David (Rupert Evans) é um arquivista cuja vida familiar beira a perfeição. Até descobrir que sua bela esposa (Hannah Hoekstra) tem um amante. Numa noite, ele a segue e vai parar na casa do sujeito. O que sucede são cenas perturbadoras de assassinato e delírio. A paranóia se instala na mente de David, após a descoberta de que sua casa fora o palco de acontecimentos macabros (para dizer o mínimo). O diretor e roteirista Ivan Kavanagh manipula com maestria a oposição entre realidade e loucura, compondo cenas fortes e sinistras, com uso preciso da iluminação (há sempre um tom avermelhado incidindo sobre o protagonista). Há ecos de "O Iluminado", horror japonês e diversas outras influências, tudo em completa harmonia. Forte e, como já disse antes, um bocado perturbador!
Oriundos do trabalho como dublês, David Leitch e Chad Stahelski fizeram um trabalho brilhante em "John Wick - De Volta ao Jogo" (2014). A dupla então se dividiu, com Stahelski assumindo a sequência de seu clássico instantâneo dos filmes de ação, enquanto David Leitch embarcou num projeto baseado na graphic novel "The Coldest City", de Antony Johnston e Sam Hart. O resultado é "Atômica", thriller de espionagem ambientado perto da queda do muro de Berlin. Charlize Theron é uma espiã do MI6 que precisa tomar posse de uma lista, afim de evitar algo desastroso. A belíssima atriz se confirma como estrela do cinema de ação, dando show de fisicalidade, mas também entrega uma personagem bem interpretada, com nuances - do blasé, passando pela dor da perda até os ataques de fúria - bastante distintas. A fotografia acinzentada registra o tom distópico do contexto político, mas cria um contraste quando utiliza um cromatismo vermelho e azul, nas sequências em que a existência no local de fato ganha vida. James McAvoy é excelente, fazendo um agente de índole duvidosa e deixando algumas pulgas atrás da orelha. As cenas de ação e pancadaria são extremamente bem filmadas, e o diretor se dedica a elas com todo esmero. Um simples atropelamento no início do longa já provoca aquele "uau!", fazendo esperar pelo que vem pela frente. É pena que o roteiro seja um pouco truncado, sua estrutura é montada por meio de flashbacks, que às vezes prejudicam a fluidez da trama. Mas diante de algo tão espetacular, podemos dar um desconto. "Atômica" é um filmaço!
Adoro filmes de terror bem humorados (ou filmes de humor com elementos de terror), o denominado "terrir", mas "A Babá" ficou nas boas intenções. Há uma ou outra ideia legal, a direção de McG é boa, mas como um todo, o filme não me convenceu.
Assisti a essa produção para a TV, chutando por baixo, há uns 20 anos. Sinceramente, as lembranças não me animavam - embora pouca coisa reamente tivesse sobrevivido em minha mente. Reuni uma boa quantidade de coragem, não por que o filme seja assustador, e resolvi encarar a coisa mais uma vez. O filme, na verdade uma minissérie editada, não é tão ruim. Porém, contudo, entretanto, também não é bom. O diretor Tommy Lee Wallace tem um punhado de tranqueiras no currículo; ele fez o bacaninha "Halloween 3", mas cometeu atrocidades do tipo "Vampiros: Os Mortos". A produção até funciona quando se passa da década de 1960, com o elenco jovem, mas os atores mais velhos são um horror! Fora o final, com pinta de filme B dos anos 50, que dá um show de defeitos especiais. George Romero fora solicitado para comandar o projeto, mas infelizmente, rolou um conflito de agendas. De qualquer forma, o palhaço Pennywise (uma caraterização icônica de Tim Curry) entrou para o inconsciente dos fãs do gênero.
A obra de Stephen Kink é permeada por personagens traumatizados, dramas vividos na infância (não raro, envolvendo a perda de um ente querido) e o enfrentamento dos fantasmas do passado - literalmente falando. em "Às Vezes Eles Voltam", Tim Matheson vive Jim, um professor que retorna à sua cidade natal após incidente com um aluno onde lecionava. A pequena localidade - outra característica recorrente de King - traz à tona recordações da morte de seu irmão, Wayne, por uma gangue de delinquentes. Alguns de seus novos alunos são assassinados, e para cada jovem que se vai, um dos responsáveis pela tragédia envolvendo Wayne retorna do além-túmulo. Feito para a TV, o filme tem seus defeitinhos e sofre com certos exageros visuais. O roteiro é aquele famoso arroz com feijão, que o diretor Tom McLoughlin executa sem muito capricho. Sem exigir muita coisa, o longa funciona. Em matéria de adaptações da obra de Stephen King, há coisas piores e mais pretensiosas.
