Até que ponto pode nos levar a vaidade? O jovem advogado Kevin Lomax enfrenta este dilema, quando é convidado pelo renomado John Milton para sair de uma tranquila cidade da Flórida e trabalhar com todo o luxo em Nova Iorque. Mas, tudo tem o seu preço: obcecado pelo trabalho e em sempre ganhar as causas, Kevin acaba se esquecendo da esposa Mary Ann, e esta começa a ter visões demoníacas, despertando a desconfiança do marido. Ela chega a ser internada numa clínica psiquiátrica. A mãe de Kevin, uma fervorosa religiosa, não aprova as atitudes do filho e o surpreende com uma revelação. Kevin percebe que não vale a pena ir contra a sua consciência para defender um cliente que é culpado. Ótimos enredo, direção, trilha sonora (incluindo Rolling Stones e Bach) e efeitos especiais. Vale a pena ser visto.
Sem dúvida um dos melhores filmes que assisti em 2013. Além de contar com um elenco de primeira, tem história baseada em fatos reais, e ação não falta, quem assisti e diz que é ruim é pq não sabe apreciar um bom filme!
Nunca acreditei muito no ser humano os sete pecados capitais estão quase sempre certos. Somos pó que fecha os olhos diante do vento. David Fincher Monstrooo!!!
Em "Melancolia", o cunhado milionário da melancólica é o risível (e covarde) crente nos cálculos da ciência oficial que nega a rota de colisão entre a Terra e o gigantesco planeta chamado Melancolia. Lars von Trier nos dá sua versão dos infortúnios de Justine. Se em Sade ela é a vítima indefesa da crueldade de uma natureza que ama torturar suas criaturas, revelando a inutilidade da virtude no mundo (lembremos que Sade usa o nome Justine como alternativa para "infortúnio"), em Von Trier ela é a vítima indefesa da melancolia porque (sempre) percebeu que "a vida na Terra é má" e condenada. Um acaso isolado e único no universo: "Estamos sós", diz a profetisa Justine. Mesmo a comida mais gostosa revelará seu sabor verdadeiro: a substância última das coisas são as cinzas. Ao tocar o mundo com a boca, a profetisa Justine sente o "gosto" da verdade infeliz das coisas. No filme, melancolia não é apenas o nome de uma doença, mas o nome do planeta que prova que os melancólicos são profetas. Quando finalmente se comprova a inevitabilidade da "dança da morte" (nome dado no filme para a rota de colisão), Justine aparentemente sai da tristeza e se revela a mais corajosa das duas irmãs. Ela não se cura, o universo é que deixa de "mentir" sobre si mesmo. Numa noite clara, ela oferece seu corpo nu ao planeta Melancolia, como uma mulher apaixonada faz para seu amante, buscando seu beijo. Uma declaração de amor à morte. Imagine, nesta segunda-feira, por um instante, se Justine tiver razão e estivermos mesmo sós num universo feito de cinzas.
Palentine: " Sinceramente Travis, o que mais te incomoda nesse país?" Travis: "Sinceramente, Senhor Palentine, é preciso limpar esta cidade, quando eu saio não dá nem pra aguentar o mau cheiro dessa cidade cheia de lixo, sinceramente o próximo presidente eleito devia passar o rodo, dá descarga e manda tudo pro inferno" Palentine: " Não vai ser fácil, Travis, é preciso fazer mudanças radicais"
Quem dera estas mudanças radicais tivessem sido feitas., há muito tempo já nós acostumamos com o cheiro da imundície que percolou na sociedade. TAXI DRIVER, foi rodado ainda no início do naufrágio, com um raio de esperança no final da viagem obscura da violência, paranoia e obsessão, agora o mau cheiro já não incomoda, o espírito de resignação impera e a futilidade domina.
No seu maravilhoso filme "Fanny e Alexander", de 1982, o bispo da cidade (da igreja protestante), o "malvado" da história, se casa com a bela e recém viúva, mãe de Fanny e Alexander.
Na cena em que ele já agoniza diante da morte, ele inveja a capacidade da esposa de ter "tantas máscaras" diante da vida, enquanto ele tem "apenas uma", aquela monstruosa que vemos ao longo do filme: um homem cruel, que usa o ministério religioso como forma de destruição da vida ao seu redor. Em desespero, ele confessa que muitas vezes tentou arrancar essa máscara do rosto, mas nunca conseguiu porque ele já não tinha rosto sem ela.
