Sobre a abordagem do confronto da vida a dois com a aceitação social, é curioso, e eu não conseguia deixar de pensar, como os diálogos, ao retratarem o classismo/elitismo na sociedade diante de um relacionamento, poderiam se adaptar a outras situações de discriminação, como etarismo, homofobia, transfobia, gordofobia, capacitismo, psicofobia, racismo... Cada caso, com suas peculiaridades e dificuldades próprias, pode deflagrar o choque com um padrão preconizado/hegemônico, emergindo o preconceito e a [o]pressão. Cary Scott e Ron Kirby vivenciam um desses momentos.
Eu também sempre me via instigado pela transparência das personagens dessa trama, ao manifestarem seus juízos sem muita cerimônia, extraindo máscaras. O enredo traz diferentes pitadas da hipocrisia, sem ser maniqueísta; as personagens contrárias à relação apenas estão envoltas e consumidas em seu universo, ou, melhor dizendo, em seu mundinho. O antagonismo não é necessariamente ou totalmente mal, apenas se fecha em seu próprio conceito de bem e por isso não escapa de ser violento; mesmo assim, está sujeito a transformação.
É nítido o cuidado na preparação das cenas, na condução de atores, na atenção à composição, a exemplo: o galho caindo no exato instante em que um automóvel chega; a doméstica passando aspirador, quando a personagem fecha a porta e a câmera vai se movendo; a cena com o pássaro, na escada, dentre outras... Por fim, devo dizer que o tecnicolor é encantador. Até o cartaz é bonito.
Fico me perguntando quanto tempo foi gasto, sentados, Masagão's e consultores, na ilha de edição. Sem dúvida, muita paciência, memória e criatividade foram necessários pra executar esse projeto. Que delícia observar os cortes; fiquei fascinado com a inteligência e beleza das ligações encontradas. Parafraseando o slogan que acompanha o cartaz: as coisas não saíram como havia esperado (saíram muito melhor).
As Três Irmãs, Grupo Galpão, Eduardo Coutinho. Quando eu poderia imaginar que esses três elementos que ocupam lugar em minhas listas de favoritos poderiam se encontrar em um filme? E o resultado foi maravilhoso.
O filme é incrível. Com maestria, a diretora conduz o espectador a um mergulho no universo de mãe e filha, incluindo aspectos íntimos de dramas pessoais, optando por escolhas perigosas, mas muito bem executadas. Além da reflexão sobre o cuidado ao nosso ente querido idoso, me peguei pensando sobre o processo, a exposição, os limites... os bastidores da produção, de modo geral.
Que delícia de trabalho! Às vezes eu até pensei: poderiam ter feito diferente aqui, diferente ali, mudado aquela fala, trabalhado aquela intenção de outro jeito, mas, bah, pra mim o filme funcionou muito dessa forma, constituindo um ótimo conjunto. Saí do cinema satisfeito, com a vontade de rever e rever e rever, então não poderia deixar por menos.
Lars é ótimo ao brincar com a linguagem, desafiando o tradicional: jump cuts; dessaturação da imagem, gerando a descontinuidade fotográfica; uso de elementos externos à narrativa para apoiá-la, quase como um programa educativo... O filme prende e traz detalhes importantes de Joe; preciso entender melhor as motivações de Seligman...
Minha amiga me falou que, nos primeiros minutos, teve o pensamento de que fizeram um filme pra Meryl Streep ser indicada ao Oscar. Quando comecei a vê-la, já arrebentando logo no começo, não pude deixar de pensar que, se a produção não foi realizada pensando em render tal indicação, já foi, por si só, um presente à atriz. Também há outros pontos que envolvem o telespectador que acompanha o filme, em seus altos e baixos. Outras observações durante a sessão: 1 - As discussões são trabalhadas de modo diferente, mesmo assim me lembrei do dinamarquês Festa de Família (Dogme 1 - Festen), de Thomas Vinterberg; 2 - A casa na qual
O imaginário e o inesperado foram bem apresentados. O desenrolar dos fatos é instigante, de modo que, ainda que esperemos os acontecimentos, não perdemos o interesse em acompanhá-los; outrossim, elementos que enriqueceram o enredo foram inseridos. Além do som, as características psicológicas e as transformação dos personagens contribuem na construção do suspense.
