Minissérie em 10 capítulos, No Fio da Navalha dramatiza a trajetória de uma das personalidades mais queridas e íntegras do Brasil. Hemofílico, Betinho venceu a tuberculose, enfrentou a aids e, mesmo assim, encontrou forças para lutar contra a miséria e a fome, dedicando sua vida a causas sociais. Betinho serviu de inspiração para muita gente (vide Padre Julio Lancelotti) e contribuiu com a adoção de políticas públicas implantadas após a sua morte (bolsa família, SUS). Parabéns às pessoas envolvidas no projeto, tudo foi feito com muito cuidado e competência. Assiste-se aos 10 episódios com interesse. Roteiro bem amarrado, diálogos críveis, trilha sonora bem utilizada, atores excelentes, boa direção e reconstituição de época e a interpretação absurda de Júlio Andrade, merecedor de todos os prêmios de interpretação. É um trabalho hercúleo, belíssimo, inspirado e emocionante, digno da pessoa retratada.
Filme estranho e teatral sobre um dos maiores cineastas alemães, mistura de ficção e docudrama, Ascenção e Queda de Um Gênio tenta emular a estética do próprio retratado para falar de uma pessoa ímpar, visceral, genial e geniosa, dona de uma personalidade única, cuja obra se confunde com a vida. Querelle, As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, Berlin Aleksanderplatz e O Desespero de Verônica Voss são suas obras mais conhecidas. Nunca existiu e existirá um ser humano como ele. Trabalhador incansável (dormia muito pouco), auto-destrutivo (fumava, bebia e cheirava cocaína), transparente, egocêntrico e nada vaidoso, Fassbinder viveu como quis. Nascido em 1945, desde muito jovem assumiu sua homossexualidade e realizou projetos artísticos radicais ao reunir um séquito de atores e tornar-se mentor e idealizador do grupo. Do teatro pulou para o cinema - pessoas em seu entorno perceberam um talento diferenciado e original. Possuidor de uma integridade moral férrea, Fassbinder só fazia o que queria, mas era irascível e difícil de conviver. Tão diferente de "artistas" atuais que só visam dinheiro e fama, ele viveu intensamente 37 anos e realizou 43 filmes. O filme, que estreou no Festival de Cannes e está em cartaz na Prime Vídeo, é igualmente uma obra radical e uma ótima introdução à vida desse gênio incompreendido.
Dirigido pelo espanhol J. A. Bayona do excelente O Orfanato, A Sociedade da Neve é uma adaptação clássica da incrível jornada de jovens jogadores de rugby de um time amador uruguaio e alguns tripulantes (45 no total), vítimas de um acidente de avião na Cordilheira dos Andes. Baseado no livro do mesmo nome, essa história foi explorada anteriormente. A força de vontade e perseverança dos rapazes realizaram o milagre de, desses 45, 16 sobreviverem à fome, frio intenso e nevascas, testemunhando companheiros e companheiras morrerem (haviam algumas mulheres no avião), comendo a carne desses mortos. Tecnicamente impecável e muito bem dirigido e interpretado, o filme é uma longa e emocionante jornada para espectadores de estômago forte e corações não muito sensíveis. Considerada uma superprodução para os padrões espanhóis, estreou no Festival de Veneza e deve abocanhar algumas indicações ao Oscar.
Surpreendente que um filme tão difícil de assistir tenha virado um arrasa-quarteirão, tenha feito uma das maiores bilheterias do ano. O diretor britânico Christopher Nolan reúne um séquito imenso de fãs desde que dirigiu os filmes do Batman, misturando efeitos especiais com tramas elaboradas e soturnas. O diretor e roteirista surgiu com a obra-prima Amnésia e realizou filmes acessíveis (Interestelar) e outros complicados e Chatos(Tenet), ocupando seu lugar no cinema. Oppenheimmer é seu filme mais ambicioso. O tema é a confecção da bomba atômica e seu idealizador, o cientista Robert Openheimmer. O roteiro se concentra na sua escolha para comandar o Projeto Manhattan, a perseguição política que sofreu e sua posterior luta contra a corrida armamentista. O diretor faz um filme intricado e cerebral, calcado nos diálogos - somente no meio há um respiro ao telespectador, alguma ação. Haja paciência para acompanhar e entender tantos diálogos inteligentes! Dá até dor de cabeça. O filme poderia ser mais acessível e emocionante, mas é querer muito para um diretor elitista como Nolan.
