Cinematografia de um dos maiores ícones da música, o primeiro vindo de um país periférico a tornar-se astro mundial, One Love se vale de uma história riquíssima, dos clássicos compostos e cantados por Bob Marley e de um grande investimento para brindar o espectador com uma obra eficiente, sem brilhantismo. Ancorado na beleza e carisma do ator britânico Kingsley Ben-Adir, o diretor norte-americano Reinaldo Marcus Green concentra a história do momento em que o cantor sofre um atentado antes de se apresentar em Kingston, capital da Jamaica, ao retorno na tentativa de unir um país em guerra de gangues e dividido politicamente. Nesse meio tempo grava, na Inglaterra, Exodus, considerado um dos maiores álbuns pops de todos os tempos . O filme é um drama pessoal, ocupa-se das relações entre Bob, esposa e filhos, entre ele e os membros do The Wailers, grupo que o acompanhou desde o início, entre ele e o empresário e pouco se preocupa em explicar os conflitos dentro do país e as decisões de Bob em consequência desses conflitos. Mas talvez o principal tema do filme seja mesmo a influência da religião Rastafári no comportamento, composições e maneira de encarar sua curta vida e profissão, que ele via como uma missão na terra.
Alguém pode me explicar a cena do bilhete? Foi deixado pela empregada? O que será que continha? E as maçãs espalhadas pelo campo onde os judeus presos faziam travalhos forçados? É mostrado como se fosse um sonho.
Como falar do nazismo sem cair no lugar comum e não repetir o que já foi filmado? Talvez essa tenha sido a maior preocupação do diretor britânico Jonathan Glazer. Inspirado em livro homônimo de Martin Amis, também britânico, felizmente o filme é falado na língua original alemã, com atores alemães. Sóbrio, com interpretações naturalistas e trilha sonora pontual, é como se o espectador espiasse as ações pelo buraco da fechadura, de longe, sem se envolver. O horror não é mostrado, é intuído, e as pessoas se comportam naturalmente, como se estivessem fazendo um trabalho comum e não matando milhares de pessoas em câmaras de gás. A eficiência dos funcionários é recompensada. Como classificou Hannah Arendt, a banalidade do mal. Algo semelhante aconteceu durante a escravidão. Ação e conivência são recompensadas. Não há catarse. O filme foi indicado a 5 merecidos Oscars.
Do mesmo diretor de Pobres Criaturas, o badalado grego Yorgo Lanthinos, A Lagosta é um filme futurista bizarro. Com uma fileira de astros (Colin Farrell, Rachel Weisz, Léa Seidoux, Olivia Colmann), tem cenas hilárias, algumas politicamente incorretas, muito nonsense, mas não é, definitivamente, para todos os gostos. No estilo habitual do diretor, a estranheza dá o tom e a história não é convencional, nem os personagens. Difícil prever para onde um e outro vão. O filme foi premiado em Cannes e recebeu o Oscar de roteiro original. Em cartaz na Netflix.
O grego Yorgo Lanthimos, depois de O Lagosta, O Sacrifício do Corvo Sagrado, A Favorita e agora Pobres Criaturas, já pode ser considerado um dos principais diretores da atualidade. Cineasta autoral e possuidor de um estilo particular, ele injeta sangue na criativamente anêmica e pouco ousada indústria cinematográfica norte-americana. Nesse filme temos nu frontal, cenas de sexo, algumas bem bizarras, despudoradas, como raramente se vê em filmes falados na língua ianque. A ousadia é um dos méritos da produção, mas não a única. Baseado em livro homônimo do escritor escocês Alasdair Gray, o filme se destaca pela cenografia brilhante, pelo roteiro bem construído, pelas ótimas interpretações e, de quebra, insere discussões filosóficos pertinentes entre os personagens, sem cair no didatismo. Para alguns, ele pode ser classificado como fábula fantasiosa ou comédia dramática, para mim é inclassificável. Adorei a participação da cantora portuguesa Carminho, numa cena lindíssima, e da musa de Fassbinder, Hanna Schygulla. Indicado a 11 merecidos Oscar, sem querer parafrasear o filme anterior do diretor, é meu favorito.
