Em seu livro mais recente, Como conversar com um fascista, a filósofa Marcia Tiburi debate a importância da alteridade nas relações sociais e políticas. Alteridade nada mais é do que a nossa real capacidade de nos colocar no lugar do outro, de sermos verdadeiramente empáticos com o que é diferente de nós. Em um mundo em que o conservadorismo cresce a cada notícia, o ódio e o medo do estranho geram discursos fascistas carregados de misoginia, racismo e lgbtfobia, e por fim, onde a comoção se torna o vetor de movimento das massas impulsionada por uma mídia movida por interesses sombrios, Moonlight é uma luz a iluminar emoções e mostrar suas veias, um exercício de alteridade fulminante. Tudo que precisamos.
Moonlight basea-se num texto teatral nunca produzido, para contar a história de Chiron, criança negra que vive em um bairro negro dos EUA, que luta na busca por autoconhecimento num ambiente extremamente hostil. Ele é criado apenas por sua mãe Paula, interpretada de forma visceral pela pouco conhecida Naomie Harries, que entregue ao vício do crack não consegue dar a atenção necessária as angústias do filho, especialmente na ausência do pai. Esta situação é atenuada pelos constantes ataques de Bullings na escola onde é xingado de "Bixa", criando um ambiente de vulnerabilidade muito perigoso. A Jornada de Little(apelido que recebe na sua infância) começa realmente quando ele conhece Juan(Mahershala Ali), traficante de drogas da região, que o "adota" após salva-lo de um grupo de crianças que afugenta o pequeno em um prédio abandonado. Se tornando a única referência paterna do pequeno Chiron. A partir daí a história faz um estudo de personagem brilhante, abordando temas muito preciosos como paternidade, família, homofobia, criminalidade e desigualdade social.
A escolha de atores pouco conhecidos ou mesmo desconhecidos para esses papéis foi muito importante, ao vermos aquelas pessoas a sensação é que poderia ser qualquer um, não temos nenhum laço familiar com eles e reforça um dos principais objetivos do filme, que é forçar o espectador a compreender o turbilhão de emoções vividos por aqueles indivíduos. Esses atores receberam uma difícil tarefa e correspondem de maneira magnífica, digo isso porque a fotografia(voltarei a falar dela depois) constantemente foca nas reações dos personagens, sempre em planos fechados contemplando suas faces na angústia, loucura, silêncio e sorrisos. Algumas interpretações merecem destaque, como Mahershala Ali ao encarnar um homem que apesar do forte senso de comunidade sente o peso de suas ações como vendedor de Crack em um ambiente de muita vulnerabilidade. Já Namomie Harries vive uma mulher multidimensional e é incrível ver sua personagem evoluir durante toda película, da decadência a redenção. Mas o brilhantismo mesmo fica por conta do trio que interpreta Chiron na sua infância, adolescência e juventude, os atores são levados ao extremo. Em uma das cenas mais tocantes do filme vemos o pequeno "Little" preparando e tomando seu banho, sozinho em uma banheira. Olhar aquela criança com tantos questionamentos e angústias é simplesmente de rachar o coração. O mesmo acontece quando após um incidente em sua fase adolescente, em prantos olha para a diretora do colégio e diz "Vocês nem ao menos fazem ideia". Um elenco que faz jus as qualidades técnicas do filme.
Sua fotografia, trilha(possui uma música de Caetano) e montagem têm um papel fundamental em nos colocar em um processo empático com os personagens, e devo dizer que vi poucos filmes que conseguiram fazer essa união com tanta maestria. Sua fotografia é um dos aspectos mais fantásticos do filme, e algumas vezes, especialmente no primeiro ato, nos remete a Terence Mallick e seu belíssimo A Árvore da Vida. Sempre em planos fechados, atenuam a sensação de opressão e chega a ser claustrofóbico em diversos momentos. Ao mesmo tempo faz com que nos coloque próximos do protagonista, e em uma das cenas mais minimalistas do filme, vemos "Little" brincando de luta com um amigo, se engalfinhando, num entrelaçar de braços e pernas que denotam as sutilezas do contato físico humano. Ou quando ele toma banho de mar com Juan e este aproveita pra ensiná-lo a nadar, a união de trilha e fotografia compõe uma das cenas mais belas do filme. E quando tudo isso se une a uma edição impecável temos sequências incríveis como a do início do terceiro ato, uma rima visual de tirar o fôlego. Uma direção brilhante, merecedora de todos os prêmios.
O filme ainda é muito honesto ao encarar a passagem do tempo e a impermanência das coisas, o que pode ser visto com certa frieza, mas denota muita maturidade. O que é uma grande qualidade do filme, por exemplo, em nenhum momomento subestima o espectador com diálogos que soem expositivos demais e às vezes usa poucas palavras para demarcar passagens de tempo e mesmo acontecimentos importantes. Isso determina também o rumo da história que estamos vendo, sobre quem e sobre o quê. Ao mesmo tempo, evoca no espectador o desejo de compreender o que está se passando, e não seria esse o ponto central do filme? O desejo de compreensão?
Moonlight é uma obra-prima, um filme muito contemplativo, avesso a palavras e cuidadoso com as emoções que quer passar. O azul que acompanha todo filme concede um ar de fábula, e quando ouvimos a história que define o título do filme e sua sequência final é maravilhosamente lírico, poético. Moonlight, assim como seu protagonista, é de poucas palavras, mas estas, quando ditas, explodem em sentimento, angústia e por fim, amor.
A crise financeira que se abateu nos EUA em 2009, causada pela ganância de banqueiros e bancários, e teve reflexo em todo o globo, deixou a economia do império em frangalhos. Muitos perderam seus empregos, suas terras e muito mais ainda perderam suas casas. Filmes muito bons como Inside Job, Capitalismo: Uma história de amor e os excepcionais Margin Call e A Grande Aposta retratam muito bem esse momento histórico. Muitas coisas vieram a tona desde então, e após uma breve análise histórica não é difícl constatar que estamos diante de um império em declínio. As consequências de uma provável mudança no panorama hegemônico mundial ainda são turvas, no entanto, fazer uma avaliação de como está se dando esse processo localmente em terras yanks é um exercício que Hell or Highwater minimamente se propõe a fazer.