Fazendo de tudo pra assistir o filme na Prime Vídeo, mas tá difícil. Esses vai e vem estão me deixando confuso, mas já cheguei na metade. Christopher Nolan é um cara superdotado, dono de talento e inteligência fora do comum, mas fez as superproduções mais chatas da história e um filme genial, Memento. Me intriga que um filme tão difícil e cansativo tenha levado milhões ao cinema.
O filme da diretora estreante de apenas 30 anos, vencedor do prêmio de melhor produção na Mostra Um Certo Olhar de Cannes, tem sido muito comentado. A britânica Molly Walker lança um olhar feminino e realista sobre um tema recorrente no cinema, as férias de adolescentes e suas loucuras. Sua câmera segue um grupo de 3 garotas em uma cidade turística da Grécia lotada de adolescentes britânicos. Muito sexo, drogas e música eletrônica. Só que a diretora foca essa câmera principalmente na mais nova delas, ainda virgem e inocente. Ao longo do filme, percebe-se que ela quer falar de violência de gênero, problema que ainda se perpetua, mesmo em sociedade avançadas social e economicamente. Do meio para o fim, o filme divertido fica mais grave e arrastado.
O filme é bom, mas achei que, pelo início, seria melhor. O início me lembrou Kids, um filme maravilhoso. O roteiro acaba muito concentrado em uma personagem só e aqueles silêncios constrangedores e um tanto arrastados pouco revelam aos espectadores o que se passa na cabeça da adolescente.
Grandes produções cinematográficas sem nada a dizer pipocam hoje nos cinemas, há muita grana e talentos a serem gastos por aí, e é muito comum diretores de sucesso realizarem projetos pessoais arriscados. A diretora e roteirista britânica Emerald Fennel, ganhadora do Oscar de roteiro original pelo ótimo Bela Vingança, lança na Prime Video o fraco Saltburn, filme que requer paciência do espectador para acompanhar uma história arrastada e cheia de clichês. Com atores maravilhosos, excelente cenografia e direção, o filme fala de um bolsista em uma universidade de elite convidado a compartilhar a mansão de uma família tradicional e riquíssima: o suposto patinho feio. Tem um filme maravilhoso de Pasolini, Teorema, cuja trama lembra a desse filme - talvez tenha sido a inspiração da diretora. O que acontece depois não tem muita lógica ou explicação e as cenas se sucedem em meio a personagens excêntricos e sem alma. O final não poderia ser mais clichê e a dança celebrativa do protagonista é uma cena pra lá de constrangedora.
O filme estreou bem, levou mais de 70 mil pessoas ao cinema no dia da estreia, mas não deve se sustentar na bilheteria, o boca a boca será fraco por conta dos defeitos do filme. Que eu saiba, parte do elenco vem de uma peça, os atores já filmaram embalados, principalmente o vocalista principal, que se parece muito com Dinho e imita-o à perfeição - os outros que fazem a banda de apoio também se saem bem. O problema do filme é o roteiro (de Carlos Lombardi) confuso e a direção fraca, sem contar a fotografia amadora. O início é até promissor, torcemos pelo sucesso da banda e nos envolvemos com os perrengues dos garotos e, à medida que a história se sucede, a parte interessante é a relação com o produtor Rick Bonadio, o cara que molda e lança os Mamonas e as partes desinteressantes, que em nada contribuem com o filme são a relações dos garotos com suas respectivas namoradas (cenas vazias, bobas). A edição apressada e a duração curta da produção contribuem para que o espectador não repare nos defeitos e assista essa homenagem meio tosca, mas sincera a esse grupo único, inigualável. O acidente é mencionado no final quando bem que poderiam transmitir trechos de reportagem, contextualizar a tragédia para os espectadores jovens. Na sala vazia onde assisti haviam alguns adolescentes.
O filme do Mamonas levou quase 73 mil pessoas ao cinema na quinta-feira, feito que, junto de Minha Irmã e Eu, atraíram 150 mil espectadores às salas, um sinal da pós retomada do cinema brasileiro. Com o investimento do Ministério da Cultura, o apoio do governo e a aprovação da cota de tela, o cinema que fala nossa língua poderá, quem sabe, ocupar o lugar que merece depois da campanha destruidora do governo anterior.
