Bite Me if You Love Me é um filme praticamente caseiro do diretor japonês doido apelativo Naoyuki Tomomatsu, também responsável por bagaceiras como Rape Zombie, Erotibot e Scissorpenis.
A história besta é sobre uma guria extremamente fã de filmes de zumbi clássicos que sonha em ter um namorado zumbi. Ela estuda os rituais vodu haitianos, mata um colega e consegue transformar ele em zumbi. Com o passar dos dias, o cara vai apodrecendo e acaba ficando até famoso. Surge então um Jason gordacho esquisito e o negócio vira um triângulo amoroso.
Tem maquiagem caseira, câmera podre, atuações péssimas... Podreira com um ou outro momento engraçadinho, mas no geral o bom mesmo é que tem um pouco mais de uma hora só.
Aptas para Matar (Fit to Kill), dirigido pelo canastrão Andy Sidaris, lançado em 1993. O curioso da carreira do diretor é que antes dele entrar no ramo dos filmes de tiro, bomba e peitos, ele chegou até a ganhar um Emmy pela cobertura das Olimpíadas de 1968!
A sinopse: O empresário chinês Chang possui o fabuloso diamane Alexa, que foi roubado da Rússia durante a 2ª Guerra Mundial. Ele pretende devolvê-lo para a Rússia durante um jantar de gala, mas o diamante é roubado novamente. A agência, responsável pela segurança no evento, entra em alta velocidade para tentar recuperar o diamante.
O filme faz parte de uma série de produções protagonizadas por coelhinhas da Playboy como agentes especiais em que nada faz muito sentido mas tudo é desculpa pra um close em peitos ultra siliconados. Aqui temos em destaque a presença da ilustríssima Julie Strain como uma assassina treinada nas artes mais mortais (inclusive pilotar drone).
O filme é uma salada de coisas sem pé nem cabeça que com o tempo vai cansando, sendo sustentado pela profusão de tetas que aparecem o tempo todo por qualquer motivo. Um mega empresário vai fazer uma ultra revelação em uma festa que pode mudar o rumo da humanidade. Essa revelação é que ele vai devolver um tal de diamante roubado da Rússia pelos nazistas. Ele ficou amigo do general da SS que entregou pra ele muitos anos atrás. Amigo do ex-general da SS!
Uma rádio local só com programação erótica serve de fachada para o quartel do grupo de agentes especiais: um monte de modelos que se reunem fazendo o briefing da missão de topless em uma piscina. Esse grupo fica responsável por fazer a segurança da festa, mas não dá certo, o diamante é roubado.
No meio disso tem subtrama que não acrescenta em nada, começam a surgir mini helicópteros que disparam mísseis (e aparentemente todo mundo tem um, é a febre do natal de 1993!), iate com cadeirinha de plástico de boteco, ladrões de jóias, colar rastreador e outras bobagens.
O filme, claro, é podre! Mas quem é que vai perder a chance de ver a Julie Strain mandando um reiki kung fu de fio dental no topo de um prédio ao por do sol?
A capa faz a gente acreditar que vai ser um troço meio Exterminador do Futuro com Billy Blanks andróide, mas que nada. É a parceira dele que vira uma espécie de Robocop sensual terrorista com os hormônios à flor da pele.
Além do já citado Billy Blanks com os óculos do Kerry King, ainda temos Bolo Yeoung (que era o ator perfeito pra uma encarnação live action do Esqueleto, do He Man) e Matthias Hues. Todos eles besuntados de óleo, sem camisa, trocando sopapos em uma espécie de sonho homoerótico da pancadaria de segunda classe.
O roteiro, que é assinado pelo mesmo cara responsável pela direção, T. J. Scott, pega emprestado um monte de elementos de outros filmes, fazendo uma sala de fruta pós-apocalíptica que vai de Fuga de Nova York à Vingador do Futuro.
Lutas intermináveis e repetitivas, coreografias mal ensaiadas, personagens que não servem pra nada, história confusa e cenários reaproveitados. Pra completar, ainda temos o "brasileiro" Jalal Merhi como um chefe de gangue extravagante.
Projeto Trovão, a Serpente Gigante, ou Thunder of Gigantic Serpent ou ainda Daai se Wong é um filme toxicamente tosco lançado em 1988, dirigido pelo cara de pau Godfrey Ho, daquele jeito que ele adora: pegar um outro filme qualquer, gravar mais umas cenas, fazer uma nova dublagem, editar tudo e lançar como algo completamente diferente.
A sinopse da tranqueira: Um grupo terrorista tenta roubar uma fórmula secreta que faz com que plantas e animais atinjam proporções gigantescas, o que daria o controle mundial da produção de alimentos. Durante uma perigosa perseguição com tiroteio, a fórmula é perdida, mas depois é encontrada por uma garotinha que sem saber dá à sua cobra de estimação. A cobra que se comunicava com a garotinha, acaba crescendo imensamente, e parte em uma trilha de destruição para salvar sua dona que foi raptada pelos terroristas.
O filme tem uma mistureba de terroristas, exército, polícia, cobra de borracha besta, guriazinha chata pra caralho e repetição pra encher linguiça e dar o tempo de um longa.
Em algumas partes parece um filme daqueles de cachorrinho da Sessão da Tarde, só que com uma cobra de borracha. A guria chata gritona brincando com a cobra. Em outros momentos, tem tiroteio e mortes ridículas, capangas mongolões e um agente especial foda.
A tal da cobra (que não cospe fogo nada), cada vez que toma um choque fica maior ainda. Mas ela é inofensiva, adora brincar com sua dona. Mas quando a guria é levada pelos terroristas que estão em busca da fórmula secreta, a cobra entra em modo putaça e sai destruindo metade da cidade e por consequência matando um monte de gente aleatória em sua busca. O filme entra em um loop da guria gritando pedindo ajuda pra cobra (o nome da cobra é Mosler) e fica nisso até a aeronáutica encher a cobra de bomba e destruir o que ainda faltava. Isso no meio da trama do agente anti-terrorista que não tem nada a ver com o bicho.
A cobra concordando balançando a cabeça, pulando e se sacudindo pendurada por fiozinhos, dando porrada nos terroristas com o rabo são os pontos altos do filme.
Guerreiros do Futuro (I Nuovi Barbari), de 1983, mais um na onda pós-apocalíptica Mad Max. Saiu nos EUA como The New Barbarians e Warriors of the Wasteland.
Nessa podreira tem-se de tudo aquilo maravilhoso nesse tipo de produção de baixo orçamento. Figurino tosco, atores podres, locações baratas, história sem grande esmero, objetos pintados de prateado para parecerem mais tecnológicos, algumas explosões e sons de raio laser saindo de metralhadoras, carro com leds e bolha no estilo do carro projetado pelo Homer, um proto-pendrive com MP3 e muito mais.
A sinopse é a seguinte: "No ano 2000, sobreviventes do Holocausto Nuclear tentam reconstruir a sociedade divididos em clãs, enquanto buscam um misterioso sinal de rádio - possível sinal de que ainda exista civilização em alguma parte do planeta. Mas eles são caçados e mortos pelos Templários, um grupo de fanáticos religiosos que quer exterminar a humanidade. Até que surge um guerreiro solitário chamado Scorpion, que resolve opor-se aos Templários e combater seu líder, o terrível One."
Scorpion é esse maluco no meio do cartaz, com a lança na mão. Ele já tinha uma rixa antiga com os Templários, não quis fazer parte do grupo e tem essa treta com o líder. Os Templários são uns caras que querem acabar com todo tipo de vida no planeta, totalmente niilistas, com discursos meio sem pé nem cabeça. Acabar com todos os seres vivos, menos eles mesmos.
Scorpion é ajudado por um menino prodígio armado de bodoque, que de vez em quando brincam de tentar se matar. O piá é um gênio da mecânica e faz equipamentos sem ter nem matéria prima. Outro ajudante, e senhoras e senhores, esse merecia um filme próprio, de tão foda que é, é Nadir, interpretado pelo sempre excelente Fred Williamson. Negão foda que não erra uma flechada. Chega a arrancar cabeça de motoqueiro na flecha. Passa o filme todo salvando o couro do protagonista. Tem um carro mais massa, também.
Não vou entrar em grandes detalhes da ordem dos fatos do filme, mas uma cena merece destaque, e é por ela que o filme é mais conhecido. Scorpion, em certo momento do filme, é derrotado pelos vilões. A morte seria pouco pra ele, segundo One. É preparado o rito de iniciação dos Templários, e Scorpion é amarrado em meio ao acampamento e é currado pelo líder dos bandidos! Numa cena cheia de flashes e cortes rápidos. Sim, o herói do filme é estuprado!
Quem acaba salvando ele mais uma vez é o Nadir. Indo pro fim do filme, Scorpion aparece sem camiseta com uma armadura de vidro/acrílico (a que tá no cartaz) que é impenetrável (mas que só protege o tronco). A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena, já dizia o mestre, mas o que o herói faz? Instala um broca de perfurar poço artesiano no carro dele, e enraba o vilão até a morte com essa broca.
Tentação (Sorceress), de 1995, dirigido por Jim Wynorski, que já dirigiu um MONTE de coisa de tudo quanto é tipo, indo de Chopping Mall (aquele dos robôs explodindo cabeça de gente no shopping), um monte de filme erótico com alguma linhazinha de roteiro, até filme tosco de bicho gigante assassino, incluindo tubarões, lógico. No elenco temos as magníficas Julie Strain (a eterna musa inspiradora das capas da Heavy Metal), Linda Blair (a eterna guriazinha possuída pelo demônio de O Exorcista) e Rochelle Swanson.
O filme tenta se vender com a seguinte sinopse: "Erica, uma bruxa ciumenta usa seu poder para controlar seu marido Larry e seus colegas que trabalham em um grande escritório de advocacia."
Muito bem, mas e aí? E aí que o tal filme tem uma temática de bruxaria qualquer, e tudo nele é uma mera desculpa pra que a Julie Strain, que não paga imposto pra ficar pelada, fique! Ela é a bruxa malvada do filme, e depois da morte dela, ainda continua exercendo influência do além no marido e segue uma trama sem pé nem cabeça que envolve a Julie Strain pelada, Linda Blair cultuando o demônio (por que não né, Pazuzu nunca descolou dessa carcaça), um colar achado no lixo, Julie Strain pelada, a reforma de uma casa, acidente de carro, Julie Strain pelada, sauna e uma empregada.
É daqueles filmes típicos do cine privê, que fariam a alegria da piazada. Já disse que tem a Julie Strain né?!
King Kong vs. Godzilla de 1962, dirigido por Ishirō Honda, o pai do Godzilla! Tosqueira divertida nessa batalha dos monstrões. A cada cena temos alguma bobagem sem limites. Sinopse pra que? A moral é que eles vão brigar.
O filme tem muita comédia pastelão que incomoda, ela tá nos momentos errados, com os personagens errados. Poderia ter sido mais sério que seria mais interessante. Mas ao mesmo tempo, como ser sério com esse Kong com uma roupa que custou uns 10 pila? Olha essa desgraça dessa máscara!
Coisas que temos no filme: japoneses fazendo blackface, interpretando os nativos da ilha onde tá o macacão. Kong ficando bêbado e apagando depois de tomar um monte de sei lá o que, suco dos ursinhos Gummi. Cobrança de tarifa de importação do Kong. Repetição sem parar do exato mesmo grito do Godzilla. Braços do Kong que mudam de tamanho a todo momento. Quando ele precisa usar as mãos, os braços são em tamanho "humano", quando não precisa, eles são muito mais compridos. King Kong Padre do Balão: os caras amarram o macaco nuns balões gigantes e carregam ele assim até o monte Fuji. Rasteira deslizante morro abaixo. Bicuda nas pedras. Árvore goela abaixo. Boneca Barbie na mão do Kong. Ataque de polvo gigante. Tempestade, raio NA CARA e superpoderes elétricos. Final abrupto.
Tammy and the T-Rex (que saiu aqui só como T-Rex), de 1994. Dirigido por Stewart Raffill (diretor de Piratas das Galáxias, de 84), estrelado por Denise Richards (a Bond Girl em O Mundo Não É O Bastante) e Paul Walker (o cara do Velozes e Furiosos que se matou fazendo racha).
A sinopse do filme: Michael e Tammy são o casal perfeito da escola: ela é a líder da torcida e ele, o esportista bonitão. Mas o rapaz é largado pra morrer por um ex de Tammy e acaba virando vítima de um cientista louco. Dr. Wachenstein transplanta seu cérebro em um enorme robô dinossauro. Michael não gosta nem um pouco do que aconteceu e sai matando gente para se vingar. Tammy e um amigo decidem ajudá-lo a encontrar um novo corpo, mas precisam driblar o cientista e a polícia.
Sim, é exatamente isso aí! O filme é insanidade pura e deliciosa, que não se leva a sério em nenhum momento, rendendo muitas cenas com dinossauro que muda de tamanho, mãozinhas de T-Rex de borracha, e sangue, MUITO SANGUE!
O dinossauro chega até a usar um telefone público, e depois da ligação, ainda vê se recebeu algum troco. O nível de tosqueira e bobagem é alto demais, tudo é absurdo e ridículo, e isso faz com que o filme seja muito divertido.