Ele não é "mau em si". Ele é, como todos nós, inseguro, desamparado, abandonado num mundo que vaga sob uma abóbada azul vazia (imagem comum na obra de Bergman). Alguns sucumbem mais violentamente aos demônios do que outros. Alguns negam esses demônios dizendo que eles não existem. Eu prefiro vê-los no espelho todo dia porque eles são o meu rosto.
A literatura de autoajuda é apenas uma máscara vendida a R$ 1,99. Miserável falta de respeito para com uma espécie que luta ancestralmente contra os próprios demônios.
Meu Deus, por que temos de ser uma espécie assim tão infeliz? Essa trama é um soco na mente pois a vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música.
O filme “As Damas do Bois de Boulogne” , do cineasta francês Robert Bresson, de 1945, é uma pérola sobre a confiança na vida e nos laços afetivos. Bresson é um cineasta muito marcado pelo pensamento do escritor George Bernanos, grande anatomista da alma e especialista em nossa natureza vaidosa, mentirosa e, por isso mesmo, desesperada. Coisa para gente grande, rara hoje em dia, neste mundo governado por adultos infantis.
O filme trata da vingança de uma mulher belíssima contra seu ex-amante (que a abandonou), um homem frívolo e covarde por temperamento. Essa vingança se constitui na aposta de que ele e a mulher que ela “contrata” para sua vingança agirão do modo esperado. Sua intenção é fazer com que seu ex-amante se apaixone por essa mulher “contratada”, uma prostituta.
O homem é mantido na ignorância da vida pregressa de sua noiva até depois do casamento. O que a mulher abandonada não contava é que a prostituta se apaixonasse pelo covarde, levando-o a transformação inesperada de caráter.
O amor também é personagem central da obra do dinamarquês Soren Kierkegaard “As Obras do Amor” [trecho do livro], da Vozes. Esse livro é o texto mais belo que conheço sobre o amor na filosofia ocidental. Segundo nosso existencialista, o amor tudo crê, mas nunca se ilude porque, assim como a desconfiança e o ceticismo, o amor sabe que o conhecimento não é capaz de nada além do que fundamentar o niilismo, o ceticismo e o desespero.
O amor é um afeto moral, não um ato da razão. A razão não justifica a vida. O amor é uma escolha de investimento na vida, uma atitude, mesmo que a razão prove a falta de sentido último de tudo.
Ingênuos são os niilistas e céticos que consideram a desconfiança um ato livre da vontade. A desconfiança é uma escravidão. A aposta na vida é que mostra o caráter maduro de mulheres e homens.
“Amor Pleno“, filme de Terrence Malick, é um exemplo do que o místico espanhol do século 16 San Juan de la Cruz chamou de “noite escura da alma”. Não é à toa que o padre (Javier Bardem) tem um discurso muito colado ao do místico espanhol. Ele é o personagem central da narrativa. Como sempre, sem teologia e filosofia, não se entende Terrence Malick.
Por consequência, o filme está próximo do texto bíblico “Cântico dos Cânticos”, peça fundamental da literatura mística ocidental, influência marcante no místico espanhol: “Onde Te escondestes que não Te encontro, meu Deus?”. No “Cânticos”, o amor entre Deus e a humanidade é representado pelo amor entre um homem e uma mulher, suas agonias, prazeres e ausências. “A Noite Escura da Alma” é, como “Cânticos”, um texto erótico.O filme encerra com a imagem do Mont Saint-Michel, na França, local onde o casal vai no começo de seu amor. Esta abadia é símbolo da vida monástica medieval. Os filósofos vitorinos (Hugo e Ricardo da Abadia de São Vitor, século 12), em sua teoria sobre o amor, entendiam que o amor, posteriormente dito romântico, era da mesma substância do amor de Deus.
Assim como é difícil para nós mantermos o amor por Deus
O filme é uma peça de teatro, uma prova perfeita de que menos é mais.
O elenco arrasa: Jodie Foster (a chata politicamente correta azeda), Kate Winslet (a gostosa reprimida e histérica que vomita quando fica nervosa e se ressente da ausência do marido que não larga o celular), Christoph Waltz (advogado cínico de uma indústria farmacêutica, marido da Winslet) e John C. Reilly (marido da Foster, aparentemente pacífico e submisso a ela, com medo de hamsters, mas que estoura no fim e a acusa de ser moralista e “fake”).Dois casais se encontram na casa de um deles (Foster e Reilly) para conversar sobre a porrada na cara que o filho deles recebeu do filho do outro casal (Winslet e Waltz). O que de início parece ser uma conversa civilizada entre pessoas que têm um conflito para resolver num “espírito Obama de ser”, do tipo “a guerra do Oriente Médio pode ser resolvida com um ciclo de filmes chatos sobre a paz”, acaba por se transformar num desentendimento geral em que as verdadeiras e sombrias personalidades e vergonhas aparecem.