Antes de assistir a esse filme, eu havia dito que Álex de la Iglesia não tem trabalho ruim. O que dizer depois de viver uma experiência tão intensa, divertida e reflexiva? Na história, Elena (a linda Blanca Suárez, de "A Pele que Habito") é uma patricinha aparentemente fútil, que entra em um bar "copo sujo" à procura de um carregador de smartphone. O lugar - povoado por uma fauna heterogênea - vira uma prisão quando duas pessoas tentam sair e são alvejadas por um misterioso atirador. Os presentes se apavoram e começam elaborar teorias que os levam à paranoia. Seria um lunático a posto nos arredores? Ou um terrorista islâmico? Diante de um terror que não compreendem, as pessoas encarceradas no bar vão se revelando, e ao invés de promover união, se entregam ao "cada um por si". Personagens, a princípio estereotipados (a patricinha, o publicitário hipster, o garçom, o mendigo), vão sendo habilmente desenvolvidos - bem, alguns um pouco mais. O roteiro revela seus dramas, medos e, sobretudo, o caráter de cada um. E aquele microcosmo diz muito sobre a sociedade atual.
Edgar Wright sabe fazer filmes cool. Em "Baby Driver", ele se supera. A história é sobre Baby, um jovem piloto de fuga que tem um problema de audição e precisa ouvir música o dia todo. Prestes a fazer seu último serviço para um bandidão (Kevin Spacey), o garoto conhece uma linda e aventureira garçonete, por quem cai de amores. Mas sua aposentadoria está longe dos planos do chefe. A grande sacada do diretor foi misturar ação e musical, com sequências fantásticas, nas quais a trilha sonora é perfeitamente sincronizada com tiros, cavalos de pau e até o vai e vem de limpadores de para-brisa. Divertido, movimentado e, de certa forma, leve.
Ele está de volta... Incansável! Chucky? Não, seu criador: Don Mancini. O pai do brinquedo maligno mais famoso do mundo chutou o balde e resolveu "raspar o tacho" para pagar as contas. Depois do fraquinho "Brinquedo Assassino 3", a franquia não tinha um rumo viável, senão partir para a autoparódia. "A Noiva de Chucky" (1998) e "O Filho de Chucky" (2004) são brincadeiras extremamente criativas, com muitas piadas e referências cinematográficas. Podiam ter parado por lá, mas enquanto o produto puder render uns trocados, o Good Guy não vai ter descanso. "A Maldição de Chucky" (2013) já é um produto xexelento e sem sal, feito direto para o mercado doméstico. Mas deu certo, a ponto de anunciarem um novo capítulo nos mesmos moldes. Inclusive de ruindade! O longa anterior tem o mérito de não ignorar as partes mais engraçadinhas, a despeito de retomar a pegada mais séria dos três primeiros. "Cult of Chucky" vai além, trazendo de volta a namoradinha do "herói" - novamente interpretada por Jennifer Tilly. O filme tem mortes violentas e criativas, mas não se sustenta nos demais quesitos: é fraco, repleto dos absurdos mais descabidos (ok, estamos falando de mais uma sequência estrelada por um boneco assassino mala sem alça) e, tá bom, o troço não presta mesmo. Pode ser luxo ou lixo, depende do ponto de vista. Mas, mesmo para figurar na segunda categoria, essa nova incursão de Mancini precisa comer muito arroz com feijão.
Ver o Amigo da Vizinhança interagir com o Homem de Ferro nos cinemas equivale a um crossover entre personagens da Marvel e da DC nos quadrinhos. O divertido vislumbre dessa realidade se deu no sensacional "Capitão América: Guerra Civil", laboratório do acordo entre a Marvel Studios e a Sony (proprietária dos direitos sobre o "teioso" no cinema). Assim como vem acontecendo desde 2008, quando Tony Stark conquistou as plateias mundiais, o novo longa do Homem-Aranha chegou precedido de um bom planejamento. A escolha de Tom Holland para o papel de Peter Parker foi uma grande sacada. Pela primeira vez, temos um protagonista com a idade certa, não um ator trintão bancando o adolescente. As cenas de ação não são algo inédito, a parte mais interessante delas é exatamente o foco na inexperiência do herói, cujas consequências podem ter uma escala desastrosa (a sequência do barco é o ponto alto, seguida pela do elevador). Falando em herói, a história conta o início de sua jornada, mas o roteiro (escrito a quatro mãos por Jonathan Goldstein e John Francis Daley) dispensa "detalhes" como a picada da aranha e a morte do Tio Ben, coisas que a gente sabe de cor. Parker é um estudante inseguro, que tem intenções nobres, mas se divide entre o amor pela colega e a responsabilidade trazida pelos grandes poderes. Há uma cena específica que ilustra o dilema do garoto - e sua opção pelo sacrifício. Tia May deixou de ser aquela velhinha fofa para assumir as feições de Marisa Tomei, cuja beleza arranca suspiros. Michael Keaton, na pele (e nas asas) do Abutre, é um vilão tridimensional, com motivações compreensíveis - humano, enfim. Assim como o Batman de Tim Burton, o Homem-Aranha que Sam Raimi idealizou está longe da perfeição. Mas ambos possuem assinatura, são algo mais do que meros blockbusters. Se há algo incômodo na obra Jon Watts, é o fato de soar como peça de uma linha de montagem. Salvo esse porém, temos 99% de acerto.
