Ao mesmo tempo que é genuinamente lindo, e falo aqui tanto da mensagem quanto da estética mesmo, comtraços delicados mas que conseguem transmitir a emoção dos seus personagens, também é cheio de clichês de livros de autoajuda. Amizade e busca pelo amor, num roteiro simples e idílico. É um conto de fadas num ambiente com neve e personagens fofos, feito para esquecer da realidade por meia hora, mas que não sobrevivem para além daquele espaço.
Muito bonito os traços e o filme ao menos consegue passar a angústia de uma jovem adulta, ainda morando com os pais. O sentimento de solidão e busca em prazeres momentâneos é captado de forma simples e direto. Claro que poderia ser mais robusto, em especial na interação da jovem, mas conseguiu uma boa representação, ainda que não tão aprofundada quanto poderia ter sido.
Um nível de lacração mirim absurdo, e chego a cogitar que não foi o mais natural possível, mas ainda que necessário tendo em vista, como diria Foucault, pesar sobre a infância uma influência gigante de interdição.
Contudo, o documentário cansa ao apelar para uma frase que resuma determinado livro e também pela lista enviesada (mais lacração). Uma boa ideia não muito bem executada.
O trabalho quase artesanal de consertar peças em favor de materializar as condições para se levar arte a quem menos tem acesso é realmente muito digno. Mas o documentário a todo instante apela para o dramalhão típico de programas sensacionalista de auditórios: trilha maçante, histórias jogadas ao leu (pareciam cortes feitos para clipes do criança esperança), falta de conexão com um todo... Ao menos temos sinceridade em certos momentos, muito por causa do trabalho sério daqueles que consertam, mas infelizmente careciam de um trato melhor ao seu ofício.
Searit Huluf também participa de filmes como "Red" e "Soul", e faz de "self" um curta muito bonito de se ver, e sem qualquer diálogo consegue passar sua mensagem. Entretanto, os poucos minutos que tem não consegue se aprofundar naquilo que poderia ser a alma da animação: os impactos de não ser você mesmo. É bonito, tocante, mas poderia sim desenvolver melhor o argumento.
Ok, isso aqui me quebrou de um jeito que nem sei o que comentar. Lindo, um lampejo de humanidade naquele abraço e um absurdo de humanidade naquele choro do David Oyelowo.
Forçou demais em vários aspectos, como se assinar "Almodóvar" fosse garantia de tudo, até mesmo de uma espécie de coito interrompido: parece que não houve tempo de desenvolver os personagens, e termina meio abruptamente, sem clímax, sem paixão. E o grande empasse é que tinha uma história a ser desenvolvida aqui, com personagens interessantes demais para serem tão mal desperdiçados. A trilha sonora, por exemplo, é somente regular, assim como todos os enquadramentos (aliás, o do flashback é meio tosco). Ao se demorar onde não deveria (no caminhar do deserto, por exemplo) e atropelar momentos importantes (como no final), mostra somente um potencial desperdiçado. Contudo, ainda há toques de sensibilidade, como por exemplo na cena inicial em que os marmanjos se olham ou quando vão para o quarto, a jogado com o espelho, o enfoque na cama... Infelizmente não passou do superficial, sem agregar muitos elementos ao gênero.
Roald Dahl é um escritor britânico que já teve inúmeras de suas obras adaptadas ao cinema, entre elas "Matilda", "A fantástica fábrica de chocolate", "O bom gigante amigo", e até mesmo "O fantástico senhor raposo", que fora adaptado pelo próprio Wes Anderson. Aqui, o diretor novamente adapta um livro do Dahl e o faz com grande maestria e criatividade técnica. A solução para os diversos cenários e a narrativa fluida estão impecáveis. Depois de derrapar em "Asteroid City", confesso que não estava com tanta expectativa assim. A sequência me lembrou muito a introdução de "Magnólia" pela agilidade com que os fatos são narrados, pela cadência dos diálogos e o humor levemente ácido. mas além dos cenários que são econômicos, porém, muito criativos, aqui finalmente o roteiro está enxuto e linear (não espere algo muito sofisticado, o que é um alento, já que os longas dele são verdadeiros quebra-cabeças) e conta com uma opção de narrador/personagem altamente divertida, a quarta parede definitivamente desmoronada sem soar irritante, em prol de contar a história. E por mais irônico que possa parecer, senti falta de uma reviravolta ou de um momento de ápice no filme, como se o clímax ficasse meio soterrado pela fluidez de uma leitura em vídeo. Assim, o filme acaba sendo excessivamente narrado e sem uma pausa para contemplação, prejudicando em momentos decisivos, embora tudo o que tenha sido posto seja de puro agrado. É um filme maduro, no entanto, de um diretor que já tem uma identidade visual muito acertada, e que encontrou o tom condizente com o seu estilo. Mesmo que não surpreenda, tudo é muito agradável de assistir.
