"Não se trata de ganhar ou de perder, trata-se de aparecer". Por mais que o filme esteja direcionado a um público específico concernente aos admiradores de baseball, é extremamente salutar registrar que toca em pontos universais, como a busca por uma administração dos times que sobreviva ao tempo, e que procure sempre por encontrar formas de se reinventar, muito provocada pela crise do capitalismo. Assim, no lugar de focar no jogo em si, temos na verdade um estudo de caso sobre empresários gestando seus negócios, com certa dose de patrimonialismo, mas também sendo honesto nas suas intenções, por mais fofinhas que possam parecer. Ao focar num negócio de família, vemos as artimanhas do capital em estabelecer vínculos para além do racionalismo instrumental, como se desafiando Max Weber em suas pretensas formas de "tipos ideais" voltadas a dissecar os empreendimentos corporativos. Logo, de baseball aqui só tem o pano de fundo. É a humanidade das relações que mais interessa, a herança que vem desde o avô e o peso de manter a tradição em meio a mudanças que, se não abalam em termo estruturais, podem provocar certas mudanças (a boate fechando, os camarotes se abrindo). Abraçando a "sociedade do espetáculo" como meio de sobrevivência das empresas esportivas, o filme ganha contornos divertidos de acompanhar, inclusive fiquei com vontade de que não fosse apenas um documentário. Como cinema, acompanhar os estádios preocupados com imagens e signos linguísticos que dialoguem com a massa é como ver o capitalismo agonizando para encontrar novas formas de entreter (e espoliar). Mascotes, roupas coloridas, música. O canto da sereia sempre precisará ser entoado enquanto sobrevier o capital. Talvez o documentário peque pela falta de foco, uma guinada para acompanhar a doença da filha e o tornando verdadeiramente emotivo marca uma passagem meio brusca, mas pensando bem, condizente com o que fora mostrado até então: a tentativa de criar laços pessoais em uma estrutura empresária e burocrática. Mas sim, os Veecks são carismáticos a ponto de sustentar o projeto e o interesse do filme, por mais manipulativo que seja. E para quem curte o esporte, certamente o grau de envolvimento com a obra vai ser maior, se não pelo jogo em si, mas pela inúmeras referências, já que o legado dos Veecks atravessa geração. Mesmo que a tentativa de emular uma lição e moral sobre dar uma "segunda chance" seja engolido pela dissimulação de projetos empresariais, que é a temática verdadeira do filme, ainda assim é possível extrair desse retrato verdadeiras sacadas da realidade, e se divertir à beça com o longa.
Em um mundo apocalíptico dominado por um fungo que torna os seres humanos zumbis e perigosos, é de se espantar a qualidade técnica e imersiva conseguida pela Hbo ao recriar o enredo do jogo e apostar suas fichas não na ação, mas num drama lotado de humanidade. Literalmente, seres humanos continuam sendo dotados de qualidades e defeitos, e isso mesmo num cenário caótico, como aliás a pandemia nos fez lembrar. E a partir do desenvolvimento de dois personagens principais, vemos que de fato as inseguranças, os medos, os traumas, as personalidades, soam muito mais ameaçadoras do que um ataque físico. É como se a pressão ocasionado pelo ambiente tivesse um poder aniquilador mais acentuado. É um grande acerto da produção, a meu ver, apostar mais na carga dramática, já que temos uma enxurrada de produções com esse tema. No entanto, é possível também sentir falta de algo mais visceral. Confesso que me deu sono em muitos trechos, embora lá na frente das cenas os momentos intimistas se mostrem importantes para consolidar a personalidade dos protagonistas. Até mesmo papéis secundários foram trabalhados muito bem, com destaque para o início da série, que por ser crível já ganha a curiosidade para os demais, para o emocionante terceiro episódio, o sétimo, e o último, que fechou com gosto de quero mais. Eu particularmente preferia algo mais movimentado, mas é inegável que a escolha da produção soou efetiva e elevou o patamar de uma simples produção de jogo para uma série sobre temas humanos universais ligados à sobrevivência da espécie. Então que venha a próxima temporada!
Round 6: O Desafio (1ª Temporada)
3.1 91Quando o João Kleber ganha mais orçamento pra fazer seu BBB
Lançando Segundas Chances
4.2 2 Assista Agora"Não se trata de ganhar ou de perder, trata-se de aparecer".
