Um filme cuja história abre possibilidades para várias interpretações já é interessante demais, ainda mais numa execução sensacional dessas, com uma grande atuação do Dev Patel, outro ótimo trabalho do Lowery e a fotografia impecável, lógico.
The Green Knight faz uma releitura de várias jornadas de herois trazendo temas já recorrentes como honra, imagem, coragem, orgulho e medo. Ao longo do filme, que se enche de simbologias e alegorias, outras temáticas mais subversivas aparecem, coisas que realmente eu não estava esperando.
A forma como Lowery escolhe mostrar a jornada do heroi de forma psicodélica e totalmente alucinante, com seres e personagens estranhos e bizarros envolvidos em contextos mais surtados ainda, é um grande diferencial do filme pra mim. A experiência é diferente, ousada, contrastando com a esmagadora maioria das coisas que vi de 2021.
Os elementos fantásticos, como o Cavaleiro Verde, a raposa, a mulher do lago, os personagens da mansão, são recheados de enigmas e mistérios, remetendo muito aos contos clássicos.
Um filme que me surpreendeu e me encantou a todo momento, e me dando muita vontade de rever logo. A narrativa é muito rica, com subtextos interessantíssimos e com cenas, inclusive o final, bem abertos à interpretação.
Uma poesia cínica e angustiante. Há beleza e terror, apresentados como felicidade e desejo, um filme difícil pela visão escolhida para se observar a história.
Não há remorso, há substituição e modificação. Um delírio da realidade pelos olhos de quem machuca, de quem é inconsequente, de forma confortável e tranquila.
O filme decide mostrar um singelo recorte de menos de 2h da vida de Cléo, e o tanto de coisas que o roteiro nos entrega me surpreendeu.
Uma cantora iniciante, muito bonita, já levanta de antemão alguns problemas que esperamos encontrar no que pode se seguir, mas a história felizmente foge desse lugar comum e entra numa viagem existencialista.
O dilema da iminência da morte/sofrimento já na primeira cena com uma vidente é a situação imediata na mente de Cléo, mas ao longo do filme fui percebendo a complexidade da protagonista, que a cada caminhada e encontro com outros personagens ia revelando seus medos, projeções e aspirações.
Nessa pegada bem intimista fui me identificando com vários pensamentos e inseguranças dos personagens multifacetados do filme. A preocupação em como somos vistos e valorizados, nossos relacionamentos e nossos desejos.
Um filme dos anos 60 ainda trás alguns bons comentários sobre preconceito de gênero, de forma bem sutil, se incorporando no estudo de personagem da Cléo. Gostei das atuações, da fotografia e principalmente da forma que a direção da Varda conduz a história, gerando aflição nos momentos certos.
Uma ótima experiência pro primeiro filme que vejo da diretora.
Conheço bem pouco da obra do Bergman, vi apenas quatro filmes, e não precisa de uma amostra muito maior pra perceber o talentosíssimo diretor que ele foi e é. O visual desse filme e os enquadramentos utilizados são nada menos que perfeitos e imersivos. O ritmo é vagaroso e calculado com grande espaço pros atores entregarem performances ótimas.
Tematicamente é difícil analisar, e sei que não é apenas sobre a inevitabilidade da morte, mas em como enfrentamos esse personagem terrível e universal. Assisti Morangos Silvestres antes desse filme, e existe certa relação entre as obras, e no Sétimo Selo inclusive, aparecem essas frutas num momentos que me parece bem pertinente.
Por acompanharmos alguns personagens mais do que outros, ao final do filme existe uma sensação de horror quanto a morte e sua chegada. A cena do confessionário, onde o líder da religião é a própria morte, mostra que até o alto clero responde a ela.
Mas a mensagem me pareceu ser muito otimista, tratando mais de um viés realista do que pessimista. Há uma grande importância do casal de atores itinerantes e seu filho nessa elaborada narrativa de simbolismos. Tanto nas visão da virgem maria, ou de algum presságio, que pra mim remetem à importância da religião e do propósito na vida.
Existe algo mais que nos faz olhar além. O cético e os sem propósito enxergam a morte como um pavor ou um final. Aqueles que vivem por algo, seja pela família, pela amor de alguém, sabem que esse propósito transcende nossa existência, são as coisas que importam, mais do que tudo.