Nesse western moderno Chris Pine interpreta um pai divorciado que decide se aliar ao seu irmão, interpretado pelo sempre ótimo Ben Foster, para assaltar bancos a oeste do texas, na tentativa de salvar o rancho de sua família, que está prestes a ser entregue aos bancos devido a dívidas e a crise imobiliária americana. O nosso querido Jeff Bridges interpreta o inteligentíssimo policial Marcus Hamilton, que acompanhado de seu parceiro de raízes indígenas são incumbidos de caçar os dois criminosos. É importante destacar as belíssimas e sensíveis interpretações entregues nesse filme. Chris Pine surpreende mostrando com muita sensibilidade a angústia de um homem cuja a face reflete toda dor de alguém que decide colocar a sua integridade moral e ética em risco em prol do bem-estar de sua família. Já Ben Foster faz o tipo ex-presidiário moralmente deturpado com maestria que, vítima de um sistema penitenciário injusto e violento, não exita em cometer atrocidades para conseguir o que quer. No entanto, graças a profunda entrega do ator, nunca deixamos de ver uma figura humana e que sua reação violenta vêm justamente do contexto de injustiças na qual os personagens estão imersos. Já Bridges surge como um policial veterano de raciocínio rápido representando a lei e a ordem. O que poderia ser um personagem frio, na verdade aqui é encarnado com profunda delicadeza pelo ator veterano, vemos assim um homem que é capaz de tratar seu parceiro com muito carinho e ao mesmo tempo ser implacável em sua busca. A dinâmica entre esses três personagens coloca o espectador em uma balança moral difícil pesar as decisões daqueles homens, e essa é sua maior qualidade.
A fotografia realista é muito bonita, apela para o tom amarelo e reforça o clima árido do texas, tanto quanto o sentimento de pouca esperança que acompanha aqueles homens. Além disso, a decisão de mostrar durante todo o filme casas com placas de "A venda" e também de outdoors de bancos oferecendo empréstimos é essencial na construção de um subtexto que conecta o drama vivido pelos personagens com a realidade da economia estadunidense. O filme peca apenas quando faz isso de forma literal, mastigando demais o que já é óbvio para o espectador. Além disso, eventualmente aparece nas paisagens poços de perfuração de petróleo trazendo de relance o debate sobre a influência do "sangue negro" que a décadas guia os rumos desse país. Devo ressaltar a direção impecável das cenas de ação, realista e visceral. Em umas das cenas mais impressionante do filme os personagens são perseguidos por policiais e civis, é caótico, mas o espectador nunca deixa de entender o que está acontecendo. O fato de nos EUA existir o direito a porte de armas torna cada cidadão em um vigilante em potencial, substitua os cavalos por pickups e temos uma perseguição digna dos filmes de faroeste clássicos.
Sua trilha, realizada por Nick Cave(ele e sua banda lançaram um dos melhores álbuns de 2016) e Warren Ellis, também é dos pontos fortes do filme. Ela alterna momentos de melancolia e tensão, são pianos e violinos que acessam direto o coração, me remetendo aos melhores momentos das trilhas de Clint Eastwood. Além disso, as músicas countries escolhidas a dedo dão um ar de Road movie ao filme, que eventualmente nos distraem da jornada perigosa na qual os irmãos estão enfrentando.
Hell or Highwater(A Qualquer Custo em português) poderia ser mais um filme de ação descerebrado, ao invés disso temos um exemplar do melhor tipo de cinema, profundo e com diversas camadas onde nenhum take é desperdiçado. Depois do perfeito Onde os Fracos Não Têm Vez, eu fico muito feliz de ver um ótimo filme como esse revitalizar um gênero tão desgastado e de forma tão inteligente.
Os anos 80 foram estranhos para a música. A inserção Sintetizadores, teclados mexeram muito com os rumos dela. Para alguns isso foi revolucionários e para outros deveras cafona. Devo confessar que eu me incluo no segundo grupo. No entanto, do caldo excêntrico dos anos 80, algumas bandas me acessam profundamente. The cure, a-ha, Joy Division, Depeche Mode são algumas delas. E é com carinho, honestidade e doses cavalares de saudosismo que essas músicas são relembradas em Sing Street.
Terceiro filme de John Carney, segunda incursão dele nos musicais. Depois do excelente Once, Carney decide agora reviver toda atmosfera musical dos anos 80. Sing Street conta a história de Conor, garoto de 15 anos que vive em Dublin e que para fugir de dramas familiares e para impressionar uma misteriosa garota decide criar uma banda com seus colegas da escola. Esta retratada de forma extremamente conservadora referência óbvia mais do que apropriada a Another Brick on The Wall do Pink Floyd. E em meio a brigas familiares, valentões, "garotas complicadas" e professores fascistas, esse grupo de adolescentes encontram na música uma forma não só de fugir de seus dramas pessoais, mas de encontrarem a sua identidade. É muito legal observar a evolução dos personagens, e da própria banda, conforme eles são apresentados às principais bandas do momento. Maquiagens a lá Ziggy Stardust e The cure, clipes toscos, cabeleiras e roupas excêntricas e estilos musicais que vão mudando enquanto a história avança. Em uma das melhores sequencias do filme alguns personagens discutem sobre o amor alguém diz: "Seu problema é que você não está sendo feliz sendo trsite. Mas isso que é o amor, 'Happy-sad'". E após isso somos apresentados ao álbum do The Cure, "Eles são happy-sad". Genial. A construção dos clipes irão arrancar muitas gargalhadas, principalmente porque a forma artesanal e amadora nas quais os clipes são dirigidos são referências diretas aos clipes realizados naquela época.
Gosto da forma como Sing Street decide abraçar diversos clichês do Gênero, e se em alguns momentos escolhe subvertê-los, em outros abraça-os de forma honesta e nunca entregando-os a pieguice barata e fácil. Ok, o filme possui alguns momentos bobos, o que pode desagradar alguns, mas de forma alguma estragam a a beleza do filme. Seu único e grave problema na minha opinião, reside na forma negligente com que trata os outros integrantes da banda, que são tratados como meros objetos de alívio cômico ou como mero figurantes e o filme se encerra com a sensação de que gostaríamos de conhecer mais sobre aqueles queridos personagens.
