Um dos maiores desafios da crítica é tratar de filmes que, em resumo, não são uma aplicação das inúmeras técnicas de cinema. Em outras palavras, produções como Projeto X são extremamente controvérsias, tendo, provavelmente, o maior número de críticas contrastantes. Por isso, esse tipo de texto, especialmente as desse gênero, não devem ser como verdades absolutas.
Desde o anúncio de sua produção, John Carter – Entre Dois Mundos foi alvo de comparações a duas obras que, ironicamente, buscaram certa dose de inspiração nos livros originais de Burroughs, lançados no início do século 20: a saga Star Wars e o Avatar de James Cameron. O filme dirigido por Andrew Stanton, de Wall-E, certamente tem muito em comum com a narrativa de ambos – especialmente a space opera de George Lucas -, mas, com uma trama apoiada em elementos como viagens astrais, navios voadores, criaturas semi-oniscientes e uma princesa-guerreira, também não fica tão distante, por exemplo, do universo apresentado na série d’As Crônicas de Nárnia.
O grande propulsor da trama de Tão Forte e Tão Perto é o foco na interação entre pessoas e, notadamente, entre o garoto Oskar Schell (Thomas Horn) e as figuras que ele encontra pelo caminho em sua “expedição de reconhecimento” por Manhattan à procura de uma derradeira mensagem de seu pai, Thomas (Tom Hanks), falecido meses antes no atentado de 11 de setembro de 2001.
O já batido estilo “imagens encontradas” que fez sucesso com A Bruxa de Blair ganha novo fôlego em Poder Sem Limites. O filme segue três colegas – Andrew (Dane DeHaan), Matt (Alex Russell) e Steve (Michael B. Jordan) – que durante uma festa encontram, por acidente, uma estranha caverna que os leva a um tipo diferente de “pedra”. A partir desse dia, os meninos começam a perceber que possuem novas habilidades telecinéticas, podendo mover ou parar objetos com a mente. Um estranho laço é criado entre os três meninos, tornando-os amigos inseparáveis. Mas o difícil relacionamento que um deles tem com sua família pode transformar seus poderes em uma perigosa arma.
Um cineasta com a filmografia de Martin Scorsese certamente merece uma atenção equivalente à qualidade de seus trabalhos a cada novo projeto. Basta assistir a uma de suas produções para se assimilar o patamar no qual se encontra o diretor. Não há qualquer argumento que possa levantar a ideia de que Scorsese não tem pleno conhecimento de todas as ferramentas e artimanhas da linguagem cinematográfica ou de seu amor a essa arte. O que não significa, em contrapartida, que um currículo deva causar uma certeza de primor nos resultados. Se julgar um filme por seu trailer é errado, diferente não pode ser dito quando o assunto são seus realizadores; e apesar disto sugerir o contrário, A Invenção de Hugo Cabret é um ótimo filme.
Atuação não é imitação. No entanto, em alguns contextos essas duas concepções se confundem. Se considerarmos uma escola de atuação na qual o personagem é uma entidade livre de elementos físicos, uma atriz branca poderia interpretar a filha de uma atriz negra, ou um homem poderia interpretar uma mulher, e por aí vai. O que importa seria somente a instância psíquica que leva a movimentos e ações (verbais ou não).
Não há como negar: embora seja obviamente possível encontrar apreciadores e até aficionados pelo esporte por aí, o baseball é severamente ignorado em boa parte do mundo. Mas esse fato, mesmo aliado à previsibilidade típica dos principais indicados ao Oscar, não diminui em nada os méritos do filme dirigido por Bennett Miller (de Capote) com roteiro coescrito por Aaron Sorkin, de A Rede Social.
Os anos 20 foram, definitivamente, um marco na história do cinema mundial. Graças ao desenfreado crescimento econômico experimentado pelos norte-americanos desde o final da Primeira Guerra Mundial, Hollywood (ou Hollywoodland, como então a chamavam) havia se consagrado como referência mundial na produção cinematográfica, fazendo com que seus executivos não poupassem esforços para conquistar parcelas cada vez maiores do público. A cada nova produção em cartaz, as plateias se deliciavam com sequências hoje corriqueiras, como batalhas aéreas ou resgates dramáticos. Pode-se dizer que, de certo modo, o lançamento do primeiro filme falado – O Cantor de Jazz, em 1928 – representou para o cinema aquilo que a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque representaria, um ano mais tarde, para a economia mundial: um período de crise, incertezas e reinvenção.