Bergman promove momentos de horror e desconforto com maestria, mas em momentos casuais como um piquenique, a leveza aparece, e conversas doces preenchem a história. Há também diálogos sobre existencialismo e críticas à religião como forma de opressão. E O Sétimo Selo encontra o balanço perfeito entre tudo isso.
O sétimo selo ainda não foi aberto para alguns, mas um dia será. Como estamos lidando com isso, e qual a importância de pensar sobre, se é que há alguma? A abertura do último selo trará confirmação e revelará ou não um propósito maior? O sentido que falta em todas as coisas está travada por esse selo, ou a desordem e absurdo são os únicos deuses? Nosso rei está encurralado no tabuleiro, rodeado por bispos e torres negras. A abertura do último selo é questão de tempo.
Um filme pra se admirar e refletir. Um clássico justamente celebrado.
Uma ideia bem interessante, que se mantém atrativa durante todo o filme.
Existem várias analogias que podem ser estabelecidas com o quarto dos desejos, que creio ser a parte mais rasa dessa análise. Quando no início do segundo ato um novo personagem aparece, as coisas ficam muito mais interessantes e intensas, e o filme vai ficando com uma narrativa mórbida e doentia.
Essa narrativa vai se diluindo, creio eu, por conta do roteiro que trabalha de forma bem porcona mesmo o desenvolvimento do novo personagem. E essa tentativa bem falha de elaborar e promover o andar da trama esconde os protagonistas da própria história, os deixando em segundo plano.
No ato final, há uma cena bem desnecessária, que se justifica apenas pelo
Primeiro da trilogia da Netflix, e um grande desapontamento.
Esquecível seja talvez a definição que procuro para esse filme, o que é bastante problemático, já que há mais dois filmes em sequência. O que torna esse filme difícil de se lembrar é a falta total de originalidade e voz autoral, com decisões narrativas muito duvidosas.
Muitos elementos já conhecidos do gênero policial/investigação bem mal usados ao meu ver, como o excesso de chuva, os twists antes de se cortar a cena, um vidente que prevê uma catástrofe na vida da protagonista... e por aí vai.
Ainda assim tem algumas boas atuações, uma cinematografia agradável e um mistério minimamente satisfatório que me prendeu à investigação. Por mais que o roteiro se esforce para deixar a experiência confusa e intrincada além do que realmente é, o filme não chega a ser lá de todo ruim.
Totalmente descompromissado e divertido de se ver.
Uma ideia já batida, de um zé ''ninguém'' que se mostra muito mais perigoso do que aparenta. Coreografias muito bem elaboradas, e o grande destaque pra mim é o Bob Odenkirk, que inesperadamente se mostra um grande ator de ação.
Achei esse filme bem difícil de se assistir. É uma gangorra de expectativas e tédio.
Haneke tem um apetite por abusar de nossa paciência em seus filmes, e em Tempos de Lobo, sua direção está no ápice dessa malícia. Sua filmografia pregressa a esse filme nos aterroriza com problemas sociais recorrentes, e nesse aqui enfim, ele cria um universo distópico onde suas críticas aos problemas de comunicação e perversidade humana são mais palpáveis e extremas.
Existe um uso bem sutil de simbologias místicas e religiosas, problemas de sobrevivência ''comuns'' no que se espera de um mundo pós-apocalíptico, problemas de grupos e famílias, exclusão social, disputas de poder, egoísmo e tantas outras alegorias com a nossa sociedade. Além desses óbvios e já recorrentes usos de alegorias sociais num mundo pós-catástrofe, Haneke nos presenteia com seu habitual e chocante pessimismo.
Propositalmente o filme parece não ter começo nem fim, acompanhamos apenas o meio dessa história junto com uma família destroçada, com um grande destaque à belíssima atuação de Isabelle Huppert como a mãe dessa família. Como as explicações do que aconteceu com o mundo são escassas, para não dizer nulas, sentimos a falta de um propósito superior em todos os personagens até metade do filme, vemos apenas a busca por sobrevivência imediata.
Quando a família encontra um maior grupo de pessoas, passam a compartilhar de um propósito em comum, a espera por um trem que salvaria a todos. Mais uma vez, nada é explicado sobre o trem, de onde vem, e como ele estaria ligado à salvação desse grupo. Haneke alegoriza então a fé como propósito de vida, utilizando muito a simbologia do sacrifício e do auto sacrifício como instrumento dessa salvação.
