O mal assume a força narrativa de um personagem à parte, onde a angústia e apreensão gerada no espectador é fruto de sua essência aterradora e não da sua existência manifestada de forma aparente.
É criada uma ênfase onde a própria natureza pode ser percebida como algo nocivo a família, sendo esta abrigo para o ente antagônico e premissa para a fome que os aflinge. Também vêm da natureza a proposição do mal através de elementos próprios, como o bode antropomorfo que sugere a personificação do diabo, o ovo quebrado que possivelmente metaforiza a morte do filho mais novo e a maçã que serve como evidência para feitiçaria, além de ter uma conotação que refere-se a ideia do pecado. E é justamente de Caleb, que surgem as ações pecaminosas diante da perspectiva cristã, ao cobiçar sexualmente Thomasin.
Existe uma alegoria narrativa onde nada é apenas o que aparenta ser, trazendo uma multiplicidade de significados e possíveis associações simbólicas para a história.
Como exemplo, a maçã, que além de ter uma representatividade arquetípica para o elemento da religião ( como o fruto proibido causador da discórdia; objeto condiscípulo do demônio na execução de seu plano ), pode ser associado as fábulas infantis neste contexto onde a bruxa se insere.
A religiosidade dos personagens não tem como ênfase a demonstração da benevolência, mas paradoxalmente, parece tentar expressar como a faceta oculta do fanatismo religioso leva os personagens ao excesso, tornando-os impotentes perante a onipotência maligna, além de expressar com eficácia como a percepção do pecado surge a partir da autodepreciação dos instintos naturais do homem.
Os enquadramentos dos rostos expressam o estado de espírito de cada personagem;
o bode a observar a família; o bebê e sua despretensão; o pai em sua contingência fanática; a mãe tomada pela ira tentando asfixiar a filha; Thomasin confrontando a negatividade que advém da floresta e a mesma entrando em uma espécie de êxtase tântrico ao participar do Sabbat na catártica cena final. A libertação da sexualidade feminina e sua exaltação dentro do contexto cristão conservador, são elementos que reforçam o caráter subversivo do filme, mas também fazem referência as práticas pagãs ancestrais.
O silêncio é um elemento compositivo inerente a estruturação de algumas cenas, provocando uma atmosfera soturna e dando veracidade a natureza macabra de alguns acontecimentos, bem como a trilha sonora que evoca o misticismo nefasto da trama.
Inúmeras são as possíveis referências ao mito da bruxa, contudo, o contexto satânico implícito à perspectiva explorada traz à tona a materialização de um mal genuíno, outrora representado historicamente como fruto da ignorância dicotômica subentendida pelo fanatismo religioso cristão da época.
A Bruxa é um filme psicológico, com uma atmosfera tensa, repleto de simbolismos e associações ocultistas imperceptíveis aos olhos de quem busca um entretenimento fácil, o que confere a esta obra um distanciamento dos padrões fílmicos atuais.
Enter the void é uma materialização áudio-visual da natureza mística presente no próprio Livro Tibetano dos Mortos, que em teoria serve de guia espiritual para o ser desencarnado em sua jornada holotrópica para integração com o todo. É interessante enfatizar que tal jornada não esta diretamente relacionada apenas com a morte material, mas com a dissolução do ego e dos aspectos puramente racionais que limitam nossa percepção do todo como parte integral de nossa própria essência. As peculiaridades cirurgicamente executadas em cada detalhe da experiência com o DMT, são tão compatíveis com a manifestação inefável dos estágios pós-morte, que exemplificam com veracidade o poder inerente aos estados incomuns de consciência. O processo de compreensão da morte material assim como a assimilação do personagem do processo imaterial como uma possibilidade de renascimento exercem caráter essencialmente ritualístico, uma vez que a "luz" que ele "deve" seguir sempre esta ligada a algum elemento compositivo que remete a própria realidade, gerando uma relação enigmática entre a percepção do mundo material em vida e a experiência sensorial no pós-morte.
A sensação de imersão completa na realidade de GRAVITY, é fruto de um paralelo entre a empírica verossimilhança dos efeitos visuais; poeticamente executados e a concepção criativa peculiar a cada um, estabelecendo uma relação ambígua entre imagem e ideia. Esta inter-relação serve de premissa para as metáforas expostas, enaltecendo o caráter pictórico das cenas e levando o espectador a uma profunda reflexão filosófica sobre a condição humana perante o poder imensurável da natureza.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraUm salmo obscuro. Um poema negro.
O mal assume a força narrativa de um personagem à parte, onde a angústia e
apreensão gerada no espectador é fruto de sua essência aterradora e não
da sua existência manifestada de forma aparente.