David Fincher possui em seu portfólio muitos filmes impactantes e marcantes. Desde a paranóia subversiva que é Clube da Luta até a claustrofobia suja de Se7en, não faltam provas de que o diretor domina plenamente o artifício de chocar seus espectadores. Assim, quando a esperada adaptação Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres, best-seller conhecido por seu teor adulto, anunciava-se em seu trailer como “the feel bad movie of the year” (em tradução livre, “o filme mais deprimente do ano”), tudo parecia estar correndo na direção certa. No entanto, o diretor não volta às raízes sórdidas de seus primeiros filmes, preferindo compensar e mesclá-las ao clima frio da Suécia para produzir temas pesados e violentos em um longa limpo, polido e eficaz. Menos escuro e pessimista do que o esperado, é verdade, mas muito mais interessante.
Dirigido por Lynne Ramsay (dos pouco conhecidos Morvern Callar e Ratcatcher) e com uma atuação impecável de Tilda Swinton entre seus grandes trunfos, Precisamos Falar Sobre o Kevin é um filme que incomoda. Ao acompanharmos a rotina da protagonista Eva, interpretada por Swinton, há uma sensação constante de inadequação, de que algo está fora do lugar. Mesmo sem apresentar julgamentos morais ou declarações explícitas do que seria “certo” ou “errado” – ou talvez justamente por isso –, a obra estimula um questionamento constante de motivações e sentimentos.
É imprescindível, antes de analisar qualquer nova produção de Steven Spielberg, dar uma breve olhada em seus trabalhos anteriores. Indiferente se está se enveredando pela aventura ou pelo drama, sua estampa sempre poderá ser observada. Em As Aventuras de Tintim – O Segredo do Unicórnio isso se repete – o que é muito bom.
Logo de início, o protagonista põe em dúvida a crença de que o Havaí é um paraíso na Terra. Indaga ao espectador se os havaianos são imunes à vida ou se suas tristezas são menos dolorosas. Nós, habitantes de terras paradisíacas, sabemos que nosso sofrimento não é medido por nossas belas praias. Breves planos mostram que o Havaí também tem sua feiúra, tal como aqui. E é assim que a fotografia de Phedon Papamichael trabalha ao longo do filme: desconstrói a figura paradisíaca pré-idealizada para fotografar o arquipélago de forma natural e direta. Há mais cenas interiores que exteriores; sendo as exteriores, muitas vezes, fotografada sob céu nublado. O turístico é visto de passagem. A escolha por este caminho imagético é acertada com o tom cru e realista do roteiro, que se preocupa mais com as relações humanas e com os conflitos internos do protagonista do que com a estética tropical. Assim, o personagem principal está sempre em cena, sempre enquadrado de forma a evidenciar da melhor forma possível seu modo de se movimentar pelo mundo em que vive.
Em determinado momento de J. Edgar, Clyde Tolson (interpretado por Armie Hammer) afirma que a história do personagem-título sempre ganha contornos exagerados quando contada. Pois, acreditando-se ou não na confiabilidade da produção como registro histórico, é exatamente isso o que se vê em tela: um exagero de tons escuros, contrastes e camadas de maquiagem, que impõe graves obstáculos à compreensão clara e precisa do objeto da cinebiografia, bem como de parte de suas motivações e angústias.
Há mentes inocentes que acusam a nova roupagem do detetive de ser muito distante do personagem literário; afinal, ele luta muito bem e sua inteligência é mais esperta (ou malandra) que intelectual. Acusação fundada numa crença de que a série Sherlock Holmes seja intelectualizada. Mas ela não é. A série literária apela para o gosto popular, e é exatamente isso que a adaptação faz: apela para o gosto popular… Da nova geração consumidora de cinema. Os livros funcionam bem apenas com suspense, mas um filme, que prezasse pela lógica industrial de Hollywood e que se valesse só de suspense, seria um fracasso — e chato, tanto para a plateia popular, que simplesmente dormiria sem umas boas cenas de ação, como para a plateia intelectual, que não veria objetivo além de diversão num joguinho astuto de suspense. Contudo, em O Jogo de Sombras, essas mentes inocentes ganham motivos para criticar.
