O filme é tão, mas tão bom, que esqueci que era um filme de super-herói, estava até achando que era um filme de suspense ou um filme policial. E eu gosto dos temas do filme, eles nunca parecem totalmente pesados, mas apropriados e interessantes. Eu também adoro o visual do filme. É sujo e nojento e você quase pode sentir o cheiro, mas é aquele nojento filme policial de uma cidade literalmente suja que tem uma vibração e um estilo distinto.
Ainda não consegui entender porque fracassou nas bilheterias, é uma joia rara esse filme, logo no começo aquela cena em que o jovem Sammy Fabelman (o próprio diretor Steven Spielberg, quando jovem), interpretado pelo excelente Mateo Zoryan, experimenta quando vai ao cinema pela primeira vez e assiste a O Maior Espetáculo da Terra (1952), de Cecil B. DeMille, já vale o ingresso, mas isso é só começo desse grande filme, outro cena da hora é quando sua mãe a Sra. Fabelman, Michelle Williams (com uma peruca estranha e tão cheia de botoques que tá parecendo um boneco playmobil, me incomodou um pouco pois tinha vontade de ri de lembrar da semelhança), em um momento ela junto com a família vê o filme-denúncia sobre a relação indireta entre ela e Benny (Seth Rogen, o único ponto fraco do filme, agora evocaram que ele tem que fazer filmes sérios, a cena em que ele se despede do Sammy, olhem bem para a cara dele, não consegue transmitir nenhuma emoção o jovem Mateo Zoryan, simplesmente engole ele em sua atuação, Seth já estava sem expressão nenhuma em Pam & Tommy, vai entender ); em compensação o sempre ótimo Paul Dano, dá um show de interpretação como uma das atuações mais doces, tristes, amáveis e dolorosas (isso mesmo tudo ao mesmo tempo), de um ator; o já citado Gabriel LaBelle, passa toda a transformação de um jovem para adolescência com muita competência; o diretor David Lynch, interpretando outro diretor famoso John Ford, é outra grata supressa; em outra pequena mais notável interpretação temos o também excelente Judd Hirsch; sem falar da trilha e da belíssima fotografia do filme. A meia hora final do filme é uma obra prima, principalmente a cena da reprodução, durante a formatura, das filmagens do “dia na praia“. O legal do filme que não há vilões em histórias reais, há pessoas que estão se descobrindo no mundo, e assim é a história de Spielberg. Eu adoro filmes que falam de outros filmes como os clássicos ''Crepúsculo dos Deuses'' de Billy Wilder (1950), ''A Noite Americana'' de François Truffaut (1973); ''Oito e Meio'' de Federico Fellini (1963), ''Cantando na Chuva'' de Stanley Donen e Gene Kelly (1952), ''O Desprezo'' de Jean-Luc Godard (1963), entre outros. Espero que depois do Oscar o filme faça sucesso, afinal isso já aconteceu com Um Estranho No Ninho, que tinha sido um fracasso depois dos prêmios arrebentou na bilheteria.
Embora o maior trabalho de Alfred Hitchcock, ainda estivesse à sua frente neste estágio (com exceção de Rebecca, a Mulher Inesquecível de 1940), é um exemplo de que o mestre continuava lentamente a refinar seu ofício, é um filme pra lá de interessante. Depois disso o mestre veio com obras-primas que jamais sairiam do nosso imaginário como Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai, Intriga Internacional, Psicose, Os Pássaros, só para citar alguns dos muitos filmes inesquecíveis desse grande diretor.
Um primeiro oficial, popular entre os marinheiros, desafia um capitão imperioso. Se você escolhesse um ator para interpretar um personagem imperioso, grave e muitas vezes malicioso, não poderia encontrar ninguém melhor que o lendário Charles Laughton. Ele rouba todas as cenas. Seu lábio inferior saliente, seus olhos duros e sua postura, que o fazem parecer uma lesma gasta, todos transmitem uma imobilidade e um coração duro que tornam este filme uma obra de arte. Tudo isso é do homem que também poderia transmitir a amplitude da miséria humana em face de Quasimodo em O Corcunda de Notre Dame. O enredo é apresentado de maneira habilidosa pelo diretor Frank Lloyd, e Clark Gable, embora não seja nem um pouco igual a Laughton, apresenta um desempenho forte, indo de cara a cara com Laughton e se mantendo bem. O filme é notável por seus efeitos especiais, sua atuação e sua história, que apesar de renderizadas muito tempo antes, ainda parecem frescas e interessantes. No geral, Laughton torna este bom filme ótimo. Uma curiosidade até hoje foi o único filme até três atores indicados na categoria principal de Melhor Ator, para Charles Laughton, Clark Gable e Franchot Tone.