Tem a Denise Richards no papel principal, muito gata. Tem o Paul Walker que só aparece no início e depois vira um dinossauro. Tem um cientista completamente maluco e tarado, junto com sua esposa/enfermeira doida. Tem um ajudante do cientista que é o John Franklin, o ator esquisito que interpretou o Isaac, o piá desgraçado do Colheita Maldita original. Tem gente com as tripas penduradas. Tem cabeça arrancada (e é só uma máscara coberta de groselha, maravilhoso!). Tem panqueca de gente. Tem ataque de leão. Tem exumação e invasão em necrotério. Tem, mais uma vez, mãozinhas de Tiranossauro. Como é que eu demorei tanto pra assistir essa pérola?!
Mortal Kombat, recém lançado, dirigido por Simon McQuoid (que nunca dirigiu nada, como conseguiu essa vaga?!), roteirizado por Greg Russo (que TAMBÉM nunca roteirizou nada, como conseguiu essa vaga?!). Entre os produtores, James Wan (provavelmente quem mandou em tudo).
Já tivemos adaptações em filme e animação antes, mas não são grande coisa. Aliás, são até bem bosta. Foi se criando uma baita expectativa com esse filme. Classificação 18 anos, litros de sangue, tripas e ossos quebrados. Fatalities! E tudo isso com meros 50 milhões de dólares, o que é um orçamento baixo pros padrões atuais.
Pela marreta de Shao Kahn! Que filme decepcionante!
O início é massa, com um embate entre Sub Zero e Scorpion no Japão feudal, introduzindo de forma interessante a rivalidade. Mas depois disso, quando o filme vem pros dias de hoje, é pior que cagar em banheiro químico. Inventaram um personagem PODRE que é descendente do Scorpion, Liu Kang é emo, Raiden é um babaca, Sonya Blade não sabe usar o Google Drive. A função de ser "escolhido" para o torneio, a marca do dragão e tal, é de uma preguiça narrativa imensurável. Ainda tem o lance da "arcana" que é sem fundamento. Os caras vão pra umas cavernas treinar por uma semana tentando despertar seu poder pra enfrentar os piores guerreiros de todos os reinos.
Entre os vilões, temos um grupo de personagens bem misturado entre os clássicos e os que ninguém lembrava, liderados pelo Shang Tsung de chapinha. O grandioso Príncipe Goro é massa, mas ao mesmo tempo não passa de mais um na fila do pão.
Os efeitos as vezes são legais, as vezes parece que estamos vendo alguma cena extra de Van Helsing, de 20 anos atrás. Os diálogos são pobres, a atuação é ruim.
E a rivalidade entre Sub Zero e Scorpion, que é como começa o filme? Scorpion só aparece de novo QUASE NO FINAL DO FILME!
Ainda assim é ok. As caracterizações dos personagens estão muito boas, tem bastante sangue e fatality igual ao do jogo. Fan service total. A história é uma BOSTA. O tal de Cole Young inventado pro filme é muito ruim e sem nenhum carisma. E o torneio não acontece. Provavelmente na continuação, já que o filme tá dando bastante grana.
Anônimo (Nobody, 2021). Perderam a chance de botar o nome do filme de "Zé Ninguém". Dirigido por Ilya Naishuller, que também dirigiu o MUITO divertido Hardcore Henry.
Mas e aí, qualé que é do filme? Nada mais que um John Wick/Polar/Atômica/O Protetor/Busca Implacável com um pouco de comédia. E isso é ruim? Claro que não! A receita é a mesma, inclusive beeem parecida até com o John Wick, que tem até o mesmo roteirista, Derek Kolstad.
Um cara ex-fodão aposentado, vivendo com a família de um jeito bem bunda mole, meio fracassado, reacende sua fúria depois de ter a casa invadida. Acaba dando uma surra nuns russos de forma aleatória, por terem cruzado o caminho dele e isso desperta a ira de um chefe da máfia com todo seu exército.
Ou seja, John Wick com família. Não tem o cachorrinho morto, mas tem uma pulseira de gatinho. Tem até o doutor Emmett Brown metendo bala de escopeta! Christopher Lloyd interpreta o pai do protagonista, que por sua vez é interpretado pelo Bob Odenkirk, o Saul de Breaking Bad.
Os capangas do vilão são aquelas bucha de canhão, com cenas bem clichê de invasão da casa e tudo mais. Mas tem uma cena específica do russo doido que é muito boa e engraçada: um dos caras que tinha tomado a surra lá no início tá no hospital, deitado numa cama, todo arrebentado. Chega o chefão e dá uma surra no cara com uma cadeira!
Enfim, o filme usa todos os clichês possíveis que já foram usados em incontáveis filmes do estilo, mas consegue ser tão divertido quanto suas referências. Pô, o filme começa com o cara todo arrebentado tirando um gatinho de dentro do casaco em uma sala de interrogatório!
Assalto à 13ª DP, um dos primeiros filmes do John Carpenter, de 1976, antes de se enveredar no terror. Temos aqui um suspense policial com muito tiroteio.
Uma delegacia (a 13ª do título) vai ser fechada, e na última noite, quando só vão ser retirados alguns materiais de lá, o policial Ethan Bishop é alocado lá. Aparentemente não vai ter absolutamente nada pra fazer, já que nem atendimento tem mais. No meio disso, somos apresentados à um cenário desgraçado da cidade, onde gangues estão tomando conta das ruas. Onde fica essa delegacia? Num bairro fodido cheio de marginal. Mais uma coisa que se entrelaça na história é sobre uma transferência de prisioneiros de uma penitenciária para outra, indo pro corredor da morte. No meio do caminho, um deles tá passando muito mal e eles acabam parando na delegacia pra chamar algum médico ou algo assim. E ainda temos um pai e uma filha que estão indo visitar alguém e acabam meio perdidos pela cidade. Eles param justamente num local desgraçado (sem saber), e enquanto o pai vai fazer uma ligação num telefone público, a filha vai comprar sorvete. Rola uma cena foda, que o Carpinteiro teve coragem de rodar e mostrar de forma bem explícita. Um maluco duma dessas gangues encosta o carro do lado do caminhão do sorvete, mete um balaço no sorveteiro e no meio do peito da guriazinha! O pai enlouquece, pega um revólver no caminhão do sorvete e vai em perseguição aos marginais. Acaba enchendo de pipoco o cara que matou a filha e sai fugindo. Chega na 13ª DP em estado de choque sem conseguir falar nada, e atrai todos os bandidos da cidade que tavam atrás dele.
A partir daí é tiroteio de monte, a delegacia sendo destruída, os presos e os policiais se ajudando a meter bala nos invasores... Ninguém consegue estabelecer contato pra pedir ajuda, e as patrulhas que passam procurando de onde vem o som de tiros nunca acha nada. Os marginais tão organizados!
Fica um climão de suspense enquanto os que tão defendendo a delegacia se vêem com cada vez menos munição, bolando planos pra conseguir sobreviver aos ataques.
O filme segue aumentando a tensão, e consegue construir personagens legais que a gente acaba se importando com eles. A trilha sonora é, como sempre nos filmes do diretor, algo que cria uma baita atmosfera.
Os Aventureiros do Deserto (Dune Warriors), de 1990, dirigido pelo maestro do baixo orçamento Cirio Santiago (das pérolas Equalizer 2000 e Rodas de Fogo, que já comentei também). O filme é estrelado por David Carradine, que era figurinha carimbada nesse tipo de produção barata e divertida.
A sinopse: Num futuro distante, após o apocalipse nuclear, água virou o grande tesouro para os sobreviventes da catástrofe. Quando um grupo de mercenários tenta se apoderar de um rico poço guardado por comunidade pacífica, seus habitantes contratam cinco mercenários para defendê-los dos vilões.
O filme é totalmente chupinhado de Mad Max 2, misturado com Os Sete Samurais/Sete Homens e Um Destino, com a diferença que a cidade tem água e não gasolina, e são 5 guerreiros, não 7.
Começa diretaço com um vilarejo sendo dizimado na base do tiro e da espadada. Sim! Os caras usam metralhadoras gigantes dos Comandos em Ação e espadas que parecem feitas de papel alumínio. Os bandidos querem água, e descobrem que uma cidade próxima tem um grande estoque.
Esse lugar é uma pacata cidadezinha chamada Chinle (nome podre), que tem uma nascente, poços, gruta com lago e tudo mais. E como é um futuro distópico, tudo é deserto, então essa cidade é um baita de um esquema. A gangue decide que vai tomar a cidade e montar sua base lá.
O filho do chefe de Chinle, Luis, é um maluco muito tosco com jeito de tiozão, e tem um casamento arranjado com a bonitinha da cidade, pra criar laços de sangue entre as famílias. Ela até aceita a situação, mas não é muito empolgada com isso.
Os marginais chegam na cidade, matam o irmão da guria e tomam o controle. Não tem muito o que tomar além de água, já que todos na cidade são fazendeiros, não tem nenhum guerreiro. A mina putaça quer vingança, mas o bunda mole do Luis não se mexe pra nada. Ela foge e sai pelo deserto em busca de alguma ajuda. Lá pelas tantas ela começa a ser perseguida por uma gangue de anões pós-apocalípticos, um troço meio Jawas, até ser salva pelo herói do filme que espanta a gurizada.
David Carradine tá véio já no filme, parecendo o Christopher Lambert como Raiden no filme do Mortal Kombat, mas anos antes. Tem um cabelinho tosco, uma faixa trançada de hippie na testa, usa um pala total velho oeste e tem uma espada estilosa. Uma curiosidade: essa mesma roupa e espada ele já tinha usado em O Guerreiro E a Espada de 1984 e Os Magos do Reino Perdido de 1989. Será que o mundo de fantasia medieval teve algum apocalipse tecnológico e virou esse deserto com metralhadoras e espadas? Nunca saberemos.
Ele leva ela até uma cidade onde vai poder achar mercenários. Pulando tudo, ela volta pra cidade com cinco, que na calada da noite conseguem reconquistar a cidade... David Carradine pseudo-Clint Eastwood, um arqueiro chicano de coletinho de pelúcia, um maluco galãzinho de rodoviária, um motoqueiro jogador de pôquer e uma mina com uma escopeta cano serrado, ombreira de jogador de futebol americano e uma calça cor da pele que parece que ela corre pelada por aí. Importante: Michael, o líder dos mercenários, quer vingança contra William, o líder dos marginais, por acontecimentos prévios ao filme que a gente não sabe o que é.
Surgem discussões em volta de se render aos bandidos ou lutar contra o exército que vai chegar, e lutar vence. Mas Luis e o pai fazem trairagem, soltam os reféns e dizem que vão dar um jeito do William vencer.
Pulando lá pra frente, depois de termos cenas das mulheres tomando banho, depois de ir surgindo um possível romance entre o galãzinho e a mina gatinha da cidade (enquanto Luis fica de cara), vem os confrontos. E não é que é até legal? O filme consegue criar uma certa empatia com os personagens principais e ficamos na torcida pra que consigam. Mas o pau no cu do pai do Luis sabotou os lança-chamas, e a cidade é tomada. Quem sobreviveu, foge pras montanhas.
Então assim, de repente, em uma falta de criatividade do roteirista e sem saber como resolver essa merda, uma criança acha uma caverna com caixas e caixas de armamento militar. Granadas, metralhadoras, morteiros, bazucas, etc...
A gurizada vai lá, manda bala a fuzéu, tem perseguição de carro abaixo de explosão causada por uma bazuca com munição infinita, muita briga de espada de camelô, sangue jorrando dos balaços, paredes de papelão arrebentadas, uma baita batalha.
Se o filme é bom? Não né, bom não, mas dessas cópias de Mad Max, não é nem de longe a pior. Ah, e as dunas? Não tem nenhuma, é mais um filme feito em alguma pedreira nas Filipinas.
Os Guerreiros do Bronx (1990: The Bronx Warriors), de 1982, dirigido por Enzo G. Castellari, diretor daquela escola italiana de faroestes e desse tipo de produção tosca que bebia muito da fonte de Mad Max. O cara influenciou muito o Tarantino. Entre seus filmes, Keoma (com Franco Nero), Sinbad e os Sete Mares (com Lou Ferrigno), Bastardos Inglórios (de 1978) e Guerreiros do Futuro (tosqueira pós-apocalíptica podrona), entre várias outras coisas.
Não só influenciado, mas uma cópia descarada e grotesca de Os Selvagens da Noite (The Warrios) de 1979 com Mad Max, também de 1979 com Fuga de Nova York de 1981. Joga isso tudo no liquidificador com césio 137 e 5 pila e tá aí o resultado.
A sinopse: Em uma pós-apocalíptica Nova York, o Bronx tornou-se terra de ninguém onde a polícia não pisa, além de um campo de batalha onde diferentes gangues sanguinárias vivem em constante conflito. Seguindo as ordens de uma poderosa corporação empresarial que pretende revitalizar o bairro, Hammer, um ex-policial fascista, se infiltra no Bronx e começa a jogar uma gangue contra a outra, dando início a um autêntico banho de sangue.
A gangue dos motoqueiros é a principal, nela temos o mocinho, um piá de 17 anos bombadinho, de peito depilado e desengonçado que é o líder, com seu coletinho decotado e cotoveleira de spike mortal. Os caras vem com o pacote completo: tatuagem de canetinha, anel de caveirinha do camelô, calça de couro, caveira de plástico, porrete e tudo mais. Os Hell's Angels participaram como figurantes mas se recusaram a colocar a caveirinha de plástico em suas motos.