Baseado no livro de mesmo nome do autor inglês David Cornwell – que realmente trabalhou para o serviço de inteligência britânico e escreve sob o pseudônimo John Le Carré – e na popular série do final dos anos 70 com o eterno Obi-Wan Kenobi, Alec Guiness no papel principal, O Espião Que Sabia Demais tem uma trama densa que exige atenção constante do público. O fluxo intenso de novos nomes de personagens e organizações a praticamente cada cena do filme dirigido por Tomas Alfredson (de Deixe Ela Entrar), com a dificuldade adicional da narrativa não linear, podem acabar provocando o desinteresse de quem está em busca de uma opção de entretenimento para simplesmente relaxar. Mas o desafio de acompanhar a investigação de George Smiley (interpretado por Gary Oldman) tem lá suas recompensas.
O longa se inicia com Sean (Emile Hirsch) e Ben (Max Minghella), dois amigos que viajam para Moscou a negócios, levando um projeto de criação de uma nova rede social. Ideia esta frustrado por Skyler, empresário local que lhes passa a perna. Em outro plano, chegam Natalie (Olivia Thirlby) e Anne (Rachael Taylor), duas amigas que acabam na Rússia devido a uma escala forçada. Desventuras à parte, os quatro americanos acabam se encontrando em uma boate da cidade e, após se reconhecerem, passam a interagir. O início de uma boa noite é interrompido por um apagão. A população imediatamente às ruas e percebe que, apesar da escuridão, pequenos pontos luminosos começam a vir do céu, quase que como em um balé (por ser em 3D, a impressão é que o público será o primeiro a ser atingido pelas luzes em descida). Quando finalmente um cidadão resolve enfrentar o medo e encarar o desconhecido, a criatura o desintegra em um segundo e o filme dá a largada.
Muito tem se falado sobre o conceito de “diversão descomprometida”. Inclusive, muitos filmes costumam receber maiores notas quando os críticos usam esse argumento. No entanto, é hora de refletir, mesmo que rapidamente, sobre o real significado dessa corrente. Para tal, é interessante tomar como ponto de partida o longa Imortais, do diretor Tarsem Singh.
Poucas filmografias conseguem ser ao mesmo tempo tão universais e características quanto a de Steven Spielberg. Considerado por muitos um portador irremediável da síndrome de Peter Pan – graças às temáticas predominantemente infantis de seus filmes – o fato é que, aos 65 anos, com dois Oscars e tantos outros prêmios no currículo, o diretor continua surpreendentemente bom naquilo que sempre fez: emocionar plateias ao redor de todo o mundo.
George Clooney interpreta um ousado e íntegro governador concorrendo a candidato Democrata da próxima eleição presidencial. Seu chefe de campanha é Paul (Philip Seymour Hoffman, ótimo como comumente), que tem por braço direito Stephen Meyers (Ryan Gosling, estrela em forte ascendência, especialmente nesse ano). Paul Giamatti é o chefe de campanha do adversário, e também cumpre com excelência seu papel. Giamatti e Hoffman se contrapõem como experientes inimigos, enquanto Stephen é posto como um jovem promissor, desejado por ambos pelo seu brilhantismo. Na parte feminina do elenco, há Marisa Tomei, uma jornalista que se mantém próxima a esses homens por trás do palco em busca de exclusivas, e Evan Rachel Wood que, interpretando uma estagiária, consegue acompanhar o ritmo do elenco. O papel de Wood é vital para a trama pelo seu apelo sexual. Todos esses são atores bem requisitados, mas as interpretações aqui são comedidas, nenhuma suscita paixão, mas são ótimas de todo jeito.
Há determinadas categorias de filmes cujas críticas são bem parecidas, tendo raras diferenças entre si. Esse é o caso de romances adolescentes com apelos míticos, como Crepúsculo e A Fera, que chega aos cinemas brasileiros quase dois anos após sua estreia nas terras do Tio Sam.
Lidar com a morte de um ente querido é uma das coisas mais difíceis pela qual uma pessoa pode passar.E a dificuldade maior não está no momento imediatamente após o falecimento, mas sim no dia a dia. Como voltar a sua rotina sem poder dividi-la com a pessoa que você ama? Como continuar a vida sem sucumbir à sensação de vazio que se alastra no peito? Como confortar seus filhos sendo que você mesmo não consegue achar conforto? Essas são as grandes questões que Compramos um Zoológico, do diretor Cameron Crowe, tenta responder.