Sabe aqueles bons filmes da sessão da tarde de antigamente? Esse seria um dos clássicos.
A Tartaruga Vermelha Têm algo na classe média que me incomoda bastante, algo que para muitos vai ser considerado uma loucura dizer, mas que para mim é a mais nova moda de consumo da minha geração: a necessidade quase que insuportável de realizar viagens. Sempre questiono o quanto que isso não reflete uma profunda angústia em conviver localmente, ,em lidar com a ilha que existe em cada um de nós. A Tartaruga Vermelha começa mostrando seu protagonista sendo arrastado por ondas chegando a uma ilha inabitada por outros humanos, sem dar qualquer explicação de como aquele homem naufragara(?). E seus primeiros minutos é sobre sua empreitada pra deixar a ilha, sempre frustradas por ataques de uma tartaruga vermelha. E não seria essa uma bela metáfora para nossa infrutífera busca por viagens, buscar procurar nos encontrar em outros espaços que não em nós mesmos, será que não seria contra a própria natureza das coisas. Essa é a premissa para essa animação maravilhosa criada pelos Studios Ghibli, e realizada com uma profunda sensibilidade. Com um nível de detalhes surpreendente, observe como cada folha parece ter sido desenhada uma a uma, e as cores vivas realçam a beleza da natureza a volta. Os protagonistas são desenhados com uma riqueza de movimentos que facilitam a nossa capacidade de nos identificarmos com aquelas formas humanas, processo muito importante para um filme sem diálogos. Também por se tratar de um filme sem diálogos, a trilha sonora recebeu um cuidado excepcional e posso arriscar que é a melhor trilha que ouvi em 2016(fãs de arrival irão me apedrejar). A trilha é cheia de momentos épicos, carregam muita emoção durante todo o filme, dos momentos mais minimalistas às partes mais tensas, onde ela encontra seus melhores momentos. Oscar? Vamos aguardar LaLa Land... E se as qualidades técnicas desse filme impressionam, suas reflexões se revelam tão impressionantes quanto. Desde os minutos iniciais de A Tartaruga Vermelha demonstra-se como é importante olharmos para nosso interior, processo difícil para o personagem que insiste em sair da ilha, até que algo surpreendente acontece, a tartaruga vermelha se transfigura em mulher, e é no encontro com o outro, com o diferente, com o oposto, que o nosso protagonista finalmente consegue encontrar significado em sua própria ilha. A partir desse encontro, o nosso personagem vai se encantando com a beleza da vida simples na natureza. Ao mesmo tempo mostra como nem sempre nossa relação com natureza é harmônica, ela pode ser caótica e trazer perigos. A natureza por si só pode trazer sofrimento ao homem, e isso faz parte da vida, não podemos fugir disso. O Studio Ghbli nos entrega mais um filme belo, sensível, mágico e introspectivo como os melhores filmes têm que ser. Por fim, talvez sua melhor qualidade seja o choque de alteridade que ele causa no espectador, ao assistir A Tartaruga Vermelha você se sentirá perdido, de encontro com o esquisito, o inexplicável, e essa sensação de eterna busca pela compreensão é essencial para que conheçamos nós mesmos.
Fãs de Star Wars podem ficar tranqüilos! Se depender do histórico de JJ Abrams a franquia Star Wars será mais uma ressuscitada com louvor. Star Trek tem tudo que um bom filme de ficção cientifica deve ter, mistério, ação e debates de idéias. A dinâmica entre os personagens é fantástica nesse filme, Spock e Kirk, opostos que se completam, os dois reservam momentos geniais do filme. E o vilão está ótimo, convence e em certos momentos até sensibiliza o espectador. Ressalvas apenas para a cena de ação do final do filme que acaba se estendo demais. No mais, excelente filme, e que venha Star Wars!
Bem, o que esperar de um filme sobre uma franquia de bonecos? As pessoas têm que entender que o cinema possui uma linguagem diferente dos desenhos animados, não dá pra colocar um roteiro tão idiota e esperar que as pessoas se convençam. E isso seria ofender alguns desenhos, que possuem historias muito mais complexas do que a desse filme. E eu vou logo dizendo que esse papo de "filme para se divertir" não cola, cenas de ação boas são aquelas que têm contexto, o que não é caso desse filme. Um bom filme pra vender boneco.
Perverso, pervertido e insano. Três palavras que definem esse Thriller de humor negro excelente, que eu só recomendo para aqueles com estômago forte. Destaque para a belíssima atuação de Matthew McConaughey, que consegue criar um personagem assustador, e é impossível não ficar tenso sempre que ele entra em cena. Com certeza o policial matador de aluguel Joe Cooper já é um personagem antológico. Sem desmerecer o restante do elenco, pelo contrario, todos estão ótimos, menção honrosa para Thomas Haden Church, por criar uma figura absurdamente estúpida. Esse filme, ao lado de Django, possui um dos clímax mais nervosos dos últimos tempos, a cena é minunciosamente construída com perfeição. E por fim, aplausos para o final de filme mais escroto de 2012. Desculpem se exagerei nas hipérboles, mas Killer Joe é assim mesmo, exagerado, no bom sentido, claro.
É assim que se faz um ótimo thriller! História muito boa e bem amarrada, personagens complexos e críveis(observe como as atuações são fortes), cenas emocionantes e muito bem construídas, repare como uma das cenas finais ganha força justamente pela sua simplicidade e pelo como ela foi amarrada até aquele momento. O filme ainda ganha muitos pontos por se tratar de um assunto sério de forma tão honesta e real.