O filme é um desperdício de talentos, história e legado. Até que a edição ajuda o filme a ser palatável, evitando que o espectador preste muita atenção nos defeitos de roteiro e direção, e consiga acompanhar a trajetória da banda. Assisti sem me entediar. Os atores principais estão bem e a direção musical é boa, mas odiei a fotografia e a reconstituição de época.
O filme levou quase 73 mil pessoas ao cinema na quinta-feira, feito que, junto de Minha Irmã e Eu, atraíram 150 mil espectadores às salas, um sinal da pós retomada do cinema brasileiro. Com o investimento do Ministério da Cultura, o apoio do governo e a aprovação da cota de tela, o cinema que fala nossa língua poderá, quem sabe, ocupar o lugar que merece depois da campanha destruidora do governo anterior.
O trailer é bem desanimador. Pra que aquele fundo de tela falso? Não poderiam colocar um céu de verdade ao fundo? O primeiro filme ainda era uma novidade passável, mas os efeitos especiais da continuação parecem falsos.
Em cartaz na Netflix e um dos prováveis indicados ao Oscar de melhor filme, Maestro é ao mesmo tempo complexo, meticuloso, intimista, grandioso e extremamente ambicioso e prepotente, assim como seu personagem principal, o maestro Leonard Benstein. Judeu, bissexual (ou homossexual), ele se casa com a atriz Felicia Montealegre, formando uma família de vários filhos, e desenvolve uma carreira brilhante e polêmica como maestro e compositor. Não sabemos muito da repercussão de seu sucesso porque o filme se concentra na relação entre o maestro e sua esposa, dando peso igual a esses dois personagens. Não é uma obra fácil de assistir. Os diálogos são rebuscados, as imagens são artísticas, a direção de Bradley Cooper pretensiosa e as interpretações carregadas. O filme busca a muito custo ser uma grande obra de arte, o que ocasiona falta de espontaneidade e leveza. É o tipo de trabalho em que a crítica elogia e o público torce o nariz. De qualquer maneira vale a pena assistir pela qualidade dessa produção riquíssima e sofistica. Steven Spielberg e Martin Scorsese são produtores.
O melhor filme que vi este ano, do qual nunca tinha ouvido falar, é de 2017. Em cartaz na Prime Video, recebeu um monte de prêmios no ano em que foi lançado e, por incrível que pareça, não foi indicado ao Oscar de filme internacional: mais uma prova de que o Oscar tem mais a ver com marketing do que com qualidade cinematográfica. Dirigido por François Ozon, jovem e talentosíssmo cineasta francês, baseado numa peça de teatro dos anos 30, o filme fala das consequências da primeira guerra de um ponto de vista original ao focar em uma história de amor. Um personagem francês misterioso surge numa cidade alemã, desencadeando sentimentos variados na noiva e nos pais de um soldado morto na guerra logo após a alemanha ser derrotada pela França. Libelo antibélico, Frantz (pronúncia francesa de Franz) é uma produção melancólica, realista e ao mesmo tempo belíssima.
O Mundo Depois de Nós é um daqueles filmes apocalípticos que se concentram mais nos personagens do que no enredo. Famílias de classe alta são "forçadas" a conviver e, a partir daí, surgem alguns conflitos. O motivo poderia ser simplesmente uma tempestade, uma enchente, mas o autor preferiu uma catástrofe inexplicável (o filme é baseado em livro do mesmo nome). Produzido pelo casal Obama e dirigido por Sam Esmail, o filme tem belas imagens e atores famosos. Julia Roberts, que tá a cara da atriz Toni Collette, parece interpretar a própria. A personagem dela é neurótica, chata, e a falta de carisma da atriz torna-a insuportável. Por outro lado, o ator Mahershala Ali é um bálsamo para os espectadores: sempre no tom certo, um ator primoroso. Os outros parecem coadjuvantes de um filme irregular, sem muito propósito a não ser levantar questões sociais e de classe. Não sei muito como opinar além disso.