Nesse mundo há apenas sofrimento e desespero, onde as pessoas vivem sem propósito nenhum além de chegar ao próximo dia, e tudo que experimentam são mortes, fome, escassez, estupros, abuso e toda tipo de maldade humana. A única esperança é um trem que está para chegar, como uma espécie de força superior, capaz de nos tirar dessa decadente realidade. Esse mundo distópico é nosso mundo, vivemos nele todos os dias.
É um pessimismo existencial explorando de onde vem as dores humanas, a total falta de empatia e de propósito, a falha comunicativa, a presença do tédio e monotonia na nossa vida. Tempos de Lobo mostra um apocalipse cruel, o colapso da própria humanidade como sociedade.
Pra quem, assim como eu, experimentou sair de casa para a faculdade pode se conectar muito com a história. Me fez relembrar muitos momentos com minha família.
Para o público mais novo deve funcionar perfeitamente, mas parando pra se pensar no quão ilógico é toda essa revolução das máquinas, pode até amargar um pouco a experiência.
De resto eu gostei bastante, com uma animação super criativa, num ritmo frenético, com quase nenhuma enrolação. O humor é bem acertado, sem exagerar demais, com direito a referências a outros filmes clássicos.
A impressão que me dá é que em algum momento desistiram de uma abordagem mais trash e resolveram levar essa proposta ridícula a sério. Todos os elementos no limiar do escrachado e ridículo.
Um roteiro e atuações que imploram por sátira e diversão, mas o corte final só deixa o filme ser genérico, previsível e esquecível.
Por mais que a comunidade religiosa não seja tão bem explorada como em outros filmes desse mesmo ''assunto'', e se envolver mais com a ação e em bons efeitos visuais e práticos, ainda consegui absorver a mensagem sobre religião e seus perigos.
O elenco é bem funcional, e o clima sempre sombrio com pitadas de coisas malucas acontecendo a todo tempo me envolveram completamente na narrativa de horror.
O início desse filme é um tiro no estômago, e é conduzido de uma forma tão realista que pesa mais ainda. O arco de desenvolvimento da filha com o pai é maravilhoso, e essa relação familiar é a parte forte do filme.
A segunda metade do filme me deixou um pouco dividido, ela emociona e comove, mas é muito previsível e apelativa. Por mais que eu tenha me emocionado, eu sabia quando os momentos de alento iam aparecer, e quando a trilha sonora ia subir, meio manipulativo demais pra mim. Ainda assim me envolvi.
Os pontos baixos pra mim do filme ficam na relação da garotinha com os amigos e no julgamento, que é igual qualquer julgamento de uma série qualquer de tv de tão insosso. Acho que faltou um pouco de ousadia e fugir do óbvio.
Eu gostei de praticamente tudo nesse filme, mas aquilo que era pra ser essencial me soou um tanto artificial.
As várias histórias das famílias, os recortes das vidas que moram naquela região são muito agradáveis e divertidas até. Mesmo sem ''conclusões'' funcionam pra história que está sendo contada.
A chegada da milícia no começo do filme desperta a mente do espectador a diversas possibilidades, que peca somente na conclusão, que foi onde desgostei. Tanto a ideia quanto a execução me desapontaram, talvez porque eu tenha percebido a obra de outro jeito, ou tenha criado expectativas erradas, ou porque ela destoa fortemente do ritmo do filme, que usa sempre insinuações, pistas e coisas mais sutis.
O filme tenta e consegue fugir dos caminhos óbvios de filmes de guerra. As atuações me incomodaram negativamente e existem algumas divagações e pensamentos que não consegui captar, achei muito disperso, não me levando à conclusões ou reflexões mais aprofundadas.
A ótica nazista da guerra é muito boa quando comparamos essa visão com a do ''lado vitorioso''. Filme de 77, lançado na época do Vietnam, propondo certos questionamentos sobre a necessidade da guerra pela visão nazista, muitos desses pontos podendo ser diretamente ligados à necessidade ou não dos soldados americanos invadirem o Vietnam.
Curti o filme até chegar ao terceiro ato. Creio que tem muita coisa positiva até aí, com um ótimo panorama sobre a guerra, ótimas cenas de batalha e a também ótima cena do jantar.