Então, a primeira meia hora desse filme me deixou um pouco confuso, eu simplesmente não entendia porque todo mundo estava achando esse filme tão bom, cheio de cenas forçadas, diálogos ruins e sem trazer nada de novo ao apresentar personagens tão clichês em filmes do gênero. Percebi que ele foi feito para uma geração mais jovem e que se eu tivesse 15 anos seria o filme da minha vida e eu estaria apaixonado pela Emma Watson hehehehe. Vamos falar sério agora, esse filme tem alguns defeitos, principalmente no seu primeiro ato, e a verdade é que ele melhora absurdamente do meio para o final, e isso se deve muito ao elenco e como eles conseguem construir personagens multidimensionais. Outra grande faceta é tratar com seriedade certos dramas vividos pelos personagens e nunca subestimar seu espectador, por exemplo, ao não deixar tão claro a revelação feita no final do filme. Filme com alguns defeitos, mas que não deixa de emocionar com seu final poético, principalmente se você já se sentiu um "desajustado".
É muito interessante como o diretor tenta ligar os discursos sobre a crise econômica americana, inseridos durante todo o filme, com a própria situação da máfia no filme. Um filme com cenas longas, mas que ilustram perfeitamente os negócios por trás da máfia, desde negociações para definir os valores de um assassinato ou a na longa cena, e cruel, em que alguém é espancado ao ser interrogado. E quando o protagonista do filme em um determinado momento grita "Os Estados Unidos não são um país; são um negócio!”, é impossível não vibrar.
Um dos melhores filmes de ação que já vi. Cenas de ação muito reais, muito tensas, e uma dupla de protagonistas extremamente carismática nos levam a uma das cenas mais emocionantes do cinema em 2012. Recomendo demais, principalmente pra quem é fã do bom e velho Policial.
É incrível como Michael Haneke consegue chocar mesmo tratando de um sentimento tão sensível. Amor é um filme difícil de assistir, ele é lento e angustiante, e também muito verdadeiro. "Amor não é aquilo que se diz, mas aquilo que se faz pela pessoa verdadeiramente amada" ouvi isso em algum filme certa vez e nunca foi tão bem representado. Amor é um soco no romantismo barato e perfumado que estamos tão acostumados e conformados a ver no cinema, uma grande lição que infelizmente poucos verão.
Quando Lincoln entra em cena é impossível não se impressionar, Daniel Day-Lewis constrói o personagem de forma magnífica que rouba a cena cada vez que aparece. E é só pessoal, esperava muito mais da parceria Day-Lewis e Spielberg, mas só a interpretação e alguns raros momentos de Lincoln fazem valer o ingresso. Mais uma vez Spielberg tenta ser dramático e acaba sendo piegas na maioria das vezes, a trilha sonora "enche o saco" toda vez que tenta fazer rolar lágrimas, mas só faz soar melodramático. O filme acaba se alongando demais tornando seu final ainda mais patético. E no final Spielberg conseguiu o que queria, saí da sala do cinema triste...
Recomendo demais! Foi muito legal ver como o filme homenageia de forma inteligente personagens clássicos dos games e ao mesmo tempo não cria um filme feito para agradar apenas um determinado nicho. Ele conta uma história muito bem amarrada, com personagens carismáticos que te envolve e te sensibiliza de forma surpreendente no final. Não subestime esse filme e principalmente, não subestime o poder dos seus personagens. E outra, é empolgante saber que a Pixar não é a única a produzir boas animações!
Filme incrível! É Tarantino na sua melhor forma! Poucos sabem falar de cinema como o Tarantino, e ele faz isso magistralmente nesse filme em que homenageia o bom e velho faroeste spaghetti. Muito bom ver uma cena muito tensa ser construída nos mínimos detalhes, cenas antológicas. E o melhor de tudo, os diálogos estão sensacionais, afiados, rápidos, inteligentes, ácidos, a mente de Tarantino é doente e brilhante. Cinco estrelas fácil!
E aí, você é cético ou crente? Esse é um dos principais questionamentos feitos por Pi, e por deixar tão escrachado sua intenção, ele se torna justamente menos mágico no final. Cenas belíssimas permeiam o filme, mas no final cai em um "religiosismo" que diminui sua reflexão. Ficaria muito mais feliz se explicasse menos e fizesse refletir mais. Não se enganem, estamos diante de um ótimo filme, mas com certeza não dará mais um Oscar a Ang Lee.
É assim que se adapta uma obra dos quadrinhos para cinema. Ótimas cenas de ação, diálogos rápidos e inteligentes e uma parceria que convence. Muito bom!
Visceral e ao mesmo tempo muito sensível, esse filme leva Michael Fassbender ao seu máximo ao interpretar um viciado em sexo que não consegue criar nenhum laço profundo com as pessoas ao seu redor. Excelente filme, recomendado para aqueles com estômago forte.
Filme com a premissa muito boa, mas que descamba do meio pro final, sem se decidir se é uma fantasia, SiFi ou drama. Saí da sala de cinema muito desapontado...
Confesso que quando vi a notícia de lançamento desse filme fiquei empolgado, e apesar de ter soado o "caça níquel alert", como fã da trilogia original, eu queria ver mais. Triste decepção, o agente Aaron é de longe muito menos interessante que Bourne, e menos foda também. Eles exageraram na história dos super agentes, o que nos primeiros filmes era um pano de fundo para um estudo de personagem, aqui vemos uma história mirabolante sobre um personagem sem personalidade e sem graça. Enfim, filme desnecessário que só mancha o restante da franquia.
A história sobre um cavalo superdotado que vai à guerra... Sério mesmo senhor Spielberg? Nada nesse filme convence! Vale pela fotografia se você vai ver em HD, se não, passar longe.
Paul Giamati mais uma vez incrível. Só ele pra fazer esses personagens meio "anti-herói" meio ranzinza e ainda assim fazer você se identificar com eles. Filme muito sensível sobre relacionamentos, e uma cena no final muito emocionante. Vale muito a pena ver, principalmente se você quer ouvir umas boas dicas do que é importante num relacionamento.
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Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight
Em seu livro mais recente, Como conversar com um fascista, a filósofa Marcia Tiburi debate a importância da alteridade nas relações sociais e políticas. Alteridade nada mais é do que a nossa real capacidade de nos colocar no lugar do outro, de sermos verdadeiramente empáticos com o que é diferente de nós. Em um mundo em que o conservadorismo cresce a cada notícia, o ódio e o medo do estranho geram discursos fascistas carregados de misoginia, racismo e lgbtfobia, e por fim, onde a comoção se torna o vetor de movimento das massas impulsionada por uma mídia movida por interesses sombrios, Moonlight é uma luz a iluminar emoções e mostrar suas veias, um exercício de alteridade fulminante. Tudo que precisamos.