Em quinze anos, é inegável que Tom Cruise tenha se tornado a maior estrela de filmes de ação. Ao contrário de tantos outros atores, Cruise é o único que consegue conciliar uma boa atuação com a coreografia bem ensaiada, o chamariz da boa aparência e o peso que o seu nome tem em um pôster. Tudo fruto de Missão: Impossível, de 1996, que confirmou o que Top Gun já dava a entender dez anos antes. Agora, no quarto episódio da série que definiu o tipo de astro que o ator é, Tom prova que à beira dos 50 anos ainda pode carregar seus filmes nas costas, não que isso tenha sido necessário em Missão: Impossível – Protocolo Fantasma.
Quando uma série tem um grande sucesso de crítica e – mais importante – de público, a consequência natural é que os produtores, ávidos pelo lucro máximo, criem spin-offs. Um exemplo dessa manobra é justamente O Gato de Botas. O problema dessa categoria de filmes é que, na maioria das vezes, eles se revelam bastante inferiores a seus predecessores. Felizmente, disso O Gato de Botas não é exemplo.
No folclore britânico, a história de São Swithin, celebrado no dia 15 de julho, está intimamente ligada ao clima, ao sol e a chuva. De acordo com a tradição, se chover naquela data, os 40 dias seguintes serão de água em abundância. Se houver estiagem, os mesmos 40 dias serão secos. É como se essa data fosse determinante para os dias que virão. Na Inglaterra há quem conteste essa informação popular, mas para Emma Morley e Dexter Mayhew o dia se São Swithin será determinante para toda vida.
Projeto X: Uma Festa Fora de Controle
3.5 2,2K Assista AgoraUm dos maiores desafios da crítica é tratar de filmes que, em resumo, não são uma aplicação das inúmeras técnicas de cinema. Em outras palavras, produções como Projeto X são extremamente controvérsias, tendo, provavelmente, o maior número de críticas contrastantes. Por isso, esse tipo de texto, especialmente as desse gênero, não devem ser como verdades absolutas.
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John Carter: Entre Dois Mundos
3.2 1,6K Assista AgoraDesde o anúncio de sua produção, John Carter – Entre Dois Mundos foi alvo de comparações a duas obras que, ironicamente, buscaram certa dose de inspiração nos livros originais de Burroughs, lançados no início do século 20: a saga Star Wars e o Avatar de James Cameron. O filme dirigido por Andrew Stanton, de Wall-E, certamente tem muito em comum com a narrativa de ambos – especialmente a space opera de George Lucas -, mas, com uma trama apoiada em elementos como viagens astrais, navios voadores, criaturas semi-oniscientes e uma princesa-guerreira, também não fica tão distante, por exemplo, do universo apresentado na série d’As Crônicas de Nárnia.
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Tão Forte e Tão Perto
4.0 2,0K Assista AgoraO grande propulsor da trama de Tão Forte e Tão Perto é o foco na interação entre pessoas e, notadamente, entre o garoto Oskar Schell (Thomas Horn) e as figuras que ele encontra pelo caminho em sua “expedição de reconhecimento” por Manhattan à procura de uma derradeira mensagem de seu pai, Thomas (Tom Hanks), falecido meses antes no atentado de 11 de setembro de 2001.
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Poder Sem Limites
3.4 1,7K Assista AgoraO já batido estilo “imagens encontradas” que fez sucesso com A Bruxa de Blair ganha novo fôlego em Poder Sem Limites. O filme segue três colegas – Andrew (Dane DeHaan), Matt (Alex Russell) e Steve (Michael B. Jordan) – que durante uma festa encontram, por acidente, uma estranha caverna que os leva a um tipo diferente de “pedra”. A partir desse dia, os meninos começam a perceber que possuem novas habilidades telecinéticas, podendo mover ou parar objetos com a mente. Um estranho laço é criado entre os três meninos, tornando-os amigos inseparáveis. Mas o difícil relacionamento que um deles tem com sua família pode transformar seus poderes em uma perigosa arma.
