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  • Júlio César

    Esses dias de cansaço extremo com os afazeres, nas horas vagas, resolvi revisitar a filmografia de um dos grande mestre do cinema norte-americano, o diretor JOHN FORD.

    O filme escolhido para iniciar essa maratona fordiana foi CREPÚSCULO DE UMA RAÇA (Cheyenne Autumn, 1964), último faroeste dirigido por John Ford, onde são utilizadas as famosas locações em Monument Valley, usado tantas vezes em seus filmes.

    A história conta a longa jornada dos índios Cheyennes, que após o desrespeito do acordo de entrega de suprimentos à sua tribo por parte do governo, vemos mais de 300 índios decidindo deixar sua reserva rumo ao Wyoming, terra onde sempre estiveram. O capitão da cavalaria americana Thomas Archer (Richard Widmark) é designado para a missão de contê-los e evitar sua viagem. No entanto, Archer muda de idéia quando encontra com os indígenas.

    Na verdade, observamos que John Ford, já em final de carreira, resolveu assinar a sua mea culpa, e mostrar o quanto os índios norte-americanos foram massacrados durante a ocupação do oeste americano, sendo enfurnados em reservas indígenas sem nenhum tipo de recurso e totalmente fora de seu habitat natural, as críticas e o preconceito racial e social pululam na tela, como não se emocionar com a pequena indiazinha que desenha as suas impressões do cruel cotidiano num pequeno quadro de giz e a altivez desse povo guerreiro, que mesmo derrotado, nunca perde a sua bravura e grandeza, aqui os Cheyennes são vistos como vítimas e não como facínoras, tantas vezes retratados nos filmes de John Ford.

    Na segunda parte do filme, temos um momento especial de humor e uma atuação marcante de James Stewart interpretando um Wyatt Earp cômico e imprevisível, juntamente com Arthur Kennedy como Doc Holliday, tudo bem que foge um pouco do contexto, há quem achou desnecessária essa sequência, eu achei massa demais, não tem como não cair na gargalhada, a cena da perseguição e da debandada dos moradores de Dodge City em plena pradaria do Kansas, ver aquela corista correndo no deserto sem as saias é digna dos maiores pastelões, mostrando que somente um mestre consegue arrancar risos dentro de um filme com uma temática tão densa.

    Mais uma vez temos um elenco estelar, Richard Widmark, Karl Malden, Edward G. Robinson, Dolores del Río, Harry Carey Jr., Ben Johnson, Carroll Baker, James Stewart, Arthur Kennedy, Ricardo Montalban, Gilbert Roland, Sal Mineo, John Carradine e Victor Jory, muitos deles figurinhas carimbadas em seus filmes, essa é uma tônica da extensa filmogradia fordiana, atores clássicos e experientes, acostumados a papéis marcantes, fazendo com que o roteiro escrito por James R. Webb, baseado no romance homônimo de 1953, da escritora norte-americana Mari Sandoz, flua com a dureza necessária que o tema exige, com leves pitadas de humor no decorrer da trama.

    Falando um pouco da história real, os índios Cheyenne, antes do século XIX, viviam uma vida tranquila na grande região de Minnesota (na região centro-sul norte-americana). Viviam nas áreas de bosque pantanosas daquela terra. Durante este período, um grande motim de tribos indígenas, causado pela expansão do homem branco europeu, forçaram os cheyennes para fora de sua região, levando-os para o Oeste, retratada no filme, na região de Monument Valley.

    O povo Cheyenne foram as vítimas do famoso Massacre de Sand Creek em que a milícia do Colorado matou 600 indígenas. Como se não bastasse esse genocídio, na madrugada de 27 de novembro de 1868 na Batalha de Washita River, o Exército dos Estados Unidos, comandada pelo tenente-coronel George Armstrong Custer, que conduzindo a sua famosa 7ª Cavalaria em um ataque covarde a um grupo de Cheyenne pacífico, que vivia legalmente em terras de reserva, foram mortos 103 nativos, a maioria mulheres e crianças.

    Os cheyennes de hoje ainda estão lutando por sua existência. Existem ainda os que acreditam e praticam o modo tradicional de vida e lutam para preservar o idioma, a religião, a identidade e outros que são assimilados pelo mundo moderno. Enquanto isso, a forma atual de governo tribal luta por autodeterminação, enquanto as condições e restrições federais abundam e o estado força a autoridade cada vez mais em cima das reservas indígenas que diminuem o próprio poder do americano nativo e sua Soberania.

    Esse filme para mim é um dos grandes clássicos do gênero, mesmo não sendo tão reconhecido pela crítica, pra mim ficou o legado de John Ford em toda a sua essência, um Western vigoroso, uma direção precisa que nos brinda com atuações marcantes de um elenco espetacular!!!

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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