Documentário em 6 capítulos, Vozes da Segunda Guerra é um mergulho profundo nos campos de batalha desse que é o mais abominável dos atos humanos, sintoma da decadência moral de nossa sociedade, fracasso político dos líderes envolvidos e cegueira deliberada de parte da população. Guerra são assassinatos em massa em que todos perdem, principalmente a humanidade. Seres humanos são tratados como inimigos a serem exterminados. Nesse documentário, o diretor Rob Coldstream juntou imagens da época, reconstituídas e colorizadas artificialmente, para relatar os horrores dessa guerra, pontuadas de depoimentos de sobreviventes, um respiro em meio à carnificina. Os atores principais do documentário são justamente os coadjuvantes da guerra, soldados, pilotos, vítimas, tanto do lado dos aliados quanto do eixo. Difícil imaginar que tudo isso aconteceu de verdade, que milhões vivenciaram tanto horror, que seres humanos foram capazes de tamanha barbárie. Como os alemães depositaram tanto poder nas mãos de um psicopata covarde como Hitler e acreditaram em sua megalomania? Em alguns depoimentos nazistas que lutaram não parecem arrependidos, não fazem uma autocrítica. Vozes da Segunda Guerra é uma aula de história, uma aula dolorida, cheia de imagens terríveis e inacreditavelmente reais.
Talvez ele tenha se inspirado em O Discreto Charme da Burguesia e, infelizmente, esse filme não jaz jus à obra-prima do mestre espanhol. E como seus roteiros costumam ter um final surpreendente, digamos que a explicação não só não é nada surpreendente como estraga o estranhamento que as situações trazem, explicando o inexplicável. Assisti sem me envolver com os dramas dos personagens, só a curiosidade e os bons atores me prenderam.
Betinho: No Fio da Navalha
4.4 18Minissérie em 10 capítulos, No Fio da Navalha dramatiza a trajetória de uma das personalidades mais queridas e íntegras do Brasil. Hemofílico, Betinho venceu a tuberculose, enfrentou a aids e, mesmo assim, encontrou forças para lutar contra a miséria e a fome, dedicando sua vida a causas sociais. Betinho serviu de inspiração para muita gente (vide Padre Julio Lancelotti) e contribuiu com a adoção de políticas públicas implantadas após a sua morte (bolsa família, SUS). Parabéns às pessoas envolvidas no projeto, tudo foi feito com muito cuidado e competência. Assiste-se aos 10 episódios com interesse. Roteiro bem amarrado, diálogos críveis, trilha sonora bem utilizada, atores excelentes, boa direção e reconstituição de época e a interpretação absurda de Júlio Andrade, merecedor de todos os prêmios de interpretação. É um trabalho hercúleo, belíssimo, inspirado e emocionante, digno da pessoa retratada.
Do Outro Lado da Dor
3.1 34Êta filme sem graça. Começa bem e vai se perdendo até terminar sem viço algum.... Esquecível!!!
Fassbinder: Ascensão e Queda de um Gênio
2.9 7 Assista AgoraFilme estranho e teatral sobre um dos maiores cineastas alemães, mistura de ficção e docudrama, Ascenção e Queda de Um Gênio tenta emular a estética do próprio retratado para falar de uma pessoa ímpar, visceral, genial e geniosa, dona de uma personalidade única, cuja obra se confunde com a vida. Querelle, As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, Berlin Aleksanderplatz e O Desespero de Verônica Voss são suas obras mais conhecidas. Nunca existiu e existirá um ser humano como ele. Trabalhador incansável (dormia muito pouco), auto-destrutivo (fumava, bebia e cheirava cocaína), transparente, egocêntrico e nada vaidoso, Fassbinder viveu como quis. Nascido em 1945, desde muito jovem assumiu sua homossexualidade e realizou projetos artísticos radicais ao reunir um séquito de atores e tornar-se mentor e idealizador do grupo. Do teatro pulou para o cinema - pessoas em seu entorno perceberam um talento diferenciado e original. Possuidor de uma integridade moral férrea, Fassbinder só fazia o que queria, mas era irascível e difícil de conviver. Tão diferente de "artistas" atuais que só visam dinheiro e fama, ele viveu intensamente 37 anos e realizou 43 filmes. O filme, que estreou no Festival de Cannes e está em cartaz na Prime Vídeo, é igualmente uma obra radical e uma ótima introdução à vida desse gênio incompreendido.
