Filme muito subestimado. Obviamente tem muitos problemas e se atropela bastante. Mas o personagem do Perry Salles deixa bem claro que o filme não se leva a sério. Tá bem longe de ser o pior filme (brasileiro) de todos os tempos. E a excelente trilha tá pau a pau com a de Ó Paí, Ó.
Então... Vamos lá. O que eu entendi até agora. Tive que ver duas vezes, e ver algumas análises sobre o filme pra criar minha teoria. Se é que eu entendi. Rs. Como eu já disse aqui em outro comentário, a primeira cena mostra o japonês pescando e ele está usando dois anzóis. Dois. Duas pessoas (o japonês e o xamã) pra pegar uma vítima. O método é o seguinte, o japonês abusa das mulheres e passa aquela doença (pelo que entendi ela é sexualmente transmissível, por isso que também existe homens que contraem a doença), esse é o primeiro estágio da possessão - para enfraquecê-la - ao mesmo tempo que ele tem que pegar um pertence da pessoa - para manter o vínculo. Então o outro xamã fica no encargo de "abrir o corpo" para o demônio de fato se apossar da pessoa (outro estágio) e cometer os assassinatos. Só tenho que lembrar que essa pessoa tem que ser uma pecadora ou alguém da família tem que ser. Essa pessoa morre pouco tempo depois e o xamã tira as fotos das vítimas para concluir (tem uma crença que diz a fotografia tira a alma da pessoa. Índios possuem essa crença também, se não me engano) mais um estágio. A pessoa que cometeu os assassinatos serve de alimento para o demônio, último estágio. A mulher é o espírito protetor da vila. Também pegava os pertences das pessoas, mas para protegê-las. Foi ela quem pôs o corvo naquela pote da casa do policial (na Coréia corvos são símbolos de proteção). Só que ela falhou todas as vezes em capturar o demônio. Se vocês repararem no primeiro assassinato (daquele cara em transe que morre depois no hospital) um policial diz que ele arrastou a mulher até alí, logo eles vão até o local de onde ele arrastou a mulher. Lá o policial principal vê uma muda de planta murcha (cogumelo) amarrada na pilastra do chiqueiro (esse cogumelo é o mesmo que murcha no final do filme, quando o policial entra em sua casa. Isso quer dizer que essa armadilha também falhou para capturar o demônio). Logo depois outro policial o chama e ele vê dentro da casa uma espécie de ninho bem grande feito com gravetos (o mesmo tipo de ninho onde a sua filha está envolta no ritual do xamã na casa dele). Ou seja o xamã já tinha passado por alí. O demônio tinha se apossado do corpo do cara (do primeiro assassinato). Outro caso é o da casa que pega fogo. A guardiã diz pro personagem principal que a mulher sabia que tinha algo errado, mas não quis ajuda. Então matou todos da família. E depois se mata enforcada. Essa mulher é a mesma que foi abusada pelo japonês na beira do lago (ou rio) e que aparece na delegacia na hora do apagão. Não vi indícios da passagem do xamã por alí (destruídos pelo fogo, talvez?). O policial lê no jornal sobre os cogumelos (a guardiã tentando ajudar?) O último caso é o do cara que assassina a família e aparece em transe num caminhão na floresta. Reparem que quando a polícia está lá retirando os corpos da família, o cenário é bem parecido com o do ritual do xamã para a filha do policial. Tem facas no chão, tambores, um porco na mesa e etc. O espírito protetor (a mulher) também tentou ajudá-lo. Tanto que ela usa o casaco dele (verde) durante um tempo no filme. A cena do ritual: Acho que as cenas não tem nada a ver uma com a outra. Foram editadas pra dar uma noção de combinação apenas para confundir-nos. O xamã está tentando "abrir o corpo" da menina para a possessão total do demônio. E o japonês estava fazendo um ritual para o cara que assassinou a família para se alimentar dele (beber seu sangue). A cena em que o xamã está pregando os pregos na estátua no início só está afetando a menina. E só um tempo depois o japonês sente dores. Aí no caso acho que é a guardiã intervindo contra o japonês e não o xamã. Ela interrompe o ritual e o enfraquece (o japonês). Tanto que ela aparece lá na casa dele quando ele está fraco e se enrolando em lençóis. O ritual do xamã é interrompido pelo policial e a possessão não é concluída. Quando o policial vai atrás do japonês (enquanto ele está fraco) pra matá-lo e o mata, ele peca. Dando margem para o demônio entrar na casa novamente. O xamã sente que o policial mordeu a isca e liga para o policial. Liga várias vezes. Achando que o policial já está morto, ele vai tirar as fotos. Só que a guardiã está lá e o expulsa. Ele foge, ela joga um corvo na casa dele e ele vai embora. Só que o demônio lembra que ele tem um trabalho a cumprir e não o deixa ir embora. Então ele volta. Engana o policial de que a guardiã é o espírito do mal, tira as fotos e mexe no porta-malas do carro e aí você percebe que as fotos que ficavam na casa do japonês estão com ele. E a guardiã se prostra por não ter conseguido. Pois o policial só poderia passar do portão de casa no terceiro canto do galo (referência a bíblia: “Com certeza te asseguro que, ainda nesta noite, antes mesmo que o galo cante, três vezes tu me negarás”) O filme possui várias referências ao cristianismo. Enfim. Acho que é isso aí.
