Mesma fórmula usada, na tentativa de produzir um filme tão cativante quando meia noite em Paris. A diferença é aqui Roma não assume o papel de um personagem como Paris faz, brincando com os outros personagens. Roma fica apenas como um cenário onde se desenrolam 4 histórias sem conexão alguma. Apesar dessa falha, é um filme de humor requintado, com muitas ironias e críticas. Crítica à infidelidade matrimonial, a como a fama vem por motivos esdrúxulos e vai mais rápido do que se pensa e a como esse papo de "aprenda com meus erros" não funciona. Woody Allen faz uma atuação sensacional e parece expor um pensamento seu nas falas de seu personagem, afinal é de se esperar de um homem que acha que "a aposentadoria se iguala à morte" um filme por ano ao longo de 30 anos e a continuidade de suas produções mesmo beirando a casa dos 80.
Equilíbrio. É o que se espera de tudo. Inclusive do humor e da seriedade em um filme. Mas Simon, o protagonista, espera um equilíbrio exacerbado das coisas, por ter Asperger (o que é deixado bem claro em seu botton). Na tentativa de arrumar uma namorada nova para seu irmão, aquele que mais o entende, ele vai aprender que nem tudo tem a estrutura perfeita de um círculo, e que sentimentos mesmo sendo confusos, verdadeiros triângulos monstruosos em seus altos e baixos, são necessários e fazem bem, afinal o planeta terra que ele observa em seus momentos introspectivos é redondo, mas nele há muitas outras formas. Esse é um filme gostoso de assistir, além de ter uma fotografia colorida e, sinceramente, fofa, é um blend perfeito que produz uma comédia genuína a partir de um tema delicado, e não um abuso sem graça como costumam ser muitos dos filmes de comédias atuais, que usam o humor como único pilar. E por tratar de sentimentos, é inevitável que ao fim você não crie um: amor. É um filme tão apaixonante que se termina ele com aquele sorriso bobo no rosto. Pra mim, uma versão sueca da sensibilidade de Amélie Poulain.
Uma grande mistura de psicologia, sociologia e religião, em um cenário simples, que põe em foco os sentimentos expressos pelos atores. "Uma pacata cidade não muito longe daqui". Mostra que esse comportamento humano repulsivo pode ser observado em qualquer lugar e em qualquer tempo.
Uma vila onde os moradores aceitam com resignação um líder que não tem certeza de suas ideias para liderar alguém, e onde o habitante mais imponente é Moises (link bíblico de líder), um desenho de um cachorro no chão. Um lugar sem lei, portanto, onde os habitantes mostram suas características mais obscuras, sem a censura dos outros habitantes que aproveitam para fazer o mesmo. Usa-se o outro como desculpa para agir como animal irracional. Condena-se uma mulher gentil e humana a carregar uma engrenagem acorrentada ao pescoço, como Cristo carregou a cruz. Entretanto, não há um final onde todos os pecados são perdoados, mas sim a justiça feita por (ironicamente) gangsters.
Faz refletir sobre relacionamentos. O comum de quase todos os casais é ao longo do tempo ir deixando as qualidades, que atraíram o outro no princípio, na "casa de hóspedes", enquanto os defeitos se acumulam cada vez mais na "casa principal". Em um ponto não se suporta mais.
O filme é bom. Original, bem psicológico. Mas eu não gostei do final. Na minha opinião o relacionamento tem que ter equilíbrio entre a "casa de hóspedes" e a "casa principal", entre as qualidades e os defeitos. Ter trocado os cônjuges no fim por um Ethan e uma Sophie perfeitos foi uma forma de happy ending clichê de cinema. Não se troca o cônjuge por uma versão perfeita na vida real.
Para Roma Com Amor
3.4 1,3K Assista AgoraMesma fórmula usada, na tentativa de produzir um filme tão cativante quando meia noite em Paris. A diferença é aqui Roma não assume o papel de um personagem como Paris faz, brincando com os outros personagens. Roma fica apenas como um cenário onde se desenrolam 4 histórias sem conexão alguma. Apesar dessa falha, é um filme de humor requintado, com muitas ironias e críticas. Crítica à infidelidade matrimonial, a como a fama vem por motivos esdrúxulos e vai mais rápido do que se pensa e a como esse papo de "aprenda com meus erros" não funciona. Woody Allen faz uma atuação sensacional e parece expor um pensamento seu nas falas de seu personagem, afinal é de se esperar de um homem que acha que "a aposentadoria se iguala à morte" um filme por ano ao longo de 30 anos e a continuidade de suas produções mesmo beirando a casa dos 80.
No Espaço Não Existem Sentimentos
4.3 449Equilíbrio. É o que se espera de tudo. Inclusive do humor e da seriedade em um filme. Mas Simon, o protagonista, espera um equilíbrio exacerbado das coisas, por ter Asperger (o que é deixado bem claro em seu botton). Na tentativa de arrumar uma namorada nova para seu irmão, aquele que mais o entende, ele vai aprender que nem tudo tem a estrutura perfeita de um círculo, e que sentimentos mesmo sendo confusos, verdadeiros triângulos monstruosos em seus altos e baixos, são necessários e fazem bem, afinal o planeta terra que ele observa em seus momentos introspectivos é redondo, mas nele há muitas outras formas. Esse é um filme gostoso de assistir, além de ter uma fotografia colorida e, sinceramente, fofa, é um blend perfeito que produz uma comédia genuína a partir de um tema delicado, e não um abuso sem graça como costumam ser muitos dos filmes de comédias atuais, que usam o humor como único pilar. E por tratar de sentimentos, é inevitável que ao fim você não crie um: amor. É um filme tão apaixonante que se termina ele com aquele sorriso bobo no rosto. Pra mim, uma versão sueca da sensibilidade de Amélie Poulain.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraUma grande mistura de psicologia, sociologia e religião, em um cenário simples, que põe em foco os sentimentos expressos pelos atores. "Uma pacata cidade não muito longe daqui". Mostra que esse comportamento humano repulsivo pode ser observado em qualquer lugar e em qualquer tempo.
Uma vila onde os moradores aceitam com resignação um líder que não tem certeza de suas ideias para liderar alguém, e onde o habitante mais imponente é Moises (link bíblico de líder), um desenho de um cachorro no chão. Um lugar sem lei, portanto, onde os habitantes mostram suas características mais obscuras, sem a censura dos outros habitantes que aproveitam para fazer o mesmo. Usa-se o outro como desculpa para agir como animal irracional. Condena-se uma mulher gentil e humana a carregar uma engrenagem acorrentada ao pescoço, como Cristo carregou a cruz. Entretanto, não há um final onde todos os pecados são perdoados, mas sim a justiça feita por (ironicamente) gangsters.
Complicações Do Amor
3.6 217 Assista AgoraFaz refletir sobre relacionamentos. O comum de quase todos os casais é ao longo do tempo ir deixando as qualidades, que atraíram o outro no princípio, na "casa de hóspedes", enquanto os defeitos se acumulam cada vez mais na "casa principal". Em um ponto não se suporta mais.
O filme é bom. Original, bem psicológico. Mas eu não gostei do final. Na minha opinião o relacionamento tem que ter equilíbrio entre a "casa de hóspedes" e a "casa principal", entre as qualidades e os defeitos. Ter trocado os cônjuges no fim por um Ethan e uma Sophie perfeitos foi uma forma de happy ending clichê de cinema. Não se troca o cônjuge por uma versão perfeita na vida real.