A Sociedade da Neve
4.2 727 Assista AgoraDirigido pelo espanhol J. A. Bayona do excelente O Orfanato, A Sociedade da Neve é uma adaptação clássica da incrível jornada de jovens jogadores de rugby de um time amador uruguaio e alguns tripulantes (45 no total), vítimas de um acidente de avião na Cordilheira dos Andes. Baseado no livro do mesmo nome, essa história foi explorada anteriormente. A força de vontade e perseverança dos rapazes realizaram o milagre de, desses 45, 16 sobreviverem à fome, frio intenso e nevascas, testemunhando companheiros e companheiras morrerem (haviam algumas mulheres no avião), comendo a carne desses mortos. Tecnicamente impecável e muito bem dirigido e interpretado, o filme é uma longa e emocionante jornada para espectadores de estômago forte e corações não muito sensíveis. Considerada uma superprodução para os padrões espanhóis, estreou no Festival de Veneza e deve abocanhar algumas indicações ao Oscar.
Minha Irmã e Eu
3.1 142 Assista AgoraO primeiro filme brasileiro a alcançar 1 milhão de espectadores pós pandemia.
Oppenheimer
4.0 1,1KSurpreendente que um filme tão difícil de assistir tenha virado um arrasa-quarteirão, tenha feito uma das maiores bilheterias do ano. O diretor britânico Christopher Nolan reúne um séquito imenso de fãs desde que dirigiu os filmes do Batman, misturando efeitos especiais com tramas elaboradas e soturnas. O diretor e roteirista surgiu com a obra-prima Amnésia e realizou filmes acessíveis (Interestelar) e outros complicados e Chatos(Tenet), ocupando seu lugar no cinema. Oppenheimmer é seu filme mais ambicioso. O tema é a confecção da bomba atômica e seu idealizador, o cientista Robert Openheimmer. O roteiro se concentra na sua escolha para comandar o Projeto Manhattan, a perseguição política que sofreu e sua posterior luta contra a corrida armamentista. O diretor faz um filme intricado e cerebral, calcado nos diálogos - somente no meio há um respiro ao telespectador, alguma ação. Haja paciência para acompanhar e entender tantos diálogos inteligentes! Dá até dor de cabeça. O filme poderia ser mais acessível e emocionante, mas é querer muito para um diretor elitista como Nolan.
Oppenheimer
4.0 1,1KFazendo de tudo pra assistir o filme na Prime Vídeo, mas tá difícil. Esses vai e vem estão me deixando confuso, mas já cheguei na metade. Christopher Nolan é um cara superdotado, dono de talento e inteligência fora do comum, mas fez as superproduções mais chatas da história e um filme genial, Memento. Me intriga que um filme tão difícil e cansativo tenha levado milhões ao cinema.
How to Have Sex
3.7 112 Assista AgoraO filme da diretora estreante de apenas 30 anos, vencedor do prêmio de melhor produção na Mostra Um Certo Olhar de Cannes, tem sido muito comentado. A britânica Molly Walker lança um olhar feminino e realista sobre um tema recorrente no cinema, as férias de adolescentes e suas loucuras. Sua câmera segue um grupo de 3 garotas em uma cidade turística da Grécia lotada de adolescentes britânicos. Muito sexo, drogas e música eletrônica. Só que a diretora foca essa câmera principalmente na mais nova delas, ainda virgem e inocente. Ao longo do filme, percebe-se que ela quer falar de violência de gênero, problema que ainda se perpetua, mesmo em sociedade avançadas social e economicamente. Do meio para o fim, o filme divertido fica mais grave e arrastado.
How to Have Sex
3.7 112 Assista AgoraO filme é bom, mas achei que, pelo início, seria melhor. O início me lembrou Kids, um filme maravilhoso. O roteiro acaba muito concentrado em uma personagem só e aqueles silêncios constrangedores e um tanto arrastados pouco revelam aos espectadores o que se passa na cabeça da adolescente.
Saltburn
3.5 869Grandes produções cinematográficas sem nada a dizer pipocam hoje nos cinemas, há muita grana e talentos a serem gastos por aí, e é muito comum diretores de sucesso realizarem projetos pessoais arriscados. A diretora e roteirista britânica Emerald Fennel, ganhadora do Oscar de roteiro original pelo ótimo Bela Vingança, lança na Prime Video o fraco Saltburn, filme que requer paciência do espectador para acompanhar uma história arrastada e cheia de clichês. Com atores maravilhosos, excelente cenografia e direção, o filme fala de um bolsista em uma universidade de elite convidado a compartilhar a mansão de uma família tradicional e riquíssima: o suposto patinho feio. Tem um filme maravilhoso de Pasolini, Teorema, cuja trama lembra a desse filme - talvez tenha sido a inspiração da diretora. O que acontece depois não tem muita lógica ou explicação e as cenas se sucedem em meio a personagens excêntricos e sem alma. O final não poderia ser mais clichê e a dança celebrativa do protagonista é uma cena pra lá de constrangedora.