Sejamos francos, enquanto cinema, é um filme bem ruim. Para quem lembra dos episódios dos Power Rangers com seus roteiros bem manjados (secundaristas norte-americanos típicos e suas piadas considerando o hormônio à flor da pele, o perigo do vilão com um amontoado de capangas fajutos, o confronto, o megazord). Toda a linha esquemática de sua história está aqui, o filme mais parece um desse sepisódios. Mas dito isso, não é que funciona? Tem o fator nostalgia, tem também o fato de resgatarem os atores originais, e claro, a bela e merecida homenagem à Ranger Amarela, com um link simpático para a sua filha, mas totalmente clichê, raso e previsível. Há também uma revisita nos cenários, o que mostrou como eu era realmente cego à cafonice da locação, mas voltar ao passado, neste caso, deu uma sensação gostosa de voltar a uma casa de infância, por mais que percebamos as rachaduras nas paredes, é sempre um local muito reconfortante. Somado a todo esse clima nostálgico, é nítido que o projeto foi feito às pressas, não apenas pela duração da obra, mas dava pra ver que alguns atores estavam fora de forma, fora de tom, pareciam amadores, com um tom de naturalidade que, ao menos, caiu bem ao clima. Ao final temos o famoso "in memoria" para dar aquele quentinho no coração. E sim, há a música tema famosa, o que nos dá um leve sorriso no rosto ao escutá-la. Tirando a história batida, se você for nostálgico o suficiente certamente irá gostar disso aqui.
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O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo
4.0 138Ao mesmo tempo que é genuinamente lindo, e falo aqui tanto da mensagem quanto da estética mesmo, comtraços delicados mas que conseguem transmitir a emoção dos seus personagens, também é cheio de clichês de livros de autoajuda. Amizade e busca pelo amor, num roteiro simples e idílico. É um conto de fadas num ambiente com neve e personagens fofos, feito para esquecer da realidade por meia hora, mas que não sobrevivem para além daquele espaço.
The Red Sea Makes Me Wanna Cry
3.4 1Ficou só na intenção mesmo
27
3.6 5 Assista AgoraMuito bonito os traços e o filme ao menos consegue passar a angústia de uma jovem adulta, ainda morando com os pais. O sentimento de solidão e busca em prazeres momentâneos é captado de forma simples e direto. Claro que poderia ser mais robusto, em especial na interação da jovem, mas conseguiu uma boa representação, ainda que não tão aprofundada quanto poderia ter sido.
O ABC da Proibição de Livros
3.6 30Um nível de lacração mirim absurdo, e chego a cogitar que não foi o mais natural possível, mas ainda que necessário tendo em vista, como diria Foucault, pesar sobre a infância uma influência gigante de interdição.
Contudo, o documentário cansa ao apelar para uma frase que resuma determinado livro e também pela lista enviesada (mais lacração). Uma boa ideia não muito bem executada.
A Última Loja de Consertos
3.9 32 Assista AgoraO trabalho quase artesanal de consertar peças em favor de materializar as condições para se levar arte a quem menos tem acesso é realmente muito digno. Mas o documentário a todo instante apela para o dramalhão típico de programas sensacionalista de auditórios: trilha maçante, histórias jogadas ao leu (pareciam cortes feitos para clipes do criança esperança), falta de conexão com um todo... Ao menos temos sinceridade em certos momentos, muito por causa do trabalho sério daqueles que consertam, mas infelizmente careciam de um trato melhor ao seu ofício.
Eu Mesma
3.6 6Searit Huluf também participa de filmes como "Red" e "Soul", e faz de "self" um curta muito bonito de se ver, e sem qualquer diálogo consegue passar sua mensagem. Entretanto, os poucos minutos que tem não consegue se aprofundar naquilo que poderia ser a alma da animação: os impactos de não ser você mesmo. É bonito, tocante, mas poderia sim desenvolver melhor o argumento.
E Depois?