Do nada surge uma mina perdida no Bronx (a atriz é filha do diretor), e ela e o protagonista (que tem o maravilhoso nome de TRASH) se apaixonam. Enquanto isso, as outras gangues que vivem na região são apresentadas: patinadores de hóquei maquiados e de uniforme (que patinam no concreto esburacado), dançarinos sapateadores com roupa de lantejoula e chapéu de carnaval, homens das cavernas e a mais massa, do manda chuva do Bronx, os cafetões com seus carrões e ternos de seda coloridos. Tem até um líder de gangue que é um ninja de colete fofo de tactel e chapinha no cabelo e dominatrix expert no chicote. Os figurinos são tudo sobra de outros filmes.
O filme é aquela merda maravilhosa cheia de exageros e coisas sem sentido. Uma das cenas mais legais é o encontro dos motoqueiros com os cafetões de hot rods com uns caras pendurados nas laterais dos carros. O clima vai sendo construído com um baterista tocando enquanto a galera vai chegando no ponto de encontro. Do nada tem esse baterista lá!
É descoberto um dispositivo rastreador (aqueles relógios com calculadora) e os caras ficam encucados achando que a polícia talvez vá por lá ou algo assim.
Dali a pouco a gente entende que a guria é a herdeira de uma mega corporação de armas e tá prestes a fazer 18 anos e É OBRIGADA a assumir a direção da empresa. Mas ela não quer! Os engravatados enviam um ex-policial e ex-morador do Bronx atrás dela.
Então tem todo o lance Warriors da gangue de motoqueiros atravessando o Bronx encontrando as outras gangues, soco, cotovelada, tiroteio, dança e loucuragem. O policial lá vai atrás deles sacaneando e colocando uma gangue contra a outra.
No fim das contas se juntam o guri do decote e o negão foda (é o Fred Williamson, caralho!) contra uma invasão policial, com direito a helicópteros carregando camburões carregando cavalos carregando policiais carregando lança-chamas adoidado, caos, bolo de aniversário, trono forrado de oncinha e o clímax com arpãozaço nos peito.
Tem TUDO nesse filme, a nata do chorume com elixir de podreira saído das mais variadas referências. Barato, tosco, ridículo, divertido. Filmaço PODRE e MARAVILHOSO.
Uma curiosidade: Foi o último filme de Vic Morrow, o ator que interpretou o policial Hammer. Em seguida ele estava participando das filmagens de No Limite da Realidade (The Twilight Zone), produção do Spielberg, quando aconteceu o trágico acidente em que durante a gravação de uma cena, um helicóptero caiu e decapitou o ator.
Saint Maud, de 2020, dirigido por Rose Glass. Laçado pela conhecida produtora A24 (A Bruxa, Hereditário, O Farol, Midsommar, etc...).
Ô filme chato! Blablabla terror psicológico e não sei o que. Não tem praticamente nada de terror, é sobre uma mina esquizofrênica e fanática religiosa. Tudo bem, a personagem é bem construída sim, a história faz sentido, é ok e tudo mais. Mas é CHATO!
A conversa com deus é legal, o final eu achei inesperado e o último frame é o que vale pelo filme (aparece tipo aquelas propagandas subliminares da Jequiti no SBT).
Pra sempre lembrar que não é só porque é da A24 que é bom (A Ghost Story manda lembranças)
Do mesmo diretor de "A Morte te dá Parabéns" 1 e 2 e "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi", e segue na mesma linha, que em geral é leve mas tem cenas com bastante sangue.
O filme tem um mote bem clichê e que já foi muito utilizado, com duas pessoas que acabam trocando de corpo. Um assassino psicopata que fugiu de um hospício e uma adolescente inocente nerdona. Um "Se eu fosse você" gringo com gore hahaha
Na verdade é até legalzinho, a atuação do Vince Vaughn como se fosse uma mocinha é divertida às vezes e tem umas mortes bem sangrentas. Mas não espere grande coisa, porque não vai muito além disso. O filme começa e a gente já sabe o que vai acontecer.
Astaroth, de 2017, dirigido pela Larissa Anzoategui. Tem a Mônica Mattos como uma das protagonistas e como o demônio (demônia?) título do filme.
A premissa é bem rasa. Um tatuador cultua Astaroth, e usa feitiços e tintas arcanas pra tentar trazer a entidade de volta. Um trio de amigas acaba se envolvendo nisso: Dri, uma tatuadora, Lia, uma mina que fica fazendo de conta que toca guitarra e Mai, uma estudante de sabe-se lá que curso e que é ninja (aham, isso mesmo). E é isso, não tem reviravoltas, é o cara tentando invocar Astaroth e elas metidas no meio disso.
De início, o filme parece que vai ser um terrir com muito sangue e tripas. Mas nada disso. O filme parece se levar a sério. Tem cenas intermináveis da guria ninja "treinando" dando socos no ar ou qualquer outra coisa. Também são intermináveis os momentos musicais do filme, que por um lado estão ali claramente pra inchar e dar mais tempo, mas por outro entregam uma boa trilha sonora.
Os enquadramentos são ruins, as maquiagens são muito baratas, o roteiro é fraco e as atuações (?) são da pior qualidade. Todos "atores" parecem estar lendo o texto, com falas decoradinhas e de uma forma que ninguém fala de verdade. A melhor atuação é a do gordinho mongo, e talvez porque ele fale umas 5 frases só.
Não sei qual o orçamento do filme, mas deve ter sido bem baixo. E estamos falando de cinema nacional independente, sabemos das restrições, dificuldades e problemas. Ok, mas ainda assim, o filme não é minimamente divertido. Em seus poucos 75 minutos, parece ter uns 200.
Uma coisa boa de ter visto o filme: conheci a banda de death/doom Labore Lunae.
O Homem das Cavernas (Caveman) de 1981, dirigido por Carl Gottlieb (que depois dirigiu "As Amazonas da Lua"). Estrelado por Ringo Starr (batera dos Beatles) e Dennis Quaid (que dispensa comentários), Barbara Bach (Bond Girl e esposa de Ringo), Shelley Long (de "Um Dia a Casa Cai") e John Matuszak (que depois faria o Sloth de "Goonies"). Elenco legal, o filme deve ser bom, certo? ERRADO!
Aventura/comédia, pura bobagem num clima pastelão. Ok, até aí tudo bem. Mas as coisas que acontecem ou são vergonhosas ou são tão erradas... Tem piada de peido (mais de uma vez), tem até cena fazendo piada com estupro! Caralho, isso mesmo! O personagem principal coloca um "boa noite, Cinderela" numa fruta, faz um casal dormir e tenta estuprar a mulher, sem sucesso. É tão absurdo que isso tenha sido aceito e filmado.
O filme não tem diálogos tradicionais, nem um idioma na verdade. Como são homens das cavernas, todas as falas são de uma forma primitiva. Ao longo do filme os Neanderthais começam a andar com as costas eretas, descobrem/inventam o fogo, o churrasco, o ovo frito, a música, as armaduras e armas entre diversas outras coisas.
Aparecem dinossauros ao longo do filme, feios demais, mas com o efeito de stop motion bem feitinho. Tem até um abominável homem das neves, mas com uma aparição bem rápida.
Pra quem gosta de Joe & Mac do SNES, vai jogar videogame. Não vale o tempo perdido com o filme.
O Feiticeiro Ninja (Ninja, the Violent Sorceror), de 1982 (em alguns lugares diz 1986). Dirigido pela lenda da tranqueira Godfrey Ho. Mais um filme usando sua especialidade, a colagem cara de pau! É quase um Tela Class. O cara pega algum filme, remonta, joga umas cenas novas gravadas e redubla tudo.
Nesse atentado grotesco, o filme utilizado é sobre uma disputa de quem é o fodão da jogatina de cassino. Os caras disputam nos dados, no pôquer e até no embaralhamento de cartas. Aí entra o tempero especial do filme, o vilão é ajudado por forças sobrenaturais, os vampiros! Pra deixar melhor ainda, os tais vampiros são Jiangshi, que é um tipo específico de vampiro do folclore chinês. Eles se vestem com uma roupa específica, tem a cara pintada de branco, andam saltitando como cangurus e com os braços estendidos como múmias! Esse tipo ficou ainda mais famoso quando o próprio diretor fez o clássico da podreira "Robot Vampire", que conta com esses vilões enfrentando uma espécie de Robocop feito com troco de bala.
Seguindo... o cara ajudado por forças ocultas vence o duelo que tinha a vida de cada um como aposta, e o perdedor se mata. Pra vingar, surge o fantasma da esposa do cara, além do filho e de outro sujeito que eu não sei da onde saiu. Com poderes ninja de bombinha de fumaça, teleporte e espada-que-não-serve-pra-nada-contra-vampiros, eles vão tentar resolver. Misturado com isso tem muita coisa bem caricata, besta mesmo.
Não tem sangue, não tem gore, mas tem efeitos bem toscos no estilo Chapolin. O filme é uma bosta, e na versão que eu assisti fica mais sofrível ainda. Tirado de um VHS amassado, com uma dublagem podre e o som horrível, tive que apelar até pra um equalizador pra tentar tirar o ruído. Mas fazer o que, o cara gosta dessas merdas...
Em um dos diálogos marcantes do filme, o vilão fala com o capanga-chefe: -Preciso de você e dos vampiros! -Pra quê?! -Pra treinar mais vampiros!
Ah, sobre a capa do filme... Não tem ninja de armadura, não existe essa loira aí nem castelo com muralha nenhum. E nos créditos do filme o diretor consta como Bruce Lambert, um pseudônimo do Godfrey Ho. Dizem inclusive que todos os créditos são mentira, que só o Tomas Tang como produtor é informação quente.
Podrão, bizarro e sádico. Um apanhado de gente feia com costumes piores ainda. O filme conta a história de Fritz Honka, assassino em série que cometeu seus crimes na Alemanha nos anos 70. Suas vítimas são prostitutas, sempre velhas e gordas. A sujeira toma conta. Tudo regado a muito álcool. Pedaços de pessoas são jogados por aí, outros são guardados bem embalados em casa. E o fedor? Ah, culpa dos vizinhos gregos e suas sopas. Até que começa a "vazar" vermes do teto. Grotesco, cru, visceral. O próprio bar chega a ser um personagem. Filme massa!
Willy's Wonderland, de 2021, dirigido por Kevin Lewis e estrelando Nicolas Cage. O filme é um negócio absurdo e insano, e parecia que seria muito divertido justamente por isso. Ele realmente é absurdo, mas não chega a ser tão massa.
Uma cidadezinha tem uma espécie de parque de diversões amaldiçoado. Os donos do lugar eram assassinos em série, que por meio de um ritual satânico, tiveram suas consciências transferidas para os robôs dos mascotes do parque. Agora exigem sacrifícios para não matar todo mundo da cidade. Então há muitos anos, de vez em quando alguém é levado lá pra "trabalhar", quando na verdade é só uma oferenda aos bonecos.
O filme começa com Nicolas Cage tendo os pneus do seu carro furados. Não tem grana, então é oferecido pra ele passar uma noite limpando o parque em troca do conserto. Não demora muito pro primeiro robô já atacar e tomar um PAU. O estranho é que não tem nenhum tipo de surpresa, adrenalina, apreensão, medo nem nada. O cara lá faxinando e matando robôs assassinos... ele age de uma forma bem natural com a situação.
Como que em 30 anos nunca ninguém conseguiu matar nenhum desses robôs? É mais fácil que limpar um fogão! Ah, Nicolas Cage não tem NENHUMA fala durante o filme todo. O personagem de hora em hora para o que estiver fazendo pra ir beber um energético e fazer uma pausa. Ele nunca expressa nenhum tipo de sentimento. Até que DO NADA tem uma cena aleatória e bizarra dele jogando pinball e dançando.
Tem uns adolescentes no filme, que só estão lá pra morrer da forma mais clichê possível, o que não acrescenta em absolutamente nada no filme além de tempo.
Tecnicamente, o filme abusa dos planos fechados, o que tira muito das cenas em que tem mais ação. Tem muita coisa em câmera lenta também. Enfim, esperava mais do filme e geral. É ok, mas é bem esquecível.
Sky Sharks, de 2020, dirigido por Marc Fehse. Pensa naqueles filmes toscos da Asylum, que parecem feitos em casa com um pano verde e todos os cenários adicionados na pós-produção com computação gráfica. Pois é. Até uma cena de um jantar tem cenário falso. Uns 80% do filme foi gravado em close.
A história é sobre um projeto nazista de destruição em massa: tubarões voadores montados por soldados zumbis que desperta nos dias atuais e ameaça o planeta. Legal né?! Só que a execução disso deixou muito a desejar. O roteiro se perde, se enrola, tem um monte de inserções de comerciais (tipo os que tem no Robocop, mas aqui não rolou), flashbacks (tem uns 15 minutos de guerra do Vietnã).
Cenários falsos, efeitos praticamente 100% digitais, de sangue a explosões de cabeças, ritmo truncado, coisas que se repetem, personagens absurdos e sem graça... O filme começa inclusive com uma alta dose de mulheres peladas, e depois nunca mais. A trasheira já era esperada, mas em um nível divertido. Acaba entregando algo com a produção ruim, que se perde no meio do caminho e deixa a desejar. Tem uma personagem que se chama DIABLA...
