente a influência do sistema patriarcal na vida das mulheres. É triste de ver a opressão tão enraizada na cultura, mas é ao mesmo tempo inspirador ver como a mãe da diretora encontra formas de não perder a si mesma, quem ela é e seus sentimentos. Fiquei muito encantada, chorei muito.
Ayka
3.8 15Uma obra-prima! Um verdadeiro retrato da Sociedade do Cansaço que explora e faz com que os próprios indivíduos se explorem na tentativa de uma sobrevivência, e mais do que isso, na tentativa de uma vida melhor. Ritmo intenso e que deixa a gente agoniar com a protagonista. Perfeito.
Fuja
3.4 1,1K Assista AgoraQue filme horrível, eu gostaria muito de desver. É tudo muito óbvio, mas é TÃO óbvio que você meio que espera que seja algo completamente diferente e que vai supreender. Não é. Além disso, tem INÚMEROS furos, cenas forçadíssimas que no final não somam a absolutamente nada no filme – justamente elas que deixam furos sem sentido.
E vamos combinar que a atuação da garota é terrível de ver (de verdade, eu fiquei agoniada de tão ruim que tive que ver as cenas em uma velocidade mais rápida pra poder chegar ao fim do filme). Ficar respirando loucamente em todas as cenas não é atuar, por favor. A única coisa que salva é a Sarah Paulson, e o único motivo de eu realmente ter insistido o longa pra começo de conversa.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraSentar na poltrona do cinema para assistir a Bacurau é trazer a si uma monta-russa de emoções: os corpos estirados ao chão logo na primeira cena, a ambientação ruralista contraposta à tecnologia capitalista, o senso de comunidade e justiça, a luta pela sobrevivência em um sistema opressor. À primeira instância, o filme provoca estranheza: dentro do atual cenário do cinema nacional, ele corre na contramão das produções em gênero, ritmo, estética, trama e narrativa. No entanto, é justamente essa óbvia distinção que faz do longa algo único, contemporâneo e necessário. Em uma alegoria política coberta pela naturalidade em que a história perpassa, Bacurau é muito mais do que uma denúncia: é o grito dos oprimidos, um levante da resistência.
Em uma pequena cidade do interior marginalizada ao resto da sociedade, a síntese do Brasil periférico se faz presente. Ali, vivem em cumplicidade figuras que se divergem inteiramente entre si, mas que encontram-se no mais genuíno desejo de viver – médicos, travestis, estudantes, prostitutas, traficantes. É na simplicidade rotineira dos habitantes que os diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles captam toda a essência do filme, apontando falhas dentro do sistema político, de saneamento e estrutura, muito embora aparatos tecnológicos estejam constantemente presentes.
O contraponto vem junto à chegada de um grupo de forasteiros: personagens gringos que compartilham do mesmo sentimento de superioridade – com exceção de dois brasileiros sulistas que, sem sucesso, tentam ser reconhecidos como parte de seus próprios opressores. A missão é simples: matar o maior número de moradores de Bacurau possível, simplesmente porque acreditam que podem, uma banalização completa das vidas consideradas inferiores a eles – fosse por raça, classe ou gênero. A violência escancarada parece gratuita, mas reflete uma realidade cruel estampada em capas de jornais. O que realmente difere é que, na ficção de Bacurau, o povo reagiu.
Com uma estética totalmente sanguinária e sem escrúpulos, o filme segue em narrativa extremamente sensível e bem-humorada – próximo do estilo tarantinesco, mas com um engajamento e profundidade sem igual. O que realmente dá vida a essa narrativa pesada, porém em um tom leve, são os personagens carismáticos traçados por atuações memoráveis, tais como a de Silvero Pereira e Sônia Braga, outrora inesquecível em uma das obras-primas de Kléber Mendonça, Aquarius (2016).
Dentro da história que a produção se propõe a apresentar, a trilha sonora desempenha um papel essencial – desde as notas sintetizadas de John Carpenter às faixas essencialmente brasileiras de Gal Costa e Sérgio Ricardo. Para fechar com chave de ouro, logo após a última cena do filme, é a canção Réquiem Para Matraga de Geraldo Vandré que diz para que Bacurau veio: “Tanta vida pra viver/Tanta vida a se acabar/Com tanto pra se fazer/Com tanto pra se salvar”. Terminar o longa e não se sentir impactado é uma missão praticamente impossível.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraDepois de ter me decepcionado com O Sacrifício do Cervo Sagrado, esse longa do Yorgos realmente me surpreendeu. As atuações são impecáveis, ao ponto em que você sente empatia por absolutamente todos os personagens. A fotografia – como sempre se mostrou importante para o diretor – é maravilhosa. A trama é muito bem amarrada, com diálogos reflexivos e colocados de maneira certeira. Apesar de tratar de temáticas tensas, o diretor consegue tratar a história de maneira dinâmica, com toque sutil de comicidade que parece muito natural às cenas. Sem mais, é realmente uma obra de arte que precisa ser apreciada.
Toda Arte é Perigosa
2.6 496 Assista AgoraO elenco é ótimo, mas nem mesmo os atores conseguem salvar o filme. A trama vem com uma proposta que poderia ser boa se fosse melhor explorada, mas o que passa é uma confusão de acontecimentos cheio de pontas soltas, personagens antipáticos, relacionamentos desinteressantes e superficiais. Tem pontos muito básicos que não têm nenhuma explicação, por exemplo: como essa arte "maligna" se manifesta?
Tentei achar uma conexão entre as mortes, uma motivação ou como o "espírito" age, mas não tem nenhum sentido. O personagem principal, em determinado momento, aponta que a entidade vai atrás de quem quer explorar aquela arte. No entanto, o próprio já tinha se desfeito de tudo, e mesmo assim morreu - de uma maneira bem ridícula.
Não tenho nenhum ponto positivo para destacar nesse longa. Poderia ter sido bom, mas na execução falhou feio. Não entendi qual foi a proposta dessa produção, se não fazer a gente perder um tempo precioso da nossa vida – até porque o filme é longo demais para uma história tão rasa.
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraExtremamente forçado. Tenho que dizer, primeiramente, que a fotografia combinada com a trilha sonora é incrível, mas as qualidades do filme param por aí. Os diálogos são completamente sem sentido, e a maioria parece ter sido colocado aleatoriamente, porque de nada contribui na trama. As coisas simplesmente acontecem sem explicação e relevância. Os personagens parecem não ter sentimentos e nenhum vínculo entre si – e se trata de uma família. De vez em quando, eles surtam em uma onda de non sense que tenta forçar algum tipo de tensão. A única coisa que realmente causa a tensão no longa é a trilha. Tire a trilha, e quem sabe a fotografia no estilo Kubrick, e o que resta é só um roteiro mal escrito, com cenas, falas e ações aleatórias. Ainda li que, de alguma forma, a questão que o diretor queria alcançar era justamente a do "estranhamento". Ele consegue fazer isso de forma formidável em The Lobster, porém, neste longa, um monte de estranhamento abstrato sem nenhuma explicação e razão só faz o filme ser mais um pretensioso a cult que não soube manter o mínimo de construção da trama e personagens.
Ônibus 174
3.9 297A discussão desse documentário não é sobre quem está certo ou quem está errado, é sobre o quão complexa as coisas são, e como os nossos julgamentos não podem ser feitos de forma superficiais. O sistema inteiro é complexo e falho desde o seu início, seja no penitenciário, na desigualdade social e na PM. Esse documentário é para nos fazer pensar e perceber a visão maior de tudo, porque se sempre nos atermos ao "bandido bom é bandido morto", nunca vamos conseguir criar um país onde a criminalidade pode ser, de fato, diminuída desde a sua raiz.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraSempre que um filme é a adaptação de algum livro eu tento me lembrar de que não vai ser como o que eu li, ainda mais nesse caso, quando é referencial a um livro de 1100 páginas. Embora tenha tido algumas mudanças no enredo, obviamente necessárias para que coubesse em um filme, o diretor conseguiu manter a essência dos personagens - que são incríveis, diga-se de passagem.
As cenas mais marcantes do livro também conseguiram ser representadas muito bem, então nesse quesito não acho que o filme tenha deixado a desejar. É um filme bem divertido para um filme do gênero terror, e seria um filme bastante apelativo para crianças também, embora a classificação seja para maiores de dezesseis por abordar temas mais sérios, como o de Beverly Marsh. Tem uma pegada cômica bastante presente, trazida principalmente pelo personagem Richie Tozier (a alma do filme, basicamente).