nos deixar sem saber a escolha não foi covardia, nem ousadia, mas simplesmente opção, que, a meu ver, foi bem pensada e bem sucedida. Nada impediria o filme de ter um bom término sendo encerrado um pouco antes, quando Termeh responde que já tomou a decisão, esboça uma espécie de sorriso e se põe em lágrimas, por exemplo (como imaginei ao assistir)... no entanto, encerrado o filme dessa forma, ocorreu um paralelo com seu início. Na cena inicial, pai e mãe encontravam-se sentados lado a lado, discutindo, enérgicos, a separação e brigando pela guarda da filha, arrazoando, por conta própria, interesses dela. Em comparação, na cena final, sentaram-se separados. Abatidos, não mais estavam em um duelo de argumentos, tentando se decidir pela filha, mas esperando, calados e passivos, a sua decisão. Entrementes, toda uma história que nos leva à dor da filha e dos pais e que justifica a conduta, o amadurecimento, a dúvida e a iminente decisão para um indistinto futuro.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraSincronia!
The Barkley Marathons: The Race That Eats Its Young
4.1 6Jogos Mortais.
Tudo o Que o Céu Permite
4.0 93Sobre a abordagem do confronto da vida a dois com a aceitação social, é curioso, e eu não conseguia deixar de pensar, como os diálogos, ao retratarem o classismo/elitismo na sociedade diante de um relacionamento, poderiam se adaptar a outras situações de discriminação, como etarismo, homofobia, transfobia, gordofobia, capacitismo, psicofobia, racismo... Cada caso, com suas peculiaridades e dificuldades próprias, pode deflagrar o choque com um padrão preconizado/hegemônico, emergindo o preconceito e a [o]pressão. Cary Scott e Ron Kirby vivenciam um desses momentos.
Eu também sempre me via instigado pela transparência das personagens dessa trama, ao manifestarem seus juízos sem muita cerimônia, extraindo máscaras. O enredo traz diferentes pitadas da hipocrisia, sem ser maniqueísta; as personagens contrárias à relação apenas estão envoltas e consumidas em seu universo, ou, melhor dizendo, em seu mundinho. O antagonismo não é necessariamente ou totalmente mal, apenas se fecha em seu próprio conceito de bem e por isso não escapa de ser violento; mesmo assim, está sujeito a transformação.
É nítido o cuidado na preparação das cenas, na condução de atores, na atenção à composição, a exemplo: o galho caindo no exato instante em que um automóvel chega; a doméstica passando aspirador, quando a personagem fecha a porta e a câmera vai se movendo; a cena com o pássaro, na escada, dentre outras...
Por fim, devo dizer que o tecnicolor é encantador. Até o cartaz é bonito.
Ato, Atalho e Vento
3.4 10Fico me perguntando quanto tempo foi gasto, sentados, Masagão's e consultores, na ilha de edição. Sem dúvida, muita paciência, memória e criatividade foram necessários pra executar esse projeto. Que delícia observar os cortes; fiquei fascinado com a inteligência e beleza das ligações encontradas. Parafraseando o slogan que acompanha o cartaz: as coisas não saíram como havia esperado (saíram muito melhor).
Moscou
3.7 29 Assista AgoraAs Três Irmãs, Grupo Galpão, Eduardo Coutinho. Quando eu poderia imaginar que esses três elementos que ocupam lugar em minhas listas de favoritos poderiam se encontrar em um filme? E o resultado foi maravilhoso.
Cloudy Times
3.9 1 Assista AgoraO filme é incrível. Com maestria, a diretora conduz o espectador a um mergulho no universo de mãe e filha, incluindo aspectos íntimos de dramas pessoais, optando por escolhas perigosas, mas muito bem executadas. Além da reflexão sobre o cuidado ao nosso ente querido idoso, me peguei pensando sobre o processo, a exposição, os limites... os bastidores da produção, de modo geral.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraUau!
Julieta
3.8 529 Assista AgoraQue venha "Silêncio"! Ansioso...
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraEste filme impressiona e instiga. A sequência das cenas, transbordando pontos de virada, impediu que eu dormisse, mesmo morto de sono.
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 920 Assista AgoraGostei do desenrolar. A música traz um tom particular ao filme; por vezes me incomodou, confesso, mas tentei entrar na jogada.
