Primeiro filme do Bruce Lee que eu tenho contato. O filme apresenta comédia e ação em medidas iguais, que o tornam um filme leve e divertido, o que me lembra muito os filmes do Jackie Chan, talvez por memória afetiva eu prefira estes, mas a coreografia dos filmes do Jackie apesar de ser mais espalhafatosa me parece mais convincente. Seja como for "O Vôo do Dragão" é um filme simples e divertido, com certeza assistirei mais filmes do Bruce.
Os aspectos técnicos são irretocáveis, a fotografia, a trilha sonora, as atuações, etc. as únicas coisas que me incomodaram no filme foram a narrativa e o uso de flashbacks, que tornaram a trama um pouco confusa e favoreceram apenas o desenvolvimento da relação entre Harmônica e Frank em detrimento de todas as outras personagens, mas esse mero detalhe não apaga o brilho desse clássico, um filmaço com toda certeza.
A primeira coisa que me chama atenção é como o roteiro é semelhante ao livro "A Morte de Ivan Ilitch", de Leon Tolstói, ambos os protagonistas são funcionários públicos, que exercem funções completamente burocráticas e são acometidos por uma doença terminal no sistema digestivo, ao se encontrarem na iminência da morte ambos se veem cercados de familiares que os desprezam, mas as semelhanças param por aí. Diferente de Ivan Ilitch, Kanji Watanabe não aceita a morte com passividade, num primeiro momento o hedonismo é a resposta encontrada pelo protagonista para lidar com o terrível fato de sua finitude, mas após uma noite de esbórnia ele percebe que não é exatamente isso que ele busca, só com a interação e intimidade com uma ex-colega de trabalho ele percebe que o que ele precisa fazer é construir algo, deixar um legado para a posteridade. Dentro de suas possibilidades esse legado é o parque infantil. Após a morte de Watanabe, o tom do filme muda e a narrativa fica uma pouco arrastada, centrando-se em seus momentos finais de vida e na sua luta para conseguir vencer a burocracia e fazer com que a máquina pública se mova em favor da população.
O ato final dá a entender que a morte de Watanabe cativou todos os funcionários de seu órgão administrativo e exortou-os em prol de uma administração pública eficiente e moderna, a realidade porém, se mostrou diferente, uma vez que quando a comoção causada por sua morte cessa tudo volta ao ritmo de antes. A tomada final no parquinho parece passar a mensagem de que o que realmente importa é a mudança material que ele conseguiu provocar, ainda em vida, e que esta permanecerá, ao passo que os sentimentos de pesar e a consideração que os mortos conseguem cativar são tão efêmeros quanto a própria vida.
Agora sim, tudo o que havia me desagradado em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" não existe, ou se atenuou bastante aqui. O filme já não carrega em si aquele aspecto de filme experimental, há uma produção profissional, e muito boa por sinal. A teatralidade e os simbolismos, largamente utilizados em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" continuam presentes, porém são aplicados de modo muito mais acertado, a mensagem contra a exploração do homem pelo homem, praticada pelos senhores da terra, a disputa agrária, é transmitida de modo mais direto, algo fundamental pra um gênero de cinema que se pretende popular. O mais interessante é que o protagonista, Antônio das Mortes, o Matador de Cangaceiro, percebe que o Dragão da Maldade que ele combateu sua vida toda não são os cangaceiros e sim os Coronéis latifundiários que ele auxiliou em sua jornada.
Essa transferência tem sua conclusão no último ato onde o beato negro, representando São Jorge, estoca sua lança no Coronel Horácio, o Dragão.
A luta de São Jorge contra o Dragão, ainda, ecoa elementos míticos espirituais que falam profundamente às nossas raízes, na medida em que esse combate reencena, dentro da Catolicidade, o enfrentamento entre as forças do Espírito e as forças da Matéria, simbologia encontrada também em outras religiões de várias partes do mundo.