Moonlight basea-se num texto teatral nunca produzido, para contar a história de Chiron, criança negra que vive em um bairro negro dos EUA, que luta na busca por autoconhecimento num ambiente extremamente hostil. Ele é criado apenas por sua mãe Paula, interpretada de forma visceral pela pouco conhecida Naomie Harries, que entregue ao vício do crack não consegue dar a atenção necessária as angústias do filho, especialmente na ausência do pai. Esta situação é atenuada pelos constantes ataques de Bullings na escola onde é xingado de "Bixa", criando um ambiente de vulnerabilidade muito perigoso. A Jornada de Little(apelido que recebe na sua infância) começa realmente quando ele conhece Juan(Mahershala Ali), traficante de drogas da região, que o "adota" após salva-lo de um grupo de crianças que afugenta o pequeno em um prédio abandonado. Se tornando a única referência paterna do pequeno Chiron. A partir daí a história faz um estudo de personagem brilhante, abordando temas muito preciosos como paternidade, família, homofobia, criminalidade e desigualdade social.
A escolha de atores pouco conhecidos ou mesmo desconhecidos para esses papéis foi muito importante, ao vermos aquelas pessoas
a sensação é que poderia ser qualquer um, não temos nenhum laço familiar com eles e reforça um dos principais objetivos do filme, que é forçar o espectador a compreender o turbilhão de emoções vividos por aqueles indivíduos. Esses atores receberam uma difícil tarefa e correspondem de maneira magnífica, digo isso porque a fotografia(voltarei a falar dela depois) constantemente foca nas reações dos personagens, sempre em planos fechados contemplando suas faces na angústia, loucura, silêncio e sorrisos. Algumas interpretações merecem destaque, como Mahershala Ali ao encarnar
um homem que apesar do forte senso de comunidade sente o peso de suas ações como vendedor de Crack em um ambiente de muita vulnerabilidade. Já Namomie Harries vive uma mulher multidimensional e é incrível ver sua personagem evoluir durante toda película, da decadência a redenção. Mas o brilhantismo mesmo fica por conta do trio que interpreta Chiron na sua infância, adolescência e juventude, os atores são levados ao extremo. Em uma das cenas mais tocantes do filme vemos o pequeno "Little" preparando e tomando seu banho, sozinho em uma banheira. Olhar aquela criança com tantos questionamentos e angústias é simplesmente de rachar o coração. O mesmo acontece quando após um incidente em sua fase adolescente, em prantos olha para a diretora do colégio e diz "Vocês nem ao menos fazem ideia". Um elenco que faz jus as qualidades técnicas do filme.
Sua fotografia, trilha(possui uma música de Caetano) e montagem têm um papel fundamental em nos colocar em um processo empático com os personagens, e devo dizer que vi poucos filmes que conseguiram fazer essa união com tanta maestria. Sua fotografia é um dos aspectos mais fantásticos do filme, e algumas vezes, especialmente no primeiro ato, nos remete a Terence Mallick e seu belíssimo A Árvore da Vida. Sempre em planos fechados, atenuam a sensação de opressão e chega a ser claustrofóbico em diversos
momentos. Ao mesmo tempo faz com que nos coloque próximos do protagonista, e em uma das cenas mais minimalistas do filme, vemos "Little" brincando de luta com um amigo, se engalfinhando, num entrelaçar de braços e pernas que denotam as sutilezas do contato físico humano. Ou quando ele toma banho de mar com Juan e este aproveita pra ensiná-lo a nadar, a união de trilha e fotografia compõe uma das cenas mais belas do filme. E quando tudo isso se une a uma edição impecável temos sequências incríveis como a do início do terceiro ato, uma rima visual de tirar o fôlego. Uma direção brilhante, merecedora de todos os prêmios.
O filme ainda é muito honesto ao encarar a passagem do tempo e a impermanência das coisas, o que pode ser visto com certa frieza, mas denota muita maturidade. O que é uma grande qualidade do filme, por exemplo, em nenhum momomento subestima o espectador com diálogos que soem expositivos demais e às vezes usa poucas palavras para demarcar passagens de tempo e mesmo acontecimentos importantes. Isso determina também o rumo da história que estamos vendo, sobre quem e sobre o quê. Ao mesmo tempo, evoca no espectador o desejo de compreender o que está se passando, e não seria esse o ponto central do filme? O desejo de compreensão?
Moonlight é uma obra-prima, um filme muito contemplativo, avesso a palavras e cuidadoso com as emoções que quer passar. O azul que acompanha todo filme concede um ar de fábula, e quando ouvimos a história que define o título do filme e sua sequência final é maravilhosamente lírico, poético. Moonlight, assim como seu protagonista, é de poucas palavras, mas estas, quando ditas, explodem em sentimento, angústia e por fim, amor.
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista AgoraHell or Highwater
A crise financeira que se abateu nos EUA em 2009, causada pela ganância de banqueiros e bancários, e teve reflexo em todo o globo, deixou a economia do império em frangalhos. Muitos perderam seus empregos, suas terras e muito mais ainda perderam suas casas. Filmes muito bons como Inside Job, Capitalismo: Uma história de amor e os excepcionais Margin Call e A Grande Aposta retratam muito bem esse momento histórico. Muitas coisas vieram a tona desde então, e
após uma breve análise histórica não é difícl constatar que estamos diante de um império em declínio. As consequências de uma provável mudança no panorama hegemônico mundial ainda são turvas, no entanto, fazer uma avaliação de como está se dando esse processo localmente em terras yanks é um exercício que Hell or Highwater minimamente se propõe a fazer.
