Bruno

Errei em gerar uma expectativa em cima do novo filme da Marvel, o Homem-Formiga. Pensei que veria um novo Guardiões da Galáxia ou algo do tipo, mas me decepcionei. O filme tem problemas de roteiro, já que o mesmo foi feito para funcionar independente do universo Marvel no cinema. Por causa da pressão de produtores, foram feitas inserções para que aquela história pudesse se conectar ao todo. Até aí, nenhum problema. Inclusive, as conexões foram ótimas. O problema está na história em si e na quantidade de cenas expositivas para reforçar uma idéia. O filme de uma hora e meia tem 70% do seu tempo focado na apresentação do seu protagonista e no seu treinamento como herói, e cá entre nós, sabemos que é necessário, mas já tá enchendo o saco. Só temos ação na última meia hora e mesmo assim, uma ação meio sem graça, com um vilão fraco. Não dá para comprar a motivação do Hank Pym em escolher Scott Lang para vestir o uniforme. Não dá para comprar o plano final para deter a ameaça. Será que não tinha uma forma mais fácil do cara que encolhe entrar em um prédio??? O poder do Homem-Formiga de encolher é muito legal e muito bem retratado no filme. Isso é divertido. O uniforme dele está perfeito. Agora, o lance de controlar as formiguinhas, não desceu e aqui está o maior problema para mim. Esse tipo de poder, da forma que foi mostrado, não encaixa no universo onde temos Vingadores e alienígenas super-poderosos! Ver o camarada montar uma equipe de formigas para invadir determinado local, colocar nome na formiga de estimação, fazer carinho na cabeça da formiga. Afff… Achei bobo demais. O filme, isoladamente, é divertido, mas quando tento encaixar ele dentro desse universo Marvel, me causa um desconforto. Não pelos conceitos apresentados no filme, mas por causa desse lance das formiguinhas heheh. Por causa disso, perde pontos. Considero esse filme completamente dispensável dentro do universo cinemático da Marvel.

Na minha opinião é o MELHOR FILME DO ANO até o momento. Afirmo isso com muita surpresa, pois não esperava nada desse filme. Eu sei que ele não é dirigido pelo Steven Spielberg, mas poderia ter sido tranquilamente. A essência toda do primeiro filme está ali. A trilha sonora de John Willians, a tensão, os efeitos especiais lindíssimos, a aventura, as crianças. Tem tudo ali. Eu me diverti muito, do início ao fim e acho difícil alguém não se divertir. Tem cenas clichês? Tem. Tem piadoca boboca? Tem. Mas essa é a proposta do filme e eu comprei. Muita gente criticou o final e tal, mas eu lembro que o final do primeiro filme também foi super criticado na época e está ai até hoje e se tornou um clássico. Pode ser que daqui a alguns anos eu diminua essa nota, mas hoje ela é 10.

Gosto do diretor Neill Blomkamp. "Distrito 9" é fora de série e sem dúvidas o melhor filme dele. "Elysium" é um filme mediano, mas dá pra assistir. Acredito que "Chappie" fica em segundo lugar nesse ranking. Como sempre, Neill vem com a sua ficção científica "social". Todos os seus filmes tem essa pegada da crítica social e aqui não é diferente. Já vimos vários filmes sobre inteligência artificial, mas o que você acharia de um robô que acabou de nascer, ter que aprender a viver no meio de bandidos e marginais? Gostei dessa sacada. Blomkamp transporta a realidade das crianças que nascem nas favelas, nos guetos, para a mente de um robô que adquiriu consciência. O filme possui uma estética e uma linguagem diferente. É sujo, exagerado e por vezes muito caricato. Porém, tudo é proposital para criar esse mundo distópico (mas não tanto assim) criado pelo diretor. Eu gostei. Nota 7.