Na década passada, a New Line Cinema fez um trabalho interessante com o remake e a prequel de "O Massacre da Serra Elétrica". Em 2013, a Lionsgate ressussitou (mais uma vez!) nosso querido vilão da motosserra em "O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua". O filme, além de muito fraco, fora incluído na cronologia do clássico original (de 1974). A fim de espremer mais uns trocados, o estúdio resolveu contar a origem de Leatherface em uma produção homônima. Com direção dos franceses Alexandre Bustillo e Julien Maury (do visceral "A Invasora"), "Leatherface" Nos apresenta (?) a família Sawyer, um bando de rednecks psicopatas. Após o assassinato da filha do xerife (Stephen Dorff), dois membros menores da família são levados para um hospício e anos depois fogem do local. Junto deles, há um casal de lunáticos assassinos e uma enfermeira. Em seu miolo, o filme soa como uma cruza de "Assassinos Por Natureza" e "Rejeitados pelo Diabo". Perdidos em sua fuga, os jovens são caçados pelo sádico homem da lei, em uma perseguição que desemboca na famosa casa habitada pelo clã de canibais. Apesar da sujeira e de todo o clima de sadismo e insanidade, o roteiro não engrena. O resultado soa como um desses "Pânico na Floresta" que lançam aos montes por aí.
O Bebê de Rosemary é um dos filmes que eu mais vi. Repleto de sutilezas, o filme faz um contraponto entre o macabro e o delicado. O final é de dilacerar os nervos!
Um jovem e feliz casal australiano resolve passar o ano novo acampado perto de uma cachoeira. O lugar está quase deserto, a não ser pela presença de uma família... E dois caipiras da pior espécie. E é aquela história: o filme já começa dando a ideia do perigo que ronda a dupla, na melhor tradição da década de 1970 e seus expoentes ao estilo "The Last House on the Left" e "I Spit on Your Grave". Entretanto, não há violência gráfica, mas as cenas de perseguição na floresta deixam os nervos à flor da pele. Sadismo sob medida.
O livro (escrito por Jay Anson), que narra os fatos supostamente acontecidos na casa da Ocean Avenue, é cercado de controvérsias. Picaretagem ou não, a história é boa e merece uma transposição bacana para as telas. O primeiro longa de 1979, é apenas razoável. Já a sequência, "Amityville 2: Possessão" (1982), é um filme pesado e macabro - mas tecnicamente, não envelheceu muito bem. Depois de uma sucessão de nulidades, incluindo um remake insosso com Ryan Reynolds, alguém pensou que o mundo precisava de mais uma produção ambientada na tal casa. Refilmagens, modificações e adiamento marcaram a trajetória de "Amityville: O Despertar", sintomas de que os produtores tinham consciência da bomba que é o produto. E bota bomba nisso! A trama é sobre uma família que se muda para o endereço amaldiçoado. Jennifer Jason Leigh é a matriarca viúva, que tem um casal de filhos adolescentes, Belle (Bella Thorne) e James (Cameron Monaghan), que ficou inválido após um dramático acidente. Há também a pequena Juliet (Mckenna Grace). O que se segue é o ritual do habitual: o cachorro da família começa a se comportar de modo estranho, portas se abrem sozinhas de madrugada e muitos pesadelos atormentam Belle. O curioso aqui, é a inclusão da metalinguagem: tanto o livro quanto os filmes anteriores passam a fazer parte da diegese da narrativa. Em um dado momento, certos personagens assistem ao longa de 79! Mas a boa ideia não levanta o moral do andamento, cujas tentativas de criar atmosfera fracassam miseravelmente. E o que dizer de um certo plot twist? Vergonha alheia total!