Confesso que achava (e ainda acho) a música We ARE the World meio chata, talvez por ter tocado demais na época do lançamento, mas o documentário sobre a criação e gravação da música é bem interessante e até divertido. Lionel Richie, o principal entrevistado para o documentário, é um cara bem humorado e acessível. O que torna o documentário interessante é o registro das imagens durante a gravação, a câmera próxima a alguns dos maiores astros do show bizz norte-americano, os discursos, diálogos, conversas e desentendimentos entre eles. Um aviso do lado de fora pedia aos participantes para deixar o ego fora do estúdio. Capitaneado por Quincy Jones e Michael Jackson, idéia de Harry Belafonte, inspirada no Live Aid de Bob Geldorf, a música fez grande sucesso. O objetivo do projeto era arrecadar dinheiro para combater a fome na África, uma areia no oceano. De qualquer maneira, trouxe visibilidade à causa.
Foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda e, segundo a mídia, com boa repercussão. Estou aguardando as críticas internacionais. Li o livro e amei. O filme parece ser bem fiel ao livro e o diretor L F Carvalho, é um mestre da imagem e da edição. Esperando ansiosamente pra ver numa tela grande.
Filme argentino escolhido para representar o país no Oscar, é uma mistura de gêneros cujo enredo frustra várias vezes a expectativa do espectador, brinca com os recursos cinematográficos, muda de foco, formando um apanhado geral. Acho que o tema aqui são os sonhos e frustrações dos personagens, por isso o diretor não explora os acontecimentos como normalmente um filme tradicional faria. Talvez por isso tenha sido muito elogiado pela crítica desde que estreou no Festival de Cannes. De minha parte, embora seja muito bem filmado, a cada mudança de foco me sentia frustrado com o filme, querendo saber mais sobre os fatos e pensando nos "furos" do roteiro. Outra coisa é que o longa-metragem, com quase 3 horas de duração, acaba cansado um pouco. Em cartaz na Prime Video.
Assisti ontem em sala cheia, a maioria dos espectadores pessoas de cabelos brancos, aposentados, e que, imagino, correram às salas de cinema por causa do filme anterior e por comungarem do mesmo credo. Acredito que Nosso Lar pode funcionar em 3 níveis. Para um leigo no assunto como eu, ele ajuda a entender o espiritismo, a entrar em contato com as teorias advindas de uma doutrina que advoga a vida após a morte e a reencarnação. Aos espíritas, conhecedores da doutrina, confirmam na tela o que sabem e acreditam, o que traz uma sensação de conforto. E, por último, como uma ficção para espectadores comuns que buscam entretenimento - e o filme fracassa nesse quesito. O diretor Wagner de Assis afirma que quis contar uma boa história, fazer um filme para todos. A produção, mesmo com limitação orçamentária, constrói um mundo pararelo artificial onde vivem os mensageiros e um mundo real, das pessoas vivas. É na interação entre eles, entre "mortos" e vivos que reside o dilema da história. Os efeitos especiais não impressionam, mas cumprem sua função e a cenografia computadorizada não é muito convincente. Convincentes são os atores que se esforçam para dizer falas pomposas, empostadas, em interpretações teatrais. O rebuscamento é o estilo do diretor e roteiristas, incansável na criação de obras espíritas. O melhor do filme, além da entrega dos atores, é a mensagem final cheia de esperança em um mundo melhor e em um ser humano mais solidário e compassivo.
Assisti hoje em sala lotada. Pra começar, não é um filme para diversão ou entretenimento, é uma experiência espiritual, quase uma palestra em forma de ficção. Por isso prega para os convertidos e quem não é espírita talvez não entenda ou não apreenda a mensagem do filme. O amor e a compaixão vencem a guerra, o ódio, a violência.
Mesmo com as críticas negativas, o filme levou 163 mil pessoas ao cinema na quinta, o que se configura um grande sucesso de público e recorde desde 2019, segundo site filmeb. O cinema brasileiro ressuscita, apesar da pandemia e do desgoverno anterior, que tentou destruir o nosso cinema
Todd Haynes é um diretor autoral cujos filmes fogem do lugar comum e cujo estilo vai do rebuscamento (Velvet Goldmines) à sobriedade (Carol), sempre com a marca de grandes interpretações. Em O Segredo de Um Escândalo, Julianne Moore e Natalie Portman duelam, como se estivessem em um palco, em um filme de Bergman. Quem se sairá melhor? A primeira faz uma atriz em pesquisa de campo para interpretar a segunda, uma mulher condenada por seduzir um menor idade duas décadas atrás. Na época em que filme passa, eles estão casados, com 3 filhos. Quem espera um drama comum vai se decepcionar. Não há uma trama: são encontros, diálogos obscuros, embates sutis. Daqueles filmes em que críticos adoram e o público comum torce o nariz. Visto no cinema, em tela grande, este drama intimista talvez funcionasse melhor na TV.
