Um filme capaz de confrontar o espectador com seu próprio sadismo como nenhum outro. Afinal, quem é melhor, o produtor das imagens sensacionalistas que exploram a miséria e o sofrimento humano, o espectador de programas que exploram a miséria e o sofrimento humano, ou alguém que vê um filme sobre isso, em busca de um vislumbre sobre a miséria e o sofrimento humano?
Depois de séculos sendo desprezada, a mulher cede aos encantos do monstro das profundezas do abismo, que sabe lhe dar prazer e lhe dar o valor que os homens que há tempos não são mais decentes não sabem mais como dar, e como uma nova Eva, transformada, o acompanha em fuga ao abismo com a ajuda do homossexual, seu sidekick, para fundar a Nova Atlante.
Resumo: até um monstro é mais humano que os homens na era dos Malvados Favoritos e dos vilões protagonistas. A humanidade está mesmo indo pro buraco.
Ao invés de aprofundar as investigações sobre a relação com a subjetividade e identidade com questões realmente interessantes (o que é a paternidade para uma subjetividade inventada? O que é uma história de amor para um produto em série? O que é ser "melhor que humano"? Entre outras), o diretor se deixa levar pela ereção provocada por fantasias com incontáveis continuações, videogames, álbuns de figurinha e bonecas infláveis que serão lançados a partir desse teaser milionário da mais nova franquia nerd, reduzindo uma sequência visualmente maravilhosa de uma obra-prima a um mero produto a mais nas prateleiras da cultura de massa.
Filme gracioso, que te transporta no tempo por meio de cenário e figurino meticulosos, em uma viagem de saudosismo pela infância que deixamos para trás, mesmo que tenhamos vivido em uma época diferente da infância de Valentin.
Apesar das geniais tiradas de Valentin serem incrivelmente fofas, a precocidade do menino, tema central do filme e principal verve humorística, quase incomoda, pois nos lembra que o que faz a gente achar graça nele é consequência justamente do quanto ele foi roubado de sua infância. Esse encantamento com crianças precoces é reflexo de nossa incapacidade de lidar com as diferenças. Achamos fofo ver uma criança adulta e cada vez mais detesta-se a infância e suas supostas inconveniências, justamente porque cada vez mais fugimos da maturidade, e crianças exigem de nós que sejamos maduros, responsáveis e capazes de compreender as crianças em suas particularidades. Resolve-se isso fingindo que crianças têm a mesma subjetividade de um adulto.
Hoje em dia o mote é amar o semelhante, não o diferente. Só sou capaz de amar os animais se me considero um animal e se os humanizo, e cada vez mais acredita-se que é impossível que a empatia vença as diferenças ideológicas e identitárias e o único jeito de que as pessoas se respeitarem é que se fechem em guetos identitários...
O programa de TV "Qual é sua perversão?" é repugnante, igualmente o quadro do médico e a ovelha, mas entendo por que muita gente achou esse tão bom ou até o melhor: Gene Wilder é realmente um grande ator. No geral, acho que se perdem muitas das piadas com a legenda, que nunca é muito fidedigna. A menos que consiga entender inglês em filmes com fluência, muita coisa se perde no primeiro quadro, cheio de trocadilhos. Acho que o filme envelheceu mal, e muita coisa que era engraçada ou inusitada pra época hoje em dia é tão banal que fica até sem graça, como o quadro do crossdresser...
Um filme hilariante sobre os vínculos com o lugar em que se vive e a comunidade com a qual se convive ameaçados pela fidalguização com um irresistível tempero DIY.
Pondo de lado quaisquer fraquezas narrativas e as atuações caricatas é um filme que ninguém que se interessa minimamente por artes marciais pode deixar de ver antes de morrer.
As belíssimas atuações de Mello e Spoladore, a direção, a fotografia: 5 estrelas. Já o argumento do filme, que parece um teatro de leitura, não me desceu.