A ''missão'' final do grupo é deslocada do resto do filme, se apegando em exageros repetidamente até cansar. Um terceiro ato repleto de inimigos burros e excesso de glorificação do auto sacrifício na guerra, além de conversar quase nada com a proposta inicial.
Tão bom quanto o primeiro, mas perde um pouquinho por ter poucos momentos improvisados. Ainda assim é excelente na crítica aos estereótipos e da cultura americana. A Maria Bakalova se encaixa perfeitamente no universo de Borat.
A Cena com o Rudy Giuliani é uma das minhas favoritas do ano, impagável!!!
O arco do protagonista beira o ridículo de mal feito, deve ter tido algum corte na edição final ou algo do tipo. Os personagens secundários são mal desenvolvidos, e servem apenas pra contribuírem pros momentos de epifania do Comandante Krause.
As cenas de batalhas são bem criativas, gostei de todas, mas a mania de colocar o Tom Hanks tendo a solução pra tudo incomoda. Salvo a edição de som que é realmente fantástica.
A história fica esquecível pra mim: mas um herói improvável que fez milagres em alguma frente da segunda guerra.
Tirando um ou outro detalhe técnico como figurino e efeitos visuais, nada se aproveita nesse filme. O enredo consegue ser mais desinteressante do que genérico. O filme trabalha contra ele mesmo, se boicotando sem parar.
Devo assistir a animação em breve para uma comparação.
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista AgoraUm filme cuja história abre possibilidades para várias interpretações já é interessante demais, ainda mais numa execução sensacional dessas, com uma grande atuação do Dev Patel, outro ótimo trabalho do Lowery e a fotografia impecável, lógico.
The Green Knight faz uma releitura de várias jornadas de herois trazendo temas já recorrentes como honra, imagem, coragem, orgulho e medo. Ao longo do filme, que se enche de simbologias e alegorias, outras temáticas mais subversivas aparecem, coisas que realmente eu não estava esperando.
A forma como Lowery escolhe mostrar a jornada do heroi de forma psicodélica e totalmente alucinante, com seres e personagens estranhos e bizarros envolvidos em contextos mais surtados ainda, é um grande diferencial do filme pra mim. A experiência é diferente, ousada, contrastando com a esmagadora maioria das coisas que vi de 2021.
Os elementos fantásticos, como o Cavaleiro Verde, a raposa, a mulher do lago, os personagens da mansão, são recheados de enigmas e mistérios, remetendo muito aos contos clássicos.
Um filme que me surpreendeu e me encantou a todo momento, e me dando muita vontade de rever logo. A narrativa é muito rica, com subtextos interessantíssimos e com cenas, inclusive o final, bem abertos à interpretação.
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraUma poesia cínica e angustiante. Há beleza e terror, apresentados como felicidade e desejo, um filme difícil pela visão escolhida para se observar a história.
Não há remorso, há substituição e modificação. Um delírio da realidade pelos olhos de quem machuca, de quem é inconsequente, de forma confortável e tranquila.
Cléo das 5 às 7
4.2 200 Assista AgoraO filme decide mostrar um singelo recorte de menos de 2h da vida de Cléo, e o tanto de coisas que o roteiro nos entrega me surpreendeu.
Uma cantora iniciante, muito bonita, já levanta de antemão alguns problemas que esperamos encontrar no que pode se seguir, mas a história felizmente foge desse lugar comum e entra numa viagem existencialista.
O dilema da iminência da morte/sofrimento já na primeira cena com uma vidente é a situação imediata na mente de Cléo, mas ao longo do filme fui percebendo a complexidade da protagonista, que a cada caminhada e encontro com outros personagens ia revelando seus medos, projeções e aspirações.
Nessa pegada bem intimista fui me identificando com vários pensamentos e inseguranças dos personagens multifacetados do filme. A preocupação em como somos vistos e valorizados, nossos relacionamentos e nossos desejos.
Um filme dos anos 60 ainda trás alguns bons comentários sobre preconceito de gênero, de forma bem sutil, se incorporando no estudo de personagem da Cléo. Gostei das atuações, da fotografia e principalmente da forma que a direção da Varda conduz a história, gerando aflição nos momentos certos.
Uma ótima experiência pro primeiro filme que vejo da diretora.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KConheço bem pouco da obra do Bergman, vi apenas quatro filmes, e não precisa de uma amostra muito maior pra perceber o talentosíssimo diretor que ele foi e é. O visual desse filme e os enquadramentos utilizados são nada menos que perfeitos e imersivos. O ritmo é vagaroso e calculado com grande espaço pros atores entregarem performances ótimas.