Eu vi o primeiro e, do que me lembro, achei interessante a maneira como o filme intersecta a história dos personagens com as teorias do espiritismo. Eu, que pouco conhecia, passei a entender para onde vão os mortos, o umbral, etc. Sou ateu, não acredito na vida após a morte, mas aprecio uma história bem contada, mesmo que o conteúdo seja religioso. O diretor e roteirista Wagner de Assis é um profissional experiente, mas limitado, deveria trabalhar com profissionais mais talentosos. Como o original Nosso Lar, pelo que vi do trailer, o 2 também peca pelo artifiacialismo dos diálogos e dos efeitos especiais. De qualquer maneira pretendo assistir e torço para seu sucesso. É sempre bom ver o cinema que fala nossa língua.
Esperava ver o novo filme da talentosíssima Ana Muylaert na mostra competitiva do Festival de Berlim, mas não entrou, talvez porque não esteja pronto ainda. Tomara que participe de algum Festival importante.
Não sabia nada da vida de Fito Páez, considerado o maior roqueiro argentino, e essa minissérie me fez entrar em contato com seu universo, saber de sua importância para a cultura hermana, sua história trágica (e bota trágica nisso!), a luta contra o vício e o sucesso fora de seu país. A minissérie é muito bem dirigida e interpretada, a reconstituição de época exemplar (se passa nos anos 70, 80 e 90, com idas e vindas) e o tom é melancólico e estridente, assim como seu protagonista. Fito Páez não tem uma boa voz, não é bonito ou carismático, mas, além de excelente compositor e letrista, tem presença de palco e se entrega de corpo e alma ao que faz. O cara perdeu os pais, as avós, ficou praticamente sozinho no mundo e nos ofertou lindas canções como Un Vestido e Un Amor, que conhecia na voz de Caetano Veloso em belíssima e definitiva interpretação. Em cartaz na Netflix.
Alexander Payne é um diretor autoral muito respeitado, cujos filmes falam sobre pessoas comuns de maneira afetuosa e sem julgamento. Ganhador de prêmios importantes, dos seus filmes anteriores lembro especialmente do ótimo SideWays. O novo, cujo título Os Rejeitados não condiz com o original Remanescentes, poucos personagens participam da trama que se passa em um internato de ensino médio para famílias abastadas durante a década de 70. Estamos na Nova Inglaterra, período de Natal, férias escolares, época de frio e neve. O filme, mesmo que muito pouco aconteça, se apoia em personagens reais, tridimensionais e alguns incidentes divertidos para manter o interesse do espectador. A história não é nada original e os personagens nada simpáticos, com exceção da cozinheira bonachona, interpretada por D'avine Joy Randolph, favorita ao Oscar de atriz coadjuvante. O ator principal, um professor mal amado e inflexível, é interpretado por Paul Giamatti, outro favorito. É um filme de atores, perfeito para prêmios. Quanto a mim, como espectador, acompanhei o filme bastante interessado no desenrolar da história e destino dos personagens mas, de tempos em tempos, fui me cansando (achei o filme longo) e não me satisfiz com o final, meio clichê, meio bobo.
Levante
3.7 9Queria muito ver, mas não estreou em Santos.