3.2 64 Assista AgoraOk, isso aqui me quebrou de um jeito que nem sei o que comentar. Lindo, um lampejo de humanidade naquele abraço e um absurdo de humanidade naquele choro do David Oyelowo.
Estranha Forma de Vida
3.4 135 Assista AgoraForçou demais em vários aspectos, como se assinar "Almodóvar" fosse garantia de tudo, até mesmo de uma espécie de coito interrompido: parece que não houve tempo de desenvolver os personagens, e termina meio abruptamente, sem clímax, sem paixão.
E o grande empasse é que tinha uma história a ser desenvolvida aqui, com personagens interessantes demais para serem tão mal desperdiçados. A trilha sonora, por exemplo, é somente regular, assim como todos os enquadramentos (aliás, o do flashback é meio tosco).
Ao se demorar onde não deveria (no caminhar do deserto, por exemplo) e atropelar momentos importantes (como no final), mostra somente um potencial desperdiçado. Contudo, ainda há toques de sensibilidade, como por exemplo na cena inicial em que os marmanjos se olham ou quando vão para o quarto, a jogado com o espelho, o enfoque na cama...
Infelizmente não passou do superficial, sem agregar muitos elementos ao gênero.
A Incrível História de Henry Sugar
3.6 164 Assista AgoraRoald Dahl é um escritor britânico que já teve inúmeras de suas obras adaptadas ao cinema, entre elas "Matilda", "A fantástica fábrica de chocolate", "O bom gigante amigo", e até mesmo "O fantástico senhor raposo", que fora adaptado pelo próprio Wes Anderson.
Aqui, o diretor novamente adapta um livro do Dahl e o faz com grande maestria e criatividade técnica. A solução para os diversos cenários e a narrativa fluida estão impecáveis.
Depois de derrapar em "Asteroid City", confesso que não estava com tanta expectativa assim. A sequência me lembrou muito a introdução de "Magnólia" pela agilidade com que os fatos são narrados, pela cadência dos diálogos e o humor levemente ácido. mas além dos cenários que são econômicos, porém, muito criativos, aqui finalmente o roteiro está enxuto e linear (não espere algo muito sofisticado, o que é um alento, já que os longas dele são verdadeiros quebra-cabeças) e conta com uma opção de narrador/personagem altamente divertida, a quarta parede definitivamente desmoronada sem soar irritante, em prol de contar a história.
E por mais irônico que possa parecer, senti falta de uma reviravolta ou de um momento de ápice no filme, como se o clímax ficasse meio soterrado pela fluidez de uma leitura em vídeo. Assim, o filme acaba sendo excessivamente narrado e sem uma pausa para contemplação, prejudicando em momentos decisivos, embora tudo o que tenha sido posto seja de puro agrado.
É um filme maduro, no entanto, de um diretor que já tem uma identidade visual muito acertada, e que encontrou o tom condizente com o seu estilo. Mesmo que não surpreenda, tudo é muito agradável de assistir.
Power Rangers: Agora e Sempre
3.0 121 Assista AgoraSejamos francos, enquanto cinema, é um filme bem ruim. Para quem lembra dos episódios dos Power Rangers com seus roteiros bem manjados (secundaristas norte-americanos típicos e suas piadas considerando o hormônio à flor da pele, o perigo do vilão com um amontoado de capangas fajutos, o confronto, o megazord). Toda a linha esquemática de sua história está aqui, o filme mais parece um desse sepisódios.
Mas dito isso, não é que funciona? Tem o fator nostalgia, tem também o fato de resgatarem os atores originais, e claro, a bela e merecida homenagem à Ranger Amarela, com um link simpático para a sua filha, mas totalmente clichê, raso e previsível.
Há também uma revisita nos cenários, o que mostrou como eu era realmente cego à cafonice da locação, mas voltar ao passado, neste caso, deu uma sensação gostosa de voltar a uma casa de infância, por mais que percebamos as rachaduras nas paredes, é sempre um local muito reconfortante.
Somado a todo esse clima nostálgico, é nítido que o projeto foi feito às pressas, não apenas pela duração da obra, mas dava pra ver que alguns atores estavam fora de forma, fora de tom, pareciam amadores, com um tom de naturalidade que, ao menos, caiu bem ao clima.
Ao final temos o famoso "in memoria" para dar aquele quentinho no coração. E sim, há a música tema famosa, o que nos dá um leve sorriso no rosto ao escutá-la. Tirando a história batida, se você for nostálgico o suficiente certamente irá gostar disso aqui.