David Seltzer é BITOLADO em questões referentes ao armagedom. O autor do clássico "A Profecia" vem batendo nessa tecla desde a década de 1970 e já escreveu e produziu um bocado de coisas a respeito. "O Décimo Oitavo Anjo" pega carona na paranóia da virada do milênio e fala sobre a chegada de Satã ao mundo. Assim como em sua obra mais conhecida, aqui há todo um preparo feito por uma seita, que aguarda a vinda de seu mestre. Liderado pelo taciturno Padre Simeon (interpretado pelo veteraníssimo Maximilian Schell, que fizera algo semelhante em "Vampiros de John Carpenter"), o grupo precisa reunir 18 crianças ou adolescentes de beleza angelical. O demônio escolherá um deles para que seja sua encarnação. Até aí, tranquilo. Mas há uma loucura envolvendo clonagem e questionamentos sobre ética científica, que simplesmente não fazem sentido. A produção é esforçada, com uma trilha sonora tensa, grave e uma fotografia acinzentada, que dá aquele tom sombrio, bem adequado à obra. A história, contudo, é monótona e só sai do lugar aos 30 minutos do segundo tempo. Christopher McDonald se esforça como o pai que tem a filha na mira dos satanistas, inclusive nos conflitos de geração com a jovem Lucy (de Lúcifer?), interpretada por Rachael Leigh Cook, cuja beleza deixara o sacerdote do Mal impressionado. Como sempre, o texto de Selzer é recheado de citações bíblicas; os 18 anjos do título seriam a somatória do famoso 666. Depois de uma boa assistida, fica aquela impressão de "eu já vi algo assim, só que melhor". Rever "A Profecia" é muito mais interessante.
Com o orçamento de pão com ovo e munido de muita criatividade, John Carpenter criou um dos maiores clássicos do terror - e um dos mais queridos vilões do gênero, Michael Myers. Logo nos minutos iniciais, o vilão, ainda criança, resolve fazer uma travessura pouco usual até mesmo para o dia das bruxas: assassinar a própria irmã a facadas. Por quê? Nas palavras do Dr. Loomis (Donald Pleasence), "quando olhei naqueles olhos vazios e sem emoção, o que vi era pura e simplesmente o mal". Na contramão da genialidade que permeia o clássico, Rob Zombie decidiu que o assassino tinha que ter motivos. Deu no que deu: um filme equivocado e indigesto.
Em se tratando de cinema, uma tendência que não me abre o apetite é o tal found footage. Mas admito que alguns dos melhores títulos do terror pertencem ao estilo. Não quero me alongar citando títulos, mas incluo essa gema no rol dos maiorais supracitados. O filme é sombrio, macabro e perturbador: em uma casa na cidade de Poughkeepsie, foram encontradas fitas VHS, cujo conteúdo sádico fora investigado no decorrer da década de 1990. Um crudelíssimo assassino filmava suas atividades e colecionava as fitas. Depoimentos de profissionais do FBI, entre outros, dissecam a mente do psicopata, desvendando suas motivações e tentando prever seus próximos passos. Enquanto isso, uma garota sofria maus tratos, enquanto o (como ficou conhecido) carniceiro do rio a manteve em cativeiro, durante oito anos. "As Fitas de Poughkeepsie" é um mockumentary, ou seja, um falso documentário. Mas a sensação de realismo, aliada ao conteúdo medonho das fitas, andou confundindo espectadores por aí. E pior do que fantasmas e demônios, a história é sobre a a maldade que existe no próprio humano.
Hitchcock era um gênio. E Psicose uma prova incontestável do fato. rodado com um orçamento enxuto por uma equipe de TV, o filme é envolvente, intrigante e possui uma das cenas mais famosas da história. A trilha sonora é um caso a parte.
James Wan é um dos maiores expoentes do terror atual. Apesar de não trazer inovações para o gênero, ele recicla suas convenções com muito talento, manipulando o suspense e as expectativas do público.
Um dos maiores expoentes do cinema de terror de todos os tempos! John Carpenter construiu um filme extremamente simples, com atmosfera e trilha sonora impecáveis. Halloween é uma obra-prima insuperável!
Shyamalan consegue esconder suas intenções sob uma história envolvente. Quando, ao final, escancara a verdadeira razão de ser da trama, deixa os fãs de boca aberta. Que venha Glass!
A protagonista sofre tormentos físicos e psicológicos. Tudo muito bem feito, apenas o final deixa a desejar. Mas o filme é corajoso, abordando temas pesados, sem nunca banaliza-los.
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O Canal
2.9 204 Assista AgoraDavid (Rupert Evans) é um arquivista cuja vida familiar beira a perfeição. Até descobrir que sua bela esposa (Hannah Hoekstra) tem um amante. Numa noite, ele a segue e vai parar na casa do sujeito. O que sucede são cenas perturbadoras de assassinato e delírio. A paranóia se instala na mente de David, após a descoberta de que sua casa fora o palco de acontecimentos macabros (para dizer o mínimo). O diretor e roteirista Ivan Kavanagh manipula com maestria a oposição entre realidade e loucura, compondo cenas fortes e sinistras, com uso preciso da iluminação (há sempre um tom avermelhado incidindo sobre o protagonista). Há ecos de "O Iluminado", horror japonês e diversas outras influências, tudo em completa harmonia. Forte e, como já disse antes, um bocado perturbador!