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A Invenção de Hugo Cabret
4.0 3,6K Assista AgoraUm cineasta com a filmografia de Martin Scorsese certamente merece uma atenção equivalente à qualidade de seus trabalhos a cada novo projeto. Basta assistir a uma de suas produções para se assimilar o patamar no qual se encontra o diretor. Não há qualquer argumento que possa levantar a ideia de que Scorsese não tem pleno conhecimento de todas as ferramentas e artimanhas da linguagem cinematográfica ou de seu amor a essa arte. O que não significa, em contrapartida, que um currículo deva causar uma certeza de primor nos resultados. Se julgar um filme por seu trailer é errado, diferente não pode ser dito quando o assunto são seus realizadores; e apesar disto sugerir o contrário, A Invenção de Hugo Cabret é um ótimo filme.
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A Dama de Ferro
3.6 1,7KAtuação não é imitação. No entanto, em alguns contextos essas duas concepções se confundem. Se considerarmos uma escola de atuação na qual o personagem é uma entidade livre de elementos físicos, uma atriz branca poderia interpretar a filha de uma atriz negra, ou um homem poderia interpretar uma mulher, e por aí vai. O que importa seria somente a instância psíquica que leva a movimentos e ações (verbais ou não).
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O Homem que Mudou o Jogo
3.7 931 Assista AgoraNão há como negar: embora seja obviamente possível encontrar apreciadores e até aficionados pelo esporte por aí, o baseball é severamente ignorado em boa parte do mundo. Mas esse fato, mesmo aliado à previsibilidade típica dos principais indicados ao Oscar, não diminui em nada os méritos do filme dirigido por Bennett Miller (de Capote) com roteiro coescrito por Aaron Sorkin, de A Rede Social.
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O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraOs anos 20 foram, definitivamente, um marco na história do cinema mundial. Graças ao desenfreado crescimento econômico experimentado pelos norte-americanos desde o final da Primeira Guerra Mundial, Hollywood (ou Hollywoodland, como então a chamavam) havia se consagrado como referência mundial na produção cinematográfica, fazendo com que seus executivos não poupassem esforços para conquistar parcelas cada vez maiores do público. A cada nova produção em cartaz, as plateias se deliciavam com sequências hoje corriqueiras, como batalhas aéreas ou resgates dramáticos. Pode-se dizer que, de certo modo, o lançamento do primeiro filme falado – O Cantor de Jazz, em 1928 – representou para o cinema aquilo que a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque representaria, um ano mais tarde, para a economia mundial: um período de crise, incertezas e reinvenção.
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Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraDavid Fincher possui em seu portfólio muitos filmes impactantes e marcantes. Desde a paranóia subversiva que é Clube da Luta até a claustrofobia suja de Se7en, não faltam provas de que o diretor domina plenamente o artifício de chocar seus espectadores. Assim, quando a esperada adaptação Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres, best-seller conhecido por seu teor adulto, anunciava-se em seu trailer como “the feel bad movie of the year” (em tradução livre, “o filme mais deprimente do ano”), tudo parecia estar correndo na direção certa. No entanto, o diretor não volta às raízes sórdidas de seus primeiros filmes, preferindo compensar e mesclá-las ao clima frio da Suécia para produzir temas pesados e violentos em um longa limpo, polido e eficaz. Menos escuro e pessimista do que o esperado, é verdade, mas muito mais interessante.
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Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraDirigido por Lynne Ramsay (dos pouco conhecidos Morvern Callar e Ratcatcher) e com uma atuação impecável de Tilda Swinton entre seus grandes trunfos, Precisamos Falar Sobre o Kevin é um filme que incomoda. Ao acompanharmos a rotina da protagonista Eva, interpretada por Swinton, há uma sensação constante de inadequação, de que algo está fora do lugar. Mesmo sem apresentar julgamentos morais ou declarações explícitas do que seria “certo” ou “errado” – ou talvez justamente por isso –, a obra estimula um questionamento constante de motivações e sentimentos.
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As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista AgoraÉ imprescindível, antes de analisar qualquer nova produção de Steven Spielberg, dar uma breve olhada em seus trabalhos anteriores. Indiferente se está se enveredando pela aventura ou pelo drama, sua estampa sempre poderá ser observada. Em As Aventuras de Tintim – O Segredo do Unicórnio isso se repete – o que é muito bom.
