Em O ÚLTIMO JOGO, o velho embate entre brasileiros e argentinos no futebol é transportado para uma pequena cidade chamada Belezura, na fronteira entre os dois países. Para seus habitantes, perder a partida para os jogadores do vilarejo vizinho, Guapa, não é uma opção.
Primeiro longa de ficção dirigido por Roberto Studart, documentarista responsável pelos filmes Pra Lá do Mundo e Mad Dogs, tem estreia adiada nos cinemas do Brasil para mês de maio.
No filme, a cidade de Belezura vive da indústria moveleira, mas sua única fábrica está prestes a fechar e todos perderão o emprego. Boa parte do time de futebol trabalha lá. A partida contra os arquirrivais argentinos seria a única chance dos moradores terem uma grande alegria, mas a equipe não vai nada bem e, se nos próximos dias não aparecer um craque, estará perdida. A chegada de um forasteiro, conhecido como ‘O Fantasista’ (Bruno Belarmino), muda tudo. Ele é um craque com a bola no pé, mas ele e sua mulher (Betty Barco) precisam ser convencidos a ficarem até o dia do jogo. Para isso, os moradores inventam uma série de mentiras.
Em O ÚLTIMO JOGO, as duas partidas mostradas têm um papel fundamental e Studart define que realizá-las foi algo insano. “Decidi que iríamos filmar os jogos com uma intensidade parecida com a do futebol americano, algumas marras do basquete. Era uma maneira de trazermos algo diferente.Os moradores das cidadezinhas onde filmamos eram fanáticos por futebol, jogavam torneios de várzea, então os colocamos no filme. Foi realmente incrível, eles não tinham ideia de como se fazia um filme. Se doaram inteiramente. Ao mesmo tempo, tínhamos muitos minutos de jogo no roteiro. Rodar essas cenas sempre exige um número maior de ângulos, diversas repetições e muito mais tempo de preparação. Para completar, ainda aconteciam vários conflitos entre as torcidas”.
A obra traz também alguns elementos de realismo fantástico, um gênero típico da América Latina, fazendo parecer que os personagens vivem num universo paralelo ou até que Fantasista, por exemplo, tenha vindo de outro mundo com uma espécie de superpoderes para dominar a bola. A experiência de Studart como documentarista também contribui na construção dessa narrativa, desse mundo tão particular. “A maior arma que o documentário me deu foi a habilidade de improvisar. E nós improvisamos o tempo inteiro em O ÚLTIMO JOGO. Tínhamos uma verba muito pequena e pouquíssimo tempo e o filme não era sobre o drama de um casal em um apartamento. Eram 35 locações, duas partidas de futebol e um elenco enorme. Eu não dormia muito, não comia muito, mas o processo foi maravilhoso. Os produtores, a equipe e o elenco deram a alma por esse filme”.
Imagem: Pandora Filmes / Divulgação