Atômica
3.6 1,1K Assista AgoraOriundos do trabalho como dublês, David Leitch e Chad Stahelski fizeram um trabalho brilhante em "John Wick - De Volta ao Jogo" (2014). A dupla então se dividiu, com Stahelski assumindo a sequência de seu clássico instantâneo dos filmes de ação, enquanto David Leitch embarcou num projeto baseado na graphic novel "The Coldest City", de Antony Johnston e Sam Hart. O resultado é "Atômica", thriller de espionagem ambientado perto da queda do muro de Berlin. Charlize Theron é uma espiã do MI6 que precisa tomar posse de uma lista, afim de evitar algo desastroso. A belíssima atriz se confirma como estrela do cinema de ação, dando show de fisicalidade, mas também entrega uma personagem bem interpretada, com nuances - do blasé, passando pela dor da perda até os ataques de fúria - bastante distintas. A fotografia acinzentada registra o tom distópico do contexto político, mas cria um contraste quando utiliza um cromatismo vermelho e azul, nas sequências em que a existência no local de fato ganha vida. James McAvoy é excelente, fazendo um agente de índole duvidosa e deixando algumas pulgas atrás da orelha. As cenas de ação e pancadaria são extremamente bem filmadas, e o diretor se dedica a elas com todo esmero. Um simples atropelamento no início do longa já provoca aquele "uau!", fazendo esperar pelo que vem pela frente. É pena que o roteiro seja um pouco truncado, sua estrutura é montada por meio de flashbacks, que às vezes prejudicam a fluidez da trama. Mas diante de algo tão espetacular, podemos dar um desconto. "Atômica" é um filmaço!
A Babá
3.1 960 Assista AgoraAdoro filmes de terror bem humorados (ou filmes de humor com elementos de terror), o denominado "terrir", mas "A Babá" ficou nas boas intenções. Há uma ou outra ideia legal, a direção de McG é boa, mas como um todo, o filme não me convenceu.
It: Uma Obra Prima do Medo
3.5 1,3KAssisti a essa produção para a TV, chutando por baixo, há uns 20 anos. Sinceramente, as lembranças não me animavam - embora pouca coisa reamente tivesse sobrevivido em minha mente. Reuni uma boa quantidade de coragem, não por que o filme seja assustador, e resolvi encarar a coisa mais uma vez. O filme, na verdade uma minissérie editada, não é tão ruim. Porém, contudo, entretanto, também não é bom. O diretor Tommy Lee Wallace tem um punhado de tranqueiras no currículo; ele fez o bacaninha "Halloween 3", mas cometeu atrocidades do tipo "Vampiros: Os Mortos". A produção até funciona quando se passa da década de 1960, com o elenco jovem, mas os atores mais velhos são um horror! Fora o final, com pinta de filme B dos anos 50, que dá um show de defeitos especiais. George Romero fora solicitado para comandar o projeto, mas infelizmente, rolou um conflito de agendas. De qualquer forma, o palhaço Pennywise (uma caraterização icônica de Tim Curry) entrou para o inconsciente dos fãs do gênero.
Às Vezes Eles Voltam
3.1 101 Assista AgoraA obra de Stephen Kink é permeada por personagens traumatizados, dramas vividos na infância (não raro, envolvendo a perda de um ente querido) e o enfrentamento dos fantasmas do passado - literalmente falando. em "Às Vezes Eles Voltam", Tim Matheson vive Jim, um professor que retorna à sua cidade natal após incidente com um aluno onde lecionava. A pequena localidade - outra característica recorrente de King - traz à tona recordações da morte de seu irmão, Wayne, por uma gangue de delinquentes. Alguns de seus novos alunos são assassinados, e para cada jovem que se vai, um dos responsáveis pela tragédia envolvendo Wayne retorna do além-túmulo. Feito para a TV, o filme tem seus defeitinhos e sofre com certos exageros visuais. O roteiro é aquele famoso arroz com feijão, que o diretor Tom McLoughlin executa sem muito capricho. Sem exigir muita coisa, o longa funciona. Em matéria de adaptações da obra de Stephen King, há coisas piores e mais pretensiosas.
