Luciano Garcia Montaño

Todos os personagens tem suas questões psicológicas e emocionais. Nenhuma delas é bem explorada, o que não chega a ser um problema. O anime tem apenas 40 minutos. Não daria tempo de fazer estudos de personagens.

O ritmo é bem apressado e, confesso que me senti um pouco perdido nos 15 minutos iniciais, rs.

A animação é exuberantemente linda. Incomoda apenas o excesso de tons pastéis, principalmente em cenas diurnas. Diverte, emociona e serve como um rápido passatempo.

Nota: 7/10

O pensamento budista envolto na narrativa é nitidamente irritante. Parece que o diretor não gosta da própria personagem (e olha que a protagonista é esposa dele). Tudo que Orin passa sempre tem uma certa justificativa que, ora ou outra, é verbalizada em alguma frase de efeito. "Mas Buda, misericordiosamente, nos fez cegas para que não pudéssemos ver o inferno deste mundo". Os olhos chegam a revirar, rs.

Enfim... as cores são vivas (nem parece algo de 1977), a carismática protagonista Orin (a lindíssima Shima Iwashita, hoje com 82 anos) tem um grande amadurecimento no decorrer das duas horas. O ritmo é lento, mas não atrapalha em nada. Só exige muita paciência mesmo.

Nota: 8/10

Belle é um anime colorido, fofinho e emocionante, que aborda a autoaceitação física e o abuso familiar de forma responsável. Suzu viu a mãe morrer na sua frente quando criança, cresce se sentindo sozinha, feia e insuficiente. Fica fácil se identificar e espelhar-se na protagonista. Claro que tem um exagero emocional característico do diretor, mas nada que te tire do sério. Mamoru Hosoda sabe como prender a nossa atenção. Foi esnobado no Oscar, merecia uma indicação.
Nota: 9/10