A narrativa com boa condução musical, assinada por Il Won, setor que recebe o apoio do design de som de Ji-soo Lee, numa simbiose sonora que evita excessos, tais como os ferrões que hoje conhecemos por jumpscare. Quem também faz um trabalho muito acima da média é Han-cheoul Jeong, na direção de fotografia, a produção é dominada por enquadramentos e movimentos eficientes, envolventes em sua proposta de nos deixar sempre em suspense.
Sophia Loren, está gloriosa, Loren brilha em cada tomada em que aparece. Loren é uma das atrizes que têm presença mais forte diante de uma câmara de cinema, e aqui, num papel brilhante, cheio de matizes, ela brilha. Mesmo com uma idade bastante avançada Loren, é um brilho, uma coisa de doido mesmo, um brilho ofuscante, feroz, belo filme.
Pier Paolo Pasolini foi um dos mais controversos e fascinantes cineastas italianos modernos, e seus filmes cobriram uma ampla variedade de assuntos e estilos cinematográficos. Escritor, poeta, crítico e cineasta, além de marxista, ateu e homossexual declarado, é irônico que Pasolini tenha feito o que muitos saudavam como "a melhor vida de Jesus Cristo já colocada no cinema". O Evangelho Segundo São Mateus é a antítese exata dos espetáculos bíblicos produzidos por Hollywood: uma encenação austera, bela, realista, quase documental da história de Cristo. Pasolini decidiu criar uma versão "puramente poética e natural, não-denominacional" da vida de Cristo e, apesar de sua reputação de marxista e ateu, a recepção crítica foi altamente favorável, com alguns afirmando ser o melhor filme bíblico já feito. Um filme poderoso do começo ao fim.
Com profundidade narrativa suficiente para ancorar o espetáculo esperado,'' King of Kings'' é uma verdadeira bênção para os fãs de épicos bíblicos. Esta é uma das versões de tela mais interessantes dos Evangelhos. Muitas das cenas (especialmente as centradas em Pilatos e João Batista) são tão boas quanto qualquer coisa na história do épico bíblico. Jeffrey Hunter (belíssimo e carismático demais) está no papel principal e se sai muito bem, mas os atores coadjuvantes são o verdadeiros deleite do filme, principalmente Robert Ryan, que oferece um desempenho sutil, mas poderoso, como João Batista. Melhor que esse só o ''O Evangelho Segundo São Mateus/Il vangelo secondo Matteo'' (1964), de Pier Paolo Pasolini.
Vittorio de Sica, esse mestre da direção, põe um pouco do seu neorrealismo nesse belo filme, que tem uma belíssima fotografia em preto e branco, com um elenco de apoio de atores excepcionais, mais infelizmente um pouco esquecidos hoje, Jean-Paul Belmondo, Renato Salvatori e Raf Vallone, com um bela produção de Carlo Ponti, a perfeição do filme se deve mesmo a atuação estupenda de Sophia Loren, que mereceu o Oscar de Melhor Atriz (aliás, uns dos raros realmente merecidos). Eu ouso dizer que, essa atuação e uma das melhores de todos os tempos junto com Bette Davis ''A Malvada''; Romy Schneider ''O Importante é Amar''; Anna Magnani ''Roma, Cidade Aberta''; Vivien Leigh, em ''...E o Vento Levou''; Katharine Hepburn, em ''O Leão no Inverno''; Maggie Smith, em ''A Primavera de uma Solteirona''; Diane Keaton, em ''À Procura de Mr. Goodbar''; Ingrid Bergman, em ''Sonata de Outono''; Whoopi Goldberg, em ''A Cor Púrpura''...
De Sica é extremamente objetivo em sua direção, raramente deixando-se levar por eventos supérfluos e, nas poucas vezes em que isso acontece, escolhendo momento e duração corretas. Foi por causa desse filme que Academia de Hollywood, inventou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.