Meio inevitável a comparação com Kung Fury, que também tem muita coisa feita no computador e envolve nazistas. A diferença é que Kung Fury a história é mais direta, diferente do troço cheio de travas e sem muito sentido desse Sky Sharks.
Pscyho Goreman, filme recém lançado. Dirigido por Steven Kostanski, que fez Manborg e The Void.
É um filme besta, que não tem nem como querer levar nada a sério. Comédia com muito sangue e monstros de borracha no melhor estilo Changeman. Faltou só o Gyodai aparecer e deixar alguém gigante!
O roteiro: dois irmãos, um guri meio mongo e uma guria porra-louca sádica encontram uma jóia mágica enterrada no quintal de casa. Isso acaba despertando um ser maligno e ultra poderoso, destruidor de galáxias. Mas ele precisa obedecer quem possui a jóia, e então mesmo com toda a raiva acumulada, tem que se prestar a jogar bola com as crianças (gritando que vai matá-las e se banhar com o sangue delas). Enquanto isso, em um conselho de segurança intergalático, uma guerreira é enviada para dar cabo dessa ameaça.
Divertido demais, com vários personagens legais e situações bizarras e engraçadas. Tem um guri que vira um cérebro gigante, um policial que vira um escravo sem vontade própria, o conselho de justiça alienígena com vários personagens diferentes (Córtex é o mais legal), tudo isso com efeitos bons, fantasias que as vezes são muito bem feitas e outras que são tão ruins e falsas que chegam a ficar melhores ainda!
As crianças conversando com uma espécie de código morse, as regras do jogo (lembrou o futebolzinho com vida que jogava durante a graduação), o monstrengão lembrando de todos os planetas que devastou, a "morte do guerreiro" e tudo mais!
Excelente, recomendadíssimo pra quem gosta de uma boa trasheira sem compromisso nenhum, entretenimento puro.
Fatman, de 2020, que no Brasil recebeu o péssimo título "Entre Armas e Brinquedos". Perderam a baita chance de ter um filme intitulado como "Gordão/Gordacho/Gorducho/Bolo-Fofo/Balofo/Rolha de Poço" ou qualquer outro semelhante.
É uma história de Natal um pouco diferente. Mel Gibson é o Papai Noel, e trabalha como uma empresa, com um contrato com o governo americano. As crianças do país estão cada vez mais filhas da puta, sem merecer presentes, o que leva a uma redução de subsídio monetário. Um piá rico e sádico é um dos que não merecem um presente, e ganha literalmente um pedaço de carvão. Contrata um assassino pra matar o bom velhinho. E esse assassino tem uma rixa pessoal, tendo uma história semelhante de um natal da sua infância.
O filme é estranho. Temos um drama familiar do Papai Noel (Chris, para os mais chegados), temos o guri vilão com suas tramoias, temos o assassino de aluguel e seu hobby de colecionar presentes de natal, temos a função do contrato da fábrica do Papai Noel com o exército americano, tentando se recuperar financeiramente...
É um tanto quanto enrolado, levando bastante tempo pra começar a ter ação. E quando a ação engrena, ela rapidamente já termina. O desfecho é bem rápido. O final é bom, quase que como uma prequel pra uma continuação em forma de filme de terror, mas tem uma cena a mais do que precisava, talvez pra dar uma aliviada e deixar com um clima de esperança.
Adaptar os escritos de H. P. Lovecraft não é uma tarefa fácil. A maioria de seus contos baseia-se em seres e situações inomináveis, tão grotescas que são impossíveis de descrever e que na grande maioria das vezes leva os personagens à insanidade e até mesmo ao suicídio. E quando a adaptação em questão é sobre uma COR indescritível? É o que faz o filme “A Cor que Caiu do Espaço”, de 2019, dirigido por Richard Stanley, com Nicolas Cage como protagonista. O filme em questão é baseado no conto de mesmo nome, publicado em 1927.
No conto original, que inclusive era o favorito do autor entre suas histórias curtas, um agrimensor faz uma inspeção em uma região próxima à cidade de Arkham, para o projeto de uma barragem que será construída, alagando aquele terreno. O homem busca mais informações a respeito de um local que chama de “ermo destruído”, uma área coberta de cinzas, onde nenhuma vegetação cresce. Ninguém na cidade está disposto a falar a respeito, e ele acaba conhecendo um velho considerado louco que mora próximo de lá. A história que se segue é aterradora, contando sobre um meteoro que caiu na propriedade da família Gardner e como, em pouco mais de um ano, as coisas foram se degradando. O fato se passa no início do século XX, em uma propriedade rural. O acesso entre a fazenda e a cidade não era dos melhores, assim como esse “trânsito” das pessoas de um local ao outro. No conto, o meteoro cai, e pesquisadores de uma universidade levam partes dele para serem testadas e estudadas. Nenhum teste conclui nada muito específico, e os fragmentos desaparecem. Aos poucos, começa-se a notar uma mudança na vegetação, com a colheita tendo que ser totalmente descartada. O mesmo acontece com o leite das vacas. Veterinários são chamados mas não encontram uma causa aparente. Tudo parece ser causado por uma contaminação causada pelo meteorito. As pessoas começam a evitar a propriedade. Os cães e gatos da casa desaparecem. A família, que consome água de um poço na propriedade, também começa a sofrer certas mudanças. Os filhos apresentam comportamentos estranhos, e aos poucos vão morrendo ou desaparecendo. A esposa é trancada no sótão, apresentando um comportamento insano. A família não tem mais nenhum contato com as pessoas da cidade, o único que ainda visita-os é o velho que vive no mato, e que faz o relato da história. Em seguida, o pai da família se encontra em um estado moribundo. O velho revista a casa e encontra algo indescritível no sótão, que dá a entender que a mulher sofreu algum tipo de mutação. Junto com autoridades policiais relutantes, eles vão até a casa uma última vez, se deparando com essas emanações de uma luz com cores impossíveis, e o ambiente ao redor fica totalmente degradado. A partir de então, ninguém mais fala sobre os acontecidos lá, e fica o temor de que aquilo ainda habita o fundo do poço.
O filme coloca essa história nos dias de hoje. A família se mudou para lá faz pouco tempo, e estão se acostumando com a vida rural ainda, enquanto a mãe se recupera de um câncer recém tratado. Tem uma breve ambientação, mostrando a criação de alpacas, o cachorro, a plantação de verduras, etc. O casal tem 3 filhos: um piá que não faz nada, um gurizão maconheiro e uma guria bruxinha wicca. Meio nada a ver, mas também não chega a ser um problema. A história segue com a chegada do agrimensor para fazer um levantamento da área para a construção da barragem. A diferença do conto é que aqui o agrimensor chega antes e participa dos acontecimentos, enquanto que no conto ele conhece a área já destruída, décadas depois, e fica sabendo do acontecido por meio de um relato. Tanto que o personagem do velho vizinho não tem muita importância no filme, enquanto que no original ele presenciou tudo e narra a história.
Então o meteoro cai. As autoridades vão lá, o velho vizinho que mora no mato vai lá, um monte de repórteres vai lá. Mas fica por aí, não mostram aqueles testes sendo conduzidos na universidade e tal. E ok, pro ritmo do filme fica até melhor. O meteoro, que no original apresentava uma coloração e uma emanação indescritíveis, fora do espectro visível pelos humanos, no filme é multicolorido e “vivo”, brilhando e oscilando entre o roxo, rosa, violeta…
Com o passar dos dias, o meteoro desaparece e algumas coisas começam a agir de forma estranha. Animais mudam seu comportamento e flores diferentes e muito coloridas começam a desabrochar ao redor da casa. As verduras, ao serem colhidas, apresentam um tamanho e uma aparência muito melhores que o esperado, mas impossíveis de serem consumidas. O sinal de internet e de celular começam a dar problema. As pessoas começam a ficar com comportamentos estranhos, começando pela mãe, que enquanto corta ingredientes para cozinhar, corta dois dedos fora! O pai leva ela pro hospital, deixando os filhos tomando conta da casa e das alpacas. Surgem então alguns lapsos temporais, com situações se repetindo. A gurizada começa a se dar conta que tem alguma coisa muito errada acontecendo, e que provavelmente é culpa do meteoro.
Coisas bizarras seguem acontecendo, culminando em um “ataque” de tentáculos coloridos que saem do poço e fundem a mãe e o filho mais novo. Temos então um troço grotesco, totalmente calcado no horror corporal, e que ficou bizarro e muito massa. Essa criatura não fala, fica só emitindo sons ininteligíveis, e ninguém sabe o que fazer. O pai vai pegar o carro para levar a esposa/filho ao hospital, e o carro não funciona de jeito nenhum. Temos uma típica cena de Nicolas Cage naqueles momentos de raiva insana. Aqui é possível fazer uma observação sobre a ambientação do filme ser nos dias de hoje, com a família rodeada de tecnologias e tal. Isso não faz diferença, porque a influência da cor anula tudo isso, deixando quase que da mesma forma que a família do início do século, como no conto original. Continuando, a mãe é então trancada no sótão, sem ideia de como lidar com ela ainda.
O próximo evento que acontece é com as alpacas. Os bichos tão queridos pelo pai, que seguido fala que investiu uma grana nelas e cuida bem, viram uma coisa medonha, e são exterminadas a tiros de espingarda. Sangue, nojeira e gosma cobrindo o sujeito, no melhor estilo Fome Animal. Mais um ponto pra escala Nicolas Cage de podreira do filme. O pai retorna ao sótão com arma em punho, mandando os filhos saírem e dizendo que vai lidar com o problema. Entende-se que ele vai encher a criatura de chumbo, como fez com as alpacas. Mas não, ele resolve tentar dar algum jeito de reverter aquilo.
Mas as coisas não melhoram, a espiral de demência se aprofunda e os efeitos começam a ser percebidos fora da fazenda também, com animais com mutações aparecendo na região. O agrimensor, (que no filme se chama Ward Phillips, uma homenagem a Howard Phillips Lovecraft) vai até a propriedade junto com o xerife local, temendo que algo de ruim esteja acontecendo com a família. Chegando lá, o pai recebe ambos, todo ensanguentado, agindo como se toda a família estivesse sentada junto dele na sala, quando não há ninguém. Escutam gritos vindos do sótão e correm lá. Encontram o monstrengo mãe/filho atacando a filha, e o pai agora sim resolve com um tiro. Mais sangue e nojeira.
Se encaminhando pro fim do filme, a cor começa a se manifestar de forma muito forte, saindo em grande escala de dentro do poço, mostrando cenas de outros mundos e desintegrando as pessoas afetadas por ela. Isso é mostrado com cenas com efeitos digitais que não são dos melhores. Muita gente reclamou disso, mas sinceramente, não é tão ruim assim não. Pra finalizar, árvores vivas atacam o xerife (que se dá mal) e o agrimensor (que consegue escapar). O poço “explode” em cores, e o local finalmente vira o tal “ermo destruído”, ficando tomado de cinzas e devastação.
Chegamos no fim do filme… a família foi toda destroçada pela cor do espaço, e quem sobrou pra contar a história foi o agrimensor. A cena final mostra ele em cima da barragem, com a paisagem toda alagada já, dizendo que espera que aquele poço e aquela cor estejam enterrados em algum lugar muito profundo, mas que daquela água ele jamais beberá.
O filme consegue adaptar de forma interessante o conto, mesmo com a alteração da ambientação e de certos elementos da história. Os acontecimentos não levam agora mais de um ano, e sim, aparentemente, alguns dias. Alguns personagens têm mais ou menos importância. Mas a essência da história original está toda lá, de uma forma bem executada. A questão da cor, que originalmente é indescritível e fora do campo de visão, seria impossível de mostrar, então foram escolhidas essas cores vibrantes. Não é a mesma coisa, mas funciona! Há pontos chave que aparecem em ambos, como a mãe sendo trancada no sótão, algo habitando o poço, colheita inútil, etc.
Vale a pena assistir, mas vai ser mais aproveitado por quem conhece o trabalho do escritor e já sabe mais ou menos o que esperar. Não é um filme cheio de respostas e que deixa tudo bem explicadinho. Também não é algo cheio de jumpscares (na verdade, não lembro de nenhum).
O final da história é bem semelhante em ambos, com esse receio que de algo ainda habite o poço e que possa contaminar a água da barragem, levando ainda mais destruição para a região. Isso fica em aberto, mas é massa, é o tipo de terror psicológico característico de Lovecraft. Será que algo ainda está lá no fundo da água? Será que ainda é capaz de causar o mesmo estrago? E essa cor, o que era, afinal? Era um ser com consciência, desejos, moral? Ou era apenas alguma substância estranha que veio com o meteoro? Essas dúvidas ficam em aberto, para nunca mais serem respondidas. E nem precisam.
Bite Me if You Love Me
1Bite Me if You Love Me é um filme praticamente caseiro do diretor japonês doido apelativo Naoyuki Tomomatsu, também responsável por bagaceiras como Rape Zombie, Erotibot e Scissorpenis.
A história besta é sobre uma guria extremamente fã de filmes de zumbi clássicos que sonha em ter um namorado zumbi. Ela estuda os rituais vodu haitianos, mata um colega e consegue transformar ele em zumbi. Com o passar dos dias, o cara vai apodrecendo e acaba ficando até famoso. Surge então um Jason gordacho esquisito e o negócio vira um triângulo amoroso.
Tem maquiagem caseira, câmera podre, atuações péssimas... Podreira com um ou outro momento engraçadinho, mas no geral o bom mesmo é que tem um pouco mais de uma hora só.
Aptas para Matar
3.0 3 Assista AgoraAptas para Matar (Fit to Kill), dirigido pelo canastrão Andy Sidaris, lançado em 1993. O curioso da carreira do diretor é que antes dele entrar no ramo dos filmes de tiro, bomba e peitos, ele chegou até a ganhar um Emmy pela cobertura das Olimpíadas de 1968!
A sinopse:
O empresário chinês Chang possui o fabuloso diamane Alexa, que foi roubado da Rússia durante a 2ª Guerra Mundial. Ele pretende devolvê-lo para a Rússia durante um jantar de gala, mas o diamante é roubado novamente. A agência, responsável pela segurança no evento, entra em alta velocidade para tentar recuperar o diamante.
O filme faz parte de uma série de produções protagonizadas por coelhinhas da Playboy como agentes especiais em que nada faz muito sentido mas tudo é desculpa pra um close em peitos ultra siliconados. Aqui temos em destaque a presença da ilustríssima Julie Strain como uma assassina treinada nas artes mais mortais (inclusive pilotar drone).
O filme é uma salada de coisas sem pé nem cabeça que com o tempo vai cansando, sendo sustentado pela profusão de tetas que aparecem o tempo todo por qualquer motivo. Um mega empresário vai fazer uma ultra revelação em uma festa que pode mudar o rumo da humanidade. Essa revelação é que ele vai devolver um tal de diamante roubado da Rússia pelos nazistas. Ele ficou amigo do general da SS que entregou pra ele muitos anos atrás. Amigo do ex-general da SS!
Uma rádio local só com programação erótica serve de fachada para o quartel do grupo de agentes especiais: um monte de modelos que se reunem fazendo o briefing da missão de topless em uma piscina. Esse grupo fica responsável por fazer a segurança da festa, mas não dá certo, o diamante é roubado.
No meio disso tem subtrama que não acrescenta em nada, começam a surgir mini helicópteros que disparam mísseis (e aparentemente todo mundo tem um, é a febre do natal de 1993!), iate com cadeirinha de plástico de boteco, ladrões de jóias, colar rastreador e outras bobagens.
O filme, claro, é podre! Mas quem é que vai perder a chance de ver a Julie Strain mandando um reiki kung fu de fio dental no topo de um prédio ao por do sol?
TC 2000
2.3 12A capa faz a gente acreditar que vai ser um troço meio Exterminador do Futuro com Billy Blanks andróide, mas que nada. É a parceira dele que vira uma espécie de Robocop sensual terrorista com os hormônios à flor da pele.
Além do já citado Billy Blanks com os óculos do Kerry King, ainda temos Bolo Yeoung (que era o ator perfeito pra uma encarnação live action do Esqueleto, do He Man) e Matthias Hues. Todos eles besuntados de óleo, sem camisa, trocando sopapos em uma espécie de sonho homoerótico da pancadaria de segunda classe.
O roteiro, que é assinado pelo mesmo cara responsável pela direção, T. J. Scott, pega emprestado um monte de elementos de outros filmes, fazendo uma sala de fruta pós-apocalíptica que vai de Fuga de Nova York à Vingador do Futuro.
Lutas intermináveis e repetitivas, coreografias mal ensaiadas, personagens que não servem pra nada, história confusa e cenários reaproveitados. Pra completar, ainda temos o "brasileiro" Jalal Merhi como um chefe de gangue extravagante.
Thunder of Gigantic Serpent
1.8 3Projeto Trovão, a Serpente Gigante, ou Thunder of Gigantic Serpent ou ainda Daai se Wong é um filme toxicamente tosco lançado em 1988, dirigido pelo cara de pau Godfrey Ho, daquele jeito que ele adora: pegar um outro filme qualquer, gravar mais umas cenas, fazer uma nova dublagem, editar tudo e lançar como algo completamente diferente.
A sinopse da tranqueira:
Um grupo terrorista tenta roubar uma fórmula secreta que faz com que plantas e animais atinjam proporções gigantescas, o que daria o controle mundial da produção de alimentos. Durante uma perigosa perseguição com tiroteio, a fórmula é perdida, mas depois é encontrada por uma garotinha que sem saber dá à sua cobra de estimação. A cobra que se comunicava com a garotinha, acaba crescendo imensamente, e parte em uma trilha de destruição para salvar sua dona que foi raptada pelos terroristas.
O filme tem uma mistureba de terroristas, exército, polícia, cobra de borracha besta, guriazinha chata pra caralho e repetição pra encher linguiça e dar o tempo de um longa.
Em algumas partes parece um filme daqueles de cachorrinho da Sessão da Tarde, só que com uma cobra de borracha. A guria chata gritona brincando com a cobra. Em outros momentos, tem tiroteio e mortes ridículas, capangas mongolões e um agente especial foda.
A tal da cobra (que não cospe fogo nada), cada vez que toma um choque fica maior ainda. Mas ela é inofensiva, adora brincar com sua dona. Mas quando a guria é levada pelos terroristas que estão em busca da fórmula secreta, a cobra entra em modo putaça e sai destruindo metade da cidade e por consequência matando um monte de gente aleatória em sua busca. O filme entra em um loop da guria gritando pedindo ajuda pra cobra (o nome da cobra é Mosler) e fica nisso até a aeronáutica encher a cobra de bomba e destruir o que ainda faltava. Isso no meio da trama do agente anti-terrorista que não tem nada a ver com o bicho.
A cobra concordando balançando a cabeça, pulando e se sacudindo pendurada por fiozinhos, dando porrada nos terroristas com o rabo são os pontos altos do filme.
Guerreiros do Futuro
2.9 9 Assista AgoraGuerreiros do Futuro (I Nuovi Barbari), de 1983, mais um na onda pós-apocalíptica Mad Max. Saiu nos EUA como The New Barbarians e Warriors of the Wasteland.
Nessa podreira tem-se de tudo aquilo maravilhoso nesse tipo de produção de baixo orçamento. Figurino tosco, atores podres, locações baratas, história sem grande esmero, objetos pintados de prateado para parecerem mais tecnológicos, algumas explosões e sons de raio laser saindo de metralhadoras, carro com leds e bolha no estilo do carro projetado pelo Homer, um proto-pendrive com MP3 e muito mais.
A sinopse é a seguinte:
"No ano 2000, sobreviventes do Holocausto Nuclear tentam reconstruir a sociedade divididos em clãs, enquanto buscam um misterioso sinal de rádio - possível sinal de que ainda exista civilização em alguma parte do planeta. Mas eles são caçados e mortos pelos Templários, um grupo de fanáticos religiosos que quer exterminar a humanidade. Até que surge um guerreiro solitário chamado Scorpion, que resolve opor-se aos Templários e combater seu líder, o terrível One."
Scorpion é esse maluco no meio do cartaz, com a lança na mão. Ele já tinha uma rixa antiga com os Templários, não quis fazer parte do grupo e tem essa treta com o líder. Os Templários são uns caras que querem acabar com todo tipo de vida no planeta, totalmente niilistas, com discursos meio sem pé nem cabeça. Acabar com todos os seres vivos, menos eles mesmos.
Scorpion é ajudado por um menino prodígio armado de bodoque, que de vez em quando brincam de tentar se matar. O piá é um gênio da mecânica e faz equipamentos sem ter nem matéria prima. Outro ajudante, e senhoras e senhores, esse merecia um filme próprio, de tão foda que é, é Nadir, interpretado pelo sempre excelente Fred Williamson. Negão foda que não erra uma flechada. Chega a arrancar cabeça de motoqueiro na flecha. Passa o filme todo salvando o couro do protagonista. Tem um carro mais massa, também.
Não vou entrar em grandes detalhes da ordem dos fatos do filme, mas uma cena merece destaque, e é por ela que o filme é mais conhecido. Scorpion, em certo momento do filme, é derrotado pelos vilões. A morte seria pouco pra ele, segundo One. É preparado o rito de iniciação dos Templários, e Scorpion é amarrado em meio ao acampamento e é currado pelo líder dos bandidos! Numa cena cheia de flashes e cortes rápidos. Sim, o herói do filme é estuprado!
Quem acaba salvando ele mais uma vez é o Nadir. Indo pro fim do filme, Scorpion aparece sem camiseta com uma armadura de vidro/acrílico (a que tá no cartaz) que é impenetrável (mas que só protege o tronco). A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena, já dizia o mestre, mas o que o herói faz? Instala um broca de perfurar poço artesiano no carro dele, e enraba o vilão até a morte com essa broca.
Fim de papo, né?!
Tentação
2.7 5Tentação (Sorceress), de 1995, dirigido por Jim Wynorski, que já dirigiu um MONTE de coisa de tudo quanto é tipo, indo de Chopping Mall (aquele dos robôs explodindo cabeça de gente no shopping), um monte de filme erótico com alguma linhazinha de roteiro, até filme tosco de bicho gigante assassino, incluindo tubarões, lógico.
No elenco temos as magníficas Julie Strain (a eterna musa inspiradora das capas da Heavy Metal), Linda Blair (a eterna guriazinha possuída pelo demônio de O Exorcista) e Rochelle Swanson.
O filme tenta se vender com a seguinte sinopse:
"Erica, uma bruxa ciumenta usa seu poder para controlar seu marido Larry e seus colegas que trabalham em um grande escritório de advocacia."
Muito bem, mas e aí? E aí que o tal filme tem uma temática de bruxaria qualquer, e tudo nele é uma mera desculpa pra que a Julie Strain, que não paga imposto pra ficar pelada, fique! Ela é a bruxa malvada do filme, e depois da morte dela, ainda continua exercendo influência do além no marido e segue uma trama sem pé nem cabeça que envolve a Julie Strain pelada, Linda Blair cultuando o demônio (por que não né, Pazuzu nunca descolou dessa carcaça), um colar achado no lixo, Julie Strain pelada, a reforma de uma casa, acidente de carro, Julie Strain pelada, sauna e uma empregada.
É daqueles filmes típicos do cine privê, que fariam a alegria da piazada. Já disse que tem a Julie Strain né?!
King Kong vs. Godzilla
3.1 54King Kong vs. Godzilla de 1962, dirigido por Ishirō Honda, o pai do Godzilla! Tosqueira divertida nessa batalha dos monstrões. A cada cena temos alguma bobagem sem limites. Sinopse pra que? A moral é que eles vão brigar.
O filme tem muita comédia pastelão que incomoda, ela tá nos momentos errados, com os personagens errados. Poderia ter sido mais sério que seria mais interessante. Mas ao mesmo tempo, como ser sério com esse Kong com uma roupa que custou uns 10 pila? Olha essa desgraça dessa máscara!
Coisas que temos no filme: japoneses fazendo blackface, interpretando os nativos da ilha onde tá o macacão. Kong ficando bêbado e apagando depois de tomar um monte de sei lá o que, suco dos ursinhos Gummi. Cobrança de tarifa de importação do Kong. Repetição sem parar do exato mesmo grito do Godzilla. Braços do Kong que mudam de tamanho a todo momento. Quando ele precisa usar as mãos, os braços são em tamanho "humano", quando não precisa, eles são muito mais compridos. King Kong Padre do Balão: os caras amarram o macaco nuns balões gigantes e carregam ele assim até o monte Fuji. Rasteira deslizante morro abaixo. Bicuda nas pedras. Árvore goela abaixo. Boneca Barbie na mão do Kong. Ataque de polvo gigante. Tempestade, raio NA CARA e superpoderes elétricos. Final abrupto.
Tammy and the T-Rex
2.6 13 Assista AgoraTammy and the T-Rex (que saiu aqui só como T-Rex), de 1994. Dirigido por Stewart Raffill (diretor de Piratas das Galáxias, de 84), estrelado por Denise Richards (a Bond Girl em O Mundo Não É O Bastante) e Paul Walker (o cara do Velozes e Furiosos que se matou fazendo racha).
A sinopse do filme:
Michael e Tammy são o casal perfeito da escola: ela é a líder da torcida e ele, o esportista bonitão. Mas o rapaz é largado pra morrer por um ex de Tammy e acaba virando vítima de um cientista louco. Dr. Wachenstein transplanta seu cérebro em um enorme robô dinossauro. Michael não gosta nem um pouco do que aconteceu e sai matando gente para se vingar. Tammy e um amigo decidem ajudá-lo a encontrar um novo corpo, mas precisam driblar o cientista e a polícia.
Sim, é exatamente isso aí! O filme é insanidade pura e deliciosa, que não se leva a sério em nenhum momento, rendendo muitas cenas com dinossauro que muda de tamanho, mãozinhas de T-Rex de borracha, e sangue, MUITO SANGUE!
O dinossauro chega até a usar um telefone público, e depois da ligação, ainda vê se recebeu algum troco. O nível de tosqueira e bobagem é alto demais, tudo é absurdo e ridículo, e isso faz com que o filme seja muito divertido.
Tem a Denise Richards no papel principal, muito gata. Tem o Paul Walker que só aparece no início e depois vira um dinossauro. Tem um cientista completamente maluco e tarado, junto com sua esposa/enfermeira doida. Tem um ajudante do cientista que é o John Franklin, o ator esquisito que interpretou o Isaac, o piá desgraçado do Colheita Maldita original. Tem gente com as tripas penduradas. Tem cabeça arrancada (e é só uma máscara coberta de groselha, maravilhoso!). Tem panqueca de gente. Tem ataque de leão. Tem exumação e invasão em necrotério. Tem, mais uma vez, mãozinhas de Tiranossauro. Como é que eu demorei tanto pra assistir essa pérola?!
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraMortal Kombat, recém lançado, dirigido por Simon McQuoid (que nunca dirigiu nada, como conseguiu essa vaga?!), roteirizado por Greg Russo (que TAMBÉM nunca roteirizou nada, como conseguiu essa vaga?!). Entre os produtores, James Wan (provavelmente quem mandou em tudo).
Já tivemos adaptações em filme e animação antes, mas não são grande coisa. Aliás, são até bem bosta. Foi se criando uma baita expectativa com esse filme. Classificação 18 anos, litros de sangue, tripas e ossos quebrados. Fatalities! E tudo isso com meros 50 milhões de dólares, o que é um orçamento baixo pros padrões atuais.
Pela marreta de Shao Kahn! Que filme decepcionante!
O início é massa, com um embate entre Sub Zero e Scorpion no Japão feudal, introduzindo de forma interessante a rivalidade. Mas depois disso, quando o filme vem pros dias de hoje, é pior que cagar em banheiro químico. Inventaram um personagem PODRE que é descendente do Scorpion, Liu Kang é emo, Raiden é um babaca, Sonya Blade não sabe usar o Google Drive.
A função de ser "escolhido" para o torneio, a marca do dragão e tal, é de uma preguiça narrativa imensurável. Ainda tem o lance da "arcana" que é sem fundamento. Os caras vão pra umas cavernas treinar por uma semana tentando despertar seu poder pra enfrentar os piores guerreiros de todos os reinos.
Entre os vilões, temos um grupo de personagens bem misturado entre os clássicos e os que ninguém lembrava, liderados pelo Shang Tsung de chapinha. O grandioso Príncipe Goro é massa, mas ao mesmo tempo não passa de mais um na fila do pão.
Os efeitos as vezes são legais, as vezes parece que estamos vendo alguma cena extra de Van Helsing, de 20 anos atrás. Os diálogos são pobres, a atuação é ruim.
E a rivalidade entre Sub Zero e Scorpion, que é como começa o filme? Scorpion só aparece de novo QUASE NO FINAL DO FILME!
Ainda assim é ok. As caracterizações dos personagens estão muito boas, tem bastante sangue e fatality igual ao do jogo. Fan service total. A história é uma BOSTA. O tal de Cole Young inventado pro filme é muito ruim e sem nenhum carisma. E o torneio não acontece. Provavelmente na continuação, já que o filme tá dando bastante grana.
Anônimo
3.7 734Anônimo (Nobody, 2021). Perderam a chance de botar o nome do filme de "Zé Ninguém". Dirigido por Ilya Naishuller, que também dirigiu o MUITO divertido Hardcore Henry.
Mas e aí, qualé que é do filme? Nada mais que um John Wick/Polar/Atômica/O Protetor/Busca Implacável com um pouco de comédia. E isso é ruim? Claro que não! A receita é a mesma, inclusive beeem parecida até com o John Wick, que tem até o mesmo roteirista, Derek Kolstad.
Um cara ex-fodão aposentado, vivendo com a família de um jeito bem bunda mole, meio fracassado, reacende sua fúria depois de ter a casa invadida. Acaba dando uma surra nuns russos de forma aleatória, por terem cruzado o caminho dele e isso desperta a ira de um chefe da máfia com todo seu exército.
Ou seja, John Wick com família. Não tem o cachorrinho morto, mas tem uma pulseira de gatinho. Tem até o doutor Emmett Brown metendo bala de escopeta! Christopher Lloyd interpreta o pai do protagonista, que por sua vez é interpretado pelo Bob Odenkirk, o Saul de Breaking Bad.
Os capangas do vilão são aquelas bucha de canhão, com cenas bem clichê de invasão da casa e tudo mais. Mas tem uma cena específica do russo doido que é muito boa e engraçada: um dos caras que tinha tomado a surra lá no início tá no hospital, deitado numa cama, todo arrebentado. Chega o chefão e dá uma surra no cara com uma cadeira!
Enfim, o filme usa todos os clichês possíveis que já foram usados em incontáveis filmes do estilo, mas consegue ser tão divertido quanto suas referências. Pô, o filme começa com o cara todo arrebentado tirando um gatinho de dentro do casaco em uma sala de interrogatório!
Assalto à 13ª DP
3.7 84Assalto à 13ª DP, um dos primeiros filmes do John Carpenter, de 1976, antes de se enveredar no terror. Temos aqui um suspense policial com muito tiroteio.
Uma delegacia (a 13ª do título) vai ser fechada, e na última noite, quando só vão ser retirados alguns materiais de lá, o policial Ethan Bishop é alocado lá. Aparentemente não vai ter absolutamente nada pra fazer, já que nem atendimento tem mais.
No meio disso, somos apresentados à um cenário desgraçado da cidade, onde gangues estão tomando conta das ruas. Onde fica essa delegacia? Num bairro fodido cheio de marginal.
Mais uma coisa que se entrelaça na história é sobre uma transferência de prisioneiros de uma penitenciária para outra, indo pro corredor da morte. No meio do caminho, um deles tá passando muito mal e eles acabam parando na delegacia pra chamar algum médico ou algo assim.
E ainda temos um pai e uma filha que estão indo visitar alguém e acabam meio perdidos pela cidade. Eles param justamente num local desgraçado (sem saber), e enquanto o pai vai fazer uma ligação num telefone público, a filha vai comprar sorvete.
Rola uma cena foda, que o Carpinteiro teve coragem de rodar e mostrar de forma bem explícita. Um maluco duma dessas gangues encosta o carro do lado do caminhão do sorvete, mete um balaço no sorveteiro e no meio do peito da guriazinha! O pai enlouquece, pega um revólver no caminhão do sorvete e vai em perseguição aos marginais. Acaba enchendo de pipoco o cara que matou a filha e sai fugindo. Chega na 13ª DP em estado de choque sem conseguir falar nada, e atrai todos os bandidos da cidade que tavam atrás dele.
A partir daí é tiroteio de monte, a delegacia sendo destruída, os presos e os policiais se ajudando a meter bala nos invasores... Ninguém consegue estabelecer contato pra pedir ajuda, e as patrulhas que passam procurando de onde vem o som de tiros nunca acha nada. Os marginais tão organizados!
Fica um climão de suspense enquanto os que tão defendendo a delegacia se vêem com cada vez menos munição, bolando planos pra conseguir sobreviver aos ataques.
O filme segue aumentando a tensão, e consegue construir personagens legais que a gente acaba se importando com eles. A trilha sonora é, como sempre nos filmes do diretor, algo que cria uma baita atmosfera.
Os Aventureiros do Deserto
3.4 1Os Aventureiros do Deserto (Dune Warriors), de 1990, dirigido pelo maestro do baixo orçamento Cirio Santiago (das pérolas Equalizer 2000 e Rodas de Fogo, que já comentei também). O filme é estrelado por David Carradine, que era figurinha carimbada nesse tipo de produção barata e divertida.
A sinopse: Num futuro distante, após o apocalipse nuclear, água virou o grande tesouro para os sobreviventes da catástrofe. Quando um grupo de mercenários tenta se apoderar de um rico poço guardado por comunidade pacífica, seus habitantes contratam cinco mercenários para defendê-los dos vilões.
O filme é totalmente chupinhado de Mad Max 2, misturado com Os Sete Samurais/Sete Homens e Um Destino, com a diferença que a cidade tem água e não gasolina, e são 5 guerreiros, não 7.
Começa diretaço com um vilarejo sendo dizimado na base do tiro e da espadada. Sim! Os caras usam metralhadoras gigantes dos Comandos em Ação e espadas que parecem feitas de papel alumínio. Os bandidos querem água, e descobrem que uma cidade próxima tem um grande estoque.
Esse lugar é uma pacata cidadezinha chamada Chinle (nome podre), que tem uma nascente, poços, gruta com lago e tudo mais. E como é um futuro distópico, tudo é deserto, então essa cidade é um baita de um esquema. A gangue decide que vai tomar a cidade e montar sua base lá.
O filho do chefe de Chinle, Luis, é um maluco muito tosco com jeito de tiozão, e tem um casamento arranjado com a bonitinha da cidade, pra criar laços de sangue entre as famílias. Ela até aceita a situação, mas não é muito empolgada com isso.
Os marginais chegam na cidade, matam o irmão da guria e tomam o controle. Não tem muito o que tomar além de água, já que todos na cidade são fazendeiros, não tem nenhum guerreiro. A mina putaça quer vingança, mas o bunda mole do Luis não se mexe pra nada. Ela foge e sai pelo deserto em busca de alguma ajuda. Lá pelas tantas ela começa a ser perseguida por uma gangue de anões pós-apocalípticos, um troço meio Jawas, até ser salva pelo herói do filme que espanta a gurizada.
David Carradine tá véio já no filme, parecendo o Christopher Lambert como Raiden no filme do Mortal Kombat, mas anos antes. Tem um cabelinho tosco, uma faixa trançada de hippie na testa, usa um pala total velho oeste e tem uma espada estilosa. Uma curiosidade: essa mesma roupa e espada ele já tinha usado em O Guerreiro E a Espada de 1984 e Os Magos do Reino Perdido de 1989. Será que o mundo de fantasia medieval teve algum apocalipse tecnológico e virou esse deserto com metralhadoras e espadas? Nunca saberemos.
Ele leva ela até uma cidade onde vai poder achar mercenários. Pulando tudo, ela volta pra cidade com cinco, que na calada da noite conseguem reconquistar a cidade... David Carradine pseudo-Clint Eastwood, um arqueiro chicano de coletinho de pelúcia, um maluco galãzinho de rodoviária, um motoqueiro jogador de pôquer e uma mina com uma escopeta cano serrado, ombreira de jogador de futebol americano e uma calça cor da pele que parece que ela corre pelada por aí. Importante: Michael, o líder dos mercenários, quer vingança contra William, o líder dos marginais, por acontecimentos prévios ao filme que a gente não sabe o que é.
Surgem discussões em volta de se render aos bandidos ou lutar contra o exército que vai chegar, e lutar vence. Mas Luis e o pai fazem trairagem, soltam os reféns e dizem que vão dar um jeito do William vencer.
Pulando lá pra frente, depois de termos cenas das mulheres tomando banho, depois de ir surgindo um possível romance entre o galãzinho e a mina gatinha da cidade (enquanto Luis fica de cara), vem os confrontos. E não é que é até legal? O filme consegue criar uma certa empatia com os personagens principais e ficamos na torcida pra que consigam. Mas o pau no cu do pai do Luis sabotou os lança-chamas, e a cidade é tomada. Quem sobreviveu, foge pras montanhas.
Então assim, de repente, em uma falta de criatividade do roteirista e sem saber como resolver essa merda, uma criança acha uma caverna com caixas e caixas de armamento militar. Granadas, metralhadoras, morteiros, bazucas, etc...
A gurizada vai lá, manda bala a fuzéu, tem perseguição de carro abaixo de explosão causada por uma bazuca com munição infinita, muita briga de espada de camelô, sangue jorrando dos balaços, paredes de papelão arrebentadas, uma baita batalha.
Se o filme é bom? Não né, bom não, mas dessas cópias de Mad Max, não é nem de longe a pior. Ah, e as dunas? Não tem nenhuma, é mais um filme feito em alguma pedreira nas Filipinas.
Os Guerreiros do Bronx
3.0 36 Assista AgoraOs Guerreiros do Bronx (1990: The Bronx Warriors), de 1982, dirigido por Enzo G. Castellari, diretor daquela escola italiana de faroestes e desse tipo de produção tosca que bebia muito da fonte de Mad Max. O cara influenciou muito o Tarantino. Entre seus filmes, Keoma (com Franco Nero), Sinbad e os Sete Mares (com Lou Ferrigno), Bastardos Inglórios (de 1978) e Guerreiros do Futuro (tosqueira pós-apocalíptica podrona), entre várias outras coisas.
Não só influenciado, mas uma cópia descarada e grotesca de Os Selvagens da Noite (The Warrios) de 1979 com Mad Max, também de 1979 com Fuga de Nova York de 1981. Joga isso tudo no liquidificador com césio 137 e 5 pila e tá aí o resultado.
A sinopse: Em uma pós-apocalíptica Nova York, o Bronx tornou-se terra de ninguém onde a polícia não pisa, além de um campo de batalha onde diferentes gangues sanguinárias vivem em constante conflito. Seguindo as ordens de uma poderosa corporação empresarial que pretende revitalizar o bairro, Hammer, um ex-policial fascista, se infiltra no Bronx e começa a jogar uma gangue contra a outra, dando início a um autêntico banho de sangue.
A gangue dos motoqueiros é a principal, nela temos o mocinho, um piá de 17 anos bombadinho, de peito depilado e desengonçado que é o líder, com seu coletinho decotado e cotoveleira de spike mortal. Os caras vem com o pacote completo: tatuagem de canetinha, anel de caveirinha do camelô, calça de couro, caveira de plástico, porrete e tudo mais. Os Hell's Angels participaram como figurantes mas se recusaram a colocar a caveirinha de plástico em suas motos.
Do nada surge uma mina perdida no Bronx (a atriz é filha do diretor), e ela e o protagonista (que tem o maravilhoso nome de TRASH) se apaixonam. Enquanto isso, as outras gangues que vivem na região são apresentadas: patinadores de hóquei maquiados e de uniforme (que patinam no concreto esburacado), dançarinos sapateadores com roupa de lantejoula e chapéu de carnaval, homens das cavernas e a mais massa, do manda chuva do Bronx, os cafetões com seus carrões e ternos de seda coloridos. Tem até um líder de gangue que é um ninja de colete fofo de tactel e chapinha no cabelo e dominatrix expert no chicote. Os figurinos são tudo sobra de outros filmes.
O filme é aquela merda maravilhosa cheia de exageros e coisas sem sentido. Uma das cenas mais legais é o encontro dos motoqueiros com os cafetões de hot rods com uns caras pendurados nas laterais dos carros. O clima vai sendo construído com um baterista tocando enquanto a galera vai chegando no ponto de encontro. Do nada tem esse baterista lá!
É descoberto um dispositivo rastreador (aqueles relógios com calculadora) e os caras ficam encucados achando que a polícia talvez vá por lá ou algo assim.
Dali a pouco a gente entende que a guria é a herdeira de uma mega corporação de armas e tá prestes a fazer 18 anos e É OBRIGADA a assumir a direção da empresa. Mas ela não quer! Os engravatados enviam um ex-policial e ex-morador do Bronx atrás dela.
Então tem todo o lance Warriors da gangue de motoqueiros atravessando o Bronx encontrando as outras gangues, soco, cotovelada, tiroteio, dança e loucuragem. O policial lá vai atrás deles sacaneando e colocando uma gangue contra a outra.
No fim das contas se juntam o guri do decote e o negão foda (é o Fred Williamson, caralho!) contra uma invasão policial, com direito a helicópteros carregando camburões carregando cavalos carregando policiais carregando lança-chamas adoidado, caos, bolo de aniversário, trono forrado de oncinha e o clímax com arpãozaço nos peito.
Tem TUDO nesse filme, a nata do chorume com elixir de podreira saído das mais variadas referências. Barato, tosco, ridículo, divertido. Filmaço PODRE e MARAVILHOSO.
Uma curiosidade: Foi o último filme de Vic Morrow, o ator que interpretou o policial Hammer. Em seguida ele estava participando das filmagens de No Limite da Realidade (The Twilight Zone), produção do Spielberg, quando aconteceu o trágico acidente em que durante a gravação de uma cena, um helicóptero caiu e decapitou o ator.
Saint Maud
3.5 334 Assista AgoraSaint Maud, de 2020, dirigido por Rose Glass. Laçado pela conhecida produtora A24 (A Bruxa, Hereditário, O Farol, Midsommar, etc...).
Ô filme chato! Blablabla terror psicológico e não sei o que. Não tem praticamente nada de terror, é sobre uma mina esquizofrênica e fanática religiosa. Tudo bem, a personagem é bem construída sim, a história faz sentido, é ok e tudo mais. Mas é CHATO!
A conversa com deus é legal, o final eu achei inesperado e o último frame é o que vale pelo filme (aparece tipo aquelas propagandas subliminares da Jequiti no SBT).
Pra sempre lembrar que não é só porque é da A24 que é bom (A Ghost Story manda lembranças)
Freaky: No Corpo de um Assassino
3.2 464Do mesmo diretor de "A Morte te dá Parabéns" 1 e 2 e "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi", e segue na mesma linha, que em geral é leve mas tem cenas com bastante sangue.
O filme tem um mote bem clichê e que já foi muito utilizado, com duas pessoas que acabam trocando de corpo. Um assassino psicopata que fugiu de um hospício e uma adolescente inocente nerdona. Um "Se eu fosse você" gringo com gore hahaha
Na verdade é até legalzinho, a atuação do Vince Vaughn como se fosse uma mocinha é divertida às vezes e tem umas mortes bem sangrentas. Mas não espere grande coisa, porque não vai muito além disso. O filme começa e a gente já sabe o que vai acontecer.
Astaroth
2.6 2Astaroth, de 2017, dirigido pela Larissa Anzoategui. Tem a Mônica Mattos como uma das protagonistas e como o demônio (demônia?) título do filme.
A premissa é bem rasa. Um tatuador cultua Astaroth, e usa feitiços e tintas arcanas pra tentar trazer a entidade de volta. Um trio de amigas acaba se envolvendo nisso: Dri, uma tatuadora, Lia, uma mina que fica fazendo de conta que toca guitarra e Mai, uma estudante de sabe-se lá que curso e que é ninja (aham, isso mesmo). E é isso, não tem reviravoltas, é o cara tentando invocar Astaroth e elas metidas no meio disso.
De início, o filme parece que vai ser um terrir com muito sangue e tripas. Mas nada disso. O filme parece se levar a sério. Tem cenas intermináveis da guria ninja "treinando" dando socos no ar ou qualquer outra coisa. Também são intermináveis os momentos musicais do filme, que por um lado estão ali claramente pra inchar e dar mais tempo, mas por outro entregam uma boa trilha sonora.
Os enquadramentos são ruins, as maquiagens são muito baratas, o roteiro é fraco e as atuações (?) são da pior qualidade. Todos "atores" parecem estar lendo o texto, com falas decoradinhas e de uma forma que ninguém fala de verdade. A melhor atuação é a do gordinho mongo, e talvez porque ele fale umas 5 frases só.
Não sei qual o orçamento do filme, mas deve ter sido bem baixo. E estamos falando de cinema nacional independente, sabemos das restrições, dificuldades e problemas. Ok, mas ainda assim, o filme não é minimamente divertido. Em seus poucos 75 minutos, parece ter uns 200.
Uma coisa boa de ter visto o filme: conheci a banda de death/doom Labore Lunae.
O Homem das Cavernas
3.2 35O Homem das Cavernas (Caveman) de 1981, dirigido por Carl Gottlieb (que depois dirigiu "As Amazonas da Lua"). Estrelado por Ringo Starr (batera dos Beatles) e Dennis Quaid (que dispensa comentários), Barbara Bach (Bond Girl e esposa de Ringo), Shelley Long (de "Um Dia a Casa Cai") e John Matuszak (que depois faria o Sloth de "Goonies"). Elenco legal, o filme deve ser bom, certo? ERRADO!
Aventura/comédia, pura bobagem num clima pastelão. Ok, até aí tudo bem. Mas as coisas que acontecem ou são vergonhosas ou são tão erradas... Tem piada de peido (mais de uma vez), tem até cena fazendo piada com estupro! Caralho, isso mesmo! O personagem principal coloca um "boa noite, Cinderela" numa fruta, faz um casal dormir e tenta estuprar a mulher, sem sucesso. É tão absurdo que isso tenha sido aceito e filmado.
O filme não tem diálogos tradicionais, nem um idioma na verdade. Como são homens das cavernas, todas as falas são de uma forma primitiva. Ao longo do filme os Neanderthais começam a andar com as costas eretas, descobrem/inventam o fogo, o churrasco, o ovo frito, a música, as armaduras e armas entre diversas outras coisas.
Aparecem dinossauros ao longo do filme, feios demais, mas com o efeito de stop motion bem feitinho. Tem até um abominável homem das neves, mas com uma aparição bem rápida.
Pra quem gosta de Joe & Mac do SNES, vai jogar videogame. Não vale o tempo perdido com o filme.
O Feiticeiro Ninja
3.2 1O Feiticeiro Ninja (Ninja, the Violent Sorceror), de 1982 (em alguns lugares diz 1986). Dirigido pela lenda da tranqueira Godfrey Ho. Mais um filme usando sua especialidade, a colagem cara de pau! É quase um Tela Class. O cara pega algum filme, remonta, joga umas cenas novas gravadas e redubla tudo.
Nesse atentado grotesco, o filme utilizado é sobre uma disputa de quem é o fodão da jogatina de cassino. Os caras disputam nos dados, no pôquer e até no embaralhamento de cartas. Aí entra o tempero especial do filme, o vilão é ajudado por forças sobrenaturais, os vampiros! Pra deixar melhor ainda, os tais vampiros são Jiangshi, que é um tipo específico de vampiro do folclore chinês. Eles se vestem com uma roupa específica, tem a cara pintada de branco, andam saltitando como cangurus e com os braços estendidos como múmias! Esse tipo ficou ainda mais famoso quando o próprio diretor fez o clássico da podreira "Robot Vampire", que conta com esses vilões enfrentando uma espécie de Robocop feito com troco de bala.
Seguindo... o cara ajudado por forças ocultas vence o duelo que tinha a vida de cada um como aposta, e o perdedor se mata. Pra vingar, surge o fantasma da esposa do cara, além do filho e de outro sujeito que eu não sei da onde saiu. Com poderes ninja de bombinha de fumaça, teleporte e espada-que-não-serve-pra-nada-contra-vampiros, eles vão tentar resolver. Misturado com isso tem muita coisa bem caricata, besta mesmo.
Não tem sangue, não tem gore, mas tem efeitos bem toscos no estilo Chapolin. O filme é uma bosta, e na versão que eu assisti fica mais sofrível ainda. Tirado de um VHS amassado, com uma dublagem podre e o som horrível, tive que apelar até pra um equalizador pra tentar tirar o ruído. Mas fazer o que, o cara gosta dessas merdas...
Em um dos diálogos marcantes do filme, o vilão fala com o capanga-chefe:
-Preciso de você e dos vampiros!
-Pra quê?!
-Pra treinar mais vampiros!
Ah, sobre a capa do filme... Não tem ninja de armadura, não existe essa loira aí nem castelo com muralha nenhum. E nos créditos do filme o diretor consta como Bruce Lambert, um pseudônimo do Godfrey Ho. Dizem inclusive que todos os créditos são mentira, que só o Tomas Tang como produtor é informação quente.
O Bar Luva Dourada
3.5 340Podrão, bizarro e sádico. Um apanhado de gente feia com costumes piores ainda. O filme conta a história de Fritz Honka, assassino em série que cometeu seus crimes na Alemanha nos anos 70. Suas vítimas são prostitutas, sempre velhas e gordas. A sujeira toma conta. Tudo regado a muito álcool. Pedaços de pessoas são jogados por aí, outros são guardados bem embalados em casa. E o fedor? Ah, culpa dos vizinhos gregos e suas sopas. Até que começa a "vazar" vermes do teto. Grotesco, cru, visceral. O próprio bar chega a ser um personagem. Filme massa!
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 203 Assista AgoraWilly's Wonderland, de 2021, dirigido por Kevin Lewis e estrelando Nicolas Cage. O filme é um negócio absurdo e insano, e parecia que seria muito divertido justamente por isso. Ele realmente é absurdo, mas não chega a ser tão massa.
Uma cidadezinha tem uma espécie de parque de diversões amaldiçoado. Os donos do lugar eram assassinos em série, que por meio de um ritual satânico, tiveram suas consciências transferidas para os robôs dos mascotes do parque. Agora exigem sacrifícios para não matar todo mundo da cidade. Então há muitos anos, de vez em quando alguém é levado lá pra "trabalhar", quando na verdade é só uma oferenda aos bonecos.
O filme começa com Nicolas Cage tendo os pneus do seu carro furados. Não tem grana, então é oferecido pra ele passar uma noite limpando o parque em troca do conserto. Não demora muito pro primeiro robô já atacar e tomar um PAU. O estranho é que não tem nenhum tipo de surpresa, adrenalina, apreensão, medo nem nada. O cara lá faxinando e matando robôs assassinos... ele age de uma forma bem natural com a situação.
Como que em 30 anos nunca ninguém conseguiu matar nenhum desses robôs? É mais fácil que limpar um fogão! Ah, Nicolas Cage não tem NENHUMA fala durante o filme todo. O personagem de hora em hora para o que estiver fazendo pra ir beber um energético e fazer uma pausa. Ele nunca expressa nenhum tipo de sentimento. Até que DO NADA tem uma cena aleatória e bizarra dele jogando pinball e dançando.
Tem uns adolescentes no filme, que só estão lá pra morrer da forma mais clichê possível, o que não acrescenta em absolutamente nada no filme além de tempo.
Tecnicamente, o filme abusa dos planos fechados, o que tira muito das cenas em que tem mais ação. Tem muita coisa em câmera lenta também. Enfim, esperava mais do filme e geral. É ok, mas é bem esquecível.
Tubarões Voadores
2.1 11Sky Sharks, de 2020, dirigido por Marc Fehse. Pensa naqueles filmes toscos da Asylum, que parecem feitos em casa com um pano verde e todos os cenários adicionados na pós-produção com computação gráfica. Pois é. Até uma cena de um jantar tem cenário falso. Uns 80% do filme foi gravado em close.
A história é sobre um projeto nazista de destruição em massa: tubarões voadores montados por soldados zumbis que desperta nos dias atuais e ameaça o planeta. Legal né?! Só que a execução disso deixou muito a desejar. O roteiro se perde, se enrola, tem um monte de inserções de comerciais (tipo os que tem no Robocop, mas aqui não rolou), flashbacks (tem uns 15 minutos de guerra do Vietnã).
