Alexandre Gazzoni

Minha única crítica do segundo em relação ao primeiro é a fotografia. A fotografia do primeiro, ainda que muito "comercial", parece se preocupar mais em mostrar a estética daquela situação. Digamos assim que, de estética cyberpunk, o primeiro deixa muito mais explícito. Porém, o filme ainda é, indiscutivelmente, um ícone pra essa subcultura. A forma que a história se desenvolve, toda a idéia da Matrix e as situações envolvidas com os que foram despertados mostram que o filme possui uma ideia muito à frente daquela época. Ideias que ainda soam bizarras, mas que serviram de inspiração para várias outras obras (e teve até cientista renomado dizendo que não é impossível). Definitivamente, um ícone.

A forma como o filme se passa é interessante. Essa coisa de criar lendas urbanas com novas mídias realmente mexe com a gente, mas infelizmente, foi a única coisa que podemos dizer relacionando com "inovação". Um filme passável, com a base do terror-suspense, divertido de assistir pra passar o tempo, e que se não fosse pelos últimos 5 minutos, poderia causar menos reações negativas.
Mas me fez pensar em muita coisa.

Talvez esse filme tenha mais impacto pra quem está mais "por dentro" da indústria fonográfica oriental. Tudo o que se passa no filme, desde a empresa controladora, os netizens fazendo comentários maliciosos, as intrigas do grupo, tudo isso é bem real em grupos dessa onda. E não menos reais são os casos de artistas que relatam que estão sendo perturbadas por alguma entidade. Inclusive, a protagonista do filme (Eunjung) faz parte de um grupo (T-ara) que em 2012/2013 passou por uma onda de azar bizarra: integrante se machucando, suspeitas de bullying, expulsão do membro e por fim, um membro que foi expulsa por sintomas de esquizofrenia (ela realmente dizia estar sendo atormentada por um fantasma). O filme em si é bem fraco, mas a história que ele conta é uma espécie de lenda urbana bem comum nesse meio.