Filme exótico, com belos figurinos e maquiagem, bem estruturado no contexto histórico-cultural no qual a trama se desenvolve. Câmeras lentas retratando jovens melancólicos em imagens que têm muito a dizer...
Em meio à problemática social, um singular retrato da importância da educação, amor e esperança na busca pela transformação. Impressiona pela sutileza com a qual foi construído. Traz elementos chamativos para o público que só se interessa por cinema comercial, e ainda assim não cai na vulgaridade e nem tem apelação forçada, muito pelo contrário. Possui uma beleza artística que encanta. Incrível também saber que tampouco as qualidades dos personagens foram exageradas e todas são justificáveis. O pessimismo racional, a inocência confiante, o remar contra a corrente e aquela imaginação fértil vieram a se somar e deixar o filme ainda mais carinhoso... Como, por exemplo, negar o empenho e paciência de Margherit? Em alguns momentos vemos a infância retratada sob o ponto de vista com o qual o protagonista fantasiava o que trouxe ao filme uma bela atmosfera lírica. A segregação social não foi condição para que o personagem deixasse de ter uma visão de mundo lúdica: ele adaptava essa visão à sua realidade. O cineasta foi sensível nos elementos. Não acho que isso seja fuga-de-uma-realidade-que-deveria-ter-sido-melhor-explorada-na-obra, tampouco desvio-da-realidade-social: foi apenas um modo diferente de se encarar a realidade, modo este que crianças usam até mesmo como uma defesa psicológica. Tal característica infantil aliada à mente criadora de "Robertô" não poderia resultar diminuta. O filme traz consigo um alto número de emoções sendo vividas pelos personagens e foi delicado nessa abordagem. Música, figurino, atuação, maquiagem, enredo... Tudo contribuiu com isso; Também demonstra o panorama físico de forma ótima. O modo como as câmeras foram conduzidas retratam a pequinês do protagonista de forma muito boa quando ele está no refeitório, por exemplo. O cenário também é ótimo. Achei linda a atuação de Maria de Medeiros, bem como todas as interpretações dadas a Roberto Carlos; gostei da cena final, extremamente bem-vinda e, ao contrário de muitos, gostei do "grande" número de textos narrativos no decorrer do filme: um contador de histórias contando ao público a história dele mesmo e, tanto quando um escritor, possuidor do direito à expressão verbal ainda que exista a imagem. O filme poderia ser chocante, mas escolheu ser verdadeiro pelo caminho da delicadeza que Roberto e Margherit tão bem possuem, e sonhador por meio da esperança que a mãe de Roberto e a própria Margherit tão bem demonstram. Não se esquece da necessidade da ação. De um modo geral vê-se a importância da oportunidade e da atuação profissional, política e familiar na vida das crianças, como um canteiro que sendo bem estruturado e cultivado com afeto possibilitará o aflorar de talentos. A equipe está de parabéns pelo esmero na produção e pelo esforço na superação das dificuldades que o projeto enfrentou para sair do papel. Valeu a pena. O resultado é esplêndido. Um filme que, discretamente, se aproxima do espectador e fala a ele. Aquela obra que, em sua contenção, acaba por tocar ainda mais.
Som, filmagem e maquiagem são muito bons. A mistura de artes no filme é interessante: atores cantam, dançam e interpretam em um filme cheio de elementos teatrais.
O clima de suspense criado é incrível. Claro que a coragem foi impulsionada pela emoção - a menção do coração no título - mas o sentimento e uma possível intuição só têm valor para Constance, muito bem interpretada por Ingrid Bergman.
