A nova animação da Disney e Pixar nos leva a um mundo pouco exposto nos cinemas: o dos nossos pensamentos. De maneira inovadora, e quase didática, Divertida Mente explora esse universo com base nas memórias da pequena Riley, desde o início de sua vida. Assim como já foi feito com Boo - de Monstros S.A. - ao retratar seus monstros do armário, e em Toy Story, apresentando o mundo dos brinquedos de Andy.
Quando Riley (Kaitlyn Dias) é obrigada a se mudar de sua cidade natal, no meio-oeste dos Estados Unidos, para São Francisco, sua mente passa a ser guiada por emoções com comportamentos diferentes. Com isso, Alegria (Amy Poehler), Medo (Bill Hader), Raiva (Lewis Black), Nojinho (Mindy Kaling) e Tristeza (Phyllis Smith) terão que saber lidar com essas adaptações e manter Riley focada no que realmente importa para fazê-la feliz: a Alegria.
Para explicar ao espectador infantil como a mente de Riley funciona, é utilizado o meio mais didático, expondo exemplos de para onde vão as memórias mais importantes, as quais são intituladas de memórias base e divididas em sub-categorias, ou para onde foram aqueles pensamentos menos importantes. Dessa forma, esse "sistema" fica de fácil entendimento tanto para adultos quanto para crianças.
Peter Docter, diretor e roteirista conhecido por Monstros S.A., Up - Altas Aventuras, Wall-E e Toy Story, ao lado de mais dois co-roteiristas Meg LeFauve e Josh Cooley revelam mais um filme de grande potencial. A evolução de seus personagens é tão bem construída que faz o espectador se sentir próximo a eles e torcer pelo seu sucesso. Alegria e Tristeza, que dominam a trama, dividem suas importâncias no longa não por um mero acaso. A animação faz uma crítica, de forma sútil, a esse mundo que querem vender a felicidade a qualquer custo, como se ficar triste, de vez em quando, fosse sinônimo de alguma doença ou algo fora da normalidade.
Divertida Mente consegue transmitir sua história de maneira verídica, e é fácil acreditar que tudo o que está sendo relatado pode acontecer na vida real. A simplicidade como os fatos corriqueiros que são retratados na obra, fazem dela ainda mais valiosa. Docter acerta em cheio ao levar, mais uma vez, as pessoas ao mundo no qual elas de identifiquem e se coloquem-se no lugar da personagem, expondo um referente para que cada expectador possa se reconhecer.
Por: Caroline Venco