Saltburn
3.5 869Como é bom ter dinheiro para filmar seus caprichos.... Filme super bem dirigido, filmado, interpretado, mas vazio, oco...
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 224O filme estreou bem, levou mais de 70 mil pessoas ao cinema no dia da estreia, mas não deve se sustentar na bilheteria, o boca a boca será fraco por conta dos defeitos do filme. Que eu saiba, parte do elenco vem de uma peça, os atores já filmaram embalados, principalmente o vocalista principal, que se parece muito com Dinho e imita-o à perfeição - os outros que fazem a banda de apoio também se saem bem. O problema do filme é o roteiro (de Carlos Lombardi) confuso e a direção fraca, sem contar a fotografia amadora. O início é até promissor, torcemos pelo sucesso da banda e nos envolvemos com os perrengues dos garotos e, à medida que a história se sucede, a parte interessante é a relação com o produtor Rick Bonadio, o cara que molda e lança os Mamonas e as partes desinteressantes, que em nada contribuem com o filme são a relações dos garotos com suas respectivas namoradas (cenas vazias, bobas). A edição apressada e a duração curta da produção contribuem para que o espectador não repare nos defeitos e assista essa homenagem meio tosca, mas sincera a esse grupo único, inigualável. O acidente é mencionado no final quando bem que poderiam transmitir trechos de reportagem, contextualizar a tragédia para os espectadores jovens. Na sala vazia onde assisti haviam alguns adolescentes.
Minha Irmã e Eu
3.1 142 Assista AgoraO filme do Mamonas levou quase 73 mil pessoas ao cinema na quinta-feira, feito que, junto de Minha Irmã e Eu, atraíram 150 mil espectadores às salas, um sinal da pós retomada do cinema brasileiro. Com o investimento do Ministério da Cultura, o apoio do governo e a aprovação da cota de tela, o cinema que fala nossa língua poderá, quem sabe, ocupar o lugar que merece depois da campanha destruidora do governo anterior.
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 224O filme é um desperdício de talentos, história e legado. Até que a edição ajuda o filme a ser palatável, evitando que o espectador preste muita atenção nos defeitos de roteiro e direção, e consiga acompanhar a trajetória da banda. Assisti sem me entediar. Os atores principais estão bem e a direção musical é boa, mas odiei a fotografia e a reconstituição de época.
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 224O filme levou quase 73 mil pessoas ao cinema na quinta-feira, feito que, junto de Minha Irmã e Eu, atraíram 150 mil espectadores às salas, um sinal da pós retomada do cinema brasileiro. Com o investimento do Ministério da Cultura, o apoio do governo e a aprovação da cota de tela, o cinema que fala nossa língua poderá, quem sabe, ocupar o lugar que merece depois da campanha destruidora do governo anterior.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76O trailer é bem desanimador. Pra que aquele fundo de tela falso? Não poderiam colocar um céu de verdade ao fundo? O primeiro filme ainda era uma novidade passável, mas os efeitos especiais da continuação parecem falsos.
Maestro
3.1 261Em cartaz na Netflix e um dos prováveis indicados ao Oscar de melhor filme, Maestro é ao mesmo tempo complexo, meticuloso, intimista, grandioso e extremamente ambicioso e prepotente, assim como seu personagem principal, o maestro Leonard Benstein. Judeu, bissexual (ou homossexual), ele se casa com a atriz Felicia Montealegre, formando uma família de vários filhos, e desenvolve uma carreira brilhante e polêmica como maestro e compositor. Não sabemos muito da repercussão de seu sucesso porque o filme se concentra na relação entre o maestro e sua esposa, dando peso igual a esses dois personagens. Não é uma obra fácil de assistir. Os diálogos são rebuscados, as imagens são artísticas, a direção de Bradley Cooper pretensiosa e as interpretações carregadas. O filme busca a muito custo ser uma grande obra de arte, o que ocasiona falta de espontaneidade e leveza. É o tipo de trabalho em que a crítica elogia e o público torce o nariz. De qualquer maneira vale a pena assistir pela qualidade dessa produção riquíssima e sofistica. Steven Spielberg e Martin Scorsese são produtores.