Nesse caso a razão não poderá ser desprezada e, na atmosfera criada, as dificuldades pela busca de provas concretas choca-se com o interesse da protagonista e ela se vê praticamente sozinha na luta. Nem mesmo J.B. acredita nos benefícios do risco. Mesmo assim ela insiste aproveitando o tempo, pois sabe que a investigação precisa ser urgente e ampla. Pelo modo que as cenas ocorrem, percebemos como tudo foi inteligentemente planejado e não poderia ser diferente. Ocorre uma jornada interna e externa: para dentro do protagonista, por meio do tratamento, e para fora, na exploração do ambiente, em busca das peças do quebra-cabeça;
Por meio do enredo, atuação, filmagem, aliada à música, nunca sabemos o que está para acontecer, até que ponto a confiança da protagonista poderá prejudicá-la, quando um novo desastre irá ocorrer; A presença do surrealismo de Dalí é excelente em um filme que aborda a psicanálise; A cena do copo se virando para a câmera foi muito bem feita. Várias sequências incríveis. Para citar mais uma, menciono a cena do beijo, quando o foco se aproxima da face dos atores, em separado, até fechar em seus olhos, quando ocorre um corte e as portas começam a serem abertas. Lindo. Grande direção. Um filme brilhante.
Não tenho muita facilidade em criticar com meu pequeno olhar um filme que já recebeu tantos prêmios, já foi bem conceituado por pessoas que entendem realmente do assunto, mas vamos lá... Eu entendo que o filme é infantil, mas mesmo assim eu vejo ele sendo construído de forma diferente para esse público. Certos elementos da linguagem televisiva são bastante empregados e isso não contribuiu muito para o enriquecimento do filme, eu acho. O roteiro é interessante, as técnicas de montagem - usando ilustrações que se transformam em personagens - são bacanas, há cenas boas, mensagens bonitas sendo transmitidas, mas a direção não me agradou, a sonoplastia e o exagero dado a alguns personagens...
O filme foi me ganhando aos poucos. Os diálogos são interessantes, abordam os personagens e também elementos da cultura nacional, no parte inicial do filme. Mas, as imagens falam por si. A cena da banheira é inesquecível. "Ela" (personagem) muda de figura no decorrer do filme, sendo lindo o figurino de professora comportada e linda a beleza mitológica de seu sono e a distribuição de seus cabelos. A parte técnica é mesmo esplêndida. O roteiro é estranho pois a relação existente entre os três (casal, mais rato) pode ser considerada estranha. Inicia calmo, as cenas vão ficando mais tensas com o desenrolar dos acontecimentos. O desfecho é curioso. Para quem quer ver algo diferente, taí um prato cheio. Ótima iniciativa. Machado merece ser inspiração (ainda que parcial) de mais produções boas.
Ótimo documentário. A montagem mescla uma narrativa com entrevistas, imagens de diferentes momentos, cenas de Cidadão Kane, nos levando a conhecer melhor Welles, Hearst e a referida batalha pelo filme em seu contexto histórico.
Os depoimentos são um prato cheio no filme, mas o que me deixou mais fascinado foi o modo com que ele fotografou as paisagens da cidade e as expôs em paralelo com as entrevistas. A idéia do filme é muito boa e ele conseguiu deixar tudo ligado de uma forma muito bonita. A esse respeito, vários pontos chamaram muito a minha atenção: a explicação do filme; a câmera colocada no guincho de um edifício em construção (o próprio início do filme nas obras); o elevador que sobe andar por andar até atingir o topo; a mulher que toma sol nas frestas dos edifícios; a sombra de um prédio no mar e a sombra de vários prédios; a criança que corre; a gaivota voando; o close da cobertura até a pessoa que está lá embaixo, formando uma imagem não muito nítida que pode demonstrar o distanciamento de realidades dos moradores com a pessoa filmada e as demais pessoas... Todo esse conjunto deixou esse documentário excelente para mim.