Meu único incômodo é que, analisando pelo terror, ele ficou muito apegado aos clichês do gênero. É o que faz muito filme de terror ficar repetitivo e sem graça. Os efeitos especiais foram absurdamente exagerados e acabavam te tirando de dentro da narrativa para recursos baratos de terror - que já deveriam ter sido muito repensados à esse ponto do cinema que estamos. Ainda assim, é um filme que vale a pena ser visto, principalmente pelo carisma dos seus personagens e pela história tão bem criada por Stephen King. Quem gostar do filme, recomendo fortemente o livro, que entra em detalhes que tiveram de ser deixados em segundo plano agora.
O Mínimo Para Viver
3.5 622 Assista AgoraÉ um filme bom, com boas cenas. Não trata do assunto com tanta profundidade, mas você consegue entender o que ela vive. Senti falta do aprofundamento dos outros personagens que sofrem de outros distúrbios alimentares. Nem sempre um distúrbio alimentar vem sozinho. Quando citaram o tumblr, achei que iriam aprofundar um pouco mais nisso também, mas eu entendo que muita coisa não podia ser dita. Não acho que tenha refletido muito o cotidiano das pessoas que convivem com um distúrbio, justamente pelo caso da Elli já estar ao extremo. Mas achei as cenas tocantes. Alguém que passou ou passa por um distúrbio alimentar acaba se encontrando em algum ponto.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 302 Assista AgoraEu amo a maneira que o Dolan faz as cenas se tornarem uma verdadeira poesia. É um filme que foca bastante na esfera familiar, e eu gostei muito disso. Os melhores do Xavier são esses, assim como Mommy e Eu Matei Minha Mãe. Mas esse aborda muito mais o abandono e o tempo perdido. A fotografia continua impecável como sempre, a trilha sonora É MARAVILHOSA e por mais que esse filme tenha recebido inúmeras críticas, eu não dou a mínima, porque ele realmente me tocou e eu sai do cinema chorando.
Mãe Só Há Uma
3.5 407 Assista AgoraAchei bem ruim. A história em si é bem interessante, ou pelo menos poderia ser. O filme tem um monte de coisa jogada, um monte de ponto aberto e desnecessário, diálogos péssimos que chega a fazer você revirar os olhos pra não dormir. A melhor atuação, sem brincadeira, é do menino de doze anos. É um filme que fala de muita coisa, mas não foca em nada. Eu tinha uma expectativa muita alta da Anna Muylaert, ainda mais depois de Que Horas Ela Volta.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraNossa, atuações impecáveis.
MIAU - Movimento Insurgente Para a Autonomia de Si Mesma
4.7 16Eu chorei em tantos pontos que não sei nem como descrever... É um documentário que explica tudo aquilo sobre meu corpo que nunca me explicaram e finalmente fez com que eu não me sentisse anormal fisicamente por ser mulher.
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista AgoraAh sinceramente, só vale a pena por causa dos atores mesmo, porque o filme em si continua a mesma coisa de todos os outros X-Mens. Vilão fraquíssimo e cenas bem previsíveis, só faltava eu dormir na cadeira do cinema. Não foi de todo ruim, tenho que admitir que a cena do Peter é sempre muito carismática, mas é triste ver que essa é a melhor parte de todo o filme (que sequer contribui para a trama).
O Babadook
3.5 2,0KEu me surpreendi demais, porque esperava por um simples filme de terror (ou seja, não esperava muito) e encontrei algo bem mais profundo por trás de tudo isso. No começo, realmente parece que vai ser uma história comum, mas depois de um certo desenrolar da trama fica bem visível a metáfora que o Babadook traz. Se você assiste esse filme como um mero espectador sem tentar entender nada, há boas chances de não gostar dele. Mas vamos às explicações:
Desde o começo você percebe que o filme é inteiramente psicológico, assim como o próprio monstro Babadook. Ele é uma metáfora para a dificuldade da mãe em superar a perda do marido e de poder seguir em frente com seu filho. O filme trata desse enfrentamento. Há algumas partes que isso fica fortemente claro, como quando Babadook se transforma no próprio marido, quando o livro diz que "quanto mais ela negar, mais forte ele ficará", quando ela finalmente se põe em situação de confronto com o Babadook e coloca seu amor pelo filho acima de seus medos e até mesmo no fim. O trauma não sumiu, mas ela o contém a cada dia.
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
3.8 332 Assista AgoraSinceramente... eu achei genial. É um filme que te deixa pensando sobre por horas e horas depois que você termina de assistir e é ainda mais perturbador saber que tudo aconteceu de verdade.
Também não posso deixar de falar do elenco. Eu gosto muito de todos os atores, então pra mim foi espetacular. Não tenho nem o que comentar de Ezra Miller.