Exceção feita ao advogado que, desde cedo, revela sua impaciência com o blá-blá-blá do amor à África da personagem da Foster e sua ideia de que nós ocidentais de fato superamos nossas misérias em favor de uma sociedade com “consciência social”. Consciência social é sempre tão falsa como bolsa Prada “fake”, ou se não é falsa, você é um puritano fanático que baba sangue na mesa.
Ela escreve livros sobre Darfur e a miséria na África e, em meio a seus berros contidos de histérica, ela decreta que quem não se preocupa com a pobreza mundial não tem caráter. Tenta passar a imagem de que ama e perdoa a todos, inclusive o filho da Winslet que bateu em seu filho, mas no fundo é uma passiva agressiva, aquele tipo de mulher descrita por Woody Allen, que fala baixinho, mas fere fundo com sua saliva venenosa e cruel.
Outro traço risível da personagem da Foster é seu “amor à cultura”. Quando Winslet vomita em seus livros de arte (aquele tipo de livro-trambolho de arte que a classe média “semiletrada”, termo usado pelo crítico Otto Maria Carpeaux, deixa em sua mesa de centro como atestado de sua ilustração afetada), Foster começa a gritar e fala como eles procuram dar aos filhos uma educação “cultural” para fazer deles pessoas melhores.
Risadas? Se não bastasse o clichê dos nazistas que choravam com Bach à noite e torravam judeus de dia, qualquer pessoa inteligente e não afetada por essa falácia de que a cultura deixa alguém melhor sabe do ridículo dessa hipótese pedagógica. Foster é aquele tipo de mãe que acha que seus filhos ficam nas redes sociais discutindo a fome em Zâmbia, quando na realidade estão fazendo bullying em rede com algum colega feio da escola.
O conflito central do enredo se dá entre esse novo puritanismo “fake” que assola o mundo contemporâneo de gente chiquezinha de Nova York e São Paulo (gente que fala frases do tipo “Nova York é outra coisa”), representada por Jodie Foster, e o cinismo niilista do advogado interpretado por Waltz.
A hipótese do advogado, que dá nome ao filme (em inglês “Carnage”, que é carnificina), é de que talvez exista um Deus, mas ele é mal e gosta de nos ver nos matando, daí a carnificina. Em oposição ao besteirol da África vítima, ele narra suas viagens à África, nas quais vê como eles se matam entre si com prazer, cortando-se mutuamente em pedaços. E Deus se diverte com isso.
Essa hipótese é conhecida por todo estudioso do cristianismo antigo: alguns textos antigos falam de um Deus mau, o Deus dos gnósticos. Ele seria um sádico e nos criou para nos torturar. Essa hipótese, com diferenças locais, aparece em heréticos como os bogomilos e cátaros na Idade Média, em Sade no século 18, em Cioran no 20 e em Lars von Trier na sua releitura do Éden, no “Anticristo”.
Eu prefiro o niilismo do advogado Waltz ao amor “político” da Foster. Escolho a dor, e não a mentira, porque sou uma humanista.
Revi o maravilhoso “Revelações”, com Anthony Hopkins (Coleman Silk) e a bela Nicole Kidman (Faunia Farley). O filme é baseado no romance de Philip Roth “A Marca Humana“. Este romance guarda um segredo que não deve ser revelado, sob pena de destruir seu impacto. Ele devia ser lido por todo mundo acometido da doença do século: a superficialidade de alma. Não se combate essa doença com alguma teoria sobre a vida (como pensam os superficiais ilustrados), mas unicamente com o mais puro impasse.O filme é uma profunda prova do fracasso do sentido das coisas. Tudo na narrativa constrói a destruição do sentido da vida. O único lugar onde Coleman e Faunia existem é na solidão gloriosa do sexo.
Num dado momento ela chama a atenção dele para que tudo que existe entre eles é sexo. Ele insiste que não. Ela diz para ele que ele pensa assim porque não faz sexo há muito tempo.
A intimidade física entre uma mulher e um homem é de fato uma das maiores experiência da vida. Em meio aos restos dela, no encontro entre a saliva e o sexo, podemos encontrar alguma alma que valha a pena.
Vejam o maravilhoso “A Caça“, com o excelente Mads Mikkelsen (o mesmo do “Amante da Rainha“) no papel principal de um professor de jardim de infância injustamente acusado de pedofilia por uma aluna.