Gostaria de destacar a atuação brilhante de Tatsuya Nakadai como Hidetora, o ator conseguiu transmitir com perfeição cada sentimento e estado de espírito do personagem, sua descida à loucura nos deixa angustiados, com suas expressões de sofrimento e confusão. A fotografia do filme é espetacular, as cores vivas e contrastantes dos figurinos conseguem pintar verdadeiros cenários idílicos, e também, tornam o massacre da guerra muito mais chocante e imersivo. O uso do céu e das nuvens para compor o tom dramático do filme também é um toque de gênio. O roteiro é perfeito, um típico drama shakespeariano, baseado em Rei Lear, traz personagens complexos e cativantes. Sem dúvidas, a película franco-japonesa é um verdadeiro deslumbre, uma obra-prima.
O filme tem vários pontos fortes, sendo os principais, na minha opinião: Roteiro, riqueza simbólica e trilha sonora original. Mas também conta com alguns problemas, como a montagem do filme, a câmera chega a tremer em determinadas ocasiões, fotografia feia com o céu estourado de branco, e as atuações são péssimas, o diálogo entre o Coronel Moraes e Manuel chega a ser ridículo, parece que estão lendo um papel com as falas, não há interpretação nenhuma, o único que se salva desse filme é Othon Bastos no papel de Corisco. A impressão que passa é que aquilo deveria ser uma peça de teatro que não foi traduzida muito bem para o cinema. Enfim, entendo quem avalia o filme com uma nota máxima, ou próxima a isso, por tudo que o filme representa para o gênero do Cinema Novo, e porque fazer cinema no Brasil é um esforço hercúleo. Mas, por todos os problemas apresentados dou generosos 3,5.
O Homem do Norte
3.7 942 Assista AgoraSou suspeito para falar de filmes sobre vingança, mas esse está espetacular. Mesmo com um roteiro simples ele consegue fugir do óbvio.
Stallone: Cobra
3.4 589 Assista AgoraSe a Escola de Chicago fosse um filme, seria este.
O Vôo do Dragão
3.7 174 Assista AgoraPrimeiro filme do Bruce Lee que eu tenho contato. O filme apresenta comédia e ação em medidas iguais, que o tornam um filme leve e divertido, o que me lembra muito os filmes do Jackie Chan, talvez por memória afetiva eu prefira estes, mas a coreografia dos filmes do Jackie apesar de ser mais espalhafatosa me parece mais convincente. Seja como for "O Vôo do Dragão" é um filme simples e divertido, com certeza assistirei mais filmes do Bruce.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraTaxi Driver para garotas
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraOs aspectos técnicos são irretocáveis, a fotografia, a trilha sonora, as atuações, etc. as únicas coisas que me incomodaram no filme foram a narrativa e o uso de flashbacks, que tornaram a trama um pouco confusa e favoreceram apenas o desenvolvimento da relação entre Harmônica e Frank em detrimento de todas as outras personagens, mas esse mero detalhe não apaga o brilho desse clássico, um filmaço com toda certeza.
Dersu Uzala
4.4 153 Assista AgoraQuando duas grandes escolas do cinema se unem o resultado só poderia ser incrível, uma linda história de amizade e respeito.
Viver
4.4 166 Assista AgoraA primeira coisa que me chama atenção é como o roteiro é semelhante ao livro "A Morte de Ivan Ilitch", de Leon Tolstói, ambos os protagonistas são funcionários públicos, que exercem funções completamente burocráticas e são acometidos por uma doença terminal no sistema digestivo, ao se encontrarem na iminência da morte ambos se veem cercados de familiares que os desprezam, mas as semelhanças param por aí. Diferente de Ivan Ilitch, Kanji Watanabe não aceita a morte com passividade, num primeiro momento o hedonismo é a resposta encontrada pelo protagonista para lidar com o terrível fato de sua finitude, mas após uma noite de esbórnia ele percebe que não é exatamente isso que ele busca, só com a interação e intimidade com uma ex-colega de trabalho ele percebe que o que ele precisa fazer é construir algo, deixar um legado para a posteridade. Dentro de suas possibilidades esse legado é o parque infantil.