Bob Marley: One Love
3.2 137Cinematografia de um dos maiores ícones da música, o primeiro vindo de um país periférico a tornar-se astro mundial, One Love se vale de uma história riquíssima, dos clássicos compostos e cantados por Bob Marley e de um grande investimento para brindar o espectador com uma obra eficiente, sem brilhantismo. Ancorado na beleza e carisma do ator britânico Kingsley Ben-Adir, o diretor norte-americano Reinaldo Marcus Green concentra a história do momento em que o cantor sofre um atentado antes de se apresentar em Kingston, capital da Jamaica, ao retorno na tentativa de unir um país em guerra de gangues e dividido politicamente. Nesse meio tempo grava, na Inglaterra, Exodus, considerado um dos maiores álbuns pops de todos os tempos . O filme é um drama pessoal, ocupa-se das relações entre Bob, esposa e filhos, entre ele e os membros do The Wailers, grupo que o acompanhou desde o início, entre ele e o empresário e pouco se preocupa em explicar os conflitos dentro do país e as decisões de Bob em consequência desses conflitos. Mas talvez o principal tema do filme seja mesmo a influência da religião Rastafári no comportamento, composições e maneira de encarar sua curta vida e profissão, que ele via como uma missão na terra.
Betânia
3.5 2Estreou no Festival de Berlim.
Zona de Interesse
3.6 609 Assista AgoraAlguém pode me explicar a cena do bilhete? Foi deixado pela empregada? O que será que continha? E as maçãs espalhadas pelo campo onde os judeus presos faziam travalhos forçados? É mostrado como se fosse um sonho.
Saudosa Maloca
3.4 23Saiu o trailer...
Zona de Interesse
3.6 609 Assista AgoraComo falar do nazismo sem cair no lugar comum e não repetir o que já foi filmado? Talvez essa tenha sido a maior preocupação do diretor britânico Jonathan Glazer. Inspirado em livro homônimo de Martin Amis, também britânico, felizmente o filme é falado na língua original alemã, com atores alemães. Sóbrio, com interpretações naturalistas e trilha sonora pontual, é como se o espectador espiasse as ações pelo buraco da fechadura, de longe, sem se envolver. O horror não é mostrado, é intuído, e as pessoas se comportam naturalmente, como se estivessem fazendo um trabalho comum e não matando milhares de pessoas em câmaras de gás. A eficiência dos funcionários é recompensada. Como classificou Hannah Arendt, a banalidade do mal. Algo semelhante aconteceu durante a escravidão. Ação e conivência são recompensadas. Não há catarse. O filme foi indicado a 5 merecidos Oscars.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraDo mesmo diretor de Pobres Criaturas, o badalado grego Yorgo Lanthinos, A Lagosta é um filme futurista bizarro. Com uma fileira de astros (Colin Farrell, Rachel Weisz, Léa Seidoux, Olivia Colmann), tem cenas hilárias, algumas politicamente incorretas, muito nonsense, mas não é, definitivamente, para todos os gostos. No estilo habitual do diretor, a estranheza dá o tom e a história não é convencional, nem os personagens. Difícil prever para onde um e outro vão. O filme foi premiado em Cannes e recebeu o Oscar de roteiro original. Em cartaz na Netflix.
Levante
3.7 9O filme, que tem recebido prêmios em festivais importantes mundo afora, estreia no fim desse mês. Quem sabe conquiste bom público. Alguém aqui viu??
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraO grego Yorgo Lanthimos, depois de O Lagosta, O Sacrifício do Corvo Sagrado, A Favorita e agora Pobres Criaturas, já pode ser considerado um dos principais diretores da atualidade. Cineasta autoral e possuidor de um estilo particular, ele injeta sangue na criativamente anêmica e pouco ousada indústria cinematográfica norte-americana. Nesse filme temos nu frontal, cenas de sexo, algumas bem bizarras, despudoradas, como raramente se vê em filmes falados na língua ianque. A ousadia é um dos méritos da produção, mas não a única. Baseado em livro homônimo do escritor escocês Alasdair Gray, o filme se destaca pela cenografia brilhante, pelo roteiro bem construído, pelas ótimas interpretações e, de quebra, insere discussões filosóficos pertinentes entre os personagens, sem cair no didatismo. Para alguns, ele pode ser classificado como fábula fantasiosa ou comédia dramática, para mim é inclassificável. Adorei a participação da cantora portuguesa Carminho, numa cena lindíssima, e da musa de Fassbinder, Hanna Schygulla. Indicado a 11 merecidos Oscar, sem querer parafrasear o filme anterior do diretor, é meu favorito.