O personagem de Jun Kunimura (o japonês) na primeira cena do filme está pescando e usa dois anzóis na mesma isca. Simbolismo aqui que já diz muita coisa sobre o filme.
"A Casa das Aranhas". Está aí um filme que gostaria de ter visto. Li que Hossain Sabzian, no caminho para se encontrar com o Kiarostami para falarem sobre um outro filme que fariam, sofreu um ataque de asma, ficou 4 semanas em coma e morreu. Tinha apenas 52 anos.
Cinderela Baiana
2.0 1,1KFilme muito subestimado. Obviamente tem muitos problemas e se atropela bastante. Mas o personagem do Perry Salles deixa bem claro que o filme não se leva a sério.
Tá bem longe de ser o pior filme (brasileiro) de todos os tempos. E a excelente trilha tá pau a pau com a de Ó Paí, Ó.
Adeus, Meninos
4.2 256 Assista Agora"Au revoir, les enfants! À bientôt!"
Bom Trabalho
3.8 76 Assista Agora"Talvez o remorso seja o começo da liberdade."
O Lamento
3.9 430 Assista AgoraO que eu achei do filme:
Então... Vamos lá. O que eu entendi até agora. Tive que ver duas vezes, e ver algumas análises sobre o filme pra criar minha teoria. Se é que eu entendi. Rs.
Como eu já disse aqui em outro comentário, a primeira cena mostra o japonês pescando e ele está usando dois anzóis. Dois. Duas pessoas (o japonês e o xamã) pra pegar uma vítima.
O método é o seguinte, o japonês abusa das mulheres e passa aquela doença (pelo que entendi ela é sexualmente transmissível, por isso que também existe homens que contraem a doença), esse é o primeiro estágio da possessão - para enfraquecê-la - ao mesmo tempo que ele tem que pegar um pertence da pessoa - para manter o vínculo. Então o outro xamã fica no encargo de "abrir o corpo" para o demônio de fato se apossar da pessoa (outro estágio) e cometer os assassinatos. Só tenho que lembrar que essa pessoa tem que ser uma pecadora ou alguém da família tem que ser. Essa pessoa morre pouco tempo depois e o xamã tira as fotos das vítimas para concluir (tem uma crença que diz a fotografia tira a alma da pessoa. Índios possuem essa crença também, se não me engano) mais um estágio. A pessoa que cometeu os assassinatos serve de alimento para o demônio, último estágio.
A mulher é o espírito protetor da vila. Também pegava os pertences das pessoas, mas para protegê-las. Foi ela quem pôs o corvo naquela pote da casa do policial (na Coréia corvos são símbolos de proteção). Só que ela falhou todas as vezes em capturar o demônio.