Os Fragmentos de Tracey
3.5 86Fico imaginando o trabalho que deve ter dado.
O Homem que Ri
4.3 154Poucas vezes os olhares tiveram tanta força na interpretação.
Lolita
3.7 823 Assista Agora- Lo... Lo... Lo, lo siento. ¡Lo siento! Ven aquí, ven aquí.
- ¡Aléjate!
- Lo... Lo siento, lo siento. Lo siento.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraQue delícia de trabalho! Às vezes eu até pensei: poderiam ter feito diferente aqui, diferente ali, mudado aquela fala, trabalhado aquela intenção de outro jeito, mas, bah, pra mim o filme funcionou muito dessa forma, constituindo um ótimo conjunto. Saí do cinema satisfeito, com a vontade de rever e rever e rever, então não poderia deixar por menos.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraLars é ótimo ao brincar com a linguagem, desafiando o tradicional: jump cuts; dessaturação da imagem, gerando a descontinuidade fotográfica; uso de elementos externos à narrativa para apoiá-la, quase como um programa educativo... O filme prende e traz detalhes importantes de Joe; preciso entender melhor as motivações de Seligman...
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraMinha amiga me falou que, nos primeiros minutos, teve o pensamento de que fizeram um filme pra Meryl Streep ser indicada ao Oscar. Quando comecei a vê-la, já arrebentando logo no começo, não pude deixar de pensar que, se a produção não foi realizada pensando em render tal indicação, já foi, por si só, um presente à atriz. Também há outros pontos que envolvem o telespectador que acompanha o filme, em seus altos e baixos.
Outras observações durante a sessão:
1 - As discussões são trabalhadas de modo diferente, mesmo assim me lembrei do dinamarquês Festa de Família (Dogme 1 - Festen), de Thomas Vinterberg;
2 - A casa na qual
as pessoas se chateiam e vão embora de carro [risos].
A Vingança do Espantalho
3.4 93 Assista AgoraO imaginário e o inesperado foram bem apresentados. O desenrolar dos fatos é instigante, de modo que, ainda que esperemos os acontecimentos, não perdemos o interesse em acompanhá-los; outrossim, elementos que enriqueceram o enredo foram inseridos. Além do som, as características psicológicas e as transformação dos personagens contribuem na construção do suspense.
Corda Bamba - História De Uma Menina Equilibrista
3.1 13Foi ótimo ver esta adaptação do livro da Lygia. O filme é sensível, elegante e bem feito, mantendo a aura infanto-juvenil.
Diana
3.0 346 Assista AgoraAdorei as câmeras, desde os ótimos movimentos executados na primeira cena.
A Beleza
3.2 1O uso de bons recursos resultando em um trabalho incrível!
O Homem ao Lado
3.6 125 Assista AgoraÉ o filme preferido da Tulipa Ruiz, pelo menos até então. A abertura com as duas câmeras mostradas em uma tela dividida foi ótima!
A Separação
4.2 726Sobre o final,
nos deixar sem saber a escolha não foi covardia, nem ousadia, mas simplesmente opção, que, a meu ver, foi bem pensada e bem sucedida. Nada impediria o filme de ter um bom término sendo encerrado um pouco antes, quando Termeh responde que já tomou a decisão, esboça uma espécie de sorriso e se põe em lágrimas, por exemplo (como imaginei ao assistir)... no entanto, encerrado o filme dessa forma, ocorreu um paralelo com seu início. Na cena inicial, pai e mãe encontravam-se sentados lado a lado, discutindo, enérgicos, a separação e brigando pela guarda da filha, arrazoando, por conta própria, interesses dela. Em comparação, na cena final, sentaram-se separados. Abatidos, não mais estavam em um duelo de argumentos, tentando se decidir pela filha, mas esperando, calados e passivos, a sua decisão. Entrementes, toda uma história que nos leva à dor da filha e dos pais e que justifica a conduta, o amadurecimento, a dúvida e a iminente decisão para um indistinto futuro.
Habemus Papam
3.6 194 Assista AgoraCom a recente renúncia de Bento XVI, também eu não consegui deixar de recordar este primoroso filme.
360
3.4 928 Assista AgoraMais alguém sentiu uma aparência suína neste poster, olhando rápido? Tenso.