Um requentado desnecessário. O filme parece ter sido uma desculpa para estrear a idol Haruka Shimazaki no cinema. Um filme pra arrastar fandom pras salas de projeção.
O "primeiro-grande-filme" do Kiyoshi Kurosawa pouco se parece com suas duas criações anteriores, mas consegue fazer bem o papel de filme-de mansão-assombrada. Mesmo que limitado pelos recursos da época, os artifícios para criar o terror são múltiplos, sem apoiar-se somente na rotoscopia tão onipresente da década de 80. Numa análise geral parace a versão "mais séria" do que poderia ser o,também japonês, Hausu de Nobuhiko Obayashi.
Não consigo parar de pensar que a cena em que Sayuri encontra o coronel Derricks é o amalgama desse filme todo: Ao ser apresentada a por Nobu a Geisha é tida caracterizada como um "mistério do oriente"
Esse momento é bem sintomático pois é o quando o filme se mostra, quase que por uma auto-armadilha metalinguistica, como o que realmente é: exotismo enlatado, macumba para turista em tons orientais.
Esse fato pode ser observado em diversos pontos do filme, desde a escolha de elenco completamente negligente quanto a conflitos históricos entre China e Japão, ou mesmo a falta de noção quanto ao emprego do idioma, com personagens “bilíngues” que revezavam o uso do inglês e japonês sem nenhum motivo aparente. Isso sem contar o ápice “disney princess” onde joga-se por terra toda uma história da sociologia asiática para implantar no povo japonês pré-guerra comportamentos, características e anseios que em nada difeririam de uma housewife americana do mesmo período.
Uma adaptação americana de uma obra americana que fez aquilo que o colonialismo cultural do seu país de origem melhor soube fazer até hoje: passar um rolo compressor em outras culturas, catalogando como “exótico” ou “bizarro” aquilo as partes que não entendem.
Genial ressaltar a frieza do personagem através da relação que ele tem com as pessoas/vida, como se tudo fosse um grande business regido pelas leis do mercado. De uma maneira estranha acho que conversa um pouco com o brasileiro O Som ao Redor(2012) ao colocar a violência e a paranoia urbana como foco, só que agora pelas lentes das câmeras e telas de TV.
Fora isso, como não amar a vibe Donnie Darko na trilha sonora? Me fez perguntar se o próprio donnie poderia ter se desenvolvido num personagem assim, em alguma dos universos tangentes.
Assim como Love&Pop, uma ficção-quase-documentário sobre Enjo Kosai feita com delicadeza e sem julgamentos moralescos. Bem como a história do fenômeno, ajuda bastante a compreender a atmosfera do Japão na década de 90, período em que ainda que estourada a bolha econômica, questões como consumo, afetos e relacionamentos parecem reverberar, ainda que de maneira decadente, a década das possibilidades infinitas que foram os anos 80 por lá. Um achado
Ghost Theater
2.0 4Um requentado desnecessário. O filme parece ter sido uma desculpa para estrear a idol Haruka Shimazaki no cinema. Um filme pra arrastar fandom pras salas de projeção.
Sweet Home
3.0 11O "primeiro-grande-filme" do Kiyoshi Kurosawa pouco se parece com suas duas criações anteriores, mas consegue fazer bem o papel de filme-de mansão-assombrada. Mesmo que limitado pelos recursos da época, os artifícios para criar o terror são múltiplos, sem apoiar-se somente na rotoscopia tão onipresente da década de 80. Numa análise geral parace a versão "mais séria" do que poderia ser o,também japonês, Hausu de Nobuhiko Obayashi.
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraNão consigo parar de pensar que a cena em que Sayuri encontra o coronel Derricks é o amalgama desse filme todo: Ao ser apresentada a por Nobu a Geisha é tida caracterizada como um "mistério do oriente"
Esse momento é bem sintomático pois é o quando o filme se mostra, quase que por uma auto-armadilha metalinguistica, como o que realmente é: exotismo enlatado, macumba para turista em tons orientais.
Esse fato pode ser observado em diversos pontos do filme, desde a escolha de elenco completamente negligente quanto a conflitos históricos entre China e Japão, ou mesmo a falta de noção quanto ao emprego do idioma, com personagens “bilíngues” que revezavam o uso do inglês e japonês sem nenhum motivo aparente. Isso sem contar o ápice “disney princess” onde joga-se por terra toda uma história da sociologia asiática para implantar no povo japonês pré-guerra comportamentos, características e anseios que em nada difeririam de uma housewife americana do mesmo período.
Uma adaptação americana de uma obra americana que fez aquilo que o colonialismo cultural do seu país de origem melhor soube fazer até hoje: passar um rolo compressor em outras culturas, catalogando como “exótico” ou “bizarro” aquilo as partes que não entendem.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraGenial ressaltar a frieza do personagem através da relação que ele tem com as pessoas/vida, como se tudo fosse um grande business regido pelas leis do mercado.
De uma maneira estranha acho que conversa um pouco com o brasileiro O Som ao Redor(2012) ao colocar a violência e a paranoia urbana como foco, só que agora pelas lentes das câmeras e telas de TV.
Fora isso, como não amar a vibe Donnie Darko na trilha sonora? Me fez perguntar se o próprio donnie poderia ter se desenvolvido num personagem assim, em alguma dos universos tangentes.
Bounce Ko Gals
4.3 1Assim como Love&Pop, uma ficção-quase-documentário sobre Enjo Kosai feita com delicadeza e sem julgamentos moralescos. Bem como a história do fenômeno, ajuda bastante a compreender a atmosfera do Japão na década de 90, período em que ainda que estourada a bolha econômica, questões como consumo, afetos e relacionamentos parecem reverberar, ainda que de maneira decadente, a década das possibilidades infinitas que foram os anos 80 por lá. Um achado
Linda Linda Linda
4.1 27Alguém sabe onde achar a trilha sonora? Procurei aqui mas só achei o CD da banda mesmo -___-
Tokio em Decadência
3.6 23Joga pensamentos muito interessantes sobre a cultura S&M e o feitichismo como um todo, fora a participação da Yayoi Kusama no início <3