Após a morte de Watanabe, o tom do filme muda e a narrativa fica uma pouco arrastada, centrando-se em seus momentos finais de vida e na sua luta para conseguir vencer a burocracia e fazer com que a máquina pública se mova em favor da população.
O ato final dá a entender que a morte de Watanabe cativou todos os funcionários de seu órgão administrativo e exortou-os em prol de uma administração pública eficiente e moderna, a realidade porém, se mostrou diferente, uma vez que quando a comoção causada por sua morte cessa tudo volta ao ritmo de antes. A tomada final no parquinho parece passar a mensagem de que o que realmente importa é a mudança material que ele conseguiu provocar, ainda em vida, e que esta permanecerá, ao passo que os sentimentos de pesar e a consideração que os mortos conseguem cativar são tão efêmeros quanto a própria vida.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KMemento Mori
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
4.1 133 Assista AgoraAgora sim, tudo o que havia me desagradado em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" não existe, ou se atenuou bastante aqui. O filme já não carrega em si aquele aspecto de filme experimental, há uma produção profissional, e muito boa por sinal. A teatralidade e os simbolismos, largamente utilizados em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" continuam presentes, porém são aplicados de modo muito mais acertado, a mensagem contra a exploração do homem pelo homem, praticada pelos senhores da terra, a disputa agrária, é transmitida de modo mais direto, algo fundamental pra um gênero de cinema que se pretende popular. O mais interessante é que o protagonista, Antônio das Mortes, o Matador de Cangaceiro, percebe que o Dragão da Maldade que ele combateu sua vida toda não são os cangaceiros e sim os Coronéis latifundiários que ele auxiliou em sua jornada.
Essa transferência tem sua conclusão no último ato onde o beato negro, representando São Jorge, estoca sua lança no Coronel Horácio, o Dragão.
A luta de São Jorge contra o Dragão, ainda, ecoa elementos míticos espirituais que falam profundamente às nossas raízes, na medida em que esse combate reencena, dentro da Catolicidade, o enfrentamento entre as forças do Espírito e as forças da Matéria, simbologia encontrada também em outras religiões de várias partes do mundo.
Ran
4.5 264 Assista AgoraGostaria de destacar a atuação brilhante de Tatsuya Nakadai como Hidetora, o ator conseguiu transmitir com perfeição cada sentimento e estado de espírito do personagem, sua descida à loucura nos deixa angustiados, com suas expressões de sofrimento e confusão. A fotografia do filme é espetacular, as cores vivas e contrastantes dos figurinos conseguem pintar verdadeiros cenários idílicos, e também, tornam o massacre da guerra muito mais chocante e imersivo. O uso do céu e das nuvens para compor o tom dramático do filme também é um toque de gênio. O roteiro é perfeito, um típico drama shakespeariano, baseado em Rei Lear, traz personagens complexos e cativantes. Sem dúvidas, a película franco-japonesa é um verdadeiro deslumbre, uma obra-prima.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 427 Assista AgoraO filme tem vários pontos fortes, sendo os principais, na minha opinião: Roteiro, riqueza simbólica e trilha sonora original. Mas também conta com alguns problemas, como a montagem do filme, a câmera chega a tremer em determinadas ocasiões, fotografia feia com o céu estourado de branco, e as atuações são péssimas, o diálogo entre o Coronel Moraes e Manuel chega a ser ridículo, parece que estão lendo um papel com as falas, não há interpretação nenhuma, o único que se salva desse filme é Othon Bastos no papel de Corisco. A impressão que passa é que aquilo deveria ser uma peça de teatro que não foi traduzida muito bem para o cinema. Enfim, entendo quem avalia o filme com uma nota máxima, ou próxima a isso, por tudo que o filme representa para o gênero do Cinema Novo, e porque fazer cinema no Brasil é um esforço hercúleo. Mas, por todos os problemas apresentados dou generosos 3,5.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraUm filme interessante, mas, infelizmente como é muito comum, não faz jus à obra original que tenta adaptar.