Os principais, Lluís Homar e Penélope Cruz, foram ótimos, em minha opinião. Muitos não gostaram de Penélope, mas eu gostei. O enredo é ótimo, mais uma vez metalingüístico, possui outros tantos enredos feitos em seu interior. As músicas fortes, as interpretações magníficas. Rossy de Palma, mais uma vez, brilha como coadjuvante! As famosas cores de Almodóvar, como sempre, impecáveis. Nossa, e o que dizer das câmeras?! Per-fei-tas!! O filme já começou com ângulos deliciosos. Adoro filmagens feitas com câmeras altas, postas no teto, enquadrando o chão, e aquela no aparelho de ginástica, então, foi fantástica!!! A cena na estrada... Ah! Não sei como ele consegue ser tão brilhante! Os movimentos, ele abusou dos movimentos! As câmeras deslizaram como se estivessem dançando! Até na primeira cena de sexo a câmera não esteve parada atrás do sofá, mas percorreu todo o seu “dorso”. Bastantes imagens de cima para baixo e de baixo para cima, simulando olhares e criando suspense. Pitadas de humor habilmente colocadas.
A história é envolvente, melodramática, com pitadas de humor. A fotografia é linda! É bonito de se ver o jogo de imagens feito entre as cenas na cidade pequena, mais escurecidas e paradas, e as feitas em Los Angeles, cheias de luz e movimento. Entre os temas abordados estão a chegada ao sucesso, dificuldades e anseios antes e depois de consegui-lo, alcoolismo. Gostei bastante da avó Lettie (May Robson),
O personagem tem uma mente peculiar, uma maneira diferente de encarar o mundo. Seus valores são diferentes dos de sua família, dos da sociedade de um modo geral, e a melhor forma de buscar sua realização pessoal foi se aventurar no universo da natureza, onde as coisas são mais puras e verdadeiras.
Há uma cena em que ele diz que não é um mendigo, já tem até curso superior, vive aquele estilo de vida porque escolheu. Ele não tem nada contra os mendigos, provavelmente quis apenas dizer que teve outra opções, teve outras vivências, mas estava em busca de sua evolução como homem. Gostei da cena final, a mudança rápida de câmeras, o grito abafado, a lembrança do passado.
O filme também mostra que tudo na vida tem um preço. Se estamos preparados para encará-los é algo a se pensar.
Eu achei este filme marcante, inclusive por trabalhar o mundo adolescente em um ponto de vista que não estamos tão acostumados a ver. Conforme se falou, outros filmes tendem a mostrar o centro do conflito e rebeldia adolescente e ficar por aí; este, entretanto, possui continuidade e mostra mudanças que tal conflito sofreu. As paisagens são fantásticas; a amizade das amigas, motivadora; as lições aprendidas também. Creio que cada um poderá se identificar mais com alguma personagem e também notar que não precisamos ser iguais para sermos amigos. Muito, muito bom!
Não sei como ninguém havia cadastrado esse filme, pelo visto ele é menos conhecido do que eu esperava. Assisti duas vezes em um mesmo festival e rapidamente percebi que se tratava de uma obra fabulosa que já encanta pelo seu diferencial! Gostei da fotografia, da atuação de Carlos Vereza, Sthefany, entre outros atores; dos cenários, da narração, das danças, do movimento, das próprias explicações existentes. Gostaria de vê-lo ainda outras vezes, para analisar mais aspectos e me ver encantado de novo. Ele me prendeu e dei a ele uma ótima nota nos diversos quesitos.
Fala sobre realidades existentes em nossa sociedade: espaço da mulher, machismo, obstáculos, exclusão, violência e sonhos! A proximidade do cinema brasileiro com o documentarismo, a busca por não-profissionais como atores (pessoas da própria localidade), os diálogos abertos têm muito a oferecer para a qualidade de filmes como este, especialmente no que tange ao realismo; creio que em Antônia os temas foram abordados de forma muito boa. As músicas também se tornaram especiais aliadas às vozes das cantoras. Gostei. Tanto o filme como a série me agradaram, embora eu não tenha assistido a todos os episódios desta.
A respeito da reportagem cujo link foi disponibilizado abaixo, posso dizer que não sei se as couves querem viver, mas o fato é que elas, bem como os demais pertencentes ao reino vegetal, não possuem sistema nervoso, portanto não sentem dor, certo? Ainda entendo as diversas opiniões e etc. Não sou focado em mim e também já mudei muitos de meus pensamentos, mas (ou, talvez, justamente por isso) acho interessante o diálogo de um tema tão relevante, logo acho ótimo a existência deste documentário e outros afins, pelo critério da informação (que geralmente não chega às pessoas) mais do que pela possibilidade de comoção. Entretanto, a comoção é, explicitamente, um objetivo do filme, o que é totalmente compreensível e admissível, em minha opinião. Gosto muito desse filme, das entrevistas, da ordem pela qual os fatos são colocados, do conteúdo abordado... Até identifiquei alguns momentos de humor, rs!