O filme deveria ser passado nas escolas de magistratura, nas faculdades de psicologia, pedagogia, serviço social e outros quebrantos.
Tudo nele é sofisticado e a serviço de desmascarar o inquisidor que existe em nós. O erro da “moçadinha” para um mundo melhor é não entender que, para descobrir o inquisidor babão em si mesmo, a chave não é pensar em “vítimas oficiais de preconceito”, mas sim em quem você odeia por razões que você considera justas.
A questão do filme não é negar o horror da pedofilia (vamos esclarecer antes que algum inquisidor comece a babar em cima de mim), mas, sim, mostrar como funciona nossa velha natureza humana em seus novos objetos de gozo mórbido moral.
A menina, Klara, tendo sido “recusada” em seu amor pelo professor Lucas (Mikkelsen) — ela o beija na boca –, vinga-se dizendo para a diretora da escola (esse ser quase sempre pronto para abraçar qualquer moda, mesmo as modas de horror como a pedofilia) que ele tinha mostrado seu órgão sexual para ela.
Daí, claro, segue-se o “normal”: um especialista acaba por dar a bênção “científica” para a acusação de pedofilia contra o inocente Lucas. Ele segue a cartilha de que as crianças nunca mentem e quando negam o suposto abuso é porque estão envergonhadas. De repente, todas as crianças dizem terem sido abusadas.
Por isso, de nada adianta o arrependimento de Klara, que tenta negar o que disse mil vezes (e ela o faz várias vezes, mas nenhum adulto acredita nela). Todos “cospem” em Lucas: amigos e suas mulheres, colegas de trabalho, ex-mulher, quitandeiros.
Teste sua alma de inquisidor: o que você faria se acusassem o professor de sua filhinha de pedofilia?
$$$$$$$$Vida eterna ao Capitalismo$$$$$$$$ Por que muitas nações são pobres, miseráveis, atrasadas, enterradas em crime e fome? Causas geográficas? Culturais? Religiosas? Étnicas? Não. A diferença está num modo de organização política e social específico que cria condições para as pessoas buscarem livremente seus interesses. Democracia liberal, igualdade perante a lei e garantias de que as pessoas podem agir livremente no mercado de trabalho e de produtos. Numa palavra, sociedade de mercado. Foi isso que derrotou o comunismo, mas muitos já esqueceram.
Infelizmente entre nós (brasileiros), ainda se pensa que isso seja simplesmente um modo cruel de viver, negador da “solidariedade” e defensor da “ganância”. Muito pelo contrário: é só a riqueza que torna a solidariedade possível, não há solidariedade na pobreza, isso é mito.
“Nunca confiei na felicidade”, diz o personagem de Robert Duvall no filme Tender Mercies (“A Força do Carinho”, título brasileiro bem infeliz para o filme), papel com o qual ganhou o Oscar de melhor ator em 1983. O filme narra a derrocada de um cantor de música country e sua sofrida redenção, graças ao amor e generosidade de uma mulher.
No filme, salta aos olhos o deserto do Texas, a solidão de todas as planícies e a total ausência de qualquer metafísica barata, coisa comum hoje no cinema, seja ela moral, psicológica, ambiental ou política. O homem e a mulher são seres abandonados no mundo e devem cuidar de suas vidas porque ninguém mais o fará.
A primeira regra do Clube da Luta é: “Você não fala sobre o Clube da Luta”. A segunda regra é: “Não fale sobre o Clube da Luta”. Tá bom, entendido… Não vamos falar sobre o Clube da Luta. Só uma coisa: se você ainda não viu, assista.
O filme é (meio) parado porque a vida é parada ora bolas!! vai dizer que o seu cotidiano é frenético o tempo todo? Taxi Driver representa o vazio do nosso cotidiano com morte, sofrimento, solidão, insegurança, fome, sexo. Fazemos o que podemos diante da opacidade do mundo e do tempo.O filme as vezes chega a ser tão parado que muitos desistem.
Advogado do Diabo
4.0 1,4K Assista AgoraAté que ponto pode nos levar a vaidade? O jovem advogado Kevin Lomax enfrenta este dilema, quando é convidado pelo renomado John Milton para sair de uma tranquila cidade da Flórida e trabalhar com todo o luxo em Nova Iorque. Mas, tudo tem o seu preço: obcecado pelo trabalho e em sempre ganhar as causas, Kevin acaba se esquecendo da esposa Mary Ann, e esta começa a ter visões demoníacas, despertando a desconfiança do marido. Ela chega a ser internada numa clínica psiquiátrica. A mãe de Kevin, uma fervorosa religiosa, não aprova as atitudes do filho e o surpreende com uma revelação. Kevin percebe que não vale a pena ir contra a sua consciência para defender um cliente que é culpado. Ótimos enredo, direção, trilha sonora (incluindo Rolling Stones e Bach) e efeitos especiais. Vale a pena ser visto.