Se vocês repararem no primeiro assassinato (daquele cara em transe que morre depois no hospital) um policial diz que ele arrastou a mulher até alí, logo eles vão até o local de onde ele arrastou a mulher. Lá o policial principal vê uma muda de planta murcha (cogumelo) amarrada na pilastra do chiqueiro (esse cogumelo é o mesmo que murcha no final do filme, quando o policial entra em sua casa. Isso quer dizer que essa armadilha também falhou para capturar o demônio). Logo depois outro policial o chama e ele vê dentro da casa uma espécie de ninho bem grande feito com gravetos (o mesmo tipo de ninho onde a sua filha está envolta no ritual do xamã na casa dele). Ou seja o xamã já tinha passado por alí. O demônio tinha se apossado do corpo do cara (do primeiro assassinato).
Outro caso é o da casa que pega fogo. A guardiã diz pro personagem principal que a mulher sabia que tinha algo errado, mas não quis ajuda. Então matou todos da família. E depois se mata enforcada. Essa mulher é a mesma que foi abusada pelo japonês na beira do lago (ou rio) e que aparece na delegacia na hora do apagão. Não vi indícios da passagem do xamã por alí (destruídos pelo fogo, talvez?). O policial lê no jornal sobre os cogumelos (a guardiã tentando ajudar?)
O último caso é o do cara que assassina a família e aparece em transe num caminhão na floresta. Reparem que quando a polícia está lá retirando os corpos da família, o cenário é bem parecido com o do ritual do xamã para a filha do policial. Tem facas no chão, tambores, um porco na mesa e etc. O espírito protetor (a mulher) também tentou ajudá-lo. Tanto que ela usa o casaco dele (verde) durante um tempo no filme.
A cena do ritual: Acho que as cenas não tem nada a ver uma com a outra. Foram editadas pra dar uma noção de combinação apenas para confundir-nos. O xamã está tentando "abrir o corpo" da menina para a possessão total do demônio. E o japonês estava fazendo um ritual para o cara que assassinou a família para se alimentar dele (beber seu sangue).
A cena em que o xamã está pregando os pregos na estátua no início só está afetando a menina. E só um tempo depois o japonês sente dores. Aí no caso acho que é a guardiã intervindo contra o japonês e não o xamã. Ela interrompe o ritual e o enfraquece (o japonês). Tanto que ela aparece lá na casa dele quando ele está fraco e se enrolando em lençóis.
O ritual do xamã é interrompido pelo policial e a possessão não é concluída.
Quando o policial vai atrás do japonês (enquanto ele está fraco) pra matá-lo e o mata, ele peca. Dando margem para o demônio entrar na casa novamente. O xamã sente que o policial mordeu a isca e liga para o policial. Liga várias vezes. Achando que o policial já está morto, ele vai tirar as fotos. Só que a guardiã está lá e o expulsa. Ele foge, ela joga um corvo na casa dele e ele vai embora. Só que o demônio lembra que ele tem um trabalho a cumprir e não o deixa ir embora. Então ele volta. Engana o policial de que a guardiã é o espírito do mal, tira as fotos e mexe no porta-malas do carro e aí você percebe que as fotos que ficavam na casa do japonês estão com ele. E a guardiã se prostra por não ter conseguido. Pois o policial só poderia passar do portão de casa no terceiro canto do galo (referência a bíblia: “Com certeza te asseguro que, ainda nesta noite, antes mesmo que o galo cante, três vezes tu me negarás”) O filme possui várias referências ao cristianismo.
Enfim. Acho que é isso aí.
O Lamento
3.9 430 Assista AgoraObra-prima do Hong-jin Na!
Só lembrando um coisa:
O personagem de Jun Kunimura (o japonês) na primeira cena do filme está pescando e usa dois anzóis na mesma isca. Simbolismo aqui que já diz muita coisa sobre o filme.
Close Up
4.3 117"A Casa das Aranhas". Está aí um filme que gostaria de ter visto.
Li que Hossain Sabzian, no caminho para se encontrar com o Kiarostami para falarem sobre um outro filme que fariam, sofreu um ataque de asma, ficou 4 semanas em coma e morreu. Tinha apenas 52 anos.
É Difícil Ser Um Deus
3.8 24Grotescamente belo. Que fotografia!
Trumbo: Lista Negra
3.9 374 Assista Agora"Well, there are many angry and ignorant people in the world. They seem to be breeding in record numbers."