A trama é superficial; as piadas, desinteressantes; o roteiro, forçado; o fundo político foi fraco (no desenvolvimento) e muitas cenas foram mal produzidas, especialmente certas cenas de ação e outras que possuem uma continuidade ruim. Não sei se este era um objetivo, mas muitas vezes o filme beira o absurdo. Sem dúvida, a capacidade dos atores, particularmente das atrizes Penélope e Salma, não foi positivamente explorada.
Em termos de estúdio, Amistad marca uma nova fase no trabalho do diretor. É um filme longo cujo o tema é interessante, por si só, o que trás motivação para assisti-lo do início ao fim; a história, baseada em fatos reais,é envolvente pelo seu contexto histórico e social, porém poderia ter sido melhor trabalhada, em termos de profundidade; talvez tenha faltado um maior envolvimento ou simplesmente não tenha ocorrido muita preocupação quanto a isso. A atuação de Hopkins foi mesmo muito boa,o elenco, no geral, muito bom; a trilha sonora excelente, mas a fotografia, admirada por tantos, poderia ter sido bem melhor. As cenas de tortura, para mim, particularmente, se tornam ainda piores do que de algum filme de terror, pois sei que não são mera invenção: são homens submetendo homens à crueldade, sem nenhuma justificativa ética que supere isso. Certas cenas, de um modo geral, realmente marcaram! É interessante que quem assista capte uma mensagem positiva sobre a valorização do homem e da liberdade, nesse contexto, o discurso final de John Quincy Adams foi muito bem-vindo.
Quando vejo uma obra tão formidável, tudo o que quero é que todas as pessoas estejam abertas e dispostas a vê-la também, e que consigam apreciá-la e entendê-la ainda melhor do que eu. E possam, assim, refletir: suas condutas, a humanidade e a vida como um todo.
Uma obra, em minha opinião, bastante singular. É interessante observar mulheres (a diretora e a escritora do livro homônimo) com uma visão tão intimista de um personagem masculino, em uma condição onde, geralmente e mais facilmente, se desenvolve a história sob o ponto de vista da personagem mulher. Também destaco as ligações do presente com o passado e as conseqüências que isso traz, o que desperta a curiosidade do espectador quanto ao desenrolar dos acontecimentos. As relações familiares tão bem discutidas, na medida do que o filme conseguiu transmitir... As características das pessoas abordadas de forma tão sublime e pontual... O jogo de sentimentos entre os personagens principais e as evidentes características encontradas até mesmo nos personagens secundários... Tudo isso aliado à profundidade desta história, que prende e emociona, faz desse um filme fabuloso que favorito com prazer!
Adeus, Minha Concubina
4.2 98Filme exótico, com belos figurinos e maquiagem, bem estruturado no contexto histórico-cultural no qual a trama se desenvolve. Câmeras lentas retratando jovens melancólicos em imagens que têm muito a dizer...
O Contador de Histórias
4.0 492 Assista AgoraEm meio à problemática social, um singular retrato da importância da educação, amor e esperança na busca pela transformação. Impressiona pela sutileza com a qual foi construído. Traz elementos chamativos para o público que só se interessa por cinema comercial, e ainda assim não cai na vulgaridade e nem tem apelação forçada, muito pelo contrário. Possui uma beleza artística que encanta.
Incrível também saber que tampouco as qualidades dos personagens foram exageradas e todas são justificáveis. O pessimismo racional, a inocência confiante, o remar contra a corrente e aquela imaginação fértil vieram a se somar e deixar o filme ainda mais carinhoso... Como, por exemplo, negar o empenho e paciência de Margherit?