É criada uma ênfase onde a
própria natureza pode ser percebida como algo nocivo a família, sendo esta
abrigo para o ente antagônico e premissa para a fome que os aflinge. Também
vêm da natureza a proposição do mal através de elementos próprios, como o bode
antropomorfo que sugere a personificação do diabo, o ovo quebrado que possivelmente
metaforiza a morte do filho mais novo e a maçã que serve como evidência para feitiçaria,
além de ter uma conotação que refere-se a ideia do pecado. E é justamente de Caleb, que
surgem as ações pecaminosas diante da perspectiva cristã, ao cobiçar sexualmente Thomasin.
Existe uma alegoria narrativa onde nada é apenas o que aparenta ser, trazendo uma
multiplicidade de significados e possíveis associações simbólicas para a história.
Como exemplo, a maçã, que além de ter uma representatividade arquetípica para o
elemento da religião ( como o fruto proibido causador da discórdia; objeto
condiscípulo do demônio na execução de seu plano ), pode ser associado as fábulas
infantis neste contexto onde a bruxa se insere.
A religiosidade dos personagens não tem como ênfase a demonstração da benevolência,
mas paradoxalmente, parece tentar expressar como a faceta oculta do fanatismo religioso
leva os personagens ao excesso, tornando-os impotentes perante a onipotência maligna, além
de expressar com eficácia como a percepção do pecado surge a partir da autodepreciação dos
instintos naturais do homem.
Os enquadramentos dos rostos expressam o estado de espírito de cada personagem;
o bode a observar a família; o bebê e sua despretensão; o pai em sua contingência
fanática; a mãe tomada pela ira tentando asfixiar a filha; Thomasin confrontando
a negatividade que advém da floresta e a mesma entrando em uma espécie de êxtase
tântrico ao participar do Sabbat na catártica cena final. A libertação da
sexualidade feminina e sua exaltação dentro do contexto cristão conservador, são elementos
que reforçam o caráter subversivo do filme, mas também fazem referência as práticas pagãs
ancestrais.
O silêncio é um elemento compositivo inerente a estruturação de algumas
cenas, provocando uma atmosfera soturna e dando veracidade a natureza macabra
de alguns acontecimentos, bem como a trilha sonora que evoca o misticismo
nefasto da trama.
Inúmeras são as possíveis referências ao mito da bruxa, contudo, o contexto satânico
implícito à perspectiva explorada traz à tona a materialização de um mal genuíno,
outrora representado historicamente como fruto da ignorância dicotômica subentendida
pelo fanatismo religioso cristão da época.
A Bruxa é um filme psicológico, com uma atmosfera tensa, repleto de simbolismos
e associações ocultistas imperceptíveis aos olhos de quem busca um entretenimento fácil,
o que confere a esta obra um distanciamento dos padrões fílmicos atuais.
A Cor Que Caiu do Céu
3.6 19 Assista AgoraLink pra download?
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 871Enter the void é uma materialização áudio-visual da natureza mística
presente no próprio Livro Tibetano dos Mortos, que em teoria serve de
guia espiritual para o ser desencarnado em sua jornada holotrópica para
integração com o todo. É interessante enfatizar que tal jornada não esta
diretamente relacionada apenas com a morte material, mas com a dissolução
do ego e dos aspectos puramente racionais que limitam nossa percepção do
todo como parte integral de nossa própria essência.
As peculiaridades cirurgicamente executadas em cada detalhe da experiência
com o DMT, são tão compatíveis com a manifestação inefável dos estágios
pós-morte, que exemplificam com veracidade o poder inerente aos estados
incomuns de consciência.
O processo de compreensão da morte material assim como a assimilação
do personagem do processo imaterial como uma possibilidade de renascimento
exercem caráter essencialmente ritualístico, uma vez que a "luz" que ele
"deve" seguir sempre esta ligada a algum elemento compositivo que
remete a própria realidade, gerando uma relação enigmática entre a
percepção do mundo material em vida e a experiência sensorial no pós-morte.
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Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista Agora- Robot Jox helps.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraAlém.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraA sensação de imersão completa na realidade de GRAVITY, é fruto de um paralelo entre a empírica verossimilhança dos efeitos visuais; poeticamente executados e a concepção criativa peculiar a cada um, estabelecendo uma relação ambígua entre imagem e ideia.
Esta inter-relação serve de premissa para as metáforas expostas, enaltecendo o caráter pictórico das cenas e levando o espectador a uma profunda reflexão filosófica sobre a condição humana perante o poder imensurável da natureza.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 426 Assista AgoraA terra é do SOL.
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraAté hoje sinto gastura na tíbia.