Como se o primeiro não fosse aviltante o suficiente, ele se propõe a fazer uma trilogia pra vomitar as piores ideias que ele tem sobre as pessoas. Poderia ser coragem tocar em assuntos tabus como o racismo sendo tão racista, mas pra mim não passa de iconoclastia barata. Lars von Trier está perdendo tempo, seu verdadeiro lugar é como diretor do Porta dos Fundos
Me pergunto por que ainda precisamos ver estupros em filmes. Deve ser porque ainda não conseguimos nos convencer de que é uma violência hedionda e precisamos ver pra crer. Encare o filme como um teste psicológico: a reação do espectador à longa tortura perpetrada contra a protagonista e, mais ainda, à condenação merecida dos habitantes da cidade ao final, é um bom termômetro de como anda seu sadismo.
Uma estética no mínimo surpreendente quando apresentada dá lugar a uma confissão misântropa e extremamente pretensiosa sobre a arrogância do próprio diretor, ainda que seja válida a crítica à romantização da miséria. Reverbera perfeitamente com o niilismo vigente entre nós, quando, por falta de iniciativa e solução melhor para nossos dilemas morais, preferiríamos que a Terra simplesmente fosse varrida por tiros de metralhadora ao encarar nossa responsabilidade de sermos melhores do que isso.
Seria só um filme muito ruim pra pra pessoas arrogantes se sentirem bem, até as últimas eleições nos EUA provarem a atualidade dessa temática. Só discordo do argumento eugenista do emburrecimento genético, acho que as "redes 'sociais'" estão deteriorando o QI das pessoas de forma bastante democrática.
Comecei a ver o filme encantado com a fluidez e a beleza da animação, mas as fisionomias caricaturescas foram me tirando do sério e a explicação pra revolução russa foi tão ridícula que só parei de rir depois da primeira música. Até ali foi realmente engraçado, mas não tive coragem de ver o resto dessa propaganda antissoviética.
Que porcaria de filme. Inicia um argumento interessante, comparando o quão moralista e impositiva era a sociedade dos solteiros (que mais parecia a sociedade dos assexuados) e das pessoas casadas de vida ordinária, mas se perde dessa argumentação e desenvolve para um drama shakesperiano que não chega a lugar algum. O roteirista e o o diretor deveriam ser responsabilizados judicialmente por enganar os telespectadores com esse trailer, que me fez acreditar que era algum tipo de reflexão interessante sobre as imposições afetivas na sociedade contemporânea, mas não passa de um filme sádico e cínico, que só agradaria a chefe dos solteiros da floresta ou a campeã de captura de solteiros do hotel.
Eu não tava querendo ver esse filme, achando que seria afetado e piegas, mas ao invés de narcisismo hipster encontrei um singelo road movie com cara de documentário. Uma bela viagem pelo interior do Uruguai.
Eu tentei ver esse filme, mas depois de quase meia hora (o que representa quase metade do filme) não aguentei o ataque esquizomaníaco. O desenrolar frenético e sem pé nem cabeça me deixou mais perplexo do que achando graça, e parei o filme de dó do trabalhador vendendo pipoca que ficam perturbando sem qualquer objetivo. O mais doido foi ver de onde que vem a estética e verve humorística de desenhos animados da geração Tom & Jerry.
Os Agentes do Destino
3.5 1,1K Assista AgoraFilme tenso e envolvente, com belo tratamento visual e locações e cenários realmente deslumbrantes,
Até que chega a um final abrupto, que parece ter sido gravado sem ser finalizado.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraUm filme capaz de confrontar o espectador com seu próprio sadismo como nenhum outro. Afinal, quem é melhor, o produtor das imagens sensacionalistas que exploram a miséria e o sofrimento humano, o espectador de programas que exploram a miséria e o sofrimento humano, ou alguém que vê um filme sobre isso, em busca de um vislumbre sobre a miséria e o sofrimento humano?
Porta dos Fundos - Contrato Vitalício
2.0 352 Assista AgoraNão vejam esse filme!