Dia de Treinamento
3.9 727 Assista Agora“O importante não é o que você sabe, mas o que você pode provar.”
― Dia de Treinamento
O Jovem Karl Marx
3.6 272 Assista AgoraA esquerda ''ama'' a humanidade mas detesta o seu semelhante.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraO que dizer?
Caça aos Gângsteres
3.5 889 Assista AgoraSem dúvida um dos melhores filmes que assisti em 2013. Além de contar com um elenco de primeira, tem história baseada em fatos reais, e ação não falta, quem assisti e diz que é ruim é pq não sabe apreciar um bom filme!
Seven: Os Sete Crimes Capitais
4.3 2,7K Assista AgoraNunca acreditei muito no ser humano
os sete pecados capitais estão quase sempre certos. Somos pó que fecha os olhos diante do vento.
David Fincher Monstrooo!!!
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraEm "Melancolia", o cunhado milionário da melancólica é o risível (e covarde) crente nos cálculos da ciência oficial que nega a rota de colisão entre a Terra e o gigantesco planeta chamado Melancolia.
Lars von Trier nos dá sua versão dos infortúnios de Justine. Se em Sade ela é a vítima indefesa da crueldade de uma natureza que ama torturar suas criaturas, revelando a inutilidade da virtude no mundo (lembremos que Sade usa o nome Justine como alternativa para "infortúnio"), em Von Trier ela é a vítima indefesa da melancolia porque (sempre) percebeu que "a vida na Terra é má" e condenada. Um acaso isolado e único no universo: "Estamos sós", diz a profetisa Justine.
Mesmo a comida mais gostosa revelará seu sabor verdadeiro: a substância última das coisas são as cinzas. Ao tocar o mundo com a boca, a profetisa Justine sente o "gosto" da verdade infeliz das coisas.
No filme, melancolia não é apenas o nome de uma doença, mas o nome do planeta que prova que os melancólicos são profetas.
Quando finalmente se comprova a inevitabilidade da "dança da morte" (nome dado no filme para a rota de colisão), Justine aparentemente sai da tristeza e se revela a mais corajosa das duas irmãs. Ela não se cura, o universo é que deixa de "mentir" sobre si mesmo.
Numa noite clara, ela oferece seu corpo nu ao planeta Melancolia, como uma mulher apaixonada faz para seu amante, buscando seu beijo. Uma declaração de amor à morte.
Imagine, nesta segunda-feira, por um instante, se Justine tiver razão e estivermos mesmo sós num universo feito de cinzas.
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista AgoraPalentine: " Sinceramente Travis, o que mais te incomoda nesse país?"
Travis: "Sinceramente, Senhor Palentine, é preciso limpar esta cidade, quando eu saio não
dá nem pra aguentar o mau cheiro dessa cidade cheia de lixo, sinceramente o
próximo presidente eleito devia passar o rodo, dá descarga e manda tudo pro inferno"
Palentine: " Não vai ser fácil, Travis, é preciso fazer mudanças radicais"
Quem dera estas mudanças radicais tivessem sido feitas., há muito tempo já nós acostumamos
com o cheiro da imundície que percolou na sociedade. TAXI DRIVER, foi rodado ainda no início
do naufrágio, com um raio de esperança no final da viagem obscura da violência, paranoia e obsessão,
agora o mau cheiro já não incomoda, o espírito de resignação impera e a futilidade domina.
Fanny e Alexander
4.3 215No seu maravilhoso filme "Fanny e Alexander", de 1982, o bispo da cidade (da igreja protestante), o "malvado" da história, se casa com a bela e recém viúva, mãe de Fanny e Alexander.
Na cena em que ele já agoniza diante da morte, ele inveja a capacidade da esposa de ter "tantas máscaras" diante da vida, enquanto ele tem "apenas uma", aquela monstruosa que vemos ao longo do filme: um homem cruel, que usa o ministério religioso como forma de destruição da vida ao seu redor. Em desespero, ele confessa que muitas vezes tentou arrancar essa máscara do rosto, mas nunca conseguiu porque ele já não tinha rosto sem ela.
Ele não é "mau em si". Ele é, como todos nós, inseguro, desamparado, abandonado num mundo que vaga sob uma abóbada azul vazia (imagem comum na obra de Bergman). Alguns sucumbem mais violentamente aos demônios do que outros. Alguns negam esses demônios dizendo que eles não existem. Eu prefiro vê-los no espelho todo dia porque eles são o meu rosto.