O Bar
3.2 569Antes de assistir a esse filme, eu havia dito que Álex de la Iglesia não tem trabalho ruim. O que dizer depois de viver uma experiência tão intensa, divertida e reflexiva? Na história, Elena (a linda Blanca Suárez, de "A Pele que Habito") é uma patricinha aparentemente fútil, que entra em um bar "copo sujo" à procura de um carregador de smartphone. O lugar - povoado por uma fauna heterogênea - vira uma prisão quando duas pessoas tentam sair e são alvejadas por um misterioso atirador. Os presentes se apavoram e começam elaborar teorias que os levam à paranoia. Seria um lunático a posto nos arredores? Ou um terrorista islâmico? Diante de um terror que não compreendem, as pessoas encarceradas no bar vão se revelando, e ao invés de promover união, se entregam ao "cada um por si". Personagens, a princípio estereotipados (a patricinha, o publicitário hipster, o garçom, o mendigo), vão sendo habilmente desenvolvidos - bem, alguns um pouco mais. O roteiro revela seus dramas, medos e, sobretudo, o caráter de cada um. E aquele microcosmo diz muito sobre a sociedade atual.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraEdgar Wright sabe fazer filmes cool. Em "Baby Driver", ele se supera. A história é sobre Baby, um jovem piloto de fuga que tem um problema de audição e precisa ouvir música o dia todo. Prestes a fazer seu último serviço para um bandidão (Kevin Spacey), o garoto conhece uma linda e aventureira garçonete, por quem cai de amores. Mas sua aposentadoria está longe dos planos do chefe. A grande sacada do diretor foi misturar ação e musical, com sequências fantásticas, nas quais a trilha sonora é perfeitamente sincronizada com tiros, cavalos de pau e até o vai e vem de limpadores de para-brisa. Divertido, movimentado e, de certa forma, leve.
O Culto de Chucky
2.3 611 Assista AgoraEle está de volta... Incansável! Chucky? Não, seu criador: Don Mancini. O pai do brinquedo maligno mais famoso do mundo chutou o balde e resolveu "raspar o tacho" para pagar as contas. Depois do fraquinho "Brinquedo Assassino 3", a franquia não tinha um rumo viável, senão partir para a autoparódia. "A Noiva de Chucky" (1998) e "O Filho de Chucky" (2004) são brincadeiras extremamente criativas, com muitas piadas e referências cinematográficas. Podiam ter parado por lá, mas enquanto o produto puder render uns trocados, o Good Guy não vai ter descanso. "A Maldição de Chucky" (2013) já é um produto xexelento e sem sal, feito direto para o mercado doméstico. Mas deu certo, a ponto de anunciarem um novo capítulo nos mesmos moldes. Inclusive de ruindade! O longa anterior tem o mérito de não ignorar as partes mais engraçadinhas, a despeito de retomar a pegada mais séria dos três primeiros. "Cult of Chucky" vai além, trazendo de volta a namoradinha do "herói" - novamente interpretada por Jennifer Tilly. O filme tem mortes violentas e criativas, mas não se sustenta nos demais quesitos: é fraco, repleto dos absurdos mais descabidos (ok, estamos falando de mais uma sequência estrelada por um boneco assassino mala sem alça) e, tá bom, o troço não presta mesmo. Pode ser luxo ou lixo, depende do ponto de vista. Mas, mesmo para figurar na segunda categoria, essa nova incursão de Mancini precisa comer muito arroz com feijão.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraVer o Amigo da Vizinhança interagir com o Homem de Ferro nos cinemas equivale a um crossover entre personagens da Marvel e da DC nos quadrinhos. O divertido vislumbre dessa realidade se deu no sensacional "Capitão América: Guerra Civil", laboratório do acordo entre a Marvel Studios e a Sony (proprietária dos direitos sobre o "teioso" no cinema). Assim como vem acontecendo desde 2008, quando Tony Stark conquistou as plateias mundiais, o novo longa do Homem-Aranha chegou precedido de um bom planejamento. A escolha de Tom Holland para o papel de Peter Parker foi uma grande sacada. Pela primeira vez, temos um protagonista com a idade certa, não um ator trintão bancando o adolescente. As cenas de ação não são algo inédito, a parte mais interessante delas é exatamente o foco na inexperiência do herói, cujas consequências podem ter uma escala desastrosa (a sequência do barco é o ponto alto, seguida pela do elevador). Falando em herói, a história conta o início de sua jornada, mas o roteiro (escrito a quatro mãos por Jonathan Goldstein e John Francis Daley) dispensa "detalhes" como a picada da aranha e a morte do Tio Ben, coisas que a gente sabe de cor. Parker é um estudante inseguro, que tem intenções nobres, mas se divide entre o amor pela colega e a responsabilidade trazida pelos grandes poderes. Há uma cena específica que ilustra o dilema do garoto - e sua opção pelo sacrifício. Tia May deixou de ser aquela velhinha fofa para assumir as feições de Marisa Tomei, cuja beleza arranca suspiros. Michael Keaton, na pele (e nas asas) do Abutre, é um vilão tridimensional, com motivações compreensíveis - humano, enfim. Assim como o Batman de Tim Burton, o Homem-Aranha que Sam Raimi idealizou está longe da perfeição. Mas ambos possuem assinatura, são algo mais do que meros blockbusters. Se há algo incômodo na obra Jon Watts, é o fato de soar como peça de uma linha de montagem. Salvo esse porém, temos 99% de acerto.