Tematicamente é difícil analisar, e sei que não é apenas sobre a inevitabilidade da morte, mas em como enfrentamos esse personagem terrível e universal. Assisti Morangos Silvestres antes desse filme, e existe certa relação entre as obras, e no Sétimo Selo inclusive, aparecem essas frutas num momentos que me parece bem pertinente.
Por acompanharmos alguns personagens mais do que outros, ao final do filme existe uma sensação de horror quanto a morte e sua chegada. A cena do confessionário, onde o líder da religião é a própria morte, mostra que até o alto clero responde a ela.
Mas a mensagem me pareceu ser muito otimista, tratando mais de um viés realista do que pessimista. Há uma grande importância do casal de atores itinerantes e seu filho nessa elaborada narrativa de simbolismos. Tanto nas visão da virgem maria, ou de algum presságio, que pra mim remetem à importância da religião e do propósito na vida.
Existe algo mais que nos faz olhar além. O cético e os sem propósito enxergam a morte como um pavor ou um final. Aqueles que vivem por algo, seja pela família, pela amor de alguém, sabem que esse propósito transcende nossa existência, são as coisas que importam, mais do que tudo.
Bergman promove momentos de horror e desconforto com maestria, mas em momentos casuais como um piquenique, a leveza aparece, e conversas doces preenchem a história. Há também diálogos sobre existencialismo e críticas à religião como forma de opressão. E O Sétimo Selo encontra o balanço perfeito entre tudo isso.
O sétimo selo ainda não foi aberto para alguns, mas um dia será. Como estamos lidando com isso, e qual a importância de pensar sobre, se é que há alguma? A abertura do último selo trará confirmação e revelará ou não um propósito maior? O sentido que falta em todas as coisas está travada por esse selo, ou a desordem e absurdo são os únicos deuses? Nosso rei está encurralado no tabuleiro, rodeado por bispos e torres negras. A abertura do último selo é questão de tempo.
Um filme pra se admirar e refletir. Um clássico justamente celebrado.
O Quarto dos Desejos
3.0 374 Assista AgoraUma ideia bem interessante, que se mantém atrativa durante todo o filme.
Existem várias analogias que podem ser estabelecidas com o quarto dos desejos, que creio ser a parte mais rasa dessa análise. Quando no início do segundo ato um novo personagem aparece, as coisas ficam muito mais interessantes e intensas, e o filme vai ficando com uma narrativa mórbida e doentia.
Essa narrativa vai se diluindo, creio eu, por conta do roteiro que trabalha de forma bem porcona mesmo o desenvolvimento do novo personagem. E essa tentativa bem falha de elaborar e promover o andar da trama esconde os protagonistas da própria história, os deixando em segundo plano.
No ato final, há uma cena bem desnecessária, que se justifica apenas pelo
final aberto do filme
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraÉ impressionante como um filme é capaz de te deixar com um sorriso honesto no rosto por quase 2h.
Não Matarás
3.3 112 Assista AgoraAcho muito interessante essa abordagem temática de '
'Quando sua ''liberdade'' depende da morte de alguém'
O Guardião Invisível
3.3 229 Assista AgoraPrimeiro da trilogia da Netflix, e um grande desapontamento.
Esquecível seja talvez a definição que procuro para esse filme, o que é bastante problemático, já que há mais dois filmes em sequência. O que torna esse filme difícil de se lembrar é a falta total de originalidade e voz autoral, com decisões narrativas muito duvidosas.
Muitos elementos já conhecidos do gênero policial/investigação bem mal usados ao meu ver, como o excesso de chuva, os twists antes de se cortar a cena, um vidente que prevê uma catástrofe na vida da protagonista... e por aí vai.
Ainda assim tem algumas boas atuações, uma cinematografia agradável e um mistério minimamente satisfatório que me prendeu à investigação. Por mais que o roteiro se esforce para deixar a experiência confusa e intrincada além do que realmente é, o filme não chega a ser lá de todo ruim.
Anônimo
3.7 742Totalmente descompromissado e divertido de se ver.
