Não é um clássico como a série em preto e branco dos anos 60, afinal obra-prima não se mexe, mas por outro lado, sendo retórico, dá aquela vontade de rever o original, tem lá suas vantagens, o primeiro segmento tem uma maravilhosa parábola contra o terrível crime inominável do racismo, que dá vontade de aplaudir de pé como numa ópera, é o primeiro dos quatro segmentos de No Limite da Realidade. A rigor, são cinco segmentos, mas o próprio filme, em seus créditos finais, define que há um prólogo e quatro segmentos. O segundo segmento tem a direção de Steven Spielberg, mas é fraco, vale pela interpretação de Scatman Crothers. O terceiro segmento é dirigido por Joe Dante, que havia feito um tremendo sucesso com Piranha de 1978, mas é o mais fraco dos segmentos do filme. No último, dirigido pelo australiano George Miller, que já havia feito a sequencia 1 e 2 de Mad Max da trilogia original, um passageiro de um avião vê uma misteriosa criatura na asa, que tenta sabotar o vôo e matar todo mundo. O passageiro, John Valentine, é interpretado com brilho por John Lithgow que não precisa conter as caretas de pavor. Os demais passageiros, as aeromoças, o co-piloto, ninguém vê a tal criatura, e, claro, tudo indica que aquilo é a paranoia de um sujeito que morre de medo de viajar de avião. A questão é que os espectadores também vêem a criatura, amigo do demo – ou talvez o próprio. Mas na minha opinião o primeiro é o melhor por sua forte voz contra o racismo.
O grande John Huston, como diretor, fornece delineações hábeis nos personagens variados no script. Bette Davis pra variar está dramaticamente impressionante na liderança, mas recebe grande ajuda de Hattie McDaniel, num pequeno papel, mas notável de ponta a ponta.
Simples, esperto, engraçado, cativante e deliciosamente desalinhado, Singles é um olhar de olhos claros no romance moderno, que funciona como uma cápsula do tempo do grunge que era incrível. Há uma desordem genial sobre Singles, principalmente pela afeição de Crowe para seus personagens, a trilha sonora então, por outro lado, ainda é uma das melhores de sempre, com bandas intemporais.
O título melodramático não condiz com o tom seco com que o diretor Wise narra a história real da vigarista Barbara Graham, presa e acusada de um assassinato que não cometeu. Com uma minúcia por vezes exasperante, o filme mostra o acúmulo de erros, traições, acasos infelizes e a sociedade da época, tornam a pequena contraventora Barbara Graham (Susan Hayward - altiva e furiosa - fez por merecer o Oscar que ganhou, porque não poderia ser sempre assim, deveria ganhar o Oscar quem realmente fez por merecer e não porque fez propaganda, eventos especiais, lobby, pressão, fofoca, ou porque nunca ganhou), mas vamos voltar ao filme que tem uma trilha sonora vibrante do combo de Gerry Mulligan, a trajetória de Barbara, cercada de gente corrupta, faz ela ir ao inferno da podridão humana. Em contraste com um monte de gente ruim que cerca a danada Barbara ela até ganha uma aura de uma santa profana. Um filme belo numa interpretação soberba.
Em uns 20 de seus filmes, Woody Allen põe na tela um tipo assim – um humorista autor de textos para a TV, um documentarista, um escritor, um radialista, um agente de artistas de teatro. É sempre um alter ego dele mesmo – sempre alguém ligado às artes, à cultura, um judeu nova-iorquino intelectual, inquieto, cheio de dúvidas, de questionamentos, sempre encalacrado nos amores. Para mim, o que torna Manhattan mais especial dentro da obra especial de Allen é o conjunto dos seguintes fatores: a fotografia em preto-e-branco de Gordon Willis; o uso sábio, safo, brilhante, da música de George Gershwin; a declaração de amor à cidade do autor, uma das mais belas que o cinema já fez; a trama gostosa, simples, que sabe fazer uma balanceada mistura de humor e melancolia; e, claro, ao elenco competente, afiado, maravilhoso. Allen é o mestre do humor.