A Noite que Mudou o Pop
4.2 163 Assista AgoraConfesso que achava (e ainda acho) a música We ARE the World meio chata, talvez por ter tocado demais na época do lançamento, mas o documentário sobre a criação e gravação da música é bem interessante e até divertido. Lionel Richie, o principal entrevistado para o documentário, é um cara bem humorado e acessível. O que torna o documentário interessante é o registro das imagens durante a gravação, a câmera próxima a alguns dos maiores astros do show bizz norte-americano, os discursos, diálogos, conversas e desentendimentos entre eles. Um aviso do lado de fora pedia aos participantes para deixar o ego fora do estúdio. Capitaneado por Quincy Jones e Michael Jackson, idéia de Harry Belafonte, inspirada no Live Aid de Bob Geldorf, a música fez grande sucesso. O objetivo do projeto era arrecadar dinheiro para combater a fome na África, uma areia no oceano. De qualquer maneira, trouxe visibilidade à causa.
A Paixão Segundo G.H.
3.0 36Foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda e, segundo a mídia, com boa repercussão. Estou aguardando as críticas internacionais. Li o livro e amei. O filme parece ser bem fiel ao livro e o diretor L F Carvalho, é um mestre da imagem e da edição. Esperando ansiosamente pra ver numa tela grande.
Os Delinquentes
3.4 16 Assista AgoraFilme argentino escolhido para representar o país no Oscar, é uma mistura de gêneros cujo enredo frustra várias vezes a expectativa do espectador, brinca com os recursos cinematográficos, muda de foco, formando um apanhado geral. Acho que o tema aqui são os sonhos e frustrações dos personagens, por isso o diretor não explora os acontecimentos como normalmente um filme tradicional faria. Talvez por isso tenha sido muito elogiado pela crítica desde que estreou no Festival de Cannes. De minha parte, embora seja muito bem filmado, a cada mudança de foco me sentia frustrado com o filme, querendo saber mais sobre os fatos e pensando nos "furos" do roteiro. Outra coisa é que o longa-metragem, com quase 3 horas de duração, acaba cansado um pouco. Em cartaz na Prime Video.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Apesar das críticas já levou 600 mil pessoas ao cinema
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76500 mil pessoas só no final de semana de estreia...
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Assisti ontem em sala cheia, a maioria dos espectadores pessoas de cabelos brancos, aposentados, e que, imagino, correram às salas de cinema por causa do filme anterior e por comungarem do mesmo credo. Acredito que Nosso Lar pode funcionar em 3 níveis. Para um leigo no assunto como eu, ele ajuda a entender o espiritismo, a entrar em contato com as teorias advindas de uma doutrina que advoga a vida após a morte e a reencarnação. Aos espíritas, conhecedores da doutrina, confirmam na tela o que sabem e acreditam, o que traz uma sensação de conforto. E, por último, como uma ficção para espectadores comuns que buscam entretenimento - e o filme fracassa nesse quesito. O diretor Wagner de Assis afirma que quis contar uma boa história, fazer um filme para todos. A produção, mesmo com limitação orçamentária, constrói um mundo pararelo artificial onde vivem os mensageiros e um mundo real, das pessoas vivas. É na interação entre eles, entre "mortos" e vivos que reside o dilema da história. Os efeitos especiais não impressionam, mas cumprem sua função e a cenografia computadorizada não é muito convincente. Convincentes são os atores que se esforçam para dizer falas pomposas, empostadas, em interpretações teatrais. O rebuscamento é o estilo do diretor e roteiristas, incansável na criação de obras espíritas. O melhor do filme, além da entrega dos atores, é a mensagem final cheia de esperança em um mundo melhor e em um ser humano mais solidário e compassivo.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Assisti hoje em sala lotada. Pra começar, não é um filme para diversão ou entretenimento, é uma experiência espiritual, quase uma palestra em forma de ficção. Por isso prega para os convertidos e quem não é espírita talvez não entenda ou não apreenda a mensagem do filme. O amor e a compaixão vencem a guerra, o ódio, a violência.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Mesmo com as críticas negativas, o filme levou 163 mil pessoas ao cinema na quinta, o que se configura um grande sucesso de público e recorde desde 2019, segundo site filmeb. O cinema brasileiro ressuscita, apesar da pandemia e do desgoverno anterior, que tentou destruir o nosso cinema