Uma ideia já batida, de um zé ''ninguém'' que se mostra muito mais perigoso do que aparenta. Coreografias muito bem elaboradas, e o grande destaque pra mim é o Bob Odenkirk, que inesperadamente se mostra um grande ator de ação.
O Tempo do Lobo
3.6 71Achei esse filme bem difícil de se assistir. É uma gangorra de expectativas e tédio.
Haneke tem um apetite por abusar de nossa paciência em seus filmes, e em Tempos de Lobo, sua direção está no ápice dessa malícia. Sua filmografia pregressa a esse filme nos aterroriza com problemas sociais recorrentes, e nesse aqui enfim, ele cria um universo distópico onde suas críticas aos problemas de comunicação e perversidade humana são mais palpáveis e extremas.
Existe um uso bem sutil de simbologias místicas e religiosas, problemas de sobrevivência ''comuns'' no que se espera de um mundo pós-apocalíptico, problemas de grupos e famílias, exclusão social, disputas de poder, egoísmo e tantas outras alegorias com a nossa sociedade. Além desses óbvios e já recorrentes usos de alegorias sociais num mundo pós-catástrofe, Haneke nos presenteia com seu habitual e chocante pessimismo.
Propositalmente o filme parece não ter começo nem fim, acompanhamos apenas o meio dessa história junto com uma família destroçada, com um grande destaque à belíssima atuação de Isabelle Huppert como a mãe dessa família. Como as explicações do que aconteceu com o mundo são escassas, para não dizer nulas, sentimos a falta de um propósito superior em todos os personagens até metade do filme, vemos apenas a busca por sobrevivência imediata.
Quando a família encontra um maior grupo de pessoas, passam a compartilhar de um propósito em comum, a espera por um trem que salvaria a todos. Mais uma vez, nada é explicado sobre o trem, de onde vem, e como ele estaria ligado à salvação desse grupo. Haneke alegoriza então a fé como propósito de vida, utilizando muito a simbologia do sacrifício e do auto sacrifício como instrumento dessa salvação.
Nesse mundo há apenas sofrimento e desespero, onde as pessoas vivem sem propósito nenhum além de chegar ao próximo dia, e tudo que experimentam são mortes, fome, escassez, estupros, abuso e toda tipo de maldade humana. A única esperança é um trem que está para chegar, como uma espécie de força superior, capaz de nos tirar dessa decadente realidade. Esse mundo distópico é nosso mundo, vivemos nele todos os dias.
É um pessimismo existencial explorando de onde vem as dores humanas, a total falta de empatia e de propósito, a falha comunicativa, a presença do tédio e monotonia na nossa vida. Tempos de Lobo mostra um apocalipse cruel, o colapso da própria humanidade como sociedade.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
4.0 494Pra quem, assim como eu, experimentou sair de casa para a faculdade pode se conectar muito com a história. Me fez relembrar muitos momentos com minha família.
Para o público mais novo deve funcionar perfeitamente, mas parando pra se pensar no quão ilógico é toda essa revolução das máquinas, pode até amargar um pouco a experiência.
De resto eu gostei bastante, com uma animação super criativa, num ritmo frenético, com quase nenhuma enrolação. O humor é bem acertado, sem exagerar demais, com direito a referências a outros filmes clássicos.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraÉ de 2013, mas tem a cara dos filmes dos anos 2000.
Espiral: O Legado de Jogos Mortais
2.2 527 Assista AgoraA impressão que me dá é que em algum momento desistiram de uma abordagem mais trash e resolveram levar essa proposta ridícula a sério. Todos os elementos no limiar do escrachado e ridículo.
Um roteiro e atuações que imploram por sátira e diversão, mas o corte final só deixa o filme ser genérico, previsível e esquecível.
Apóstolo
3.0 426Eu gostei disso aí.
Por mais que a comunidade religiosa não seja tão bem explorada como em outros filmes desse mesmo ''assunto'', e se envolver mais com a ação e em bons efeitos visuais e práticos, ainda consegui absorver a mensagem sobre religião e seus perigos.
O elenco é bem funcional, e o clima sempre sombrio com pitadas de coisas malucas acontecendo a todo tempo me envolveram completamente na narrativa de horror.
Hope
4.5 375 Assista AgoraFilme brutal e pesado.
O início desse filme é um tiro no estômago, e é conduzido de uma forma tão realista que pesa mais ainda. O arco de desenvolvimento da filha com o pai é maravilhoso, e essa relação familiar é a parte forte do filme.
