A primeira princesa da história da Pixar se chama Merida (Kelly Macdonald), que com seus cabelos ruivos e encaracolados prefere seu arco e flecha às obrigações da coroa. Obrigações essas impostas por sua mãe Elinor (Emma Thompson), que acredita que o futuro da filha depende de suas boas maneiras e criação adequada para uma rainha. E é esse conflito entre mãe e filha que guia o filme do começo ao fim. E mesmo que em seu desenrolar coisas sobrenaturais tirem um pouco o foco principal, essa dinâmica entre a princesa e a rainha se destaca como uma das melhores coisas em Valente.
Sal Paradise (Sam Riley) é um jovem escritor que, como a maioria de seus pares, encara o difícil e recorrente duelo contra o papel em branco. Charmoso de um jeito tímido, contido, vive com a mãe e convive com amigos ainda mais beberrões e inconsequentes que ele, deixando-se levar de modo quase apaixonado pelas aventuras alheias, mas sem se esquecer de suas ambições mais íntimas – o livro próprio em primeiro lugar. Seu melhor amigo é Dean Moriarty (Garrett Hedlund), também escritor, igualmente jovem e dezenas de vezes mais subversivo e confuso, que dividiu parte da juventude entre o salão de sinuca, a cadeia e a biblioteca municipal. Símbolos da geração do fim dos 40 e início dos 50, eles são a essência de Na Estrada e a principal razão pelo sucesso do filme em recriar a atmosfera entorpecente da época.
Hollywood se renova. Quando não o faz em sua tecnologia ou em sua linguagem, faz com suas histórias. Tarde ou cedo, todo produto que um dia tenha gerado milhões de dólares voltará a ser o centro das atenções. Inocente quem imaginou que com o Homem-Aranha seria diferente. E é razoável quem acusa o reboot do herói nas telas de desnecessário (mas o que vem ou não a ser necessário, hoje, é extremamente relativo), considerando o espaço de cinco anos desde a última passada de Peter Parker pelas telas. Nada, entretanto, significa que O Espetacular Homem-Aranha seria obrigatoriamente ruim ou pelo menos inferior em relação ao primeiro filme lançado em 2002, sob as mãos de Sam Raimi. Isso porque, de fato, não é nenhum dos dois.
Quando bons personagens são criados e sua história cativa, o primeiro desejo ao término de um filme é saber o que acontece na agora “resolvida” vida deles. Foi assim quando Shrek se casou com Fiona, quando Woody virou amigo de Buzz e quando Diego, Sid e Manny resolveram manter o bando formado para devolver o bebê humano para a tribo à qual pertencia. Foi. Não é mais. Sabidos desde sempre os problemas que continuações podem trazer, a questão sempre se torna maior quando lidamos com animações, um tipo de produto que muitas vezes pode estar se repetindo apenas para vender produtos licenciados, não para acrescentar algo precioso à história anterior. É o que acontece desde A Era do Gelo 2, se mantendo no mesmo nível em A Era do Gelo 3 mas ganhando proporções gigantescas em A Era do Gelo 4: desta vez os personagens simplesmente já não têm a graça de antes.
Logo de início há o aviso de que este Fausto é uma adaptação livre do de Goethe. Não poderia ser diferente, pois aquele tem seus objetivos críticos muito claros quando inserido em seu contexto histórico. Seria descabido, em pleno século XXI e num formato audiovisual, trazê-los todos. Apenas o essencial é focado.
Sombras da Noite é a adaptação de uma série americana dos anos 1960. O Tim Burton daquela época era uma criança e provavelmente a série contribuiu para a formação deste que é um dos diretores mais famosos da atualidade. Se a sua homenagem está à altura, só os fãs daquele seriado poderão dizer. No entanto, adianta-se que, em vista das falhas no roteiro, talvez a homenagem tenha ficado aquém do esperado, mesmo apenas para os fãs das estrelas envolvidas na adaptação.