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Batman
4.0 1,9K Assista AgoraO filme é tão, mas tão bom, que esqueci que era um filme de super-herói, estava até achando que era um filme de suspense ou um filme policial. E eu gosto dos temas do filme, eles nunca parecem totalmente pesados, mas apropriados e interessantes. Eu também adoro o visual do filme. É sujo e nojento e você quase pode sentir o cheiro, mas é aquele nojento filme policial de uma cidade literalmente suja que tem uma vibração e um estilo distinto.
Os Fabelmans
4.0 388Ainda não consegui entender porque fracassou nas bilheterias, é uma joia rara esse filme, logo no começo aquela cena em que o jovem Sammy Fabelman (o próprio diretor Steven Spielberg, quando jovem), interpretado pelo excelente Mateo Zoryan, experimenta quando vai ao cinema pela primeira vez e assiste a O Maior Espetáculo da Terra (1952), de Cecil B. DeMille, já vale o ingresso, mas isso é só começo desse grande filme, outro cena da hora é quando sua mãe a Sra. Fabelman, Michelle Williams (com uma peruca estranha e tão cheia de botoques que tá parecendo um boneco playmobil, me incomodou um pouco pois tinha vontade de ri de lembrar da semelhança), em um momento ela junto com a família vê o filme-denúncia sobre a relação indireta entre ela e Benny (Seth Rogen, o único ponto fraco do filme, agora evocaram que ele tem que fazer filmes sérios, a cena em que ele se despede do Sammy, olhem bem para a cara dele, não consegue transmitir nenhuma emoção o jovem Mateo Zoryan, simplesmente engole ele em sua atuação, Seth já estava sem expressão nenhuma em Pam & Tommy, vai entender ); em compensação o sempre ótimo Paul Dano, dá um show de interpretação como uma das atuações mais doces, tristes, amáveis e dolorosas (isso mesmo tudo ao mesmo tempo), de um ator; o já citado Gabriel LaBelle, passa toda a transformação de um jovem para adolescência com muita competência; o diretor David Lynch, interpretando outro diretor famoso John Ford, é outra grata supressa; em outra pequena mais notável interpretação temos o também excelente Judd Hirsch; sem falar da trilha e da belíssima fotografia do filme.
A meia hora final do filme é uma obra prima, principalmente a cena da reprodução, durante a formatura, das filmagens do “dia na praia“.
O legal do filme que não há vilões em histórias reais, há pessoas que estão se descobrindo no mundo, e assim é a história de Spielberg.
Eu adoro filmes que falam de outros filmes como os clássicos ''Crepúsculo dos Deuses'' de Billy Wilder (1950), ''A Noite Americana'' de François Truffaut (1973); ''Oito e Meio'' de Federico Fellini (1963), ''Cantando na Chuva'' de Stanley Donen e Gene Kelly (1952), ''O Desprezo'' de Jean-Luc Godard (1963), entre outros.
Espero que depois do Oscar o filme faça sucesso, afinal isso já aconteceu com Um Estranho No Ninho, que tinha sido um fracasso depois dos prêmios arrebentou na bilheteria.
Um Barco e Nove Destinos
4.0 121Embora o maior trabalho de Alfred Hitchcock, ainda estivesse à sua frente neste estágio (com exceção de Rebecca, a Mulher Inesquecível de 1940), é um exemplo de que o mestre continuava lentamente a refinar seu ofício, é um filme pra lá de interessante. Depois disso o mestre veio com obras-primas que jamais sairiam do nosso imaginário como Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai, Intriga Internacional, Psicose, Os Pássaros, só para citar alguns dos muitos filmes inesquecíveis desse grande diretor.
O Grande Motim
3.9 53 Assista AgoraUm primeiro oficial, popular entre os marinheiros, desafia um capitão imperioso. Se você escolhesse um ator para interpretar um personagem imperioso, grave e muitas vezes malicioso, não poderia encontrar ninguém melhor que o lendário Charles Laughton. Ele rouba todas as cenas. Seu lábio inferior saliente, seus olhos duros e sua postura, que o fazem parecer uma lesma gasta, todos transmitem uma imobilidade e um coração duro que tornam este filme uma obra de arte. Tudo isso é do homem que também poderia transmitir a amplitude da miséria humana em face de Quasimodo em O Corcunda de Notre Dame. O enredo é apresentado de maneira habilidosa pelo diretor Frank Lloyd, e Clark Gable, embora não seja nem um pouco igual a Laughton, apresenta um desempenho forte, indo de cara a cara com Laughton e se mantendo bem. O filme é notável por seus efeitos especiais, sua atuação e sua história, que apesar de renderizadas muito tempo antes, ainda parecem frescas e interessantes. No geral, Laughton torna este bom filme ótimo. Uma curiosidade até hoje foi o único filme até três atores indicados na categoria principal de Melhor Ator, para Charles Laughton, Clark Gable e Franchot Tone.