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Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraLogo de início, o protagonista põe em dúvida a crença de que o Havaí é um paraíso na Terra. Indaga ao espectador se os havaianos são imunes à vida ou se suas tristezas são menos dolorosas. Nós, habitantes de terras paradisíacas, sabemos que nosso sofrimento não é medido por nossas belas praias. Breves planos mostram que o Havaí também tem sua feiúra, tal como aqui. E é assim que a fotografia de Phedon Papamichael trabalha ao longo do filme: desconstrói a figura paradisíaca pré-idealizada para fotografar o arquipélago de forma natural e direta. Há mais cenas interiores que exteriores; sendo as exteriores, muitas vezes, fotografada sob céu nublado. O turístico é visto de passagem. A escolha por este caminho imagético é acertada com o tom cru e realista do roteiro, que se preocupa mais com as relações humanas e com os conflitos internos do protagonista do que com a estética tropical. Assim, o personagem principal está sempre em cena, sempre enquadrado de forma a evidenciar da melhor forma possível seu modo de se movimentar pelo mundo em que vive.
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J. Edgar
3.5 646 Assista AgoraEm determinado momento de J. Edgar, Clyde Tolson (interpretado por Armie Hammer) afirma que a história do personagem-título sempre ganha contornos exagerados quando contada. Pois, acreditando-se ou não na confiabilidade da produção como registro histórico, é exatamente isso o que se vê em tela: um exagero de tons escuros, contrastes e camadas de maquiagem, que impõe graves obstáculos à compreensão clara e precisa do objeto da cinebiografia, bem como de parte de suas motivações e angústias.
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Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
3.8 2,2K Assista AgoraHá mentes inocentes que acusam a nova roupagem do detetive de ser muito distante do personagem literário; afinal, ele luta muito bem e sua inteligência é mais esperta (ou malandra) que intelectual. Acusação fundada numa crença de que a série Sherlock Holmes seja intelectualizada. Mas ela não é. A série literária apela para o gosto popular, e é exatamente isso que a adaptação faz: apela para o gosto popular… Da nova geração consumidora de cinema. Os livros funcionam bem apenas com suspense, mas um filme, que prezasse pela lógica industrial de Hollywood e que se valesse só de suspense, seria um fracasso — e chato, tanto para a plateia popular, que simplesmente dormiria sem umas boas cenas de ação, como para a plateia intelectual, que não veria objetivo além de diversão num joguinho astuto de suspense. Contudo, em O Jogo de Sombras, essas mentes inocentes ganham motivos para criticar.
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O Espião que Sabia Demais
3.4 744 Assista AgoraBaseado no livro de mesmo nome do autor inglês David Cornwell – que realmente trabalhou para o serviço de inteligência britânico e escreve sob o pseudônimo John Le Carré – e na popular série do final dos anos 70 com o eterno Obi-Wan Kenobi, Alec Guiness no papel principal, O Espião Que Sabia Demais tem uma trama densa que exige atenção constante do público. O fluxo intenso de novos nomes de personagens e organizações a praticamente cada cena do filme dirigido por Tomas Alfredson (de Deixe Ela Entrar), com a dificuldade adicional da narrativa não linear, podem acabar provocando o desinteresse de quem está em busca de uma opção de entretenimento para simplesmente relaxar. Mas o desafio de acompanhar a investigação de George Smiley (interpretado por Gary Oldman) tem lá suas recompensas.
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A Hora da Escuridão
2.4 842 Assista AgoraO longa se inicia com Sean (Emile Hirsch) e Ben (Max Minghella), dois amigos que viajam para Moscou a negócios, levando um projeto de criação de uma nova rede social. Ideia esta frustrado por Skyler, empresário local que lhes passa a perna. Em outro plano, chegam Natalie (Olivia Thirlby) e Anne (Rachael Taylor), duas amigas que acabam na Rússia devido a uma escala forçada. Desventuras à parte, os quatro americanos acabam se encontrando em uma boate da cidade e, após se reconhecerem, passam a interagir. O início de uma boa noite é interrompido por um apagão. A população imediatamente às ruas e percebe que, apesar da escuridão, pequenos pontos luminosos começam a vir do céu, quase que como em um balé (por ser em 3D, a impressão é que o público será o primeiro a ser atingido pelas luzes em descida). Quando finalmente um cidadão resolve enfrentar o medo e encarar o desconhecido, a criatura o desintegra em um segundo e o filme dá a largada.
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Imortais
2.9 1,9K Assista AgoraMuito tem se falado sobre o conceito de “diversão descomprometida”. Inclusive, muitos filmes costumam receber maiores notas quando os críticos usam esse argumento. No entanto, é hora de refletir, mesmo que rapidamente, sobre o real significado dessa corrente. Para tal, é interessante tomar como ponto de partida o longa Imortais, do diretor Tarsem Singh.