Questionamentos acerca da origem da vida (e, mais especificamente, da vida humana) permeiam a existência das civilizações há milênios e, há décadas, chegam aos cinemas sob as mais variadas formas. Em Prometheus, a procura pelo(s) criador(es) é transposta para o espaço, numa espécie de adaptação livre, aventureira e sci-fi do livro Eram Os Deuses Astronautas?, de Erich von Däniken. Os personagens são os dezessete tripulantes da nave-título, assim nomeada em lembrança ao titã grego que, incumbido de criar os homens, deu a eles o fogo dos deuses e acabou punido pela divindade suprema, Zeus. As referências imediatas são interessantíssimas. A execução da jornada, nem tanto.
As animações são provavelmente o gênero cinematográfico com a maior rentabilidade, porque por pior que o longa seja, haverá bilheteria razoável, já que o público alvo não tem um senso crítico aguçado. Dessa forma, a prática da última década tem sido realizar produções mais inteligentes, que continuassem divertindo crianças, mas que não entediassem os responsáveis.
A comédia romântica Para Sempre (mais dramática que cômica), que estreia nesta quinta, é irregular, mas consegue equilibrar com eficiência seu sentimentalismo e certa dose de frieza. O resultado é uma produção que repete elementos de fórmulas habituais, mas apresenta algum frescor narrativo.
Em mais de um século de existência, o Cinema – bem como a Literatura, o Teatro e outras formas de arte a ele intimamente ligadas – produziu tantos e tão diferentes filmes que em algum momento, invariavelmente, as boas ideias começariam a minguar. A despeito, claro, de poucas e boas exceções (normalmente fruto da produção independente ou obras de circuito internacional), a indústria, especialmente nesse início de século, abusou do investimento em remakes, reboots e sequências. É, pois, em meio a essa “crise de originalidade” generalizada, que alguns filmes – seja pelo roteiro em si, seja pelo modo como ele é adaptado – despontam como sinal de esperança para o público. É o caso, por exemplo, da comédia Carnage, mais nova realização do diretor Roman Polanski.
Bem melhor do que Espelho, Espelho Meu. Ao menos isto você deve esperar. Não quer dizer, entretanto, que Branca de Neve e o Caçador seja uma produção memorável. Claro que não. É, de qualquer maneira, um ótimo trabalho visual e uma bela amostra do que a criatividade pode fazer com elementos básicos de uma história já conhecida e, vale até dizer, desgastada neste ano.
Comédia, ação, alienígenas engraçados, ameaçadores e nojentos. E Will Smith. Retomar uma receita tão característica da virada do século uma década depois deve ter parecido um desafio espinhoso para o diretor Barry Sonnenfeld. Acrescentemos viagem no tempo à mistura e temos um possível desastre à vista. Com um roteiro competente, fidelidade ao clima dos filmes anteriores e uma atuação impagável de Josh Brolin como o “jovem” agente K, contudo, o terceiro capítulo da saga desses bem vestidos defensores da Terra não faz feio e se revela acima da média das recentes sequências tardias de blockbusters já calejados.
Criar uma história é uma tarefa complicada. Criar uma boa história é desafiador. Mas criar uma boa história presa a limitações prévias é como tirar leite de pedra; nada impossível, mas problemático. Battleship – Batalha dos Mares, adaptação do popular jogo de tabuleiro Batalha Naval, é uma produção sofrida. Além de ter sido entregue a roteiristas incapazes de desenvolverem uma trama com uma estrutura totalmente nova preso ao conceito do jogo, cai no redemoinho de más opções do argumento e ainda fica a todo momento na sombra de Transformers – tanto por sua tentativa clara de se parecer com o filme dos robôs quanto por se mostrar inferior em um quesito ou outro –, o que é um péssimo começo de conversa.
Originalmente, Anjos da Lei foi uma série oitentista estrelada por Johnny Depp – que aqui faz uma breve porém relevante participação – sobre um grupo de jovens policiais infiltrados em escolas e universidades para desbaratar esquemas de drogas e outros crimes. A dupla de diretores Phil Lord e Christopher Miller (de Tá Chovendo Hamburguer) substitui o drama da produção televisiva por um tom cômico nada sutil, que chega a beirar o “nonsense” em alguns momentos. Apesar disso, o filme não deixa de lado os tiroteios e perseguições característicos de obras policiais, mas faz questão de desconstruir alguns dos clichês onipresentes do gênero.
