Fernanda Fernandes

Os 94 minutos mais longos da minha vida.

Perfeito.

Uma das coisas que não gostei no filme, foi que eles acabaram com o mistério que o Oscar Wilde fez questão de manter em todo o enredo da obra. No livro, existe uma alusão a um possível romance entre Dorian e Sibyl (o pintor) - talvez uma alusão à própria vida de Wilde, que demorou décadas para assumir sua homossexualidade (?) -, no filme eles deixam isso explícito. No livro, também, nunca houve uma cena de confissão ou autopiedade tão enfática, como no filme, com direito a "preciso contar o que eu fiz e blablabla", o que de certa forma deu uma estampa de fraqueza ao personagem de Dorian.

Se formos analisar o filme, sem comparações com a obra literária, é um filme fraco, ainda assim. Os atores são ótimos, mas parecem um tanto quanto "engessados" (talvez tenha sido a proposta do diretor, para dar um ar "inglês do século XIX" aos personagens, mas ficou parecendo mais um monte de robôs, pálidos e inexpressivos). Sem contar em todo o suspense em volta do retrato que, por fim, é ridículo e não assusta nem uma criança de 5 anos.

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