Nesse western moderno Chris Pine interpreta um pai divorciado que decide se aliar ao seu irmão, interpretado pelo sempre ótimo Ben Foster, para assaltar bancos a oeste do
texas, na tentativa de salvar o rancho de sua família, que está prestes a ser entregue aos bancos devido a dívidas e a crise imobiliária americana. O nosso querido Jeff Bridges interpreta o inteligentíssimo policial Marcus Hamilton, que acompanhado de seu parceiro de raízes indígenas são incumbidos de caçar os dois criminosos. É importante destacar as belíssimas e sensíveis interpretações entregues nesse filme. Chris Pine surpreende mostrando com muita sensibilidade a angústia de um homem cuja a face reflete toda dor de alguém que decide colocar a sua integridade moral e ética em risco em prol do bem-estar de sua família. Já Ben Foster faz o tipo ex-presidiário moralmente deturpado com maestria que, vítima de um sistema penitenciário injusto e violento, não exita em cometer atrocidades para conseguir o que quer. No entanto, graças a profunda entrega do ator, nunca deixamos de ver uma figura humana e que sua reação violenta vêm justamente do contexto de injustiças na qual os personagens estão imersos. Já Bridges surge como um policial veterano de raciocínio rápido representando a lei e a ordem. O que poderia ser um personagem frio, na verdade aqui é encarnado com profunda delicadeza pelo ator veterano, vemos assim um homem que é capaz de tratar seu parceiro com muito carinho e ao mesmo tempo ser implacável em sua busca. A dinâmica entre esses três personagens coloca o espectador em uma balança moral difícil pesar as decisões daqueles homens,
e essa é sua maior qualidade.
A fotografia realista é muito bonita, apela para o tom amarelo e reforça o clima árido do texas, tanto quanto o sentimento de pouca esperança que acompanha aqueles homens. Além disso, a decisão de mostrar durante todo o filme casas com placas de "A venda" e também de outdoors de bancos oferecendo empréstimos é essencial na construção de um subtexto que conecta o drama vivido pelos personagens com a realidade da economia estadunidense. O filme peca apenas quando faz isso de forma literal, mastigando demais o que já é óbvio para o espectador. Além disso, eventualmente aparece nas paisagens poços de perfuração de petróleo trazendo de relance o debate sobre a influência do "sangue negro" que a décadas guia os rumos desse país. Devo ressaltar a direção impecável das cenas de ação, realista e visceral. Em umas das cenas mais impressionante do filme os personagens são perseguidos por policiais e civis, é caótico, mas o espectador nunca deixa de entender o que está acontecendo. O fato de nos EUA existir o direito a porte de armas torna cada cidadão em um vigilante em potencial, substitua os cavalos por pickups e temos uma perseguição digna dos filmes de faroeste clássicos.
Sua trilha, realizada por Nick Cave(ele e sua banda lançaram um dos melhores álbuns de 2016) e Warren Ellis, também é dos pontos fortes do filme. Ela alterna momentos de melancolia e tensão, são pianos e violinos que acessam direto o coração, me remetendo aos melhores momentos das trilhas de Clint Eastwood. Além disso, as músicas countries escolhidas a dedo dão um ar de Road movie ao filme, que eventualmente nos distraem da jornada perigosa na qual os irmãos estão enfrentando.
Hell or Highwater(A Qualquer Custo em português) poderia ser mais um filme de ação descerebrado, ao invés disso temos um exemplar do melhor tipo de cinema, profundo e com diversas camadas onde nenhum take é desperdiçado. Depois do perfeito Onde os Fracos Não Têm Vez, eu fico muito feliz de ver um ótimo filme como esse revitalizar um gênero tão desgastado e de forma tão inteligente.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraSing Street
Os anos 80 foram estranhos para a música. A inserção Sintetizadores, teclados mexeram muito com os rumos dela. Para alguns isso foi revolucionários e para outros deveras cafona.
Devo confessar que eu me incluo no segundo grupo. No entanto, do caldo excêntrico dos anos 80, algumas bandas me acessam profundamente. The cure, a-ha, Joy Division, Depeche Mode são algumas delas. E é com carinho, honestidade e doses cavalares de saudosismo que essas músicas são relembradas em Sing Street.
Terceiro filme de John Carney, segunda incursão dele nos musicais. Depois do excelente Once, Carney decide agora reviver toda atmosfera musical dos anos 80. Sing Street conta a história
de Conor, garoto de 15 anos que vive em Dublin e que para fugir de dramas familiares e para impressionar uma misteriosa garota decide criar uma banda com seus colegas da escola. Esta retratada de forma extremamente conservadora
referência óbvia mais do que apropriada a Another Brick on The Wall do Pink Floyd. E em meio a brigas familiares, valentões, "garotas complicadas" e professores fascistas, esse grupo de adolescentes encontram na música
uma forma não só de fugir de seus dramas pessoais, mas de encontrarem a sua identidade. É muito legal observar a evolução dos personagens, e da própria banda, conforme eles são apresentados
às principais bandas do momento. Maquiagens a lá Ziggy Stardust e The cure, clipes toscos, cabeleiras e roupas excêntricas e estilos musicais que vão mudando enquanto a história avança. Em uma das melhores sequencias
do filme alguns personagens discutem sobre o amor alguém diz: "Seu problema é que você não está sendo feliz sendo trsite. Mas isso que é o amor, 'Happy-sad'". E após isso somos apresentados ao álbum do The Cure, "Eles são happy-sad".
Genial. A construção dos clipes irão arrancar muitas gargalhadas, principalmente porque a forma artesanal e amadora nas quais os clipes são dirigidos são referências diretas aos clipes realizados naquela época.
Gosto da forma como Sing Street decide abraçar diversos clichês do Gênero, e se em alguns momentos escolhe subvertê-los, em outros abraça-os de forma honesta e nunca entregando-os a pieguice barata e fácil. Ok, o filme possui alguns
momentos bobos, o que pode desagradar alguns, mas de forma alguma estragam a a beleza do filme. Seu único e grave problema na minha opinião, reside na forma negligente com que trata os outros integrantes da banda, que são tratados como
meros objetos de alívio cômico ou como mero figurantes e o filme se encerra com a sensação de que gostaríamos de conhecer mais sobre aqueles queridos personagens.
Sabe aqueles bons filmes da sessão da tarde de antigamente? Esse seria um dos clássicos.