A segunda metade do filme me deixou um pouco dividido, ela emociona e comove, mas é muito previsível e apelativa. Por mais que eu tenha me emocionado, eu sabia quando os momentos de alento iam aparecer, e quando a trilha sonora ia subir, meio manipulativo demais pra mim. Ainda assim me envolvi.
Os pontos baixos pra mim do filme ficam na relação da garotinha com os amigos e no julgamento, que é igual qualquer julgamento de uma série qualquer de tv de tão insosso. Acho que faltou um pouco de ousadia e fugir do óbvio.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraEu gostei de praticamente tudo nesse filme, mas aquilo que era pra ser essencial me soou um tanto artificial.
As várias histórias das famílias, os recortes das vidas que moram naquela região são muito agradáveis e divertidas até. Mesmo sem ''conclusões'' funcionam pra história que está sendo contada.
A chegada da milícia no começo do filme desperta a mente do espectador a diversas possibilidades, que peca somente na conclusão, que foi onde desgostei. Tanto a ideia quanto a execução me desapontaram, talvez porque eu tenha percebido a obra de outro jeito, ou tenha criado expectativas erradas, ou porque ela destoa fortemente do ritmo do filme, que usa sempre insinuações, pistas e coisas mais sutis.
A Cruz de Ferro
4.0 70 Assista AgoraPrimeiro contato meu com a obra de Peckinpah.
O filme tenta e consegue fugir dos caminhos óbvios de filmes de guerra. As atuações me incomodaram negativamente e existem algumas divagações e pensamentos que não consegui captar, achei muito disperso, não me levando à conclusões ou reflexões mais aprofundadas.
A ótica nazista da guerra é muito boa quando comparamos essa visão com a do ''lado vitorioso''. Filme de 77, lançado na época do Vietnam, propondo certos questionamentos sobre a necessidade da guerra pela visão nazista, muitos desses pontos podendo ser diretamente ligados à necessidade ou não dos soldados americanos invadirem o Vietnam.
Os Infiltrados
4.2 1,7K Assista AgoraRitmo, atuações e direção insanamente boas. Scorsese e seus finais perfeitos.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraCurti o filme até chegar ao terceiro ato. Creio que tem muita coisa positiva até aí, com um ótimo panorama sobre a guerra, ótimas cenas de batalha e a também ótima cena do jantar.
A ''missão'' final do grupo é deslocada do resto do filme, se apegando em exageros repetidamente até cansar. Um terceiro ato repleto de inimigos burros e excesso de glorificação do auto sacrifício na guerra, além de conversar quase nada com a proposta inicial.
O Homem Que Vendeu Sua Pele
3.5 99 Assista AgoraUma história bizarra e interessante.
Os dilemas envolvendo arte, seus fins, propósitos e motivações é belamente ensaiado num suspense agoniante e diferente.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraTão bom quanto o primeiro, mas perde um pouquinho por ter poucos momentos improvisados. Ainda assim é excelente na crítica aos estereótipos e da cultura americana. A Maria Bakalova se encaixa perfeitamente no universo de Borat.
A Cena com o Rudy Giuliani é uma das minhas favoritas do ano, impagável!!!
Greyhound: Na Mira do Inimigo
3.3 248 Assista AgoraO arco do protagonista beira o ridículo de mal feito, deve ter tido algum corte na edição final ou algo do tipo. Os personagens secundários são mal desenvolvidos, e servem apenas pra contribuírem pros momentos de epifania do Comandante Krause.
As cenas de batalhas são bem criativas, gostei de todas, mas a mania de colocar o Tom Hanks tendo a solução pra tudo incomoda. Salvo a edição de som que é realmente fantástica.
A história fica esquecível pra mim: mas um herói improvável que fez milagres em alguma frente da segunda guerra.
O Grande Ivan
3.3 93Não esperava por uma vibe tão melancólica num filme que é vendido ao ''público infantil'', mas me surpreendeu bem positivamente.
Mulan
3.2 1,0K Assista AgoraTirando um ou outro detalhe técnico como figurino e efeitos visuais, nada se aproveita nesse filme. O enredo consegue ser mais desinteressante do que genérico. O filme trabalha contra ele mesmo, se boicotando sem parar.
Devo assistir a animação em breve para uma comparação.