A Forma da Água
3.9 2,7KDepois de séculos sendo desprezada, a mulher cede aos encantos do monstro das profundezas do abismo, que sabe lhe dar prazer e lhe dar o valor que os homens que há tempos não são mais decentes não sabem mais como dar, e como uma nova Eva, transformada, o acompanha em fuga ao abismo com a ajuda do homossexual, seu sidekick, para fundar a Nova Atlante.
Resumo: até um monstro é mais humano que os homens na era dos Malvados Favoritos e dos vilões protagonistas. A humanidade está mesmo indo pro buraco.
Megan Leavey
3.6 60Mais um caríssimo comercial do Exército dos Estados Unidos da América.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraAo invés de aprofundar as investigações sobre a relação com a subjetividade e identidade com questões realmente interessantes (o que é a paternidade para uma subjetividade inventada? O que é uma história de amor para um produto em série? O que é ser "melhor que humano"? Entre outras), o diretor se deixa levar pela ereção provocada por fantasias com incontáveis continuações, videogames, álbuns de figurinha e bonecas infláveis que serão lançados a partir desse teaser milionário da mais nova franquia nerd, reduzindo uma sequência visualmente maravilhosa de uma obra-prima a um mero produto a mais nas prateleiras da cultura de massa.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraTratamento visual ímpar. Almodóvar perfila as cenas como croquis de moda. As cores são um deleite à parte da divertida história.
Valentin
4.4 297Filme gracioso, que te transporta no tempo por meio de cenário e figurino meticulosos, em uma viagem de saudosismo pela infância que deixamos para trás, mesmo que tenhamos vivido em uma época diferente da infância de Valentin.
Apesar das geniais tiradas de Valentin serem incrivelmente fofas, a precocidade do menino, tema central do filme e principal verve humorística, quase incomoda, pois nos lembra que o que faz a gente achar graça nele é consequência justamente do quanto ele foi roubado de sua infância. Esse encantamento com crianças precoces é reflexo de nossa incapacidade de lidar com as diferenças. Achamos fofo ver uma criança adulta e cada vez mais detesta-se a infância e suas supostas inconveniências, justamente porque cada vez mais fugimos da maturidade, e crianças exigem de nós que sejamos maduros, responsáveis e capazes de compreender as crianças em suas particularidades. Resolve-se isso fingindo que crianças têm a mesma subjetividade de um adulto.
Hoje em dia o mote é amar o semelhante, não o diferente. Só sou capaz de amar os animais se me considero um animal e se os humanizo, e cada vez mais acredita-se que é impossível que a empatia vença as diferenças ideológicas e identitárias e o único jeito de que as pessoas se respeitarem é que se fechem em guetos identitários...
Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas …
3.5 384 Assista AgoraO programa de TV "Qual é sua perversão?" é repugnante, igualmente o quadro do médico e a ovelha, mas entendo por que muita gente achou esse tão bom ou até o melhor: Gene Wilder é realmente um grande ator. No geral, acho que se perdem muitas das piadas com a legenda, que nunca é muito fidedigna. A menos que consiga entender inglês em filmes com fluência, muita coisa se perde no primeiro quadro, cheio de trocadilhos. Acho que o filme envelheceu mal, e muita coisa que era engraçada ou inusitada pra época hoje em dia é tão banal que fica até sem graça, como o quadro do crossdresser...
Rebobine, Por Favor
3.4 518Um filme hilariante sobre os vínculos com o lugar em que se vive e a comunidade com a qual se convive ameaçados pela fidalguização com um irresistível tempero DIY.
Batalha dos Impérios
3.3 88Melodramático, historicamente anacrônico, constrangedor do início ao fim.
Forçam tanto os bromances pra criar a força dramática da história que várias horas eu achei que os caras iam se beijar...
Operação Dragão
3.9 219 Assista AgoraPondo de lado quaisquer fraquezas narrativas e as atuações caricatas é um filme que ninguém que se interessa minimamente por artes marciais pode deixar de ver antes de morrer.