Segredos de um Escândalo
3.5 335 Assista AgoraTodd Haynes é um diretor autoral cujos filmes fogem do lugar comum e cujo estilo vai do rebuscamento (Velvet Goldmines) à sobriedade (Carol), sempre com a marca de grandes interpretações. Em O Segredo de Um Escândalo, Julianne Moore e Natalie Portman duelam, como se estivessem em um palco, em um filme de Bergman. Quem se sairá melhor? A primeira faz uma atriz em pesquisa de campo para interpretar a segunda, uma mulher condenada por seduzir um menor idade duas décadas atrás. Na época em que filme passa, eles estão casados, com 3 filhos. Quem espera um drama comum vai se decepcionar. Não há uma trama: são encontros, diálogos obscuros, embates sutis. Daqueles filmes em que críticos adoram e o público comum torce o nariz. Visto no cinema, em tela grande, este drama intimista talvez funcionasse melhor na TV.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Eu vi o primeiro e, do que me lembro, achei interessante a maneira como o filme intersecta a história dos personagens com as teorias do espiritismo. Eu, que pouco conhecia, passei a entender para onde vão os mortos, o umbral, etc. Sou ateu, não acredito na vida após a morte, mas aprecio uma história bem contada, mesmo que o conteúdo seja religioso. O diretor e roteirista Wagner de Assis é um profissional experiente, mas limitado, deveria trabalhar com profissionais mais talentosos. Como o original Nosso Lar, pelo que vi do trailer, o 2 também peca pelo artifiacialismo dos diálogos e dos efeitos especiais. De qualquer maneira pretendo assistir e torço para seu sucesso. É sempre bom ver o cinema que fala nossa língua.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 76Alguém aqui viu?
O Clube das Mulheres de Negócios
1Esperava ver o novo filme da talentosíssima Ana Muylaert na mostra competitiva do Festival de Berlim, mas não entrou, talvez porque não esteja pronto ainda. Tomara que participe de algum Festival importante.
Amor e Música: Fito Páez (1ª Temporada)
4.2 8 Assista AgoraNão sabia nada da vida de Fito Páez, considerado o maior roqueiro argentino, e essa minissérie me fez entrar em contato com seu universo, saber de sua importância para a cultura hermana, sua história trágica (e bota trágica nisso!), a luta contra o vício e o sucesso fora de seu país. A minissérie é muito bem dirigida e interpretada, a reconstituição de época exemplar (se passa nos anos 70, 80 e 90, com idas e vindas) e o tom é melancólico e estridente, assim como seu protagonista. Fito Páez não tem uma boa voz, não é bonito ou carismático, mas, além de excelente compositor e letrista, tem presença de palco e se entrega de corpo e alma ao que faz. O cara perdeu os pais, as avós, ficou praticamente sozinho no mundo e nos ofertou lindas canções como Un Vestido e Un Amor, que conhecia na voz de Caetano Veloso em belíssima e definitiva interpretação. Em cartaz na Netflix.
Os Rejeitados
4.0 325 Assista AgoraAlexander Payne é um diretor autoral muito respeitado, cujos filmes falam sobre pessoas comuns de maneira afetuosa e sem julgamento. Ganhador de prêmios importantes, dos seus filmes anteriores lembro especialmente do ótimo SideWays. O novo, cujo título Os Rejeitados não condiz com o original Remanescentes, poucos personagens participam da trama que se passa em um internato de ensino médio para famílias abastadas durante a década de 70. Estamos na Nova Inglaterra, período de Natal, férias escolares, época de frio e neve. O filme, mesmo que muito pouco aconteça, se apoia em personagens reais, tridimensionais e alguns incidentes divertidos para manter o interesse do espectador. A história não é nada original e os personagens nada simpáticos, com exceção da cozinheira bonachona, interpretada por D'avine Joy Randolph, favorita ao Oscar de atriz coadjuvante. O ator principal, um professor mal amado e inflexível, é interpretado por Paul Giamatti, outro favorito. É um filme de atores, perfeito para prêmios. Quanto a mim, como espectador, acompanhei o filme bastante interessado no desenrolar da história e destino dos personagens mas, de tempos em tempos, fui me cansando (achei o filme longo) e não me satisfiz com o final, meio clichê, meio bobo.
Os Rejeitados
4.0 325 Assista AgoraTem bons momentos, bons atores, algumas cenas tocantes, outras nem tanto. No geral achei desigual e um tanto longo. O final não me convenceu.