Sérgio Vital Da Silva Silva

Gostei de "Varsóvia 44". A princípio tinha um pé atrás quanto a algumas avaliações sobre, mas assistindo de coração aberto, me surpreendeu. Possui uma estrutura narrativa que lembra muito outro clássico do gênero: "Vá e Veja" de 1985. Produção, maquiagem, ambientação, efeitos visuais e práticos show de bola, e claro, sem falar da trilha sonora carregada que pontua bem os momentos tensos do filme. O drama pessoal do personagem "Stefan" funciona, apesar de algumas firulas da direção, aqui e ali, para pontuar momentos importantes do personagem, firulas essas que me deram uma certa tirada do filme, mas nada tão grave assim. Bom filme, consegue ser pesado, tenso e caótico na medida certa, recomendo assistir.

Técnicamente falando, Sam Mendes realmente faz um ótimo trabalho de direção aqui, desde o tão falado "planos sequências" que perdura por todo o filme, desde os ótimos enquadramentos, que destacam e enfatizam os grandes momentos do filme, até a ótima fotografia de Roger Deakins e sua trilha sonora, quanto a esses fatores, o filme é de um nível de produção incrível, porém, a estória, o desenvolvimento de personagens, e a trama que envolve todos, é muito raso, por outro lado, você acaba por se importar com os personagens, justamente pelas dificuldades que eles passam, debaixo de tiros, porrada e bombas, vale a pena conferir, no geral é um bom filme.

Quanto a nostalgia, não tenho nada contra, diversos filmes usam e abusam desse recurso para criar essa "ponte" entre o antigo e o novo, e funciona na maioria das vezes, porém, quando você se apoia nesse alícerce e deixa de construir
e solidificar sua própria base, sua própria estória, de forma convincente e bem elaborada quanto foi o primeiro, de modo que nos atraía e como um filme de comédia, nos divirta, com suas tramas, em vez disso, aposta em um humor contido e limitado, não que devesse repetir o humor, digamos, politicamente incorreto lá da década de 80, mas que pelo menos funcionasse, aqui e alí, dificilmente funciona, a trama entre pai e filho, o conflito de interesse de ambos, deixa em algum momento a entender que o filho do principe Akeem irá assumir um certo protagonismo, deixando um pouco o personagem do Eddie Murphy de lado, o que poderia gerar bons frutos, porém, assim como as outras tramas do filme, é algo que nem o roteiro, história muito menos humor consegue sustentar, tornando a experiência um tanto quanto vaga e bem genérica.