Massacre no Texas
2.4 432 Assista AgoraNa década passada, a New Line Cinema fez um trabalho interessante com o remake e a prequel de "O Massacre da Serra Elétrica". Em 2013, a Lionsgate ressussitou (mais uma vez!) nosso querido vilão da motosserra em "O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua". O filme, além de muito fraco, fora incluído na cronologia do clássico original (de 1974). A fim de espremer mais uns trocados, o estúdio resolveu contar a origem de Leatherface em uma produção homônima. Com direção dos franceses Alexandre Bustillo e Julien Maury (do visceral "A Invasora"), "Leatherface" Nos apresenta (?) a família Sawyer, um bando de rednecks psicopatas. Após o assassinato da filha do xerife (Stephen Dorff), dois membros menores da família são levados para um hospício e anos depois fogem do local. Junto deles, há um casal de lunáticos assassinos e uma enfermeira. Em seu miolo, o filme soa como uma cruza de "Assassinos Por Natureza" e "Rejeitados pelo Diabo". Perdidos em sua fuga, os jovens são caçados pelo sádico homem da lei, em uma perseguição que desemboca na famosa casa habitada pelo clã de canibais. Apesar da sujeira e de todo o clima de sadismo e insanidade, o roteiro não engrena. O resultado soa como um desses "Pânico na Floresta" que lançam aos montes por aí.
O Bebê de Rosemary
3.9 1,9K Assista AgoraO Bebê de Rosemary é um dos filmes que eu mais vi. Repleto de sutilezas, o filme faz um contraponto entre o macabro e o delicado. O final é de dilacerar os nervos!
O Acampamento
3.0 114 Assista AgoraUm jovem e feliz casal australiano resolve passar o ano novo acampado perto de uma cachoeira. O lugar está quase deserto, a não ser pela presença de uma família... E dois caipiras da pior espécie. E é aquela história: o filme já começa dando a ideia do perigo que ronda a dupla, na melhor tradição da década de 1970 e seus expoentes ao estilo "The Last House on the Left" e "I Spit on Your Grave". Entretanto, não há violência gráfica, mas as cenas de perseguição na floresta deixam os nervos à flor da pele. Sadismo sob medida.
Horror em Amityville
3.2 814 Assista AgoraAmityville não deu muita sorte no cinema e esse remake passa longe de ser um bom momento.
Amityville: O Despertar
2.4 425 Assista AgoraO livro (escrito por Jay Anson), que narra os fatos supostamente acontecidos na casa da Ocean Avenue, é cercado de controvérsias. Picaretagem ou não, a história é boa e merece uma transposição bacana para as telas. O primeiro longa de 1979, é apenas razoável. Já a sequência, "Amityville 2: Possessão" (1982), é um filme pesado e macabro - mas tecnicamente, não envelheceu muito bem. Depois de uma sucessão de nulidades, incluindo um remake insosso com Ryan Reynolds, alguém pensou que o mundo precisava de mais uma produção ambientada na tal casa. Refilmagens, modificações e adiamento marcaram a trajetória de "Amityville: O Despertar", sintomas de que os produtores tinham consciência da bomba que é o produto. E bota bomba nisso! A trama é sobre uma família que se muda para o endereço amaldiçoado. Jennifer Jason Leigh é a matriarca viúva, que tem um casal de filhos adolescentes, Belle (Bella Thorne) e James (Cameron Monaghan), que ficou inválido após um dramático acidente. Há também a pequena Juliet (Mckenna Grace). O que se segue é o ritual do habitual: o cachorro da família começa a se comportar de modo estranho, portas se abrem sozinhas de madrugada e muitos pesadelos atormentam Belle. O curioso aqui, é a inclusão da metalinguagem: tanto o livro quanto os filmes anteriores passam a fazer parte da diegese da narrativa. Em um dado momento, certos personagens assistem ao longa de 79! Mas a boa ideia não levanta o moral do andamento, cujas tentativas de criar atmosfera fracassam miseravelmente. E o que dizer de um certo plot twist? Vergonha alheia total!