Por mais que o filme esteja direcionado a um público específico concernente aos admiradores de baseball, é extremamente salutar registrar que toca em pontos universais, como a busca por uma administração dos times que sobreviva ao tempo, e que procure sempre por encontrar formas de se reinventar, muito provocada pela crise do capitalismo.
Assim, no lugar de focar no jogo em si, temos na verdade um estudo de caso sobre empresários gestando seus negócios, com certa dose de patrimonialismo, mas também sendo honesto nas suas intenções, por mais fofinhas que possam parecer.
Ao focar num negócio de família, vemos as artimanhas do capital em estabelecer vínculos para além do racionalismo instrumental, como se desafiando Max Weber em suas pretensas formas de "tipos ideais" voltadas a dissecar os empreendimentos corporativos. Logo, de baseball aqui só tem o pano de fundo. É a humanidade das relações que mais interessa, a herança que vem desde o avô e o peso de manter a tradição em meio a mudanças que, se não abalam em termo estruturais, podem provocar certas mudanças (a boate fechando, os camarotes se abrindo).
Abraçando a "sociedade do espetáculo" como meio de sobrevivência das empresas esportivas, o filme ganha contornos divertidos de acompanhar, inclusive fiquei com vontade de que não fosse apenas um documentário. Como cinema, acompanhar os estádios preocupados com imagens e signos linguísticos que dialoguem com a massa é como ver o capitalismo agonizando para encontrar novas formas de entreter (e espoliar). Mascotes, roupas coloridas, música. O canto da sereia sempre precisará ser entoado enquanto sobrevier o capital.
Talvez o documentário peque pela falta de foco, uma guinada para acompanhar a doença da filha e o tornando verdadeiramente emotivo marca uma passagem meio brusca, mas pensando bem, condizente com o que fora mostrado até então: a tentativa de criar laços pessoais em uma estrutura empresária e burocrática.
Mas sim, os Veecks são carismáticos a ponto de sustentar o projeto e o interesse do filme, por mais manipulativo que seja. E para quem curte o esporte, certamente o grau de envolvimento com a obra vai ser maior, se não pelo jogo em si, mas pela inúmeras referências, já que o legado dos Veecks atravessa geração.
Mesmo que a tentativa de emular uma lição e moral sobre dar uma "segunda chance" seja engolido pela dissimulação de projetos empresariais, que é a temática verdadeira do filme, ainda assim é possível extrair desse retrato verdadeiras sacadas da realidade, e se divertir à beça com o longa.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraEm um mundo apocalíptico dominado por um fungo que torna os seres humanos zumbis e perigosos, é de se espantar a qualidade técnica e imersiva conseguida pela Hbo ao recriar o enredo do jogo e apostar suas fichas não na ação, mas num drama lotado de humanidade.
Literalmente, seres humanos continuam sendo dotados de qualidades e defeitos, e isso mesmo num cenário caótico, como aliás a pandemia nos fez lembrar. E a partir do desenvolvimento de dois personagens principais, vemos que de fato as inseguranças, os medos, os traumas, as personalidades, soam muito mais ameaçadoras do que um ataque físico. É como se a pressão ocasionado pelo ambiente tivesse um poder aniquilador mais acentuado.
É um grande acerto da produção, a meu ver, apostar mais na carga dramática, já que temos uma enxurrada de produções com esse tema. No entanto, é possível também sentir falta de algo mais visceral.
Confesso que me deu sono em muitos trechos, embora lá na frente das cenas os momentos intimistas se mostrem importantes para consolidar a personalidade dos protagonistas.
Até mesmo papéis secundários foram trabalhados muito bem, com destaque para o início da série, que por ser crível já ganha a curiosidade para os demais, para o emocionante terceiro episódio, o sétimo, e o último, que fechou com gosto de quero mais.
Eu particularmente preferia algo mais movimentado, mas é inegável que a escolha da produção soou efetiva e elevou o patamar de uma simples produção de jogo para uma série sobre temas humanos universais ligados à sobrevivência da espécie. Então que venha a próxima temporada!
Wandinha (1ª Temporada)
4.0 683 Assista AgoraTem uma galera incomodada com o suposto "empoderamento feminino" na série da Wandinha!! Que piada!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk