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Se não fosse o roteiro preguiçoso e a total falta de desenvolvimento dos personagens até que seria um filme interessante.

A obra está recheada de cenas, situações e diálogos memoráveis e muito bem feitos, a fotografia é belíssima e a trilha sonora não fica atrás, as apresentações de pantomima são simplesmente incríveis e ele consegue ser envolvente, encantador, engraçado e dinâmico ao mesmo tempo que é trágico, melancólico e extenso. Uma verdadeira obra-prima do cinema.

Estava caminhando para se tornar um dos melhores que já vi até os últimos 30-25 minutos. A partir daí nenhum dos caminhos que a história tomou conseguiu me agradar, nenhum dos desfechos me pareceu certo ou provável, tudo aconteceu rápido demais, tudo foi brusco demais e isso contraria toda a atmosfera poética, serena e artística que o longa cria desde o início, além é claro, que de todas as dezenas de peças significativas que Shakespeare escreveu ao longo da vida, não havia necessidade nenhuma de escolherem logo "Otelo" para Frédérick interpretar, além de desnecessário e ofensivo, dá a obra a sensação amarga de algo que não envelheceu tão bem quanto poderia. Uma pena, mas quem sabe no futuro quando eu parar para rever, a sensação de final apressado mude ou eu tenha uma compreensão melhor do que o diretor quis passar, é bem possível.

Mais um exemplo do porquê da educação sexual nos primeiros anos de vida ser tão importante. Só abusadores, pedófilos e ignorantes mesmo para ser contra.