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraA Tartaruga Vermelha
Têm algo na classe média que me incomoda bastante, algo que para muitos vai ser considerado uma loucura dizer, mas que para mim é a mais nova moda de consumo
da minha geração: a necessidade quase que insuportável de realizar viagens. Sempre questiono o quanto que isso não reflete uma profunda angústia em conviver localmente,
,em lidar com a ilha que existe em cada um de nós. A Tartaruga Vermelha começa mostrando seu protagonista sendo arrastado por ondas chegando a uma ilha inabitada por outros humanos,
sem dar qualquer explicação de como aquele homem naufragara(?). E seus primeiros minutos é sobre sua empreitada pra deixar a ilha, sempre frustradas por ataques de uma tartaruga
vermelha. E não seria essa uma bela metáfora para nossa infrutífera busca por viagens, buscar procurar nos encontrar em outros espaços que não em nós mesmos, será que não seria contra a própria natureza
das coisas.
Essa é a premissa para essa animação maravilhosa criada pelos Studios Ghibli, e realizada com uma profunda sensibilidade. Com um nível de detalhes surpreendente,
observe como cada folha parece ter sido desenhada uma a uma, e as cores vivas realçam a beleza da natureza a volta. Os protagonistas são desenhados com uma riqueza de movimentos
que facilitam a nossa capacidade de nos identificarmos com aquelas formas humanas, processo muito importante para um filme sem diálogos. Também por se tratar de um filme
sem diálogos, a trilha sonora recebeu um cuidado excepcional e posso arriscar que é a melhor trilha que ouvi em 2016(fãs de arrival irão me apedrejar). A trilha é cheia
de momentos épicos, carregam muita emoção durante todo o filme, dos momentos mais minimalistas às partes mais tensas, onde ela encontra seus melhores momentos. Oscar? Vamos
aguardar LaLa Land...
E se as qualidades técnicas desse filme impressionam, suas reflexões se revelam tão impressionantes quanto. Desde os minutos iniciais de A Tartaruga Vermelha demonstra-se
como é importante olharmos para nosso interior, processo difícil para o personagem que insiste em sair da ilha, até que algo surpreendente acontece, a tartaruga vermelha
se transfigura em mulher, e é no encontro com o outro, com o diferente, com o oposto, que o nosso protagonista finalmente consegue encontrar significado em sua própria ilha.
A partir desse encontro, o nosso personagem vai se encantando com a beleza da vida simples na natureza. Ao mesmo tempo mostra como nem sempre nossa relação com natureza
é harmônica, ela pode ser caótica e trazer perigos. A natureza por si só pode trazer sofrimento ao homem, e isso faz parte da vida, não podemos fugir disso.
O Studio Ghbli nos entrega mais um filme belo, sensível, mágico e introspectivo como os melhores filmes têm que ser. Por fim, talvez sua melhor qualidade
seja o choque de alteridade que ele causa no espectador, ao assistir A Tartaruga Vermelha você se sentirá perdido, de encontro com o esquisito, o inexplicável, e
essa sensação de eterna busca pela compreensão é essencial para que conheçamos nós mesmos.
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista AgoraFãs de Star Wars podem ficar tranqüilos! Se depender do histórico de JJ Abrams a franquia Star Wars será mais uma ressuscitada com louvor. Star Trek tem tudo que um bom filme de ficção cientifica deve ter, mistério, ação e debates de idéias. A dinâmica entre os personagens é fantástica nesse filme, Spock e Kirk, opostos que se completam, os dois reservam momentos geniais do filme. E o vilão está ótimo, convence e em certos momentos até sensibiliza o espectador. Ressalvas apenas para a cena de ação do final do filme que acaba se estendo demais. No mais, excelente filme, e que venha Star Wars!
G.I. Joe: Retaliação
3.0 870 Assista AgoraBem, o que esperar de um filme sobre uma franquia de bonecos? As pessoas têm que entender que o cinema possui uma linguagem diferente dos desenhos animados, não dá pra colocar um roteiro tão idiota e esperar que as pessoas se convençam. E isso seria ofender alguns desenhos, que possuem historias muito mais complexas do que a desse filme. E eu vou logo dizendo que esse papo de "filme para se divertir" não cola, cenas de ação boas são aquelas que têm contexto, o que não é caso desse filme. Um bom filme pra vender boneco.
Ted
3.1 3,4K Assista AgoraMuito divertido, e provocador na medida certa. Um suspiro de criatividade nesse gênero tão esgotado e difícil de agradar.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 880 Assista AgoraPerverso, pervertido e insano. Três palavras que definem esse Thriller de humor negro excelente, que eu só recomendo para aqueles com estômago forte. Destaque para a belíssima atuação de Matthew McConaughey, que consegue criar um personagem assustador, e é impossível não ficar tenso sempre que ele entra em cena. Com certeza o policial matador de aluguel Joe Cooper já é um personagem antológico. Sem desmerecer o restante do elenco, pelo contrario, todos estão ótimos, menção honrosa para Thomas Haden Church, por criar uma figura absurdamente estúpida. Esse filme, ao lado de Django, possui um dos clímax mais nervosos dos últimos tempos, a cena é minunciosamente construída com perfeição. E por fim, aplausos para o final de filme mais escroto de 2012. Desculpem se exagerei nas hipérboles, mas Killer Joe é assim mesmo, exagerado, no bom sentido, claro.
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraÉ assim que se faz um ótimo thriller! História muito boa e bem amarrada, personagens complexos e críveis(observe como as atuações são fortes), cenas emocionantes e muito bem construídas, repare como uma das cenas finais ganha força justamente pela sua simplicidade e pelo como ela foi amarrada até aquele momento. O filme ainda ganha muitos pontos por se tratar de um assunto sério de forma tão honesta e real.
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraEntão, a primeira meia hora desse filme me deixou um pouco confuso, eu simplesmente não entendia porque todo mundo estava achando esse filme tão bom, cheio de cenas forçadas, diálogos ruins e sem trazer nada de novo ao apresentar personagens tão clichês em filmes do gênero. Percebi que ele foi feito para uma geração mais jovem e que se eu tivesse 15 anos seria o filme da minha vida e eu estaria apaixonado pela Emma Watson hehehehe. Vamos falar sério agora, esse filme tem alguns defeitos, principalmente no seu primeiro ato, e a verdade é que ele melhora absurdamente do meio para o final, e isso se deve muito ao elenco e como eles conseguem construir personagens multidimensionais. Outra grande faceta é tratar com seriedade certos dramas vividos pelos personagens e nunca subestimar seu espectador, por exemplo, ao não deixar tão claro a revelação feita no final do filme. Filme com alguns defeitos, mas que não deixa de emocionar com seu final poético, principalmente se você já se sentiu um "desajustado".
O Homem da Máfia
3.1 593 Assista AgoraÉ muito interessante como o diretor tenta ligar os discursos sobre a crise econômica americana, inseridos durante todo o filme, com a própria situação da máfia no filme. Um filme com cenas longas, mas que ilustram perfeitamente os negócios por trás da máfia, desde negociações para definir os valores de um assassinato ou a na longa cena, e cruel, em que alguém é espancado ao ser interrogado. E quando o protagonista do filme em um determinado momento grita "Os Estados Unidos não são um país; são um negócio!”, é impossível não vibrar.
Marcados para Morrer
3.8 480 Assista AgoraUm dos melhores filmes de ação que já vi. Cenas de ação muito reais, muito tensas, e uma dupla de protagonistas extremamente carismática nos levam a uma das cenas mais emocionantes do cinema em 2012. Recomendo demais, principalmente pra quem é fã do bom e velho Policial.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraÉ incrível como Michael Haneke consegue chocar mesmo tratando de um sentimento tão sensível. Amor é um filme difícil de assistir, ele é lento e angustiante, e também muito verdadeiro. "Amor não é aquilo que se diz, mas aquilo que se faz pela pessoa verdadeiramente amada" ouvi isso em algum filme certa vez e nunca foi tão bem representado. Amor é um soco no romantismo barato e perfumado que estamos tão acostumados e conformados a ver no cinema, uma grande lição que infelizmente poucos verão.
Lincoln
3.5 1,5KQuando Lincoln entra em cena é impossível não se impressionar, Daniel Day-Lewis constrói o personagem de forma magnífica que rouba a cena cada vez que aparece. E é só pessoal, esperava muito mais da parceria Day-Lewis e Spielberg, mas só a interpretação e alguns raros momentos de Lincoln fazem valer o ingresso. Mais uma vez Spielberg tenta ser dramático e acaba sendo piegas na maioria das vezes, a trilha sonora "enche o saco" toda vez que tenta fazer rolar lágrimas, mas só faz soar melodramático. O filme acaba se alongando demais tornando seu final ainda mais patético. E no final Spielberg conseguiu o que queria, saí da sala do cinema triste...
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraRecomendo demais! Foi muito legal ver como o filme homenageia de forma inteligente personagens clássicos dos games e ao mesmo tempo não cria um filme feito para agradar apenas um determinado nicho. Ele conta uma história muito bem amarrada, com personagens carismáticos que te envolve e te sensibiliza de forma surpreendente no final. Não subestime esse filme e principalmente, não subestime o poder dos seus personagens. E outra, é empolgante saber que a Pixar não é a única a produzir boas animações!
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraFilme incrível! É Tarantino na sua melhor forma! Poucos sabem falar de cinema como o Tarantino, e ele faz isso magistralmente nesse filme em que homenageia o bom e velho faroeste spaghetti. Muito bom ver uma cena muito tensa ser construída nos mínimos detalhes, cenas antológicas. E o melhor de tudo, os diálogos estão sensacionais, afiados, rápidos, inteligentes, ácidos, a mente de Tarantino é doente e brilhante. Cinco estrelas fácil!
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KE aí, você é cético ou crente? Esse é um dos principais questionamentos feitos por Pi, e por deixar tão escrachado sua intenção, ele se torna justamente menos mágico no final. Cenas belíssimas permeiam o filme, mas no final cai em um "religiosismo" que diminui sua reflexão. Ficaria muito mais feliz se explicasse menos e fizesse refletir mais. Não se enganem, estamos diante de um ótimo filme, mas com certeza não dará mais um Oscar a Ang Lee.
Dredd
3.6 1,4K Assista AgoraÉ assim que se adapta uma obra dos quadrinhos para cinema. Ótimas cenas de ação, diálogos rápidos e inteligentes e uma parceria que convence. Muito bom!
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraVisceral e ao mesmo tempo muito sensível, esse filme leva Michael Fassbender ao seu máximo ao interpretar um viciado em sexo que não consegue criar nenhum laço profundo com as pessoas ao seu redor. Excelente filme, recomendado para aqueles com estômago forte.
Looper: Assassinos do Futuro
3.6 2,1KFilme com a premissa muito boa, mas que descamba do meio pro final, sem se decidir se é uma fantasia, SiFi ou drama. Saí da sala de cinema muito desapontado...
O Legado Bourne
3.2 885 Assista AgoraConfesso que quando vi a notícia de lançamento desse filme fiquei empolgado, e apesar de ter soado o "caça níquel alert", como fã da trilogia original, eu queria ver mais. Triste decepção, o agente Aaron é de longe muito menos interessante que Bourne, e menos foda também. Eles exageraram na história dos super agentes, o que nos primeiros filmes era um pano de fundo para um estudo de personagem, aqui vemos uma história mirabolante sobre um personagem sem personalidade e sem graça. Enfim, filme desnecessário que só mancha o restante da franquia.
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KA história sobre um cavalo superdotado que vai à guerra... Sério mesmo senhor Spielberg? Nada nesse filme convence! Vale pela fotografia se você vai ver em HD, se não, passar longe.
A Minha Versão do Amor
3.6 160 Assista AgoraPaul Giamati mais uma vez incrível. Só ele pra fazer esses personagens meio "anti-herói" meio ranzinza e ainda assim fazer você se identificar com eles. Filme muito sensível sobre relacionamentos, e uma cena no final muito emocionante. Vale muito a pena ver, principalmente se você quer ouvir umas boas dicas do que é importante num relacionamento.