Há quem goste dos filmes isolados dos heróis dos Vingadores, mas há também quem os ache bastante superficiais. O fato é que exceto Homem de Ferro (preferido pela maioria) e O Incrível Hulk, nenhum dos outros longas teria sido realizado caso não houvesse um desejo da Marvel de levar para os cinemas uma trama envolvendo o grupo da S.H.I.E.L.D. E desde então o receio era comum: será que Os Vingadores seria um filme tão mediano quanto Thor e Capitão América são para boa parcela do público ou será que teria o que faltava nas produções isoladas faria todo mundo sair da sala de projeção satisfeito?
O ato de ver um filme não se baseia pura e simplesmente na obra e na visão. A conjuntura é de extrema importância. Onde, quando, com quem… Há inúmeras variáveis de circunstância que transformam a experiência cinematográfica no que de fato é. É, pois, necessário dividir desde já os leitores dessa crítica em dois: quem viu o longa no cinema e quem não.
Ao longo dos primeiros anos da década passada, teve início uma tendência – possivelmente a partir do sucesso de Clube da Luta – entre filmes de suspense e thrillers que perdurou de forma intensa e até hoje aparece em certa medida: a tática de resolver situações intrigantes e até inexplicáveis com a solução simples de que foi tudo coisa da cabeça do protagonista. Mais recentemente, produções como Busca Implacável, com Liam Neeson, e O Fim da Escuridão, com Mel Gibson, resgataram aquele nicho de filme de vingança/resgate “um contra todos” típico dos anos 1980, mas com vigor suficiente para não parecerem datados. Com poucos minutos de exibição, é possível perceber que 12 Horas está entre esses dois “gêneros”. E a dúvida sobre em qual, afinal, ele se encaixa poderia ser até um trunfo da obra, fosse a direção de Heitor Dhalia um tantinho mais segura de si.
Diablo Cody se consagrou como roteirista de Juno. Agora ela repete o clima “filme-cool” sobre os individualismos e relacionamentos pós-modernos em contraste a um cenário pacato. Jovens Adultos poderia ser um desenrolar natural de Juno. Em vez de uma garota ter que deixar sua inocência pueril para rumar pela maternidade, uma mulher não consegue se livrar dos seus vícios adolescentes. E, por vícios, não estamos falando de drogas. Estamos falando de vícios de linguagem, vícios de comportamento, de atitudes e de visão sobre a vida.
Espelho, Espelho Meu é um dos exemplos da atual corrida hollywoodiana por remakes, em especial, de desenhos animados. Para muitos, isso é reflexo de um período de baixa criatividade. Para outros, uma oportunidade de recontar as mesmas histórias, só que numa realidade diferente e com técnicas diferentes, reinventando as obras.
Na história cinematográfica não é incomum o futuro nos ser apresentado de maneira sombria, sobretudo quando falamos de questões ambientais. De uma forma geral, nessas abordagens o mundo é cinza e pesado. O ar puro acaba sendo moeda de troca. Mas em O Lorax: Em Busca da Túrfula Perdida, nem mesmo o mundo colorido e plastificado é suficiente para afastar a angústia e o desconforto frente ao resultado do amor incontestável pelo progresso.
A terceira produção seguida de Cronenberg a contar com Viggo Mortensen no elenco é um item singular na obra do polêmico cineasta. Embora há tempos tenha deixado de lado a temática fantástica de A Mosca e Videodrome – com uma breve recaída no “matrixiano” eXistenZ, de 1999 –, a violência gráfica explícita foi mantida como característica fundamental e marcante dos tais filmes anteriores da parceria com o eterno Aragorn. Um Método Perigoso obviamente deixa esse elemento para trás, enquanto leva a novos patamares o forte aspecto psicológico – e sexual – característico do diretor.