A literatura de autoajuda é apenas uma máscara vendida a R$ 1,99. Miserável falta de respeito para com uma espécie que luta ancestralmente contra os próprios demônios.
A Perseguição
3.2 850 Assista AgoraViver e Morrer nesse dia!Viver e Morrer nesse dia.Filmaçoooooooooooooooooo
"crer ou não crer" não é algo que você escolhe, "acontece".
O Pianista
4.4 1,8K Assista AgoraMeu Deus, por que temos de ser uma espécie assim tão infeliz?
Essa trama é um soco na mente pois a vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música.
As Damas do Bosque de Boulogne
3.8 22 Assista AgoraO filme “As Damas do Bois de Boulogne” , do cineasta francês Robert Bresson, de 1945, é uma pérola sobre a confiança na vida e nos laços afetivos. Bresson é um cineasta muito marcado pelo pensamento do escritor George Bernanos, grande anatomista da alma e especialista em nossa natureza vaidosa, mentirosa e, por isso mesmo, desesperada. Coisa para gente grande, rara hoje em dia, neste mundo governado por adultos infantis.
O filme trata da vingança de uma mulher belíssima contra seu ex-amante (que a abandonou), um homem frívolo e covarde por temperamento. Essa vingança se constitui na aposta de que ele e a mulher que ela “contrata” para sua vingança agirão do modo esperado. Sua intenção é fazer com que seu ex-amante se apaixone por essa mulher “contratada”, uma prostituta.
O homem é mantido na ignorância da vida pregressa de sua noiva até depois do casamento. O que a mulher abandonada não contava é que a prostituta se apaixonasse pelo covarde, levando-o a transformação inesperada de caráter.
O amor também é personagem central da obra do dinamarquês Soren Kierkegaard “As Obras do Amor” [trecho do livro], da Vozes. Esse livro é o texto mais belo que conheço sobre o amor na filosofia ocidental. Segundo nosso existencialista, o amor tudo crê, mas nunca se ilude porque, assim como a desconfiança e o ceticismo, o amor sabe que o conhecimento não é capaz de nada além do que fundamentar o niilismo, o ceticismo e o desespero.
O amor é um afeto moral, não um ato da razão. A razão não justifica a vida. O amor é uma escolha de investimento na vida, uma atitude, mesmo que a razão prove a falta de sentido último de tudo.
Ingênuos são os niilistas e céticos que consideram a desconfiança um ato livre da vontade. A desconfiança é uma escravidão. A aposta na vida é que mostra o caráter maduro de mulheres e homens.
Amor Pleno
3.0 558“Amor Pleno“, filme de Terrence Malick, é um exemplo do que o místico espanhol do século 16 San Juan de la Cruz chamou de “noite escura da alma”. Não é à toa que o padre (Javier Bardem) tem um discurso muito colado ao do místico espanhol. Ele é o personagem central da narrativa. Como sempre, sem teologia e filosofia, não se entende Terrence Malick.
Por consequência, o filme está próximo do texto bíblico “Cântico dos Cânticos”, peça fundamental da literatura mística ocidental, influência marcante no místico espanhol: “Onde Te escondestes que não Te encontro, meu Deus?”. No “Cânticos”, o amor entre Deus e a humanidade é representado pelo amor entre um homem e uma mulher, suas agonias, prazeres e ausências. “A Noite Escura da Alma” é, como “Cânticos”, um texto erótico.O filme encerra com a imagem do Mont Saint-Michel, na França, local onde o casal vai no começo de seu amor. Esta abadia é símbolo da vida monástica medieval. Os filósofos vitorinos (Hugo e Ricardo da Abadia de São Vitor, século 12), em sua teoria sobre o amor, entendiam que o amor, posteriormente dito romântico, era da mesma substância do amor de Deus.
Assim como é difícil para nós mantermos o amor por Deus
Deus da Carnificina
3.8 1,4KO filme é uma peça de teatro, uma prova perfeita de que menos é mais.
O elenco arrasa: Jodie Foster (a chata politicamente correta azeda), Kate Winslet (a gostosa reprimida e histérica que vomita quando fica nervosa e se ressente da ausência do marido que não larga o celular), Christoph Waltz (advogado cínico de uma indústria farmacêutica, marido da Winslet) e John C. Reilly (marido da Foster, aparentemente pacífico e submisso a ela, com medo de hamsters, mas que estoura no fim e a acusa de ser moralista e “fake”).Dois casais se encontram na casa de um deles (Foster e Reilly) para conversar sobre a porrada na cara que o filho deles recebeu do filho do outro casal (Winslet e Waltz). O que de início parece ser uma conversa civilizada entre pessoas que têm um conflito para resolver num “espírito Obama de ser”, do tipo “a guerra do Oriente Médio pode ser resolvida com um ciclo de filmes chatos sobre a paz”, acaba por se transformar num desentendimento geral em que as verdadeiras e sombrias personalidades e vergonhas aparecem.