Em alguns momentos vemos a infância retratada sob o ponto de vista com o qual o protagonista fantasiava o que trouxe ao filme uma bela atmosfera lírica. A segregação social não foi condição para que o personagem deixasse de ter uma visão de mundo lúdica: ele adaptava essa visão à sua realidade. O cineasta foi sensível nos elementos. Não acho que isso seja fuga-de-uma-realidade-que-deveria-ter-sido-melhor-explorada-na-obra, tampouco desvio-da-realidade-social: foi apenas um modo diferente de se encarar a realidade, modo este que crianças usam até mesmo como uma defesa psicológica. Tal característica infantil aliada à mente criadora de "Robertô" não poderia resultar diminuta.
O filme traz consigo um alto número de emoções sendo vividas pelos personagens e foi delicado nessa abordagem. Música, figurino, atuação, maquiagem, enredo... Tudo contribuiu com isso; Também demonstra o panorama físico de forma ótima. O modo como as câmeras foram conduzidas retratam a pequinês do protagonista de forma muito boa quando ele está no refeitório, por exemplo. O cenário também é ótimo.
Achei linda a atuação de Maria de Medeiros, bem como todas as interpretações dadas a Roberto Carlos; gostei da cena final, extremamente bem-vinda e, ao contrário de muitos, gostei do "grande" número de textos narrativos no decorrer do filme: um contador de histórias contando ao público a história dele mesmo e, tanto quando um escritor, possuidor do direito à expressão verbal ainda que exista a imagem.
O filme poderia ser chocante, mas escolheu ser verdadeiro pelo caminho da delicadeza que Roberto e Margherit tão bem possuem, e sonhador por meio da esperança que a mãe de Roberto e a própria Margherit tão bem demonstram. Não se esquece da necessidade da ação. De um modo geral vê-se a importância da oportunidade e da atuação profissional, política e familiar na vida das crianças, como um canteiro que sendo bem estruturado e cultivado com afeto possibilitará o aflorar de talentos.
A equipe está de parabéns pelo esmero na produção e pelo esforço na superação das dificuldades que o projeto enfrentou para sair do papel. Valeu a pena. O resultado é esplêndido. Um filme que, discretamente, se aproxima do espectador e fala a ele. Aquela obra que, em sua contenção, acaba por tocar ainda mais.
Chicago
4.0 997Som, filmagem e maquiagem são muito bons. A mistura de artes no filme é interessante: atores cantam, dançam e interpretam em um filme cheio de elementos teatrais.
Quando Fala o Coração
4.0 161O clima de suspense criado é incrível. Claro que a coragem foi impulsionada pela emoção - a menção do coração no título - mas o sentimento e uma possível intuição só têm valor para Constance, muito bem interpretada por Ingrid Bergman.
Nesse caso a razão não poderá ser desprezada e, na atmosfera criada, as dificuldades pela busca de provas concretas choca-se com o interesse da protagonista e ela se vê praticamente sozinha na luta. Nem mesmo J.B. acredita nos benefícios do risco. Mesmo assim ela insiste aproveitando o tempo, pois sabe que a investigação precisa ser urgente e ampla. Pelo modo que as cenas ocorrem, percebemos como tudo foi inteligentemente planejado e não poderia ser diferente. Ocorre uma jornada interna e externa: para dentro do protagonista, por meio do tratamento, e para fora, na exploração do ambiente, em busca das peças do quebra-cabeça;
Por meio do enredo, atuação, filmagem, aliada à música, nunca sabemos o que está para acontecer, até que ponto a confiança da protagonista poderá prejudicá-la, quando um novo desastre irá ocorrer;
A presença do surrealismo de Dalí é excelente em um filme que aborda a psicanálise;
A cena do copo se virando para a câmera foi muito bem feita. Várias sequências incríveis. Para citar mais uma, menciono a cena do beijo, quando o foco se aproxima da face dos atores, em separado, até fechar em seus olhos, quando ocorre um corte e as portas começam a serem abertas. Lindo. Grande direção. Um filme brilhante.
