Ana Flávia Cavalcante Lima

Dirigido pelo estreante Raoul Walsh, o longa foi baseado no livro My mamie Rosie e no filme The regeneration, ambos de Owen Kildare. O filme conta a historia de Owen, um rapaz órfão que cresceu nas ruas e se tornou chefe de uma gangue. Sua vida muda completamente ao conhecer Marie.

O próprio título nos dá uma grande pista do tema central da obra: a regeneração. Uma regeneração só ocorre quando algo era bom originalmente, mas foi corrompido por algum motivo. Esse é o caso de Owen, empático, justo e fiel, porém marginalizado e visto como tal pela sociedade em que vive. Outro traço marcante do personagem é a sua falta de bons modos e despreocupação com as regras sociais. Esses traços são quebrados ao longo do filme e é possível ver a mudança gradual do personagem, até chegar ao clímax.

Outra característica notável é a independência da personagem feminina. Embora em vários momentos necessite da ajuda de Owen, Marie se mostra independente para criar soluções e resolver seus problemas.

O filme já possui uma interessante montagem, baseada na montagem clássica de Griffith, incluindo a utilização de flashbacks. Trata-se de uma boa obra para apreciar tanto pelo bom roteiro trágico, como para conhecer um pouco mais sobre montagem clássica, indo além dos filmes já consagrados.