Exceção feita ao advogado que, desde cedo, revela sua impaciência com o blá-blá-blá do amor à África da personagem da Foster e sua ideia de que nós ocidentais de fato superamos nossas misérias em favor de uma sociedade com “consciência social”. Consciência social é sempre tão falsa como bolsa Prada “fake”, ou se não é falsa, você é um puritano fanático que baba sangue na mesa.
Ela escreve livros sobre Darfur e a miséria na África e, em meio a seus berros contidos de histérica, ela decreta que quem não se preocupa com a pobreza mundial não tem caráter. Tenta passar a imagem de que ama e perdoa a todos, inclusive o filho da Winslet que bateu em seu filho, mas no fundo é uma passiva agressiva, aquele tipo de mulher descrita por Woody Allen, que fala baixinho, mas fere fundo com sua saliva venenosa e cruel.
Outro traço risível da personagem da Foster é seu “amor à cultura”. Quando Winslet vomita em seus livros de arte (aquele tipo de livro-trambolho de arte que a classe média “semiletrada”, termo usado pelo crítico Otto Maria Carpeaux, deixa em sua mesa de centro como atestado de sua ilustração afetada), Foster começa a gritar e fala como eles procuram dar aos filhos uma educação “cultural” para fazer deles pessoas melhores.
Risadas? Se não bastasse o clichê dos nazistas que choravam com Bach à noite e torravam judeus de dia, qualquer pessoa inteligente e não afetada por essa falácia de que a cultura deixa alguém melhor sabe do ridículo dessa hipótese pedagógica. Foster é aquele tipo de mãe que acha que seus filhos ficam nas redes sociais discutindo a fome em Zâmbia, quando na realidade estão fazendo bullying em rede com algum colega feio da escola.
O conflito central do enredo se dá entre esse novo puritanismo “fake” que assola o mundo contemporâneo de gente chiquezinha de Nova York e São Paulo (gente que fala frases do tipo “Nova York é outra coisa”), representada por Jodie Foster, e o cinismo niilista do advogado interpretado por Waltz.
A hipótese do advogado, que dá nome ao filme (em inglês “Carnage”, que é carnificina), é de que talvez exista um Deus, mas ele é mal e gosta de nos ver nos matando, daí a carnificina. Em oposição ao besteirol da África vítima, ele narra suas viagens à África, nas quais vê como eles se matam entre si com prazer, cortando-se mutuamente em pedaços. E Deus se diverte com isso.
Essa hipótese é conhecida por todo estudioso do cristianismo antigo: alguns textos antigos falam de um Deus mau, o Deus dos gnósticos. Ele seria um sádico e nos criou para nos torturar. Essa hipótese, com diferenças locais, aparece em heréticos como os bogomilos e cátaros na Idade Média, em Sade no século 18, em Cioran no 20 e em Lars von Trier na sua releitura do Éden, no “Anticristo”.
Eu prefiro o niilismo do advogado Waltz ao amor “político” da Foster. Escolho a dor, e não a mentira, porque sou uma humanista.
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Revelações
2.9 94 Assista AgoraRevi o maravilhoso “Revelações”, com Anthony Hopkins (Coleman Silk) e a bela Nicole Kidman (Faunia Farley). O filme é baseado no romance de Philip Roth “A Marca Humana“. Este romance guarda um segredo que não deve ser revelado, sob pena de destruir seu impacto. Ele devia ser lido por todo mundo acometido da doença do século: a superficialidade de alma. Não se combate essa doença com alguma teoria sobre a vida (como pensam os superficiais ilustrados), mas unicamente com o mais puro impasse.O filme é uma profunda prova do fracasso do sentido das coisas. Tudo na narrativa constrói a destruição do sentido da vida. O único lugar onde Coleman e Faunia existem é na solidão gloriosa do sexo.
Num dado momento ela chama a atenção dele para que tudo que existe entre eles é sexo. Ele insiste que não. Ela diz para ele que ele pensa assim porque não faz sexo há muito tempo.