Espelho
3.3 36A narrativa com boa condução musical, assinada por Il Won, setor que recebe o apoio do design de som de Ji-soo Lee, numa simbiose sonora que evita excessos, tais como os ferrões que hoje conhecemos por jumpscare. Quem também faz um trabalho muito acima da média é Han-cheoul Jeong, na direção de fotografia, a produção é dominada por enquadramentos e movimentos eficientes, envolventes em sua proposta de nos deixar sempre em suspense.
Rosa e Momo
3.7 302 Assista AgoraSophia Loren, está gloriosa, Loren brilha em cada tomada em que aparece. Loren é uma das atrizes que têm presença mais forte diante de uma câmara de cinema, e aqui, num papel brilhante, cheio de matizes, ela brilha. Mesmo com uma idade bastante avançada Loren, é um brilho, uma coisa de doido mesmo, um brilho ofuscante, feroz, belo filme.
O Evangelho Segundo São Mateus
4.0 89Pier Paolo Pasolini foi um dos mais controversos e fascinantes cineastas italianos modernos, e seus filmes cobriram uma ampla variedade de assuntos e estilos cinematográficos. Escritor, poeta, crítico e cineasta, além de marxista, ateu e homossexual declarado, é irônico que Pasolini tenha feito o que muitos saudavam como "a melhor vida de Jesus Cristo já colocada no cinema". O Evangelho Segundo São Mateus é a antítese exata dos espetáculos bíblicos produzidos por Hollywood: uma encenação austera, bela, realista, quase documental da história de Cristo.
Pasolini decidiu criar uma versão "puramente poética e natural, não-denominacional" da vida de Cristo e, apesar de sua reputação de marxista e ateu, a recepção crítica foi altamente favorável, com alguns afirmando ser o melhor filme bíblico já feito. Um filme poderoso do começo ao fim.
O Rei dos Reis
3.9 63 Assista AgoraCom profundidade narrativa suficiente para ancorar o espetáculo esperado,'' King of Kings'' é uma verdadeira bênção para os fãs de épicos bíblicos. Esta é uma das versões de tela mais interessantes dos Evangelhos.
Muitas das cenas (especialmente as centradas em Pilatos e João Batista) são tão boas quanto qualquer coisa na história do épico bíblico. Jeffrey Hunter (belíssimo e carismático demais) está no papel principal e se sai muito bem, mas os atores coadjuvantes são o verdadeiros deleite do filme, principalmente Robert Ryan, que oferece um desempenho sutil, mas poderoso, como João Batista. Melhor que esse só o ''O Evangelho Segundo São Mateus/Il vangelo secondo Matteo'' (1964), de Pier Paolo Pasolini.
Duas Mulheres
4.3 69 Assista AgoraVittorio de Sica, esse mestre da direção, põe um pouco do seu neorrealismo nesse belo filme, que tem uma belíssima fotografia em preto e branco, com um elenco de apoio de atores excepcionais, mais infelizmente um pouco esquecidos hoje, Jean-Paul Belmondo, Renato Salvatori e Raf Vallone, com um bela produção de Carlo Ponti, a perfeição do filme se deve mesmo a atuação estupenda de Sophia Loren, que mereceu o Oscar de Melhor Atriz (aliás, uns dos raros realmente merecidos). Eu ouso dizer que, essa atuação e uma das melhores de todos os tempos junto com Bette Davis ''A Malvada''; Romy Schneider ''O Importante é Amar''; Anna Magnani ''Roma, Cidade Aberta''; Vivien Leigh, em ''...E o Vento Levou''; Katharine Hepburn, em ''O Leão no Inverno''; Maggie Smith, em ''A Primavera de uma Solteirona''; Diane Keaton, em ''À Procura de Mr. Goodbar''; Ingrid Bergman, em ''Sonata de Outono''; Whoopi Goldberg, em ''A Cor Púrpura''...
Vítimas da Tormenta
4.4 47De Sica é extremamente objetivo em sua direção, raramente deixando-se levar por eventos supérfluos e, nas poucas vezes em que isso acontece, escolhendo momento e duração corretas. Foi por causa desse filme que Academia de Hollywood, inventou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.