Cenários falsos, efeitos praticamente 100% digitais, de sangue a explosões de cabeças, ritmo truncado, coisas que se repetem, personagens absurdos e sem graça... O filme começa inclusive com uma alta dose de mulheres peladas, e depois nunca mais. A trasheira já era esperada, mas em um nível divertido. Acaba entregando algo com a produção ruim, que se perde no meio do caminho e deixa a desejar. Tem uma personagem que se chama DIABLA...
Meio inevitável a comparação com Kung Fury, que também tem muita coisa feita no computador e envolve nazistas. A diferença é que Kung Fury a história é mais direta, diferente do troço cheio de travas e sem muito sentido desse Sky Sharks.
Vejam pelo menos a segunda cena pós-créditos.
Psycho Goreman
3.2 56Pscyho Goreman, filme recém lançado. Dirigido por Steven Kostanski, que fez Manborg e The Void.
É um filme besta, que não tem nem como querer levar nada a sério. Comédia com muito sangue e monstros de borracha no melhor estilo Changeman. Faltou só o Gyodai aparecer e deixar alguém gigante!
O roteiro: dois irmãos, um guri meio mongo e uma guria porra-louca sádica encontram uma jóia mágica enterrada no quintal de casa. Isso acaba despertando um ser maligno e ultra poderoso, destruidor de galáxias. Mas ele precisa obedecer quem possui a jóia, e então mesmo com toda a raiva acumulada, tem que se prestar a jogar bola com as crianças (gritando que vai matá-las e se banhar com o sangue delas). Enquanto isso, em um conselho de segurança intergalático, uma guerreira é enviada para dar cabo dessa ameaça.
Divertido demais, com vários personagens legais e situações bizarras e engraçadas. Tem um guri que vira um cérebro gigante, um policial que vira um escravo sem vontade própria, o conselho de justiça alienígena com vários personagens diferentes (Córtex é o mais legal), tudo isso com efeitos bons, fantasias que as vezes são muito bem feitas e outras que são tão ruins e falsas que chegam a ficar melhores ainda!
As crianças conversando com uma espécie de código morse, as regras do jogo (lembrou o futebolzinho com vida que jogava durante a graduação), o monstrengão lembrando de todos os planetas que devastou, a "morte do guerreiro" e tudo mais!
Excelente, recomendadíssimo pra quem gosta de uma boa trasheira sem compromisso nenhum, entretenimento puro.
Entre Armas e Brinquedos
2.7 51Fatman, de 2020, que no Brasil recebeu o péssimo título "Entre Armas e Brinquedos". Perderam a baita chance de ter um filme intitulado como "Gordão/Gordacho/Gorducho/Bolo-Fofo/Balofo/Rolha de Poço" ou qualquer outro semelhante.
É uma história de Natal um pouco diferente. Mel Gibson é o Papai Noel, e trabalha como uma empresa, com um contrato com o governo americano. As crianças do país estão cada vez mais filhas da puta, sem merecer presentes, o que leva a uma redução de subsídio monetário. Um piá rico e sádico é um dos que não merecem um presente, e ganha literalmente um pedaço de carvão. Contrata um assassino pra matar o bom velhinho. E esse assassino tem uma rixa pessoal, tendo uma história semelhante de um natal da sua infância.
O filme é estranho. Temos um drama familiar do Papai Noel (Chris, para os mais chegados), temos o guri vilão com suas tramoias, temos o assassino de aluguel e seu hobby de colecionar presentes de natal, temos a função do contrato da fábrica do Papai Noel com o exército americano, tentando se recuperar financeiramente...
É um tanto quanto enrolado, levando bastante tempo pra começar a ter ação. E quando a ação engrena, ela rapidamente já termina. O desfecho é bem rápido. O final é bom, quase que como uma prequel pra uma continuação em forma de filme de terror, mas tem uma cena a mais do que precisava, talvez pra dar uma aliviada e deixar com um clima de esperança.
Ah, e é a Vênus do SOA como o matador loucão.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 347CONTÉM TODOS OS SPOILERS POSSÍVEIS
Adaptar os escritos de H. P. Lovecraft não é uma tarefa fácil. A maioria de seus contos baseia-se em seres e situações inomináveis, tão grotescas que são impossíveis de descrever e que na grande maioria das vezes leva os personagens à insanidade e até mesmo ao suicídio.
E quando a adaptação em questão é sobre uma COR indescritível? É o que faz o filme “A Cor que Caiu do Espaço”, de 2019, dirigido por Richard Stanley, com Nicolas Cage como protagonista. O filme em questão é baseado no conto de mesmo nome, publicado em 1927.
No conto original, que inclusive era o favorito do autor entre suas histórias curtas, um agrimensor faz uma inspeção em uma região próxima à cidade de Arkham, para o projeto de uma barragem que será construída, alagando aquele terreno. O homem busca mais informações a respeito de um local que chama de “ermo destruído”, uma área coberta de cinzas, onde nenhuma vegetação cresce. Ninguém na cidade está disposto a falar a respeito, e ele acaba conhecendo um velho considerado louco que mora próximo de lá. A história que se segue é aterradora, contando sobre um meteoro que caiu na propriedade da família Gardner e como, em pouco mais de um ano, as coisas foram se degradando.
O fato se passa no início do século XX, em uma propriedade rural. O acesso entre a fazenda e a cidade não era dos melhores, assim como esse “trânsito” das pessoas de um local ao outro. No conto, o meteoro cai, e pesquisadores de uma universidade levam partes dele para serem testadas e estudadas. Nenhum teste conclui nada muito específico, e os fragmentos desaparecem.
Aos poucos, começa-se a notar uma mudança na vegetação, com a colheita tendo que ser totalmente descartada. O mesmo acontece com o leite das vacas. Veterinários são chamados mas não encontram uma causa aparente. Tudo parece ser causado por uma contaminação causada pelo meteorito. As pessoas começam a evitar a propriedade. Os cães e gatos da casa desaparecem. A família, que consome água de um poço na propriedade, também começa a sofrer certas mudanças. Os filhos apresentam comportamentos estranhos, e aos poucos vão morrendo ou desaparecendo. A esposa é trancada no sótão, apresentando um comportamento insano. A família não tem mais nenhum contato com as pessoas da cidade, o único que ainda visita-os é o velho que vive no mato, e que faz o relato da história.
Em seguida, o pai da família se encontra em um estado moribundo. O velho revista a casa e encontra algo indescritível no sótão, que dá a entender que a mulher sofreu algum tipo de mutação.
Junto com autoridades policiais relutantes, eles vão até a casa uma última vez, se deparando com essas emanações de uma luz com cores impossíveis, e o ambiente ao redor fica totalmente degradado. A partir de então, ninguém mais fala sobre os acontecidos lá, e fica o temor de que aquilo ainda habita o fundo do poço.
O filme coloca essa história nos dias de hoje. A família se mudou para lá faz pouco tempo, e estão se acostumando com a vida rural ainda, enquanto a mãe se recupera de um câncer recém tratado. Tem uma breve ambientação, mostrando a criação de alpacas, o cachorro, a plantação de verduras, etc. O casal tem 3 filhos: um piá que não faz nada, um gurizão maconheiro e uma guria bruxinha wicca. Meio nada a ver, mas também não chega a ser um problema. A história segue com a chegada do agrimensor para fazer um levantamento da área para a construção da barragem. A diferença do conto é que aqui o agrimensor chega antes e participa dos acontecimentos, enquanto que no conto ele conhece a área já destruída, décadas depois, e fica sabendo do acontecido por meio de um relato. Tanto que o personagem do velho vizinho não tem muita importância no filme, enquanto que no original ele presenciou tudo e narra a história.
Então o meteoro cai. As autoridades vão lá, o velho vizinho que mora no mato vai lá, um monte de repórteres vai lá. Mas fica por aí, não mostram aqueles testes sendo conduzidos na universidade e tal. E ok, pro ritmo do filme fica até melhor. O meteoro, que no original apresentava uma coloração e uma emanação indescritíveis, fora do espectro visível pelos humanos, no filme é multicolorido e “vivo”, brilhando e oscilando entre o roxo, rosa, violeta…
Com o passar dos dias, o meteoro desaparece e algumas coisas começam a agir de forma estranha. Animais mudam seu comportamento e flores diferentes e muito coloridas começam a desabrochar ao redor da casa. As verduras, ao serem colhidas, apresentam um tamanho e uma aparência muito melhores que o esperado, mas impossíveis de serem consumidas. O sinal de internet e de celular começam a dar problema. As pessoas começam a ficar com comportamentos estranhos, começando pela mãe, que enquanto corta ingredientes para cozinhar, corta dois dedos fora! O pai leva ela pro hospital, deixando os filhos tomando conta da casa e das alpacas. Surgem então alguns lapsos temporais, com situações se repetindo. A gurizada começa a se dar conta que tem alguma coisa muito errada acontecendo, e que provavelmente é culpa do meteoro.
Coisas bizarras seguem acontecendo, culminando em um “ataque” de tentáculos coloridos que saem do poço e fundem a mãe e o filho mais novo. Temos então um troço grotesco, totalmente calcado no horror corporal, e que ficou bizarro e muito massa. Essa criatura não fala, fica só emitindo sons ininteligíveis, e ninguém sabe o que fazer. O pai vai pegar o carro para levar a esposa/filho ao hospital, e o carro não funciona de jeito nenhum. Temos uma típica cena de Nicolas Cage naqueles momentos de raiva insana. Aqui é possível fazer uma observação sobre a ambientação do filme ser nos dias de hoje, com a família rodeada de tecnologias e tal. Isso não faz diferença, porque a influência da cor anula tudo isso, deixando quase que da mesma forma que a família do início do século, como no conto original. Continuando, a mãe é então trancada no sótão, sem ideia de como lidar com ela ainda.
O próximo evento que acontece é com as alpacas. Os bichos tão queridos pelo pai, que seguido fala que investiu uma grana nelas e cuida bem, viram uma coisa medonha, e são exterminadas a tiros de espingarda. Sangue, nojeira e gosma cobrindo o sujeito, no melhor estilo Fome Animal. Mais um ponto pra escala Nicolas Cage de podreira do filme. O pai retorna ao sótão com arma em punho, mandando os filhos saírem e dizendo que vai lidar com o problema. Entende-se que ele vai encher a criatura de chumbo, como fez com as alpacas. Mas não, ele resolve tentar dar algum jeito de reverter aquilo.
Mas as coisas não melhoram, a espiral de demência se aprofunda e os efeitos começam a ser percebidos fora da fazenda também, com animais com mutações aparecendo na região. O agrimensor, (que no filme se chama Ward Phillips, uma homenagem a Howard Phillips Lovecraft) vai até a propriedade junto com o xerife local, temendo que algo de ruim esteja acontecendo com a família. Chegando lá, o pai recebe ambos, todo ensanguentado, agindo como se toda a família estivesse sentada junto dele na sala, quando não há ninguém. Escutam gritos vindos do sótão e correm lá. Encontram o monstrengo mãe/filho atacando a filha, e o pai agora sim resolve com um tiro. Mais sangue e nojeira.
Se encaminhando pro fim do filme, a cor começa a se manifestar de forma muito forte, saindo em grande escala de dentro do poço, mostrando cenas de outros mundos e desintegrando as pessoas afetadas por ela. Isso é mostrado com cenas com efeitos digitais que não são dos melhores. Muita gente reclamou disso, mas sinceramente, não é tão ruim assim não. Pra finalizar, árvores vivas atacam o xerife (que se dá mal) e o agrimensor (que consegue escapar). O poço “explode” em cores, e o local finalmente vira o tal “ermo destruído”, ficando tomado de cinzas e devastação.
Chegamos no fim do filme… a família foi toda destroçada pela cor do espaço, e quem sobrou pra contar a história foi o agrimensor. A cena final mostra ele em cima da barragem, com a paisagem toda alagada já, dizendo que espera que aquele poço e aquela cor estejam enterrados em algum lugar muito profundo, mas que daquela água ele jamais beberá.
O filme consegue adaptar de forma interessante o conto, mesmo com a alteração da ambientação e de certos elementos da história. Os acontecimentos não levam agora mais de um ano, e sim, aparentemente, alguns dias. Alguns personagens têm mais ou menos importância. Mas a essência da história original está toda lá, de uma forma bem executada. A questão da cor, que originalmente é indescritível e fora do campo de visão, seria impossível de mostrar, então foram escolhidas essas cores vibrantes. Não é a mesma coisa, mas funciona! Há pontos chave que aparecem em ambos, como a mãe sendo trancada no sótão, algo habitando o poço, colheita inútil, etc.
Vale a pena assistir, mas vai ser mais aproveitado por quem conhece o trabalho do escritor e já sabe mais ou menos o que esperar. Não é um filme cheio de respostas e que deixa tudo bem explicadinho. Também não é algo cheio de jumpscares (na verdade, não lembro de nenhum).
O final da história é bem semelhante em ambos, com esse receio que de algo ainda habite o poço e que possa contaminar a água da barragem, levando ainda mais destruição para a região. Isso fica em aberto, mas é massa, é o tipo de terror psicológico característico de Lovecraft. Será que algo ainda está lá no fundo da água? Será que ainda é capaz de causar o mesmo estrago? E essa cor, o que era, afinal? Era um ser com consciência, desejos, moral? Ou era apenas alguma substância estranha que veio com o meteoro? Essas dúvidas ficam em aberto, para nunca mais serem respondidas. E nem precisam.