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Cavalo de Guerra
4.0 1,9KPoucas filmografias conseguem ser ao mesmo tempo tão universais e características quanto a de Steven Spielberg. Considerado por muitos um portador irremediável da síndrome de Peter Pan – graças às temáticas predominantemente infantis de seus filmes – o fato é que, aos 65 anos, com dois Oscars e tantos outros prêmios no currículo, o diretor continua surpreendentemente bom naquilo que sempre fez: emocionar plateias ao redor de todo o mundo.
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Tudo pelo Poder
3.8 764 Assista AgoraGeorge Clooney interpreta um ousado e íntegro governador concorrendo a candidato Democrata da próxima eleição presidencial. Seu chefe de campanha é Paul (Philip Seymour Hoffman, ótimo como comumente), que tem por braço direito Stephen Meyers (Ryan Gosling, estrela em forte ascendência, especialmente nesse ano). Paul Giamatti é o chefe de campanha do adversário, e também cumpre com excelência seu papel. Giamatti e Hoffman se contrapõem como experientes inimigos, enquanto Stephen é posto como um jovem promissor, desejado por ambos pelo seu brilhantismo. Na parte feminina do elenco, há Marisa Tomei, uma jornalista que se mantém próxima a esses homens por trás do palco em busca de exclusivas, e Evan Rachel Wood que, interpretando uma estagiária, consegue acompanhar o ritmo do elenco. O papel de Wood é vital para a trama pelo seu apelo sexual. Todos esses são atores bem requisitados, mas as interpretações aqui são comedidas, nenhuma suscita paixão, mas são ótimas de todo jeito.
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A Fera
2.9 2,0K Assista AgoraHá determinadas categorias de filmes cujas críticas são bem parecidas, tendo raras diferenças entre si. Esse é o caso de romances adolescentes com apelos míticos, como Crepúsculo e A Fera, que chega aos cinemas brasileiros quase dois anos após sua estreia nas terras do Tio Sam.
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Compramos um Zoológico
3.6 1,2K Assista AgoraLidar com a morte de um ente querido é uma das coisas mais difíceis pela qual uma pessoa pode passar.E a dificuldade maior não está no momento imediatamente após o falecimento, mas sim no dia a dia. Como voltar a sua rotina sem poder dividi-la com a pessoa que você ama? Como continuar a vida sem sucumbir à sensação de vazio que se alastra no peito? Como confortar seus filhos sendo que você mesmo não consegue achar conforto? Essas são as grandes questões que Compramos um Zoológico, do diretor Cameron Crowe, tenta responder.
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Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraEm quinze anos, é inegável que Tom Cruise tenha se tornado a maior estrela de filmes de ação. Ao contrário de tantos outros atores, Cruise é o único que consegue conciliar uma boa atuação com a coreografia bem ensaiada, o chamariz da boa aparência e o peso que o seu nome tem em um pôster. Tudo fruto de Missão: Impossível, de 1996, que confirmou o que Top Gun já dava a entender dez anos antes. Agora, no quarto episódio da série que definiu o tipo de astro que o ator é, Tom prova que à beira dos 50 anos ainda pode carregar seus filmes nas costas, não que isso tenha sido necessário em Missão: Impossível – Protocolo Fantasma.
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Gato de Botas
3.4 1,7K Assista AgoraQuando uma série tem um grande sucesso de crítica e – mais importante – de público, a consequência natural é que os produtores, ávidos pelo lucro máximo, criem spin-offs. Um exemplo dessa manobra é justamente O Gato de Botas. O problema dessa categoria de filmes é que, na maioria das vezes, eles se revelam bastante inferiores a seus predecessores. Felizmente, disso O Gato de Botas não é exemplo.
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Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraNo folclore britânico, a história de São Swithin, celebrado no dia 15 de julho, está intimamente ligada ao clima, ao sol e a chuva. De acordo com a tradição, se chover naquela data, os 40 dias seguintes serão de água em abundância. Se houver estiagem, os mesmos 40 dias serão secos. É como se essa data fosse determinante para os dias que virão. Na Inglaterra há quem conteste essa informação popular, mas para Emma Morley e Dexter Mayhew o dia se São Swithin será determinante para toda vida.
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