Os Inquilinos
3.5 67Achei um bom filme. Apesar da temática batida, gostei do cenário em que os fatos são apresentados. A fotografia também tem pontos altos.
A Casa Verde
2.2 16Não tenho muita facilidade em criticar com meu pequeno olhar um filme que já recebeu tantos prêmios, já foi bem conceituado por pessoas que entendem realmente do assunto, mas vamos lá... Eu entendo que o filme é infantil, mas mesmo assim eu vejo ele sendo construído de forma diferente para esse público. Certos elementos da linguagem televisiva são bastante empregados e isso não contribuiu muito para o enriquecimento do filme, eu acho. O roteiro é interessante, as técnicas de montagem - usando ilustrações que se transformam em personagens - são bacanas, há cenas boas, mensagens bonitas sendo transmitidas, mas a direção não me agradou, a sonoplastia e o exagero dado a alguns personagens...
A Erva do Rato
3.2 98 Assista AgoraO filme foi me ganhando aos poucos. Os diálogos são interessantes, abordam os personagens e também elementos da cultura nacional, no parte inicial do filme. Mas, as imagens falam por si. A cena da banheira é inesquecível. "Ela" (personagem) muda de figura no decorrer do filme, sendo lindo o figurino de professora comportada e linda a beleza mitológica de seu sono e a distribuição de seus cabelos.
A parte técnica é mesmo esplêndida. O roteiro é estranho pois a relação existente entre os três (casal, mais rato) pode ser considerada estranha. Inicia calmo, as cenas vão ficando mais tensas com o desenrolar dos acontecimentos. O desfecho é curioso.
Para quem quer ver algo diferente, taí um prato cheio.
Ótima iniciativa. Machado merece ser inspiração (ainda que parcial) de mais produções boas.
A Batalha Por Cidadão Kane
4.2 30Ótimo documentário. A montagem mescla uma narrativa com entrevistas, imagens de diferentes momentos, cenas de Cidadão Kane, nos levando a conhecer melhor Welles, Hearst e a referida batalha pelo filme em seu contexto histórico.
O Vento Nos Levará
3.9 40 Assista AgoraAh, que filme emocionante!
Albergue Espanhol
3.9 313As informações deveriam ser editadas. Alguns personagens aparecem com o nome de seus atores.
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraOs depoimentos são um prato cheio no filme, mas o que me deixou mais fascinado foi o modo com que ele fotografou as paisagens da cidade e as expôs em paralelo com as entrevistas. A idéia do filme é muito boa e ele conseguiu deixar tudo ligado de uma forma muito bonita. A esse respeito, vários pontos chamaram muito a minha atenção: a explicação do filme; a câmera colocada no guincho de um edifício em construção (o próprio início do filme nas obras); o elevador que sobe andar por andar até atingir o topo; a mulher que toma sol nas frestas dos edifícios; a sombra de um prédio no mar e a sombra de vários prédios; a criança que corre; a gaivota voando; o close da cobertura até a pessoa que está lá embaixo, formando uma imagem não muito nítida que pode demonstrar o distanciamento de realidades dos moradores com a pessoa filmada e as demais pessoas... Todo esse conjunto deixou esse documentário excelente para mim.
O Hóspede Quer Bananas
2.0 64Ninguém segura esse macaco! o/
Abraços Partidos
3.9 661Os principais, Lluís Homar e Penélope Cruz, foram ótimos, em minha opinião. Muitos não gostaram de Penélope, mas eu gostei. O enredo é ótimo, mais uma vez metalingüístico, possui outros tantos enredos feitos em seu interior. As músicas fortes, as interpretações magníficas. Rossy de Palma, mais uma vez, brilha como coadjuvante! As famosas cores de Almodóvar, como sempre, impecáveis.