Há dois anos, foi realizado o remake de Fúria de Titãs, clássico kitsch de 1981 e mais conhecido por ser um dos últimos filmes a utilizar a centenária técnica de stop motion. Não sendo muito bem recebido pela crítica, mas tendo uma bilheteria que justifique a sua continuação, a mesma foi logo anunciada. Trocou-se o diretor, entrando agora Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles), e surgiu uma esperança de uma sequência – ao menos decente – em relação ao seu predecessor. Como diz o ditado, “nada é tão ruim que não possa piorar…”.
A distopia, como a própria palavra já sugere, é uma ramificação da ficção que lida com futuros ou realidades nas quais uma sociedade vive o oposto de uma utopia. Violência, ditadura, alienação, tecnologia avançada e miséria são elementos muito presentes nos clássicos do subgênero, como Admirável Mundo Novo e 1984, assim como são as bases do universo de Jogos Vorazes.
Shame tem início com uma imagem estática de seu personagem principal deitado, impassível, em meio a bagunçados lençóis azuis. O título do longa – Vergonha, em bom português – só surge quando as cortinas são abertas e há interferência externa da luz, que logo toma todo o quarto. Sutil, a sequência de abertura é espelho do que se verá em tela a seguir: Brandon (Michael Fassbender) é um personagem contido, de gestos e palavras mínimas, mas que acaba tomado por vergonha nos (vários) momentos em que seu vício por sexo é externalizado, transparece.
Valente
3.8 2,8K Assista AgoraA primeira princesa da história da Pixar se chama Merida (Kelly Macdonald), que com seus cabelos ruivos e encaracolados prefere seu arco e flecha às obrigações da coroa. Obrigações essas impostas por sua mãe Elinor (Emma Thompson), que acredita que o futuro da filha depende de suas boas maneiras e criação adequada para uma rainha. E é esse conflito entre mãe e filha que guia o filme do começo ao fim. E mesmo que em seu desenrolar coisas sobrenaturais tirem um pouco o foco principal, essa dinâmica entre a princesa e a rainha se destaca como uma das melhores coisas em Valente.
Leia mais em:
Na Estrada
3.3 1,9KSal Paradise (Sam Riley) é um jovem escritor que, como a maioria de seus pares, encara o difícil e recorrente duelo contra o papel em branco. Charmoso de um jeito tímido, contido, vive com a mãe e convive com amigos ainda mais beberrões e inconsequentes que ele, deixando-se levar de modo quase apaixonado pelas aventuras alheias, mas sem se esquecer de suas ambições mais íntimas – o livro próprio em primeiro lugar. Seu melhor amigo é Dean Moriarty (Garrett Hedlund), também escritor, igualmente jovem e dezenas de vezes mais subversivo e confuso, que dividiu parte da juventude entre o salão de sinuca, a cadeia e a biblioteca municipal. Símbolos da geração do fim dos 40 e início dos 50, eles são a essência de Na Estrada e a principal razão pelo sucesso do filme em recriar a atmosfera entorpecente da época.
Leia mais em:
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraHollywood se renova. Quando não o faz em sua tecnologia ou em sua linguagem, faz com suas histórias. Tarde ou cedo, todo produto que um dia tenha gerado milhões de dólares voltará a ser o centro das atenções. Inocente quem imaginou que com o Homem-Aranha seria diferente. E é razoável quem acusa o reboot do herói nas telas de desnecessário (mas o que vem ou não a ser necessário, hoje, é extremamente relativo), considerando o espaço de cinco anos desde a última passada de Peter Parker pelas telas. Nada, entretanto, significa que O Espetacular Homem-Aranha seria obrigatoriamente ruim ou pelo menos inferior em relação ao primeiro filme lançado em 2002, sob as mãos de Sam Raimi. Isso porque, de fato, não é nenhum dos dois.