Cavalo de Duas Pernas
3.7 17Acho engraçado como filmes que tratam da degradação humana são automaticamente tratados como filmes de arte.
Lavoura Arcaica
4.2 381 Assista AgoraAs belíssimas atuações de Mello e Spoladore, a direção, a fotografia: 5 estrelas. Já o argumento do filme, que parece um teatro de leitura, não me desceu.
Elsa & Fred - Um Amor de Paixão
4.1 150Muito fofo! Só queria fazer um remake sem a música melosa que toca o filme inteiro. A Elsa é o máximo! Dei risada o filme inteiro dessa mulher!
Manderlay
4.0 297 Assista AgoraComo se o primeiro não fosse aviltante o suficiente, ele se propõe a fazer uma trilogia pra vomitar as piores ideias que ele tem sobre as pessoas. Poderia ser coragem tocar em assuntos tabus como o racismo sendo tão racista, mas pra mim não passa de iconoclastia barata. Lars von Trier está perdendo tempo, seu verdadeiro lugar é como diretor do Porta dos Fundos
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraMe pergunto por que ainda precisamos ver estupros em filmes. Deve ser porque ainda não conseguimos nos convencer de que é uma violência hedionda e precisamos ver pra crer. Encare o filme como um teste psicológico: a reação do espectador à longa tortura perpetrada contra a protagonista e, mais ainda, à condenação merecida dos habitantes da cidade ao final, é um bom termômetro de como anda seu sadismo.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraAcabei de ver. Nada do que eu possa dizer pode acrescentar qualquer coisa a tudo o que já foi dito sobre esse filme...
Um Colégio Muito Maluco
2.8 77 Assista AgoraWhat
Idiocracia
3.1 588Seria só um filme muito ruim pra pra pessoas arrogantes se sentirem bem, até as últimas eleições nos EUA provarem a atualidade dessa temática. Só discordo do argumento eugenista do emburrecimento genético, acho que as "redes 'sociais'" estão deteriorando o QI das pessoas de forma bastante democrática.
Anastasia
3.9 829 Assista AgoraComecei a ver o filme encantado com a fluidez e a beleza da animação, mas as fisionomias caricaturescas foram me tirando do sério e a explicação pra revolução russa foi tão ridícula que só parei de rir depois da primeira música. Até ali foi realmente engraçado, mas não tive coragem de ver o resto dessa propaganda antissoviética.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraQue porcaria de filme. Inicia um argumento interessante, comparando o quão moralista e impositiva era a sociedade dos solteiros (que mais parecia a sociedade dos assexuados) e das pessoas casadas de vida ordinária, mas se perde dessa argumentação e desenvolve para um drama shakesperiano que não chega a lugar algum. O roteirista e o o diretor deveriam ser responsabilizados judicialmente por enganar os telespectadores com esse trailer, que me fez acreditar que era algum tipo de reflexão interessante sobre as imposições afetivas na sociedade contemporânea, mas não passa de um filme sádico e cínico, que só agradaria a chefe dos solteiros da floresta ou a campeã de captura de solteiros do hotel.
Além da Estrada
3.5 88 Assista AgoraEu não tava querendo ver esse filme, achando que seria afetado e piegas, mas ao invés de narcisismo hipster encontrei um singelo road movie com cara de documentário. Uma bela viagem pelo interior do Uruguai.
O Diabo a Quatro
3.8 88 Assista AgoraEu tentei ver esse filme, mas depois de quase meia hora (o que representa quase metade do filme) não aguentei o ataque esquizomaníaco. O desenrolar frenético e sem pé nem cabeça me deixou mais perplexo do que achando graça, e parei o filme de dó do trabalhador vendendo pipoca que ficam perturbando sem qualquer objetivo. O mais doido foi ver de onde que vem a estética e verve humorística de desenhos animados da geração Tom & Jerry.