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 224Achei o trailer fraco e as críticas, infelizmente, não são nada animadoras.
Frantz
4.1 120 Assista AgoraO melhor filme que vi este ano, do qual nunca tinha ouvido falar, é de 2017. Em cartaz na Prime Video, recebeu um monte de prêmios no ano em que foi lançado e, por incrível que pareça, não foi indicado ao Oscar de filme internacional: mais uma prova de que o Oscar tem mais a ver com marketing do que com qualidade cinematográfica. Dirigido por François Ozon, jovem e talentosíssmo cineasta francês, baseado numa peça de teatro dos anos 30, o filme fala das consequências da primeira guerra de um ponto de vista original ao focar em uma história de amor. Um personagem francês misterioso surge numa cidade alemã, desencadeando sentimentos variados na noiva e nos pais de um soldado morto na guerra logo após a alemanha ser derrotada pela França. Libelo antibélico, Frantz (pronúncia francesa de Franz) é uma produção melancólica, realista e ao mesmo tempo belíssima.
Frantz
4.1 120 Assista AgoraQue filme excelente. Direção, roteiro, atores, cenografia, história. Deveria ter sido indicado a prêmios.
O Mundo Depois de Nós
3.2 901 Assista AgoraO Mundo Depois de Nós é um daqueles filmes apocalípticos que se concentram mais nos personagens do que no enredo. Famílias de classe alta são "forçadas" a conviver e, a partir daí, surgem alguns conflitos. O motivo poderia ser simplesmente uma tempestade, uma enchente, mas o autor preferiu uma catástrofe inexplicável (o filme é baseado em livro do mesmo nome). Produzido pelo casal Obama e dirigido por Sam Esmail, o filme tem belas imagens e atores famosos. Julia Roberts, que tá a cara da atriz Toni Collette, parece interpretar a própria. A personagem dela é neurótica, chata, e a falta de carisma da atriz torna-a insuportável. Por outro lado, o ator Mahershala Ali é um bálsamo para os espectadores: sempre no tom certo, um ator primoroso. Os outros parecem coadjuvantes de um filme irregular, sem muito propósito a não ser levantar questões sociais e de classe. Não sei muito como opinar além disso.
O Mundo Depois de Nós
3.2 901 Assista AgoraAté agora não sei o que achei...
Vozes da Segunda Guerra
4.4 15 Assista AgoraDocumentário em 6 capítulos, Vozes da Segunda Guerra é um mergulho profundo nos campos de batalha desse que é o mais abominável dos atos humanos, sintoma da decadência moral de nossa sociedade, fracasso político dos líderes envolvidos e cegueira deliberada de parte da população. Guerra são assassinatos em massa em que todos perdem, principalmente a humanidade. Seres humanos são tratados como inimigos a serem exterminados. Nesse documentário, o diretor Rob Coldstream juntou imagens da época, reconstituídas e colorizadas artificialmente, para relatar os horrores dessa guerra, pontuadas de depoimentos de sobreviventes, um respiro em meio à carnificina. Os atores principais do documentário são justamente os coadjuvantes da guerra, soldados, pilotos, vítimas, tanto do lado dos aliados quanto do eixo. Difícil imaginar que tudo isso aconteceu de verdade, que milhões vivenciaram tanto horror, que seres humanos foram capazes de tamanha barbárie. Como os alemães depositaram tanto poder nas mãos de um psicopata covarde como Hitler e acreditaram em sua megalomania? Em alguns depoimentos nazistas que lutaram não parecem arrependidos, não fazem uma autocrítica. Vozes da Segunda Guerra é uma aula de história, uma aula dolorida, cheia de imagens terríveis e inacreditavelmente reais.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraTalvez ele tenha se inspirado em O Discreto Charme da Burguesia e, infelizmente, esse filme não jaz jus à obra-prima do mestre espanhol. E como seus roteiros costumam ter um final surpreendente, digamos que a explicação não só não é nada surpreendente como estraga o estranhamento que as situações trazem, explicando o inexplicável. Assisti sem me envolver com os dramas dos personagens, só a curiosidade e os bons atores me prenderam.