O Décimo Oitavo Anjo
3.1 42David Seltzer é BITOLADO em questões referentes ao armagedom. O autor do clássico "A Profecia" vem batendo nessa tecla desde a década de 1970 e já escreveu e produziu um bocado de coisas a respeito. "O Décimo Oitavo Anjo" pega carona na paranóia da virada do milênio e fala sobre a chegada de Satã ao mundo. Assim como em sua obra mais conhecida, aqui há todo um preparo feito por uma seita, que aguarda a vinda de seu mestre. Liderado pelo taciturno Padre Simeon (interpretado pelo veteraníssimo Maximilian Schell, que fizera algo semelhante em "Vampiros de John Carpenter"), o grupo precisa reunir 18 crianças ou adolescentes de beleza angelical. O demônio escolherá um deles para que seja sua encarnação. Até aí, tranquilo. Mas há uma loucura envolvendo clonagem e questionamentos sobre ética científica, que simplesmente não fazem sentido. A produção é esforçada, com uma trilha sonora tensa, grave e uma fotografia acinzentada, que dá aquele tom sombrio, bem adequado à obra. A história, contudo, é monótona e só sai do lugar aos 30 minutos do segundo tempo. Christopher McDonald se esforça como o pai que tem a filha na mira dos satanistas, inclusive nos conflitos de geração com a jovem Lucy (de Lúcifer?), interpretada por Rachael Leigh Cook, cuja beleza deixara o sacerdote do Mal impressionado. Como sempre, o texto de Selzer é recheado de citações bíblicas; os 18 anjos do título seriam a somatória do famoso 666. Depois de uma boa assistida, fica aquela impressão de "eu já vi algo assim, só que melhor". Rever "A Profecia" é muito mais interessante.
Halloween: O Início
3.2 861 Assista AgoraCom o orçamento de pão com ovo e munido de muita criatividade, John Carpenter criou um dos maiores clássicos do terror - e um dos mais queridos vilões do gênero, Michael Myers. Logo nos minutos iniciais, o vilão, ainda criança, resolve fazer uma travessura pouco usual até mesmo para o dia das bruxas: assassinar a própria irmã a facadas. Por quê? Nas palavras do Dr. Loomis (Donald Pleasence), "quando olhei naqueles olhos vazios e sem emoção, o que vi era pura e simplesmente o mal". Na contramão da genialidade que permeia o clássico, Rob Zombie decidiu que o assassino tinha que ter motivos. Deu no que deu: um filme equivocado e indigesto.
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 372Em se tratando de cinema, uma tendência que não me abre o apetite é o tal found footage. Mas admito que alguns dos melhores títulos do terror pertencem ao estilo. Não quero me alongar citando títulos, mas incluo essa gema no rol dos maiorais supracitados. O filme é sombrio, macabro e perturbador: em uma casa na cidade de Poughkeepsie, foram encontradas fitas VHS, cujo conteúdo sádico fora investigado no decorrer da década de 1990. Um crudelíssimo assassino filmava suas atividades e colecionava as fitas. Depoimentos de profissionais do FBI, entre outros, dissecam a mente do psicopata, desvendando suas motivações e tentando prever seus próximos passos. Enquanto isso, uma garota sofria maus tratos, enquanto o (como ficou conhecido) carniceiro do rio a manteve em cativeiro, durante oito anos. "As Fitas de Poughkeepsie" é um mockumentary, ou seja, um falso documentário. Mas a sensação de realismo, aliada ao conteúdo medonho das fitas, andou confundindo espectadores por aí. E pior do que fantasmas e demônios, a história é sobre a a maldade que existe no próprio humano.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraHitchcock era um gênio. E Psicose uma prova incontestável do fato. rodado com um orçamento enxuto por uma equipe de TV, o filme é envolvente, intrigante e possui uma das cenas mais famosas da história. A trilha sonora é um caso a parte.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraJames Wan é um dos maiores expoentes do terror atual. Apesar de não trazer inovações para o gênero, ele recicla suas convenções com muito talento, manipulando o suspense e as expectativas do público.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraUm dos maiores expoentes do cinema de terror de todos os tempos! John Carpenter construiu um filme extremamente simples, com atmosfera e trilha sonora impecáveis. Halloween é uma obra-prima insuperável!
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraShyamalan consegue esconder suas intenções sob uma história envolvente. Quando, ao final, escancara a verdadeira razão de ser da trama, deixa os fãs de boca aberta. Que venha Glass!
Jogo Perigoso
3.5 1,1K Assista AgoraA protagonista sofre tormentos físicos e psicológicos. Tudo muito bem feito, apenas o final deixa a desejar. Mas o filme é corajoso, abordando temas pesados, sem nunca banaliza-los.