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No Limite da Realidade
3.6 176 Assista AgoraNão é um clássico como a série em preto e branco dos anos 60, afinal obra-prima não se mexe, mas por outro lado, sendo retórico, dá aquela vontade de rever o original, tem lá suas vantagens, o primeiro segmento tem uma maravilhosa parábola contra o terrível crime inominável do racismo, que dá vontade de aplaudir de pé como numa ópera, é o primeiro dos quatro segmentos de No Limite da Realidade. A rigor, são cinco segmentos, mas o próprio filme, em seus créditos finais, define que há um prólogo e quatro segmentos. O segundo segmento tem a direção de Steven Spielberg, mas é fraco, vale pela interpretação de Scatman Crothers. O terceiro segmento é dirigido por Joe Dante, que havia feito um tremendo sucesso com Piranha de 1978, mas é o mais fraco dos segmentos do filme. No último, dirigido pelo australiano George Miller, que já havia feito a sequencia 1 e 2 de Mad Max da trilogia original, um passageiro de um avião vê uma misteriosa criatura na asa, que tenta sabotar o vôo e matar todo mundo. O passageiro, John Valentine, é interpretado com brilho por John Lithgow que não precisa conter as caretas de pavor. Os demais passageiros, as aeromoças, o co-piloto, ninguém vê a tal criatura, e, claro, tudo indica que aquilo é a paranoia de um sujeito que morre de medo de viajar de avião.
A questão é que os espectadores também vêem a criatura, amigo do demo – ou talvez o próprio. Mas na minha opinião o primeiro é o melhor por sua forte voz contra o racismo.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraIsso sim é um filme de terror, profundamente apavorante.
Sexta-Feira 13
3.4 779 Assista AgoraÉ tudo muito previsível, aquela forçação de barra para aterrorizar o pobre espectador.
Nascida Para o Mal
4.1 30O grande John Huston, como diretor, fornece delineações hábeis nos personagens variados no script. Bette Davis pra variar está dramaticamente impressionante na liderança, mas recebe grande ajuda de Hattie McDaniel, num pequeno papel, mas notável de ponta a ponta.
Vida de Solteiro
3.7 261 Assista AgoraSimples, esperto, engraçado, cativante e deliciosamente desalinhado, Singles é um olhar de olhos claros no romance moderno, que funciona como uma cápsula do tempo do grunge que era incrível. Há uma desordem genial sobre Singles, principalmente pela afeição de Crowe para seus personagens, a trilha sonora então, por outro lado, ainda é uma das melhores de sempre, com bandas intemporais.
Juventude Transviada
3.9 546 Assista AgoraFodão.
Quero Viver!
4.0 43O título melodramático não condiz com o tom seco com que o diretor Wise narra a história real da vigarista Barbara Graham, presa e acusada de um assassinato que não cometeu. Com uma minúcia por vezes exasperante, o filme mostra o acúmulo de erros, traições, acasos infelizes e a sociedade da época, tornam a pequena contraventora Barbara Graham (Susan Hayward - altiva e furiosa - fez por merecer o Oscar que ganhou, porque não poderia ser sempre assim, deveria ganhar o Oscar quem realmente fez por merecer e não porque fez propaganda, eventos especiais, lobby, pressão, fofoca, ou porque nunca ganhou), mas vamos voltar ao filme que tem uma trilha sonora vibrante do combo de Gerry Mulligan, a trajetória de Barbara, cercada de gente corrupta, faz ela ir ao inferno da podridão humana. Em contraste com um monte de gente ruim que cerca a danada Barbara ela até ganha uma aura de uma santa profana. Um filme belo numa interpretação soberba.
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraEm uns 20 de seus filmes, Woody Allen põe na tela um tipo assim – um humorista autor de textos para a TV, um documentarista, um escritor, um radialista, um agente de artistas de teatro. É sempre um alter ego dele mesmo – sempre alguém ligado às artes, à cultura, um judeu nova-iorquino intelectual, inquieto, cheio de dúvidas, de questionamentos, sempre encalacrado nos amores.
Para mim, o que torna Manhattan mais especial dentro da obra especial de Allen é o conjunto dos seguintes fatores: a fotografia em preto-e-branco de Gordon Willis; o uso sábio, safo, brilhante, da música de George Gershwin; a declaração de amor à cidade do autor, uma das mais belas que o cinema já fez; a trama gostosa, simples, que sabe fazer uma balanceada mistura de humor e melancolia; e, claro, ao elenco competente, afiado, maravilhoso. Allen é o mestre do humor.