Nossa, e o que dizer das câmeras?! Per-fei-tas!! O filme já começou com ângulos deliciosos. Adoro filmagens feitas com câmeras altas, postas no teto, enquadrando o chão, e aquela no aparelho de ginástica, então, foi fantástica!!! A cena na estrada... Ah! Não sei como ele consegue ser tão brilhante! Os movimentos, ele abusou dos movimentos! As câmeras deslizaram como se estivessem dançando! Até na primeira cena de sexo a câmera não esteve parada atrás do sofá, mas percorreu todo o seu “dorso”. Bastantes imagens de cima para baixo e de baixo para cima, simulando olhares e criando suspense. Pitadas de humor habilmente colocadas.
cena do acidente... Há quanto tempo eu não me assustava com um acidente no cinema? Eu simplesmente me arrepiei! Ele criou um clima maravilhoso!
A maquiagem é encantadora, o figurino também, assim como o cenário. Voltando ao roteiro, são fabulosas aquelas idas e vindas!
Adorei a sensação do inacabado no final.
Nasce Uma Estrela
3.8 84 Assista AgoraA história é envolvente, melodramática, com pitadas de humor. A fotografia é linda! É bonito de se ver o jogo de imagens feito entre as cenas na cidade pequena, mais escurecidas e paradas, e as feitas em Los Angeles, cheias de luz e movimento. Entre os temas abordados estão a chegada ao sucesso, dificuldades e anseios antes e depois de consegui-lo, alcoolismo. Gostei bastante da avó Lettie (May Robson),
durona, ela possibilita a realização pessoal da neta, e também a sua própria.
Gosto da cena na qual o nome artístico da personagem é escolhido. Achei deliciosa a fonética da palavra, insistentemente repetida.
Nasce Uma Estrela
4.0 113 Assista AgoraProvavelmente, viste a terceira versão, Fani.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraO personagem tem uma mente peculiar, uma maneira diferente de encarar o mundo. Seus valores são diferentes dos de sua família, dos da sociedade de um modo geral, e a melhor forma de buscar sua realização pessoal foi se aventurar no universo da natureza, onde as coisas são mais puras e verdadeiras.
Há uma cena em que ele diz que não é um mendigo, já tem até curso superior, vive aquele estilo de vida porque escolheu. Ele não tem nada contra os mendigos, provavelmente quis apenas dizer que teve outra opções, teve outras vivências, mas estava em busca de sua evolução como homem.
Gostei da cena final, a mudança rápida de câmeras, o grito abafado, a lembrança do passado.
O filme também mostra que tudo na vida tem um preço. Se estamos preparados para encará-los é algo a se pensar.
Quatro Amigas e um Jeans Viajante
3.1 479 Assista AgoraEu achei este filme marcante, inclusive por trabalhar o mundo adolescente em um ponto de vista que não estamos tão acostumados a ver. Conforme se falou, outros filmes tendem a mostrar o centro do conflito e rebeldia adolescente e ficar por aí; este, entretanto, possui continuidade e mostra mudanças que tal conflito sofreu. As paisagens são fantásticas; a amizade das amigas, motivadora; as lições aprendidas também. Creio que cada um poderá se identificar mais com alguma personagem e também notar que não precisamos ser iguais para sermos amigos. Muito, muito bom!
Mistérios
2.8 9Não sei como ninguém havia cadastrado esse filme, pelo visto ele é menos conhecido do que eu esperava. Assisti duas vezes em um mesmo festival e rapidamente percebi que se tratava de uma obra fabulosa que já encanta pelo seu diferencial! Gostei da fotografia, da atuação de Carlos Vereza, Sthefany, entre outros atores; dos cenários, da narração, das danças, do movimento, das próprias explicações existentes. Gostaria de vê-lo ainda outras vezes, para analisar mais aspectos e me ver encantado de novo. Ele me prendeu e dei a ele uma ótima nota nos diversos quesitos.
Antônia: O Filme
2.7 54Fala sobre realidades existentes em nossa sociedade: espaço da mulher, machismo, obstáculos, exclusão, violência e sonhos! A proximidade do cinema brasileiro com o documentarismo, a busca por não-profissionais como atores (pessoas da própria localidade), os diálogos abertos têm muito a oferecer para a qualidade de filmes como este, especialmente no que tange ao realismo; creio que em Antônia os temas foram abordados de forma muito boa. As músicas também se tornaram especiais aliadas às vozes das cantoras. Gostei. Tanto o filme como a série me agradaram, embora eu não tenha assistido a todos os episódios desta.
