Lucas Abreu

Assisti com minha filha de 6 anos, nos dias de hoje com a inundação de vídeos curtos de 15 segundos é difícil fazer ela ficar mais de 40 minutos assistindo um filme. Pois ela assistiu tudo e no dia seguinte pediu pra ver de novo.

Fantasia nunca foi meu gênero favorito então eu resisti por muito tempo pra assistir esse filme. Confesso que por ser tão aclamado eu criei certas expectativas que não foram atendidas, mas isso não chega a ser ruim, não é exatamente o que eu esperava, mas me surpreendeu por ser bom de uma forma tão diferente. Não é nenhum filme do tipo que buga sua cabeça, com aquele ritmo insano e cheio de reviravoltas como grande parte dos filmes do gênero. Ele te prende pela sutileza, pela riqueza de detalhes e a forma magnífica de como a Chihiro vai amadurecendo. A animação possui alguns momentos estratégicos de silêncio e observação que te ajudam a apreciar melhor e digerir toda a simbologia. Não possui nenhum antagonista, todos os personagens são bem construídos e equilibrados. O Kaonashi (Sem Rosto) é sem dúvida o personagem mais emblemático do filme e reforça muito a mensagem principal sobre ter e preservar sua identidade.

Tem um ritmo lento no começo, mas na primeira reviravolta já te prende e você vai querer terminar então tem que ter um pouco de paciência. Não acho que exagerou no sexo como muitos aqui dizem, pois foi tudo dentro de um contexto muito coerente, achei incrível inclusive a forma como a mesma cena é mostrada de outro ponto de vista ao longo da narrativa.

Só tenho uma coisa a dizer:

Vince Gilligan, eu te venero!