Leia mais em:
A Era do Gelo 4
3.5 1,7K Assista AgoraQuando bons personagens são criados e sua história cativa, o primeiro desejo ao término de um filme é saber o que acontece na agora “resolvida” vida deles. Foi assim quando Shrek se casou com Fiona, quando Woody virou amigo de Buzz e quando Diego, Sid e Manny resolveram manter o bando formado para devolver o bebê humano para a tribo à qual pertencia. Foi. Não é mais. Sabidos desde sempre os problemas que continuações podem trazer, a questão sempre se torna maior quando lidamos com animações, um tipo de produto que muitas vezes pode estar se repetindo apenas para vender produtos licenciados, não para acrescentar algo precioso à história anterior. É o que acontece desde A Era do Gelo 2, se mantendo no mesmo nível em A Era do Gelo 3 mas ganhando proporções gigantescas em A Era do Gelo 4: desta vez os personagens simplesmente já não têm a graça de antes.
Leia mais em:
Fausto
3.4 220Logo de início há o aviso de que este Fausto é uma adaptação livre do de Goethe. Não poderia ser diferente, pois aquele tem seus objetivos críticos muito claros quando inserido em seu contexto histórico. Seria descabido, em pleno século XXI e num formato audiovisual, trazê-los todos. Apenas o essencial é focado.
Leia mais em:
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraSombras da Noite é a adaptação de uma série americana dos anos 1960. O Tim Burton daquela época era uma criança e provavelmente a série contribuiu para a formação deste que é um dos diretores mais famosos da atualidade. Se a sua homenagem está à altura, só os fãs daquele seriado poderão dizer. No entanto, adianta-se que, em vista das falhas no roteiro, talvez a homenagem tenha ficado aquém do esperado, mesmo apenas para os fãs das estrelas envolvidas na adaptação.
Leia mais em:
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraQuestionamentos acerca da origem da vida (e, mais especificamente, da vida humana) permeiam a existência das civilizações há milênios e, há décadas, chegam aos cinemas sob as mais variadas formas. Em Prometheus, a procura pelo(s) criador(es) é transposta para o espaço, numa espécie de adaptação livre, aventureira e sci-fi do livro Eram Os Deuses Astronautas?, de Erich von Däniken. Os personagens são os dezessete tripulantes da nave-título, assim nomeada em lembrança ao titã grego que, incumbido de criar os homens, deu a eles o fogo dos deuses e acabou punido pela divindade suprema, Zeus. As referências imediatas são interessantíssimas. A execução da jornada, nem tanto.
Leia mais em:
Madagascar 3: Os Procurados
3.5 1,4K Assista AgoraAs animações são provavelmente o gênero cinematográfico com a maior rentabilidade, porque por pior que o longa seja, haverá bilheteria razoável, já que o público alvo não tem um senso crítico aguçado. Dessa forma, a prática da última década tem sido realizar produções mais inteligentes, que continuassem divertindo crianças, mas que não entediassem os responsáveis.
Leia mais em:
Para Sempre
3.6 2,0K Assista AgoraA comédia romântica Para Sempre (mais dramática que cômica), que estreia nesta quinta, é irregular, mas consegue equilibrar com eficiência seu sentimentalismo e certa dose de frieza. O resultado é uma produção que repete elementos de fórmulas habituais, mas apresenta algum frescor narrativo.
Leia mais em:
Deus da Carnificina
3.8 1,4KEm mais de um século de existência, o Cinema – bem como a Literatura, o Teatro e outras formas de arte a ele intimamente ligadas – produziu tantos e tão diferentes filmes que em algum momento, invariavelmente, as boas ideias começariam a minguar. A despeito, claro, de poucas e boas exceções (normalmente fruto da produção independente ou obras de circuito internacional), a indústria, especialmente nesse início de século, abusou do investimento em remakes, reboots e sequências. É, pois, em meio a essa “crise de originalidade” generalizada, que alguns filmes – seja pelo roteiro em si, seja pelo modo como ele é adaptado – despontam como sinal de esperança para o público. É o caso, por exemplo, da comédia Carnage, mais nova realização do diretor Roman Polanski.