A Carne é Fraca
4.0 227 Assista AgoraA respeito da reportagem cujo link foi disponibilizado abaixo, posso dizer que não sei se as couves querem viver, mas o fato é que elas, bem como os demais pertencentes ao reino vegetal, não possuem sistema nervoso, portanto não sentem dor, certo? Ainda entendo as diversas opiniões e etc. Não sou focado em mim e também já mudei muitos de meus pensamentos, mas (ou, talvez, justamente por isso) acho interessante o diálogo de um tema tão relevante, logo acho ótimo a existência deste documentário e outros afins, pelo critério da informação (que geralmente não chega às pessoas) mais do que pela possibilidade de comoção. Entretanto, a comoção é, explicitamente, um objetivo do filme, o que é totalmente compreensível e admissível, em minha opinião. Gosto muito desse filme, das entrevistas, da ordem pela qual os fatos são colocados, do conteúdo abordado... Até identifiquei alguns momentos de humor, rs!
Bandidas
3.0 320 Assista AgoraA trama é superficial; as piadas, desinteressantes; o roteiro, forçado; o fundo político foi fraco (no desenvolvimento) e muitas cenas foram mal produzidas, especialmente certas cenas de ação e outras que possuem uma continuidade ruim. Não sei se este era um objetivo, mas muitas vezes o filme beira o absurdo. Sem dúvida, a capacidade dos atores, particularmente das atrizes Penélope e Salma, não foi positivamente explorada.
Amistad
3.9 317 Assista AgoraEm termos de estúdio, Amistad marca uma nova fase no trabalho do diretor. É um filme longo cujo o tema é interessante, por si só, o que trás motivação para assisti-lo do início ao fim; a história, baseada em fatos reais,é envolvente pelo seu contexto histórico e social, porém poderia ter sido melhor trabalhada, em termos de profundidade; talvez tenha faltado um maior envolvimento ou simplesmente não tenha ocorrido muita preocupação quanto a isso. A atuação de Hopkins foi mesmo muito boa,o elenco, no geral, muito bom; a trilha sonora excelente, mas a fotografia, admirada por tantos, poderia ter sido bem melhor. As cenas de tortura, para mim, particularmente, se tornam ainda piores do que de algum filme de terror, pois sei que não são mera invenção: são homens submetendo homens à crueldade, sem nenhuma justificativa ética que supere isso. Certas cenas, de um modo geral, realmente marcaram! É interessante que quem assista capte uma mensagem positiva sobre a valorização do homem e da liberdade, nesse contexto, o discurso final de John Quincy Adams foi muito bem-vindo.
Turista Espacial
4.3 236Quando vejo uma obra tão formidável, tudo o que quero é que todas as pessoas estejam abertas e dispostas a vê-la também, e que consigam apreciá-la e entendê-la ainda melhor do que eu. E possam, assim, refletir: suas condutas, a humanidade e a vida como um todo.
Luke e eu
4.3 25Uma obra, em minha opinião, bastante singular. É interessante observar mulheres (a diretora e a escritora do livro homônimo) com uma visão tão intimista de um personagem masculino, em uma condição onde, geralmente e mais facilmente, se desenvolve a história sob o ponto de vista da personagem mulher. Também destaco as ligações do presente com o passado e as conseqüências que isso traz, o que desperta a curiosidade do espectador quanto ao desenrolar dos acontecimentos. As relações familiares tão bem discutidas, na medida do que o filme conseguiu transmitir... As características das pessoas abordadas de forma tão sublime e pontual... O jogo de sentimentos entre os personagens principais e as evidentes características encontradas até mesmo nos personagens secundários... Tudo isso aliado à profundidade desta história, que prende e emociona, faz desse um filme fabuloso que favorito com prazer!