A intimidade física entre uma mulher e um homem é de fato uma das maiores experiência da vida. Em meio aos restos dela, no encontro entre a saliva e o sexo, podemos encontrar alguma alma que valha a pena.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraVejam o maravilhoso “A Caça“, com o excelente Mads Mikkelsen (o mesmo do “Amante da Rainha“) no papel principal de um professor de jardim de infância injustamente acusado de pedofilia por uma aluna.
O filme deveria ser passado nas escolas de magistratura, nas faculdades de psicologia, pedagogia, serviço social e outros quebrantos.
Tudo nele é sofisticado e a serviço de desmascarar o inquisidor que existe em nós. O erro da “moçadinha” para um mundo melhor é não entender que, para descobrir o inquisidor babão em si mesmo, a chave não é pensar em “vítimas oficiais de preconceito”, mas sim em quem você odeia por razões que você considera justas.
A questão do filme não é negar o horror da pedofilia (vamos esclarecer antes que algum inquisidor comece a babar em cima de mim), mas, sim, mostrar como funciona nossa velha natureza humana em seus novos objetos de gozo mórbido moral.
A menina, Klara, tendo sido “recusada” em seu amor pelo professor Lucas (Mikkelsen) — ela o beija na boca –, vinga-se dizendo para a diretora da escola (esse ser quase sempre pronto para abraçar qualquer moda, mesmo as modas de horror como a pedofilia) que ele tinha mostrado seu órgão sexual para ela.
Daí, claro, segue-se o “normal”: um especialista acaba por dar a bênção “científica” para a acusação de pedofilia contra o inocente Lucas. Ele segue a cartilha de que as crianças nunca mentem e quando negam o suposto abuso é porque estão envergonhadas. De repente, todas as crianças dizem terem sido abusadas.
Por isso, de nada adianta o arrependimento de Klara, que tenta negar o que disse mil vezes (e ela o faz várias vezes, mas nenhum adulto acredita nela). Todos “cospem” em Lucas: amigos e suas mulheres, colegas de trabalho, ex-mulher, quitandeiros.
Teste sua alma de inquisidor: o que você faria se acusassem o professor de sua filhinha de pedofilia?
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista Agora$$$$$$$$Vida eterna ao Capitalismo$$$$$$$$
Por que muitas nações são pobres, miseráveis, atrasadas, enterradas em crime e fome? Causas geográficas? Culturais? Religiosas? Étnicas? Não. A diferença está num modo de organização política e social específico que cria condições para as pessoas buscarem livremente seus interesses. Democracia liberal, igualdade perante a lei e garantias de que as pessoas podem agir livremente no mercado de trabalho e de produtos. Numa palavra, sociedade de mercado. Foi isso que derrotou o comunismo, mas muitos já esqueceram.
Infelizmente entre nós (brasileiros), ainda se pensa que isso seja simplesmente um modo cruel de viver, negador da “solidariedade” e defensor da “ganância”. Muito pelo contrário: é só a riqueza que torna a solidariedade possível, não há solidariedade na pobreza, isso é mito.
Batman Begins
4.0 1,4K Assista Agora“Não é o que eu sou por dentro, e sim o que faço que me define”
– Rachel
20 Centavos
3.3 17Que Deus tenha piedade de nós num mundo tomado por pessoas que se julgam retas.
A Força do Carinho
3.5 22“Nunca confiei na felicidade”, diz o personagem de Robert Duvall no filme Tender Mercies (“A Força do Carinho”, título brasileiro bem infeliz para o filme), papel com o qual ganhou o Oscar de melhor ator em 1983. O filme narra a derrocada de um cantor de música country e sua sofrida redenção, graças ao amor e generosidade de uma mulher.
No filme, salta aos olhos o deserto do Texas, a solidão de todas as planícies e a total ausência de qualquer metafísica barata, coisa comum hoje no cinema, seja ela moral, psicológica, ambiental ou política. O homem e a mulher são seres abandonados no mundo e devem cuidar de suas vidas porque ninguém mais o fará.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraA primeira regra do Clube da Luta é: “Você não fala sobre o Clube da Luta”. A segunda regra é: “Não fale sobre o Clube da Luta”. Tá bom, entendido… Não vamos falar sobre o Clube da Luta. Só uma coisa: se você ainda não viu, assista.
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista AgoraO filme é (meio) parado porque a vida é parada ora bolas!! vai dizer que o seu cotidiano é frenético o tempo todo? Taxi Driver representa o vazio do nosso cotidiano com morte, sofrimento, solidão, insegurança, fome, sexo. Fazemos o que podemos diante da opacidade do mundo e do tempo.O filme as vezes chega a ser tão parado que muitos desistem.