Leia mais em:
Branca de Neve e o Caçador
3.0 4,3K Assista AgoraBem melhor do que Espelho, Espelho Meu. Ao menos isto você deve esperar. Não quer dizer, entretanto, que Branca de Neve e o Caçador seja uma produção memorável. Claro que não. É, de qualquer maneira, um ótimo trabalho visual e uma bela amostra do que a criatividade pode fazer com elementos básicos de uma história já conhecida e, vale até dizer, desgastada neste ano.
leia mais em:
MIB: Homens de Preto 3
3.5 2,0K Assista AgoraComédia, ação, alienígenas engraçados, ameaçadores e nojentos. E Will Smith. Retomar uma receita tão característica da virada do século uma década depois deve ter parecido um desafio espinhoso para o diretor Barry Sonnenfeld. Acrescentemos viagem no tempo à mistura e temos um possível desastre à vista. Com um roteiro competente, fidelidade ao clima dos filmes anteriores e uma atuação impagável de Josh Brolin como o “jovem” agente K, contudo, o terceiro capítulo da saga desses bem vestidos defensores da Terra não faz feio e se revela acima da média das recentes sequências tardias de blockbusters já calejados.
Leia mais em:
Battleship: A Batalha dos Mares
3.0 1,8K Assista AgoraCriar uma história é uma tarefa complicada. Criar uma boa história é desafiador. Mas criar uma boa história presa a limitações prévias é como tirar leite de pedra; nada impossível, mas problemático. Battleship – Batalha dos Mares, adaptação do popular jogo de tabuleiro Batalha Naval, é uma produção sofrida. Além de ter sido entregue a roteiristas incapazes de desenvolverem uma trama com uma estrutura totalmente nova preso ao conceito do jogo, cai no redemoinho de más opções do argumento e ainda fica a todo momento na sombra de Transformers – tanto por sua tentativa clara de se parecer com o filme dos robôs quanto por se mostrar inferior em um quesito ou outro –, o que é um péssimo começo de conversa.
Leia mais em:
Anjos da Lei
3.6 1,4K Assista AgoraOriginalmente, Anjos da Lei foi uma série oitentista estrelada por Johnny Depp – que aqui faz uma breve porém relevante participação – sobre um grupo de jovens policiais infiltrados em escolas e universidades para desbaratar esquemas de drogas e outros crimes. A dupla de diretores Phil Lord e Christopher Miller (de Tá Chovendo Hamburguer) substitui o drama da produção televisiva por um tom cômico nada sutil, que chega a beirar o “nonsense” em alguns momentos. Apesar disso, o filme não deixa de lado os tiroteios e perseguições característicos de obras policiais, mas faz questão de desconstruir alguns dos clichês onipresentes do gênero.
Leia mais em:
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraHá quem goste dos filmes isolados dos heróis dos Vingadores, mas há também quem os ache bastante superficiais. O fato é que exceto Homem de Ferro (preferido pela maioria) e O Incrível Hulk, nenhum dos outros longas teria sido realizado caso não houvesse um desejo da Marvel de levar para os cinemas uma trama envolvendo o grupo da S.H.I.E.L.D. E desde então o receio era comum: será que Os Vingadores seria um filme tão mediano quanto Thor e Capitão América são para boa parcela do público ou será que teria o que faltava nas produções isoladas faria todo mundo sair da sala de projeção satisfeito?
Leia mais em:
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraO ato de ver um filme não se baseia pura e simplesmente na obra e na visão. A conjuntura é de extrema importância. Onde, quando, com quem… Há inúmeras variáveis de circunstância que transformam a experiência cinematográfica no que de fato é. É, pois, necessário dividir desde já os leitores dessa crítica em dois: quem viu o longa no cinema e quem não.
Leia mais em:
12 Horas
3.2 997 Assista AgoraAo longo dos primeiros anos da década passada, teve início uma tendência – possivelmente a partir do sucesso de Clube da Luta – entre filmes de suspense e thrillers que perdurou de forma intensa e até hoje aparece em certa medida: a tática de resolver situações intrigantes e até inexplicáveis com a solução simples de que foi tudo coisa da cabeça do protagonista. Mais recentemente, produções como Busca Implacável, com Liam Neeson, e O Fim da Escuridão, com Mel Gibson, resgataram aquele nicho de filme de vingança/resgate “um contra todos” típico dos anos 1980, mas com vigor suficiente para não parecerem datados. Com poucos minutos de exibição, é possível perceber que 12 Horas está entre esses dois “gêneros”. E a dúvida sobre em qual, afinal, ele se encaixa poderia ser até um trunfo da obra, fosse a direção de Heitor Dhalia um tantinho mais segura de si.
Leia mais em:
Jovens Adultos
3.0 874 Assista AgoraDiablo Cody se consagrou como roteirista de Juno. Agora ela repete o clima “filme-cool” sobre os individualismos e relacionamentos pós-modernos em contraste a um cenário pacato. Jovens Adultos poderia ser um desenrolar natural de Juno. Em vez de uma garota ter que deixar sua inocência pueril para rumar pela maternidade, uma mulher não consegue se livrar dos seus vícios adolescentes. E, por vícios, não estamos falando de drogas. Estamos falando de vícios de linguagem, vícios de comportamento, de atitudes e de visão sobre a vida.
Leia mais em:
Espelho, Espelho Meu
2.8 1,8K Assista AgoraEspelho, Espelho Meu é um dos exemplos da atual corrida hollywoodiana por remakes, em especial, de desenhos animados. Para muitos, isso é reflexo de um período de baixa criatividade. Para outros, uma oportunidade de recontar as mesmas histórias, só que numa realidade diferente e com técnicas diferentes, reinventando as obras.
Leia mais em:
O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida
3.5 762 Assista AgoraNa história cinematográfica não é incomum o futuro nos ser apresentado de maneira sombria, sobretudo quando falamos de questões ambientais. De uma forma geral, nessas abordagens o mundo é cinza e pesado. O ar puro acaba sendo moeda de troca. Mas em O Lorax: Em Busca da Túrfula Perdida, nem mesmo o mundo colorido e plastificado é suficiente para afastar a angústia e o desconforto frente ao resultado do amor incontestável pelo progresso.
Leia mais em:
Um Método Perigoso
3.5 1,1KA terceira produção seguida de Cronenberg a contar com Viggo Mortensen no elenco é um item singular na obra do polêmico cineasta. Embora há tempos tenha deixado de lado a temática fantástica de A Mosca e Videodrome – com uma breve recaída no “matrixiano” eXistenZ, de 1999 –, a violência gráfica explícita foi mantida como característica fundamental e marcante dos tais filmes anteriores da parceria com o eterno Aragorn. Um Método Perigoso obviamente deixa esse elemento para trás, enquanto leva a novos patamares o forte aspecto psicológico – e sexual – característico do diretor.
Leia mais em:
Fúria de Titãs 2
3.0 1,7K Assista AgoraHá dois anos, foi realizado o remake de Fúria de Titãs, clássico kitsch de 1981 e mais conhecido por ser um dos últimos filmes a utilizar a centenária técnica de stop motion. Não sendo muito bem recebido pela crítica, mas tendo uma bilheteria que justifique a sua continuação, a mesma foi logo anunciada. Trocou-se o diretor, entrando agora Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles), e surgiu uma esperança de uma sequência – ao menos decente – em relação ao seu predecessor. Como diz o ditado, “nada é tão ruim que não possa piorar…”.
Leia mais em:
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraA distopia, como a própria palavra já sugere, é uma ramificação da ficção que lida com futuros ou realidades nas quais uma sociedade vive o oposto de uma utopia. Violência, ditadura, alienação, tecnologia avançada e miséria são elementos muito presentes nos clássicos do subgênero, como Admirável Mundo Novo e 1984, assim como são as bases do universo de Jogos Vorazes.
Leia mais em:
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraShame tem início com uma imagem estática de seu personagem principal deitado, impassível, em meio a bagunçados lençóis azuis. O título do longa – Vergonha, em bom português – só surge quando as cortinas são abertas e há interferência externa da luz, que logo toma todo o quarto. Sutil, a sequência de abertura é espelho do que se verá em tela a seguir: Brandon (Michael Fassbender) é um personagem contido, de gestos e palavras mínimas, mas que acaba tomado por vergonha nos (vários) momentos em que seu vício por sexo é externalizado, transparece.
Leia mais em: